dor

Foto de Carmen Lúcia

Desabafo

Antes que ao pó eu retorne
registro a vida
em pequenos relatos...
E se, sem querer, desacate
os recatos de quem
indigne-se com os fatos,
talvez seja porque não houvesse
se decepcionado
com a incoerência dos atos,
envolto em redoma de vidro
alheio a tudo, distante e perdido.

Antes que em cinzas me torne
tentarei descrever esse mundo restrito;
e enquanto alma eu tiver,
escrever eu puder,
gritarei esse grito.
Não há existência sem dor,
caminho sem pedra, rosa sem espinho.
Amar é a beleza da vida,
mas também é chorar,
é sangrar a ferida.

O mundo é um círculo vicioso
que circula furioso
sem nunca chegar...
Nem bem se inicia a partida
temos que voltar para recomeçar...
São raros os momentos felizes
que tentamos roubar
para eternizar...
E tantos os infelizes
que pensamos findar,
mas que se eternizam.

Escrevo aquilo que vejo,
que sinto, que penso,
o que já passei...
Não é a verdade que almejo,
o sonho que sonho,
em que acreditei...
E a quem indigne meus traços
me ensine a crer ou descrer desses fatos;
talvez esses meus olhos tristes
me impeçam de ver
que a felicidade existe.

(Carmen Lúcia)

Foto de Davipss

Dor e solidão

E ESSE É FIM DE MINHA ALEGRIA.
DA TRANQUILIDADE DA MINHA ALMA,
POIS AO VER MEU AMOR PARTINDO;
EU ME DEPARO COM UM MAR DE LAGRIMAS.
SEUS PASSOS DE MIM VAI SUMINDO,
E VEM SURGINDO UMA GRANDE MÁGUA.

TRISTEZA É TUDO QUE ME RESTA.
A VIDA SE SUFOCA COM ESSA DOR E SOLIDÃO,
ME OPRIMINDO COM ESSA GRANDE PERDA.
ENCHENDO DE FRIO O MEU CORAÇÃO,
SEM VOCÊ NÃO HÁ VIDA DE VERDADE.
APENAS DOR E MUITA SAUDADE,
PRESO EM MEU MUNDO DE ILUSÃO.

SONHOS MUITO DÍFICEIS CONSTRUIDOS.
SÃO FACILMENTE DESPERDIÇADOS,
AO PARTIR SUAS LEMBRAÇAS FICARÃO COMIGO.
E TUDO QUE NOS MANTINHA LIGADOS.
E ESSE SERÁ MEU MAIOR CASTIGO.
DEIXA DE VER SEU ROSTO LINDO,
E VER NOSSOS SONHOS ROUBADOS.

UMA ÚLTIMA PALAVRA OUVIDA.
ADEUS AMOR DA MINHA VIDA;
O DESTINO O TRARÁ OUTRA!
MAS EU SÓ AMO VOCÊ MINHA QUERIDA.
E ISSO SAI DO MEU CORAÇÃO;
VEM DE DENTRO DA MINHA ALMA ABATIDA.

UM ALGUÉM SEMPRE VAI EXISTIR,
MAS NÃO PERFEITA IGUAL A VOCÊ.
A DESPEDIDA DO SEU GRANDE AMOR,
IMPÉDE MEU CORAÇÃO DE BATER.
E OS OLHOS SE ENCHEM DE LAGRIMAS,
SABENDO QUE NÃO IRÃO MAIS TE VER.

SIMPLISMENTE EU SÓ CHORO.
POIS NÃO TENHO UMA OUTRA OPÇÃO.
A VIDA NEM SEMPRE É JUSTA.
E ISSO AFETOU MEU CORAÇÃO;
SERÁ EU E ESSA PAIXÃO ANTIGA,
ANDANDO NA ESTRADA TRISTE VIDA.
SENTIDO O FRIO DA SOLIDÃO.

Foto de Carmen Vervloet

A Vida e o Mar

A vida e o mar em plena sintonia!
Avanços, recuos, incertezas
e a repetitiva melodia
das ondas que batem com indelicadeza

Labirintos por onde nos perdemos
enfrentando perigos e agitações,
navegando no limite do extremo
num barco sujeito às oscilações.

A vida é mesmo um mar obscuro,
sorvedouro de vivo contentamento,
mistério que ignora qualquer conjuro...
Mas que deixa tudo calmo num outro momento!!!

A vida e o mar são mesmo imprevisíveis,
ora ressaca, ora calmaria,
ora a serenidade aprazível,
ora a fúria que a alma avaria!

Foto de Fernando ARC

Algo diferente....

.
.
.
.
Venham iras nos mares, furacões e tempestades,
raios de sol que queimam, ou até a escuridão.
Nada, nem ninguém é igual a outro alguém.

Nem que as estrelas deixam de brilhar,
ou mesmo as trevas tudo consigam abraçar.
ou que tudo se vire do avesso,
cada um é somente aquilo que desejar.

E eu seria capaz do maior desafio,
escolheria o caminho mais longo,
a estrada mais acidentada,
só para conseguir esse carinho.

Faria a escuridão tremer de medo,
tornaria o sumo mais doce em azedo.
e tudo iria misturar e remexer,
só para no fim essa atenção merecer.

Imagens pálidas, palavras perdidas,
Sou aquilo que sou e consigo desejar,
memórias passadas antes sentidas.
porque vivo da forma que quero imaginar.

Foto de Carmen Lúcia

Silêncio, escuridão e mais nada...

Esperei o silêncio se pronunciar,
as últimas notas musicais se assentarem,
as falas se amortecerem e aos poucos
se esvaírem pelos arrabaldes...

O assovio do vento foi se enfraquecendo
e o tempo ininterrupto ficou ali prostrado.
A última sombra saída dos patamares
no vácuo se escondeu e se perdeu pelos lugares...

A lua não se manifestou e solidária
se fez meia, fino anel de prata,
estrelas apagaram suas luzes
deixando o breu da noite ocultá-las...

Um uivo abafado por não ver a lua
aquietou-se na penumbra da rua...
Agora era silêncio, escuridão e mais nada...

Assim quis permanecer...
Início da madrugada...
Nenhum ruído a comprometer,
nenhuma luz a me acender
e eu ali calada...

Momento propício
para um diálogo destoado
em que o silêncio fala por si mesmo
e o pensamento, um eco lá de dentro...

É um choro convulsivo rebuscando a camuflagem,
é o encontro de dois eus discutindo seus disfarces...
O eu que sou, sufocando a espontaneidade ,
O eu que não sou, dissimulando minha imagem.

_Carmen Lúcia _

Foto de Carmen Vervloet

Botões Delicados

Botões mimosos
ainda a florescer...
Semeados sob viadutos, pontes,
solos inférteis!
Talvez nem cheguem a crescer...
Límpidas fontes de pureza
que se perdem nas ruas
infestadas por cruéis ardilezas...

Nos olhos, álgida tristeza,
o estômago a roncar...
Ausência de qualquer delicadeza!
Mãos sujas a mendigar,
corpos frágeis de fome
cambaleando magreza!

Homens passam de um lado pro outro,
alguns viram o rosto...
E elas maltrapilhas, famintas,
sem riso, sem chão,
sem brilho no olhar,
deixam uma lágrima escapar!

Vez em quando, uma alma generosa,
doa-lhes algum vintém...
Dividem um pão seco
com muito cuidado
pra não falte a ninguém
e dão lições de solidariedade,
elas nada possuem,
mas partilham o que têm.!

Neste esmaecido jardim,
de flores tão delicadas
semeadas em nossas ruas,
bancos de praça e calçadas,
sem viço, mas com a alma perfumada,
transeuntes não querem penetrar...
Ou dói-lhes a consciência,
ou prepondera a dormência...

E assim é criada por nós homens
a escola da marginalidade,
pós graduação em revolta...
E aquela pura flor,
em trágica reviravolta,
transmuta-se em feroz espinho
por carência de um lar, escola, amor...
Por carência de alimento, um olhar atento,
quem sabe um suave carinho?!

Ah! Triste destino de botões tão pequeninos!

Foto de Carmen Lúcia

Sou...e não sou...

Sou arredia, um bicho acuado,
Que foge de carinho por não ser acostumado.
Sou o escárnio, o sarcasmo, o pútrido,
A queixa a se manifestar no púlpito.

Sou a esquina úmida e vazia,
A conseqüência da noite de euforia...
Sou o rio que nunca chega ao mar
E morre na praia sem saber amar.

Sou a dor que pulsa quando o amor se vai...
A lágrima triste que rola e se esvai,
Sou o incesto que não foi amado
E o mistério jamais revelado.

Sou a tempestade que o barco afunda,
O fantasma que surge da penumbra...
Da alma, a amargura...
Da vida,a desventura...

Tijolo podre de uma construção
A desabar em qualquer ocasião...
Dependente...carente...mal amada,
E mais que isso...Sou nada!

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Vervloet

Cacos

Guardou-me com paixão
num coração
de cristal!
No primeiro furacão
partiu-se o coração,
acabou a paixão!
Os cacos cortaram-me
a alma!

Foto de fernandags

Viver sem você

Não posso viver
Sem ter você
É uma dor
Que não da pra ceder
Meu amor
É maior que a multidão
É mais forte
Do que qualquer outra paixão
O que fazer
Se o meu coração
É por ti que bate
Se é do teu corpo
Que ele senti saudade
O que fazer
Se eu não consigo viver
Sem você
Se a Deus eu apelo todo dia
Pra te ter
Pra minha alma
Não te mais que sofrer
A dor de não te ter.

Autor: Fernanda Gomes

Foto de Carmen Vervloet

Angústia

Mão que aperta,
comprime o peito.
Lâmina afiada
que degola a alegria...
O laço desfeito,
o vazio no leito,
o fim da caminhada.
No confronto com a morte,
a vida sem norte,
a alma desamparada,
inconformada...
A dor insistente,
agonia presente,
evidente e persistente.

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