dor

Foto de Carmen Vervloet

Distraído

Andou por terras férteis,
colheu, colheu, colheu,
mas esqueceu de adubar...

Navegou por rios caudalosos,
bebeu, bebeu, bebeu,
mas esqueceu de semear
ao redor da nascente...

Sentou-se à sombra
de uma frondosa árvore,
comeu seus frutos,
mas esqueceu de regá-la com amor...

Hoje o circunda um imenso deserto...
Nem sabe se ainda tem tempo
de fazer florescer o que
por falta de cuidado, deixou morrer.

Foto de Sandro Gusmão

Uma ilusão honesta

Não procuro a rima!
Estou atraz da expressão.
Também não conheço meu futuro,
nem ao menos tenho sonhos.
Para que rimas?
Se tudo o que tenho
É um arranjo de expressões!

A falta de sonhos me consome,
o desconhecido futuro até me apavora...
Minha sombra me faz companhia na luta,
tão egoísta quanto eu,
tão orgulhosa quanto eu,
tão comum quanto eu.

Não irei esperar por algum sonho,
as expectativas continuam as mesmas.
Viverei um período longo o suficiente,
para compreender que
a rima não existe.

Sandro Gusmão

Foto de Carmen Vervloet

Soneto da Chuva

Gotas escorrem na vidraça da janela
Outras se acumulam nela em relevo
Fica opaca minha translúcida tela
Já não vejo o que sempre vejo.

Meu céu azul hoje está chorando
Num beijo molhado toca a vidraça...
Do que será que está lembrando?
De como era linda a natureza casta?

Em dorido pranto revela sua dor
Gotas de desesperança absoluta
Fonte inesgotável de um intenso amor...

Do alto vê a terra muito destruída
Sempre atento na sua escuta
Faz em água a invocação à vida.

Foto de Allan Sobral

Pai, afaste de mim este cálice

Os últimos acontecimentos, e os atos de repressão que tem ocorrido, nos mais diversos pontos do nosso país, faz com que se levante das cinzas o monstro que sempre combateu o espírito jovem revolucionário brasileiro, pois é como se os tempos do cativeiro, da autocracia brasileira, a ditadura militar, mostrasse aos poucos suas garras, sufocando qualquer ar de liberdade que conquistaram nossos heróis. Como se o velho tempo do “cálice de vinho tinto e sangue” ressurgisse, ou ao menos se faça em memória.
Já há muito tempo que nossa sociedade se estagnou, por uma falsa estabilidade econômica e moral, acorrentando-se a um laço servil regido por uma minoria, como diria Marx, a burguesia; minoria esta que se manteve no trono por possuir supostamente o controle das riquezas universais, podendo assim obrigar grande parte de nossa população a submeter-se a suas vontades, e trocar suas vidas pela miserável parte de seu capital, suficiente apenas para manter-se em vida.
Com o avanço tecnológico, esta mesma parcela controladora da sociedade, expandiu seus ideais escravistas a um horizonte antes impenetrável, chegaram ao ponto maximo de domínio, controlar pensamentos, com o poder de formar opinião e distorcer a realidade, poder fornecido pela mais poderosa ferramenta de coerção, a mídia. Atributos que caberiam a população, ou a cada ser em sua particularidade, hoje são supostamente digeridos pela partícula dominante, e vomitada sobre nós, classe trabalhadora, operaria e estudante. Ditam os pensamentos padrões, roupas padrões, empregos padrões, atitudes padrões, e tacham esta padronização como normalidade, traçando um perímetro, onde qualquer que se opor ou se afastar de tal ideal é tido como louco, ou rebelde, baderneiro, ou até mesmo como maconheiro (como foi o caso recente dos estudantes da USP).
Simplesmente somos tachados como estúpidos, pois a tal “ditadura militar” apenas mudou de nome, agora a conhecemos como Republica Federativa do Brasil, o DOPS agora não tem mais grades e não tortura fisicamente quem se opõe as regras, agora ele manipula a sociedade para que se volte contra os que a querem libertar, os militares já não andam mais fardados de verde ou cinza, agora obrigam a população a vestir um terno ou um uniforme operário, assinar um contrato de trabalho, e lutar o quanto puder, em busca de sua carta de alforria, ou como preferem, sua suposta aposentadoria. Fazendo que a sociedade acredite que a liberdade é um favor, e que a sua remuneração mensal, é justamente recompensada a medida de seu esforço. Como os adultos fazem com crianças, para que não os chateei, dão passatempos, para que não desviem sua atenção, nos é imposto a distração, como a novela o futebol e outros supérfluos, para não chatearmos quem se beneficia com tal estabilidade.
Basicamente, a ditadura não acabou da mesma forma que não acabaram os revolucionários, pois não deixaremos de lutar em busca de nossa liberdade, pois o sistemas sempre deixa brechas (nós), que podem se tornar rachaduras, que ruminarão as muralhas da imposição fascista, e porá em ruínas as ideologias ditatoriais, pois só lutando poremos fim nas corrente que nos prendem para termos paz, pois como disse Malcom X “...Não se pode separar paz de liberdade porque ninguém consegue estar em paz a menos que tenha sua liberdade”.

Allan Sobral

Foto de eda

"Te Amo"

"Te Amo....

Em segredo....

"Têm hora que "eu" queria te dizer: "Te amo"

Más não posso!
Sufoco este amor em segredo, e sangro em lágrimas....
Queima minha face...
Como queria gritar bem alto!
"Amo...Amo...Amo...
E o pior de tudo é saber que você não me ama...
Me tranco em meu coração, e jogo a chave ao vento..

Autora: Eu.

Foto de Carmen Lúcia

Lamento

Lamento pelo inconcebível,
pelo incabível,
pelo que poderia ser e não foi...
pelo que foi e não se pôde mudar...
Pelo desamor,
pelo botão de flor,
pelo não desabrochar...

Lamento a inocência perdida,
imagem denegrida
arremessada, distorcida,
cotidiano da vida...
Lamento pelo vandalismo,
pelo desprezível e insano
cenário de desafeto humano.

Lamento pela fome doída,
pegadas de idas e vindas
buscando um lugar ao sol...
Pelas palavras prometidas,
mal ditas, não cumpridas,
perdendo-se pelo arrebol.

Lamento a alma desprovida,
o descaso pela vida
e todo poder abusivo.
Lamento a lágrima rolada
e o coração corroído
da mãe pelo filho querido...
Lamento o filho nas mãos do bandido.

Lamento a existência atribulada,
o amanhã dilacerado,
o nascer inopinado,
o querer e nada ser ...
A indiferença no olhar, que jaz,
o curvar-se ao onipotente...
Viver ou morrer?Tanto faz!

Lamento minha impotência,
procedimento estático
de nada poder transformar...
E em linhas mal traçadas
esboço, derrotada,
meu triste lamentar...

_Carmen Lúcia_

Foto de Tiaginh

Porquê?

Porquê? porque fui tão parvo nestes últimos anos? porque fui tão parvo ao ponto de te magoar, porque não via o que sentias por mim, porque nunca correspondi aos teus sentimentos.
Culpa minha, agora passado algum tempo, dizia que já pensava num outro futuro, mas agora reparei que não posso avançar pois estou preso no passado.
Preso ao passado onde nós dois chegamos a viver, preso a um passado de algumas memórias, onde se talvez tivesse lutado , hoje tu estarias a meu lado, onde não sofrerias como sofreste por minha culpa. agora sinto-me com remorsos por aquilo que te fiz e agora sou eu quem sofre por ti.
Talvez se eu não tivesse deixado de lutar, talvez se eu tivesse coragem, coisa que não tive desde o dia em que foste embora, fracassei por não te ter ao meu lado, fracassei porque eras tu quem me dava forças para continuar a viver, porque eras tu quem me dava alegrias, bons momentos e motivos para sorrir para a vida.
Agora sem ti, já nada disso é possivel, sem ti voltei a ser nada, nem ninguém, voltei a ser o fraco que era antes de te conhecer, voltei a ser a pessoa de antigamente. Não sei porque não lutei, não sei porque te magoei sendo tu a pessoa que amo, já não sei nada de nada acerca do mundo onde vivo.
Já não sei o que é certo ou é errado, já não sei mais o que fazer, já não sei mais onde arranjar forças para continuar a lutar por ti, sinto-me sem nada, sinto-me sem ti. Para onde quer que olhe tu estás lá, para onde quer que vá relembro o teu sorriso. De manhã até á noite penso em ti , acordo contigo no pensamento e deito-me a pensar em ti, a pensar em todos os nossos bons momentos, onde simplesmente não havia uma única discussão entre nós apenas sorrisos e paixão, apenas uma vida normal num amor verdadeiro vivido a dois.
Agora tudo despareceu, tudo se foi, nada mais existe. Tu és a minha razão de viver, sempre o foste, mas agora que eu percebi isso já é demasiado tarde, já passou bastante tempo e tudo entre nós mudou.
Sinto falta de ti, das nossas conversas, dos nossos olhares um no outro, dos nossos abraços, sinto falta de tudo. Mas agora tu já não sentes mais nada por mim, os teus sentimentos por mim desapareceram. E agora sou eu quem te ama e tu já não correspondes. Agora é tarde demais para tudo. Mas mesmo assim eu continuo a amar-te e só agora descobri o quanto.

ASS: TR//

Foto de Carmen Vervloet

Pensamento no 17

Quando a máscara cair diante de Deus o que farão os corruptos que erguem, hoje, suas muralhas em dinheiro?

Foto de MarcosHenrique

Brilho Ébrio

(soneto decassílabo)
.
.
.
.
.
Ao enganar-me , em fim, um sorriso.
Ilusão sutil por sumir teu brilho.
Envolto em razões de tantas lembranças,
Cheguei a achar atos de criança.

Como que de outro mundo remoto,
Refulgem-me de novo estando mortos:
Reflexos do teu olhar meio turvo,
Que, das muitas dúvidas, é o fruto.

Restando aceitar tal triste emoção,
Que me aprisiona e desfalece-me,
Esperarei perder minha visão.

Antes olhos cegos ou negras órbitas,
Que permanecer a inebriar-me
Em tua luz, deitando-se à fria cova.

Foto de cnicolau

Domingo...

Mais um domingo se vai,
Mais um dia findou-se.
A cabeça continua a mesma,
nada alterou-se.

Penso, tento resistir.
Luto contra tudo e todos.
Nessa selva de pedra,
fico sozinho nos escombros.

Sinto estar cansado,
demasiadamente exausto.
O corpo esta bem obrigado,
Mas a mente, em frangalhos.

Observo pela janela,
o sol a se esconder.
Tanta nuance de cores,
e meu coração,
só entente o DOER.

Novamente recebo algo inesperado.
Toda semana tem sido assim.
Quando penso estar melhorando,
algo entra dentro de mim.

Não sai, fixa, gruda,
já tentei tirar.
Mas por mais que tente,
não consigo apagar.

É inerente a meu desejo,
é coisa do destino.
Uma peça da vida,
A brincar comigo.

Chega, por favor,
dói, machuca, fere.
Não aguento mais,
essa dor em minha mente,
minha pele.

Socorro.
Misericórdia.
Tenha por mim SENHOR,
em sua eterna Glória.

Cleverson Luiz Nicolau
02/10/2011

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