fantasia

Foto de Diario de uma bruxa

Feitiço

Quando fiz esta poção
Era só um experimento
Não podia imaginar
Que fizesse um efeito tremendo

Coloquei em meu caldeirão
Gotas de carinho e atenção
Completei com belas palavras
E uma grande porção de paixão

Os outros ingredientes
Não posso dizer não
É segredo de bruxa
É feitiço do coração.

Foto de Arnault L. D.

Catavento

Ouça a canção do vento,
pelos poros, nos cabelos,
na pele em pelos fixos.
No frio, o gelo enfrento,
o som dos lobos, apelos,
uivos, ressoam prolixos...

Largo dos pensamentos
e bebo a canção.

Quero a mão fria do vento
acariciando o rosto,
mexendo ao desalinho.
Cura às dores, unguento,
ao fel um doce mosto,
em pouco, só carinho...

O estar sentir sozinho;
ouvir a canção...

E existir com ele, ser,
fazer parte na inércia.
Por todos os sentidos
o sopro a me envolver,
desfalecer a consciência,
eu e o vento resumidos.

Foto de Arnault L. D.

Ícaro

Voa ave no cantar do vento,
em espirais, deixa-se levar...
aos caprichos que guia-lhe o ar
sobe a girar no firmamento.

Livre, como é de seu feitio,
o pássaro faz parte do ar.
Que abraça, a laços desatar,
o embala, longe, ao vazio.

O vazio, ao vôo nos convida
e em seus braços nos enleva,
ao planar, liberto da longeva
caminhada no chão desta vida.

E deste mesmo ar me completo,
a cada respirar nos confundo,
no sopro expiro o céu moribundo
deste voar que n’alma aquieto.

Foto de Carmen Lúcia

Medidas

O sempre é finito para se sonhar,
espaço ínfimo pra poder voar,
o longe é perto para se alcançar
razões que queiram me levar pra lá.

O tempo é escasso para se perder
e reencontrar o que se quer achar.
As horas não vão avisar
se vou sorrir, se vou chorar.

O muito é pouco para eu sentir
o quanto ainda deve estar por vir,
o tanto não sabe medir
a dimensão do amor que cabe em mim.

Cada emoção revela, por tabela,
se está ou não se aproximando o fim.
Só um tempinho mais pra se escrever
em tempo recorde, cores do entardecer.

É ano-luz e em segundos conduz
o sol que se prepara pra morrer
sem intervalo pra se recolher
palavras que possam descrever
a multidão de matizes que a voz embarga,
o tempo que passa depressa
sem perceber meu olhar que divaga
e tanta beleza atravessa.

(Carmen Lúcia)

Foto de Arnault L. D.

Ave noturna

Céu infindo noite adentro,
nuvens marmorizam a vastidão.
E entre suas rajas entro,
deixo levar pela imensidão.

Seguindo as formas mutantes
das nuvens, libertas, nos ventos.
Soprados, faço semelhantes,
o peso dos meus pensamentos.

E ignoro a existência,
dopado, rendido ao céu.
busco “ovns”, indulgência
da ignorância num carrocel...

Gira solto, o universo;
e eu, ínfimo e siderado,
a cismar em forma de verso
o meu rascunho, desvairado.

Uma ave noturna passou!
Me tomou de meu devagar
ela foi... suas asas levou
e despertei, imerso no ar...

Foto de carlosmustang

FAMINTOS

Esse amor é tanto
Um amor puro, de viver
Pra nunca esquecer
Dormir, sonhar, nascer

Procurei novos dias
E todo meu amor é igual
Dias e dias, uma musica especial
A musica da vida, com voce natural

Então acordo todas manhãs
A vejo aos meus olhos emergir
Um profundo desejo existir

Assim tudo no seu lugar
Me fortalece a amar-te
Numa tumba indesejosa terminar

Foto de P.H.Rodrigues

Astros

Os fragmentos que se foram
brilham na espiral eterna
em meio a explosões

em torna da Terra
E da terra avista-se
em sonho o cometa
a cauda cadente,
da estrela

Que ressoa os acordes
em singelos toques
nas linhas da vida
e das vidas, ali contidas

E tudo torna-se belo
E tudo se torna um espetáculo.

Foto de Arnault L. D.

Verde azul do mar

Céu azul, a cor do mar,
céu azul de certo olhar,
sobre mim, a luz solar,
cá em mim a luz do há’mar.

Céu azul, verde do mar,
quase azul, vão se encontrar
no horizonte, a se tocar,
linha real e do pensar.

Quando o céu, no meu mirar
fez rememorar o mar,
pelas águas deste ar
dei braçadas a nadar...

Azul vede; verde o mar
entre os cilios a escapar.
Céu eu vi iluminar
de azuis e verdes brotar.

Cor de céu na cor do olhar.
Olhos de maré a piscar,
sob o céu veio espelhar:
Azuis do céu, verdes do mar.

Foto de Carmen Lúcia

Bailarinas

Leves, tão leves, mais leves que a própria leveza,
comparadas a uma linha tênue, sutil,
levadas por um sopro, aragem febril,
girando sempre, eternamente, sem partir,
sem ferir,sem dissuadir, sem iludir,
sem realmente ir...
Asas invisíveis, voos indescritíveis,
provam a si mesmas
a não gravitação entre Terra e céu,
entre corpo e alma,
entre céu e léu,
entre tudo e céu...
mundo a parte que reparte
enlevo,entrega,beleza, o surreal...
Pisam sem pisar, lançam de mansinho
sentimentos a fluírem em suave virada,
chuva de prata, tamanha é a força da arte
que dança, alcança o tudo e o nada
povoando o vácuo com a postura
de quem sabe, quem inspira, quem lidera,
quem ganha altura,
quem espera o momento exato de descer
e tristemente encarar a vida
a girar sem rodopios,
a contundir a essência
da coreografia –ironia –
maculando as rimas, os versos
a sonoridade da melodia,
a poesia nascida das bailarinas.

_Carmen Lúcia_

Foto de Arnault L. D.

Sombrio

Os galhos se esticam,
planta buscando a luz.
O claro é sua opção.
Vez, a ela, me propus.

Mas, os olhos ofuscados
e a pele a arder...
Quis ares enevoados.
O habitat do anoitecer.

Há flor que só abre no breu,
bichos que saem no escuro,
a mudez ama o ermo e eu
nele me sinto seguro...

Sem folhas, sou qual a raiz
no fincar-me ao submundo.
Sua natureza a prediz,
enterrar-se ao mais profundo.

Sinistro, soturno e frio,
olhar escuro, vermelho.
Vo’alma, morcego sombrio,
rumo a perder-se no espelho.

Na sombra, meus olhos abrem,
e ouço a canção do vento
chamando as folhas, que caem,
a dançar no esquecimento.

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