loucura

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Lamúria - Parte 2

Ah, paz no mundo que nunca chega...

Estou em um telecentro. Finjo esquecer os cheiros que a cidade e minha existência me obrigam a discernir. O município onde moro está repleto de drogados. Pessoas se dopam para demonstrar clareza nos pensamentos. Não há muita lógica nisso. Olho para a tela de um computador público, imagino quem havia de tê-lo tocado e ainda assim amo aquele porco. Sou cristão, por educação familiar. Acredito no que dizem na igreja que nunca vou, pela esperança de ser verdade, tudo parece tão bonito lá. Lembro-me: sou paulistano. O Rio de Janeiro não deveria ser meu foco de atenção. Ainda mais um lugar sem praias. Amo aquelas crianças que morreram, mesmo que elas me odiassem antes, sem saber da minha vida. Não me sinto um justiceiro. Não quero ser um.

Amai ao próximo como a ti mesmo, diria a Bíblia.

Ah, paz no mundo que não chega!

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Lamúria - Parte 1

Ah, paz no mundo que nunca chega...

Sempre existirão os esquizofrênicos, sempre existirão. As armas, as farpas dos loucos e dos viciados, as falhas que não se reconhecem, e não reconhecemos por conseqüência, as crianças que morrem todos os dias, os adultos que pensam ter plena consciência do que fazem, as caças às bruxas, nada, nada disso resolve o problema do medo, da ofensa, da tentativa de espremer uma vantagem sobre o outro, de ter completa segurança em um infinito obscuro que o universo é, de conseguir um sentido em meio ao caos das mortes e dos mistérios.

O que aconteceu Realengo infelizmente não foi nada demais, gente.

Ah, paz no mundo que nunca chega...

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo - Capítulo 7

'Estou arrependido.
Disse públicamente que o amor é um sentimento injusto e para amarem ao feio. Fui um Jair Bolsonaro sem perdão e sem cordão, mostrei uma postura dissonante do que se esperava e feri os sentimentos e as vistas daqueles que acreditam sinceramente no bem. A liberdade que me foi dada e é necessária à todos foi brutalmente violada. Peço humildes desculpas...'

Conversa!

O amor é feito de luta, é um sentimento ao qual só os que tem um coração pulsando de verdade conseguem suportar, é o bombear nas veias de uma emoção incontida, é adrenalina pura sem freio e sem razão, é a morte nos calcanhares, é o gelo quebrando e a gente correndo para não cair na água mortal, é o derreter das expectativas frente ao fogo das paixões, é a rebeldia sem causa, a vontade de fazer melhores os mundos de cada uma das pessoas, é ser feliz e crer nessas possibilidade à todos, e o renunciar às técnicas ou ponderamentos para alcançar mais do que somente o infinito!

O amor é tenaz como as mães de mãos dadas nas enchentes!
O amor é a vida dos desaparecidos!
O amor é fugaz como o vento nas altitudes!
O amor é um Quixote que morre nas rebarbas dos moinhos.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo - Capítulo 6

Não vou dar uma de Allan Sobral ou Vi Filho, que eu não sou galão d'água. As mulheres merecem o amor, assim como os pássaros, as borboletas, os mendigos e as pulgas por cima deles. Sim, até as pulgas!
Se amor é esse sentimento nobre e cristalino, inclusivo e receptivo, qual seria a causa de não amarmos as crianças abandonadas, os velhos nos asilos, os discusos chatos de cronistas que não mostram a cara, as moças gordas, os guardas em pé pedindo a parada do sujeito, aqui laureado por predicados, qual a causa de não amarmos o feio, pois o belo está afinal de contas guardado em atos e o que é mais fraco precisa prioritariamente de nós?
Sim, é isso mesmo que vocês estão pensando que eu ia dizer.
O amor é um sentimento injusto.

Foto de Marilene Anacleto

Ah! Emoções!

*
*
*
*

Mexer nas emoções
Que bagunça!
Estrelas, luas e trovões
Para quem escarafuncha!

Marilene Anacleto
20/06/98

Foto de Carolvazzz

Solis

Você nunca vai conseguir
Porque quem sonha não tem estrela.
E quem é céu nunca vai se encobrir.
Como aquela pequena bola vermelha.

Alguém vai poder te falar qualquer coisa contra acaso?
Eu pego um pincel e te faço.
Arrumo um empreguinho e me atraso,
Começo de novo e nos refaço.

Se eu nunca encontrar um amor?
Já ate me conformei com o tédio.
Já ate deixei de sentir dor,
Milhões de receitas e remédios.

Você é tão imperfeito.
Com seu tão belo seu jeito único se viver.
Você nem precisa se importar com o meu feito,
Porque vai sempre se surpreender.

Foto de albertokaique

Ontem, hoje e amanhã?!

Peço licença senhores, senhoras,
Para derramar o meu ser, o meu pensar.

Sou o som do silêncio,
Que te apavoras e conforta;
Sou a mais bela cachoeira...
O mais terrível corpo em decomposição;
Sou simplesmente, o que teus olhos querem ver.

Sou o mais doce...
O mais amargo sabor;
Sou simplesmente,
O que a tua língua quer provar

Sou louco, sou lúcido
Sou melancólico, sou júbilo
Sou realidade, sou falsidade
Sou pateta, sou poeta...

Aprendi a falar; desde então, quero declamar;
Aprendi a pensar; desde então, criticar;
Aprendi a caminhar; desde então, vivo correndo;
Aprendi a ouvir; desde então, vejo com outros olhos;
Aprendi a amar; desde então, a doar;

E nesta terra tudo que plantar há de crescer
Semearei o que eu hei de querer
E sinto satisfação... aflição...

Sou constante, sou inconstante
Sou contradição, sou convicção
Sou tudo, sou nada

Si rimo, alguns gostam
Si critico, alguns ignoram
Si nada faço, adoram!

Sou criança brincando de crescer
Sou poeta brincando com palavras
Sou louco brincando de ser e estar

Sou outrora, sou agora, sou vindouro
Ontem, eu era certeza
Hoje, eu sou duvida
Amanhã, serei nada?!

-`Lorde Ortenbla´-

Foto de Xaverloo

Sobre tudo que tão de repente

Eu sou aquele que é quando ninguém o vê
Sou poeira ao vento
Um todo sem contentamento
Sou vulto
Um nada que vem a ser.

Eu sou aquele que é quando não si vê
Sou as partes do que se formando
É uma semente germinando
O alfa
Um ser que ainda não é.

Eu sou aquele que é quando se torna
Sou humano, sou gente,
Sou tudo que se torna de repente
E de repente
Tão de repente
Deixa de ser...

Xaverloo

Foto de SANDRA FUENTES

Copacabana

Recupero-me da queda de ontem. Assombrada ainda com o impacto do meu corpo no meio fio. Boca sangrando lágrimas. Afinal, onde dói mais? Permaneço olhando o teto branco de gelo que derrete e molha minha nudez. Meu corpo rígido desfalece e, por uma eternidade de duas horas e quinze minutos, sente apenas o que foi o calor que aquecia este planeta de seis metros quadrados que eu chamava de santuário. Não sei se o que ouço é música. São ruídos que vêm da rua e é provável que seja efeito ainda da overdose dos abraços que chegavam de surpresa. Meu corpo levanta e caminha até a sala, mas sinto que estou deitada e presa neste espaço sendo banhada aos poucos pela água gelada. Observo de longe minha imobilidade. Chame de saudade quem quiser. De queda, tombo, atropelamento, surra, que seja. Muitas de mim não existem desde ontem. Houve uma chacina. Duas sobreviveram: uma deitada no frio molhada pelo teto que derrete e outra ensandecida contando as pedras do calçadão de Copacabana.

Foto de SANDRA FUENTES

ÀS CEGAS

Vivo
Em um processo
Voluntário
De abandono

Pálido

Em gotas

Nas multifaces
De alguém
Que escreve

Vivo e morro
Todo dia

Ampulhetas explodem por onde passo
E ondas de areia enchem meus olhos
E cegamente
Vou tateando
Sem noção
De tempo

Num caminho
Para um poema novo
Estético
Romântico
Patético

Transpirando lâminas
Atingindo o alvo

(sem querer)

Sandra Fuentes

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