revolta

Foto de Paulo Gondim

Se correr, o bicho pega... (cordel)

Se correr, o bicho pega... (cordel)
Paulo Gondim
16/12/2012

Assim já são tantos anos
E nada aqui melhorou
Quatrocentos de escravismo
Que com meu povo acabou
A mão do catolicismo
Unida ao coronelismo
E meu Sertão não mudou

A escravidão continua
Na compra de consciências
Com eleições duvidosas
E a venda de indulgências
A política no Sertão
Bem como a religião
São duas deficiências

O político engana o povo
Diz que vai fazer mudança
O miserável acredita
Nele bota esperança
Terminada a eleição
Depois do voto vendido
Viu que tudo está perdido
Não vê mais o “cidadão”

O padre que pediu voto
Do pobre para o patrão
Ligeiramente disfarça
Diz não querer confusão
Do “irmão” se distancia
Vai pra outra freguesia
Deixando o povo na mão

E na política é assim
Um coronel vai, outro vem
Na igreja muitos padres
São uns coronéis também
E nessa sorte desnuda
No Sertão nada se muda
E a velha ordem se mantém

Pior que o Sertão é seco
Isso só faz piorar
A situação do povo
Que não pode confiar
No escolhido na eleição
Se mesmo a religião
Está aí pra lhe explorar...

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Da série "É assim, no Sertão"

Foto de poetisando

Natal

Agora que estamos chegados
Á festiva quadra natalícia
É ver agora certos senhores
Com ar de muito condoídos
Distribuir comida e sorrisos
Pelos mais desfavorecidos
Esquecendo durante o ano
Da fome que passam centenas
Ou milhares de sem abrigos
Com um ar de hipocrisia
Como lhes é característico
Com aquela cara de fingimento
Que mais parecem carpideiras
Distribuem umas prendas
Aos que tem uma vida de sofrimento
Depois da obrigação que fizeram
Para casa vão descansados
Dos mendigos que visitaram
Não se vão eles lembrar
Outros até põem faladura
Nos jornais e canais da TV
Quem os vê com aquele ar
De hipócritas que todos são
Artistas na arte do fingimento
Na arte da boa simulação
Vêem agora nesta quadra
Limpar as suas consciências
Dando apenas umas migalhas
Aos que não tem de comer
Sentem que com essa acção
Que podem dormir descansados
Agora que estamos chegados
A esta quadra natalícia
É de ver tanta simulação
De senhores e senhoras com ar fingido
A distribuir pequenas migalhas
Pelos milhares de mendigos
E outros tantos sem abrigos

De: António Candeias

Foto de poetisando

Que mundo este

Que mundo este
Que estamos a fazer
Tanta gente de barriga cheia
E tantos de fome a morrer
Em nome da liberdade
Se destroem países
Matam se inocentes
Ficam povos infelizes
Mata-se pais irmãos e avós
Mata-se em nome de amores
Mata-se a mulher e os filhos
Estamos a perder os valores
Governantes que nos governam
Aproveitam-se do poder
Enchem - se todos de dinheiro
O seu povo de fome a morrer
Nem o nome de Deus
Escapa a tanto vilão
Tudo para eles lhe serve
Para deitar a mão ao filão
Não sei onde o mundo vai parar
Com tudo redor estou a ver
Vejo gente muito feliz
Muitas mais de fome a morrer
Não pesa a consciência
A toda esta gente aproveitadora
Só conhece as guerras
Para continuarem a ser
A classe dominadora
Que contas eles darão
Quando a eles chegar a hora
Todos um dia morreremos
E eles também não vão
Perder pela demora

De: António Candeias

Foto de poetisando

Palavra de honra

Lembro-me do tempo passado
Por cada suspiro que eu dou
De quando era ainda criança
Como tanto tempo já passou

Agora que passei da meia-idade
Tudo me torna a vir á mente
Como hoje está tudo mudado
Já nada é como antigamente

Educação é o que todos vemos
Está pelas ruas da amargura
Não se respeitam os mais fracos
E menos os finados na sepultura

Por cada suspiro que eu dou
Sinto as saudades do antigamente
Respeitava-se a criança e o idoso
O rico o pobre e até o demente

Lembro-me do tempo passado
Como hoje está tudo mudado
Palavra de honra que era dita
Passou a ser coisa do passado

Quando alguém dava a sua palavra
Era dada por um homem de bem
Hoje sai fácil da boca para fora
Honra é coisa que poucos têm

Vemos certos cavalheiros
Da sua honra tanto a falar
Que até quase acreditamos
Da sua palavra irem honrar

Lembro-me de quando era criança
De a palavra de honra se respeitar
Hoje um cavalheiro sem vergonha
Da a palavra de honra por dar

Lembro-me do tempo passado
De tanto tempo que já passou
A honra já deixou de existir
Foi coisa que o tempo levou

De: António Candeias

Foto de poetisando

Andam por ai certos senhores

Andam por ai certos senhores
Políticos desta a nossa praça
Entraram na política pobre
Agora já são gente ricaça

Como foi que assim enriqueceram
Quando dizem que ganham pouco
Para enriquecerem tão depressa
Só pode ser a terem roubado o povo

Podiam explicar a todos nós
Como tão depressa enriquecer
Todo o povo ficava-lhes grato
Sabia que de fome não ia morrer

Muitos desses ditos senhores
Nunca na vida trabalharam
Nem sofreram privações
Como foi que enriqueceram

Só neste país vejo milagres
Feito por gente se diz séria
Roubam até se fartarem
Deixando o povo na miséria

Falam com uma tal altivez
Parecem mesmo uns barões
Andam todos bem engravatados
Mas são uns autênticos ladrões

E o povo parece estar feliz
Com esta grande gatunagem
Defendo-os como clubes da bola
Prisão para eles é mesmo miragem

O que está a dar neste país
É mesmo o de ser aldrabão
A justiça está cega não os vê
Só julga e condena o pobre cidadão

Andam aqui na nossa praça
Políticos de grandes gabaritos
Se isto fosse num país a sério
Eram presos estes políticos

Podiam ensinar o povo
Como como fortuna fazer
Sem sair lhes o euro milhões
Assim o povo teria que comer

Não sou nenhum economista
Mas sei que para enriquecer
Só roubando o seu povo
Até ele de fome morrer

É a classe política que temos
Que honesto dizem ser
Quando vão para política
É para roubar e enriquecer

De: António Candeias

Foto de Maria silvania dos santos

Estaras enganado!

Estaras enganado!

_ Se um dia disser que somos amigos, tempo perdido, sentimento bandido, meu coração está ferido e não irei acreditar, irá ter que me conquistar e isto irá demorar....
Não digas ser meu amigo, se arrependido disser ser meu amigo na esperança de abraçado, estaras enganado, pois não será aceito e por mim com palavras atacado...
O passado em minha mente ainda está presente, você me machucou e ainda é recente...
Pode ser que com o tempo tudo muda, minha dor ganha alivio, e minha alma alegria...
Não venhas, não é o momento, não venha me pedir desculpas, pois me pedir desculpas é tocar em uma ferida que ainda está dolorida...
Hoje pelo sol que irradia, sinto uma grande agonia e seu arrependimento, se torna em apenas fantasia...

Autora; Maria silvania dos santos

Foto de poetisando

A mentira

É Traiçoeira como os cobardes
Ela aparece de súbito e inesperado
Não tem hora de chegar
Pode ser de manhã ao romper do dia
Ou ao entardecer
Ou até de madrugada vem silenciosa.
Quantas vezes vem até com um sorriso
Vem em qualquer momento
A mentira não escolhe hora
A escolha é ela que a faz
Ela sabe a chave que vai usar
Para acabar com os sorrisos de alegria
Está em suas mãos acabar com a vontade de vivermos
Quando ela a fecha a porta
Sela o destino de quem ela escolheu naquela hora
A mentira é impiedosa
Insensível aparece de repente
Por isso,
Muitos a tememos ou arriscamos falar
Sobre a sua presença
A presença dela é raro não dar fruto
A mentira é mesmo muito feia
Temos horror mesmo dela
A mentira
Não fala com que ela vai destruir
Aparece e destrói
Sem fazer a avaliação de quem ela vai destruir
Quando aparece
Aparece com ódio para a destruição
É uma fera terrível
Uma fera que causa pesadelos
A quem ela ataca
Goza quando
Provoca choro lágrimas de tristeza
Vem para provocar o desânimo
Provocar lágrimas
Gritos de dor
Quantas vezes de saudade
A mentira é pior que uma fera enjaulada
Vive sobre só á espreita
Sempre á espera da menor fragilidade nossa
Paira sobre a nossa cabeça
A ver quando pode desferir
Golpes fatais
O seu rasto
Não é fácil de encontrar
Geralmente ela ataca e foge
Como uma cobarde que é
Ela não pode ser vista
Vive só para atacar
Os mais fracos e os inocentes
Muitas das vezes quando não sempre
Ataca os que estão a viver a felicidade
Quantas vezes ela foi difícil de conquistar
Mas isso para ela não tem qualquer importância
Para a mentira só interessa é provocar
Dor, lágrimas e a perda da vontade de viver
A quem ela ataca
A mentira não é humana
É uma criatura que não vemos
Só sabemos que existe
Vivemos com medo que ela nos ataque
A mentira é traiçoeira
Aparece de onde não se espera

De: António Candeias

Foto de poetisando

Há fome em Portugal

Pôs-me me um dia percorrer
Este nosso lindo Portugal
Do sul até ao norte eu vi
Como vive o povo tao mal

No algarve terra da alfarroba
Encontrei gente a apanhar
Perguntei para que a queriam
Com elas a fome ia matar

No Alentejo que trigo já teve
Assim o chamaram celeiro da nação
Vi tanta gente cheia de fome
Já não há dinheiro para o pão

No ribatejo terra de toiros e toureiros
Onde já também a fome graça
Quase não tem de comer
Dizem que país em desgraça

Nas beiras fiz uma paragem
Queria ouvir o que iam falar
A todos ouvi a palavra fome
Sem saberem se ela vai parar

Subi até ao douro terra do vinho
Em tempos até foi bem farta
Hoje não há-de comer nem trabalho
E a fome também la não falta

Subi até Trás-os-Montes
Ai faziam um coro em exaltação
Perguntando onde para o dinheiro
Que era para a sua modernização
Vim descendo pelo litoral
Terras que foram de muito peixe
Hoje também se queixam da fome
Só não sabem a quem se queixe

Corri a orla marítima
Onde tinha peixe de fartar
Hoje se tiverem algum carapau
Para quatro pessoas tem de dar

Depois de todo o país percorrer
Aos políticos tenho que perguntar
Que fizeram a tanto dinheiro que veio
Para este país se poder modernizar

E os senhores ditos deputados
Á tantos anos na assembleia sentados
Não lhes pesa a vossa consciência
De verem os seu povo ser roubado

E a nossa justiça está cega
Para não ver as grandes jogadas
Que colarinhos brancos e políticos
Fizeram de roubos às descaradas

E nós povo que nada dizemos
Deixamos que a fome mais aumente
Se não se revoltarmos todos
A fome acaba com agente

De: António Candeias

Foto de Rosamares da Maia

MENINO DE PERIFERIA

Menino de Periferia

Sonhando sonhos de menino-homem,
Dorme obscuro nas noites das periferias,
Cama de papelão e lençóis de jornal,
Pesadelo em cada esquina feia e fria.

Mas um menino tem o direito de sonhar!
Precisa de estímulos para sonhar – filosofia.
E não deve chorar porque foi ignorado,
Chamado Homem de segunda classe.
Substrato de pó de trac, de pó e crack.

Políticos pedem verbas, acusam, apelam,
É preciso muito para salvá-lo da perdição!
Resgatá-lo das drogas, de ser soldado!
Mas ele é somente um número, mais um,
Consolidando a estatística da miséria.

Construímos cadeias para a ressocialização.
Não sonhamos os sonhos da educação,
Dos meninos de barriga cheia e limpa
Da Fome pacificada, sono sem sobressaltos.
Dos meninos com cadernos nas mãos.

Um Homem tem direito a sonhos mínimos,
Foge, viaja na sua forma de respirar liberdade,
Reencontrar e resgatar a sua dignidade,
Varrida para baixo do tapete, no lixo comum.

Se ele for subproduto da mestiçagem,
É pardo? Certamente sem boa expressão.
Sua fé será medida, sua alma será pesada.
Quanto vale? Sem tradição. Quem dá mais?

Finalmente realiza sonhos na cela trancada,
Fundas verdades, no fundo, bem caladas.
Fome, preconceito, abandono, omissão.
Para a sociedade, não é nada, nunca foi nada.

Ele não será nada, só mais um elemento.
Mais um, que não soube ser cidadão.
Sonha menino. Capricha na dose,
Até uma over dose. Liberdade menino!
Sua alma está pacificada sua fome é pacifica.
Liberdade passiva - Já não podes respirar.

Rosamares da Maia
22/11/2005
Monografia – Puc RJ

Foto de P.H.Rodrigues

Homem Moderno

A falta de direção é o que leva o homem a pensar
a ignorância de pensar que tudo sabe é o que leva o homem a errar
a falsa sensação do conhecimento é o que faz o homem se perder
em seu orgulho, e não consegue seus erros reconhecer

A sensação de superioridade é o que faz o homem se por no altar estando na lama
que o faz cair no chão, mas ainda assim, pensar que sonha em sua cama
Assim como a imaturidade o torna inútil,
mais cego que uma criança, não sem maldade, mas bem mais que fútil.

A incapacidade de pensar o torna máquina
que não consegue se entender,
e muitos menos consegue aos outros compreender

Tão tolo, que não consegue nem ler seus pensamentos
desiste, se joga de lado, aceita e se torna prisioneiro de seus lamentos
e assim segue o homem moderno, rumo ao desenvolvimento.

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