sonho

Foto de Carmen Lúcia

A vida convida

Pisa o que ficou, segue adiante,
carrega consigo o que foi relevante.
Só! Algumas doces lembranças
que ainda não viraram pó
e registram a leveza dos fatos
não marcados pelo dó.

A vida sempre fica aberta
mas tem que se saber entrar…
Retomar a rota interrompida
ouvindo os sinais de alerta
ou errando para acertar.

Sonhar não tem hora certa,
sempre é tempo de sonhar…
embramar-se em fantasia
dar novo ensejo à alegria,
em nova estrada ver o sol brilhar.

Mas o tempo uma hora fecha,
não deixe o sonho se atrasar
que a porta pode se emperrar
deixando-o lá fora
por ter perdido a hora de chegar.

Sem a mala pesada que cansa
siga o curso que o amor alcança,
sem resquícios do que ficou pra trás.
Rupturas que não têm concerto,
que o tempo corrói e não refaz…

Nasce de novo, renova,
faça do coração o marco zero,
abraça a causa que lhe comova,
deixa a emoção povoar cada lugar…
É a vida convidando para amar.

_Carmen Lúcia_

Foto de Arnault L. D.

Ícaro

Voa ave no cantar do vento,
em espirais, deixa-se levar...
aos caprichos que guia-lhe o ar
sobe a girar no firmamento.

Livre, como é de seu feitio,
o pássaro faz parte do ar.
Que abraça, a laços desatar,
o embala, longe, ao vazio.

O vazio, ao vôo nos convida
e em seus braços nos enleva,
ao planar, liberto da longeva
caminhada no chão desta vida.

E deste mesmo ar me completo,
a cada respirar nos confundo,
no sopro expiro o céu moribundo
deste voar que n’alma aquieto.

Foto de Carmen Lúcia

Escrevo?

Escrevo...
a folha em branco me impele
provoca-me
convoca-me
remexe meus neurônios
os sentimentos à flor da pele
quer que me revele
que me rebele
trace recônditos da alma
a ansiedade que me transtorna
o momento em que me encontro.
Palavras se difundem
confundem as emoções
debatem-se em confronto
emudecem as razões.

Escrevo...
um emaranhado de letras
embargadas na mente,
de início, incoerentes,
mas que ganham sentido
de repente
à medida que descrevo
a verdade (in)contida
a palavra que não digo
o silêncio que consente
em calar o que sinto.

Escrevo...
no papel em branco
- meu cais-
onde aporto meu barco,
onde choro meus ais
onde volto e parto
e o branco do papel já não é mais
molhado e pardo
descreve a neblina
de pranto e de mágoa
expressa o que quero
o que grava a minha retina
mas que nunca revelo.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Unicidade

Creio em Deus trino
que me fez una...
Insubstituível.
Só um caminho me é admissível
além dos desvios que lançam aos desafios...
Sou como o rio
que serpenteia, contorna rochas,
permeia pedras e as pisoteia.
Não se desnorteia
para chegar ao seu destino.

Entre o sagrado e o profano
sou o meio termo...
Nem pura, nem mundana.
Sou humana.
Não vacilo...
No entrelaço das incertezas
fico com a óbvia certeza
de que o bem prevalece.
Procuro a isenção das ambigüidades
que confundem e roubam a tranqüilidade.
Caminhos confusos,
trilhados pela dualidade....

E nessa unicidade em que vagueio
passeio em cores e versos,
meu eu manifesto
ao colher de cada dia
a poesia
que me lapida em gestos de amor
em busca da beleza interior.

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Outono

Tempos dourados outorgam novo ciclo,
Outonam caminhos, regam a esperança,
douram folhas, desnudam paisagens
que nuas perambulam, a contento,
bailando sem pudor entre o calor e o frio
e de mansinho desaparecem com o vento.

Acordam a nostalgia com acordes de magia
a tecer um tapete de ouro pelo chão
por onde passará com nobreza e distinção
a doce trilogia: beleza, poesia e emoção,
fazendo o tempo deslizar bem devagar, sem precisão.

Da terra brotam sulcos, alcovas das sementes
e silenciosa, a germinação procede vagamente,
acalentando o sono das flores adormecidas,
enquanto o frio do inverno cumprir sua missão.

Mas hoje é outono, tempo de espera,
as folhas jazem mortas... até a primavera,
que cobrirá de cores o cenário amarelado,
de flores e de vida o momento esperado.

_Carmen Lúcia_

Foto de Dirceu Marcelino

Na longa estrada da vida corremos sem parar..Homenagem a José Rico....

Na longa estrada da vida corremos sem parar,

Na esperança de sermos os campeões,

Chegando em primeiro lugar,

Mas tudo depende de nossos corações...

Até ontem, sentíamo_ nos sozinhos, abandonados,

Talvez, por alguém que nos dera tanta inspirações,

Ter nos deixado e ainda não termos alcançado

Por causa (in) dependente de nossos corações...

Porem, hoje sintamo_nos confortados, estimulados,
por alguém como vocês com suas devoções,
terem_nos convidados, ou até convocados

A poetar, neste espaço de recordações,
Onde temos a chance de rememorar o passado
e com senso comunitário dar vazão às nossas emoções...

Obrigado.

Dirceu Marcelino.

Foto de Izaura N. Soares

Iluminando um sonho

Iluminando um sonho
Izaura N. Soares

Eu sou como um raio de luz a esquentar-te.
Vivo e sinto meu coração bater forte no peito
Quando contigo estou a sonhar.
Aproximo-me de ti para sentir o teu perfume
Que de longe a fragrância paira no ar.

Olho em cada canto do teu olhar,
Vejo o teu sorriso a me sorrir, a me namorar.
Percebo que não estou sonhando
Que estou vivendo uma realidade natural
Do amor... Sim do amor que vive para amar.

Observo em minha volta um lindo jardim,
Com suas variadas flores, e eu em busca de
Apenas uma, para te fazer feliz.
Sou como o sol que aparece todos os dias
Parara te iluminar... Iluminar o teu caminho.

E nesse jardim procuro as mais belas flores
Para enfeitar os teus sonhos junto ao meu.
Em tudo na minha imaginação dispenso a solidão,
Para abraçar somente o teu coração...
Que há muito me fez viver uma linda paixão!

12/12/2014

Foto de Lidia Lima de Oliveira Soares

Sonhadora !

SONHADORA

Mulher, menina, que o tempo maltratou,
Com ardis cruéis de um amor que não vingou...
Nem por isso ela perdeu seu brilho de
Menina linda mulher, que ri brinca, e faz graça.
Dizendo a todos na praça que é feliz.

Sonhos bem guardadinhos, no cantinho do coração,
Vai a MULHER menina sonhando no seu sertão,
Com as cores da primavera, que vão lhe trazer,
Novos perfumes... juntamente com um novo amor...

Assim a menina canta e encanta a todos,
Vivendo os seus amores sonhadores,
Na fantasia as lembranças de um príncipe
Encantado que foi seu namorado.

Com tudo que já passou. Com toda dor que ela viveu,
Não deixou de crer no amor, que um dia conheceu.
E dando tempo ao tempo... As magoas se apagando,
Para uma nova esperança ir nascendo...

A certeza é o seu guia, que dias melhores virão,
E sonhando com o futuro, Vai à menina sonhadora,
Vivendo e revivendo seus passos dia a dia...
No sonho de encontrar seu novo sonhador.

Lídia Lima de O. Soares

Foto de Carmen Vervloet

Limite

Neste meu crepúsculo
já não mais encontro
a face do meu sonho...
Perdeu-se no meu lusco-fusco,
cerrou seus olhos castanhos.
Busquei-a nas montanhas,
entre canteiros de rosas,
usei de mil artimanhas...
Mas a vida ardilosa
engendrou sua despedida
e a face do meu sonho,
numa nuvem solta,
ficou perdida.

Foto de Rosamares da Maia

Declaração de Apropriação

Declaração de Apropriação

Queria me apropriar de Pessoa,
Não de qualquer pessoa. Não!
Qualquer um não serve.
Mas propriamente tomar posse de Pessoa,
- De Fernando.
Aliás, tenho me apropriado da sua pessoa.
Mesmo que de forma imaterial – Espiritual.
Tenho-me seduzido por seus versos,
Viajado em sua mística maçônica,
Sofrido a sua dor pelo que há de inexorável.
Tenho me apropriado de Pessoa, de muitos.
Sim tenho tomado posse e tenho sido tomada.
- Por todos Eles,
De todos os que saltaram de sua alma,
E em tons diferentes multiplicaram vidas.
Porque este Pessoa não se coube em um só corpo.
Tenho eu sido a cortezã de todos Eles.
Amando indistintamente, aventurando-me.
- Como D. Sebastião,
Louco além do mar português.
Tenho contado, cuidado e guardado os rebanhos,
Rebanhos dos sonhos meus.
Do menino do céu que veio brincar em minha aldeia
- Cuidei Dele também.
Perdoando-o por soprar os ventos,
Somente para levantar as saias das moças.
Tudo para apropriar-me de Pessoa.
Mas o que dele fica em mim?
Levanto-me por manhãs vazias,
E estou vazia de mim mesmo e Dele.
Porque não sou Ele!
O perfume de Fernando tem o cheiro da terra,
Das touceiras de capim arrancadas e alinhadas,
Todas dispostas a beira do caminho
O eco da sua voz me diz: “Uma flor é uma flor”
“Não foi feita para pensá-la, mas para sentir e cheirá-la”
“E eu tantas vezes vil, tantas vezes reles”.
Tenho me apropriado de pessoas e errado muito – admito.
Sou como a “criança das cidades e dos vales”,
Também eu não “aprendi a respirar”
Apropriar-me de sua alma? Sem a clareza da vista?
“Sem alma para ver claro”?
Sinto-me ridícula!
Sou como Maria José – a feia.
Escrevo cartas de amor ridículas,
Moribunda a beira da janela,
Para um homem que jamais as lerá.

Rosa Mares da Maia – 02.03.2014.

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