tormento

Foto de DENISE SEVERGNINI

Bandida Lua

Bandida Lua

Oh Selene, andarilha das noites cruas
Nas alcatifas da minha quimera, vives
E a conspurcas de maneiras espúrias
Breu ativa-se nas biografias breves...

Tua maldade pulcra legifera teses
Mal resolutas, ambíguas, letíferas
Que perpetrar se abismas meus deslizes?
Lapso de era!Falhas infrutíferas...

Impeço tua extensão e, então, adejo
Em cenóbios mediévicos, permaneço
Avejão de Arthur oscula-me sem pejo
Não padeço!Venero afetuoso gracejo

Nos orbes de Cíntia, retrocedo a vicejar
Luminar sem fanal, que almejas de mim?
Alvitre do desengano confina-te ao mar!
Almejo meu sorriso em lábio carmesim...

POESIA GÓTICA

Foto de Athayde

Espelho

Quão belo você parece ?
Pela noite que te esconde,
pela alma que empobrece...
Só me responda,
És tu ou tua veste?

Se ontem era ouro
Com intenso brilho,
Resplandece o louro..
Hoje sou pó umidecido
Que se agrega sem libido,
Nas faces da feiura sem o amar..

Quão belo você parece ?
Se tua mãe te nega o colo,
Teu país te tira o solo
E teu espelho é gargalhar..

Pense,Tu és bonito o quanto pode...
A poesia te socorre,
Feito urubú a planar...
Pense comigo num instante...
A lama é relaxante,
O desprezo até vibrante!
Ser invisível pode o salvar!

Dance com a amargura,
Tire o belo da feiura
Sugue o osso e expire manjar...

Porque te digo,desprezível menino,
o impossível é para o belo,
Cujo caminho é ladrilhar..
Para tu,que nasce pelo avesso,
A tua luta é desde o berço..
Mas a esperança infinita,
De Brilhar e Brilhar...

Foto de Bruna matias

Apenas Eu

EU?
TALVEZ EU SEJA APENAS UM VULTO DE EXISTENCIA
ENTRE O CEU E O INFERNO,
UMA CHUVA PASSAGEIRA QUE SURGE NO BREU DA NOITE
E DESAPAECE EM UMA MANHA RASGADA PELOS RAIOS DE SOL
UMA SIMPLES CONFUSÃO NA INCERTEZA DE VIVER OU MORRER.
TALVEZ O SIM E O NÃO NA CONFUSÃO DE IR E VIR,
O PASSADO DE HOJE E O PRESENTE DE AMANHA,
MAS NUNCA O FUTURO DE AGORA.

TALVEZ EU SEJA O REFLEXO NO ESPELHO
INVERTIDO DO QUE DEVERIA SER,
TALVEZ EU SEJA A CONTRAMÃO NA RODOVIA INTERDITADA,
TALVEZ EU SEJA O SIM E O NÃO ENTRE ESSE OU AQUELE,
UMA APARIÇÃO ENVIADA POR NÃO SEI QUEM...
OU TALVEZ EU SAIBA...

UM SIMPLES SER POR TER, O QUE OUTROS NÃO TEM.
APENAS SER PARTE DE CADA COISA QUE ME RODEIA
OU O NADA DO QUE EXISTIU
UM ESPAÇO EM BRANCO DE UMA CARTA ESCRITA EM VERSOS
OU A ESCRITA COLORIDA DE UM DESENHO PRETO E BRANCO.
A LIGAÇÃO ENTRE COISAS DISTANTES,
OU O MEDO DE PESSOAS PRESENTES...

EU SOU O QUE SOU,
SOU APENAS EU.

Foto de simone floriano

Um toque em sua mão.

Um suave toque em sua mão
Me fez imaginar o que mais ?
sem resposta o pensamento voa,
E pelo dia !
E pela tarde!
E pela noite, segue adiante,
E o pensamento volta sem resposta !
E ao adormecer?
E nos sonhos vivido, que segue noite adentro!
Essa agonia d"alma que não descança...
O corpo reclama, em chama ardente...
Aquela mão
Aquela boca
Aquele corpo...
O meu corpo sua, geme .
E até chora...
Aquele rosto?
Aquele corppo?
Aquela alma?
Esse fogo em vão.
Apenas toco na sua mão.

Foto de Rozeli Mesquita - Sensualle

A pedra da vez...

*
*
*
As pedras insistem no meu caminhar
São batalhas, lutas, conquistas
E feito a água, contorno-as
Sigo meu caminho...vou em frente
E como coadjuvante da dor
Em cada passo, vou transpondo as lutas
Na luta, surge uma nova mulher
Confiante, determinada...vencedora
Maior o obstáculo. Maior a união
Os corações de mãos dadas caminham
E as batidas são fortes, unidas, vencedoras
Tropeço levantando e a esperança renovando.
A pedra no sapato que vai machucando lentamente
Não conhece minha dor...Não conhece meu valor
Outras pequeninas, quase imperceptíveis
Incomodam...mas a ti pedra pequena : sou grande
Pedras lançadas em minhas retinas
Em frações de segundo me cegaram
Pavimentaram meu caminhar
E no atrito das pedras, um feixe de luz
As pedras desde novo caminho
Não ultrapassam meus sonhos
Recomeço, sem pressa
Na expectativa do fim
A trajetória é coberta por pedras
De cristais, preciosas ou calcárias.
Sem desistência, construo escadas
Lapidando, fazendo escolhas
Pedras...a ti lanço meu agradecimento
Fizeste-me sofrer, me fizeste chorar
Em cada sofrimento, me fez crescer
Em cada lágrima, me fez vencer

Foto de Osmar Fernandes

Pichador

Pichador
Em outros tempos, era um movimento social...
O artista expressava seu pensamento.
Sabia apontar seu chacal...
Protestava com sentimento.

Hoje em dia, no Brasil, é vandalismo.
Jeito mesquinho de aparecer na televisão...
Disputa entre gangs, revanchismo.
Desejo espúrio de competição.

Essa faccão não teve infância, nem diversão.
Comete o crime no delírio de sua euforia.
Pensando ser sua arte uma criação,
Espalha sua tinta como embolia...

Essa turma vegeta em constante adrenalina.
Não tem medo da morte.
Vive correndo da polícia.
Seu mundo é obscuro, sem norte.

Como vampiro, ataca de madrugada.
Onde põe sua marca faz o objeto chorar...
Virou vício, doença desalmada.
Sua assinatura é um lixo a lamentar.

Osmar Soares Fernandes
Publicado no Recanto das Letras em 26/02/2009
Código do texto: T1457855

Foto de pttuii

Discussão

enviesei demasiado as tuas palavras. Estavam escritas como que num monte em chamas, rosadas em cada perna das vogais que queriam dizer algo mais que simples chiadeira de argumentos gastos.Fui o retransmissor de sinais ocultos naquela tarde de aconchegos estranhos. Senti-me a parede de rechaço do que disparaste para a ofensa primária. Fui a bóia de socorro das redes de desculpa que me tentaram pescar no mar revolto da ofensa. E no fim, lá estavam as tuas palavras. No envólucro baço, quase fino do papel de embrulho do que se quis dizer, deixou-se o restolho daquele fogo fátuo que pairava entre o respirar de duas criaturas que se desentendiam, entendendo-se por etapas.

Foto de pttuii

Mortal, até amanhã

acordou estremunhado,
cansado,
por menos que isso,
doía ao mundo o regaço,...

inefável,
queria ter simples
dores de parto,
um homem a
dizer de si,
o que o mundo odiava
pois escapava
ao senso comum,

das longas noites de
fazer nada,
e hoje,...

a ser o dia depois de ontem,
e sem querer que o amanhã venha,
estava estremunhado,
desejoso do mal,
queria tolerância,
risos descarnados,
malandros frisados a
rir com a possível
ignorância de ser
sacana e angelical ao
mesmo tempo,..

arredado,
de tudo quanto
contava para
as pessoas,
arrastava-se por
aqui,
e por ali catava,
do chão,
dos chãos das
existências cadenciadas,
beatas dos que sucedidos,
mais ou menos bem,
limpavam-se às limpezas
do amanhã
que se desfaz em
suores inconsequentes,...

foi-se deitar arrependido,
enfadado,
por menos que um sopro de vida,
deixou-se enlear no que desenhado,
não dá mais que dois suspiros,
e uma vontade de matar
pictórica e real....

Foto de Rosinéri

ME ACEITA ASSIM

Me aceita assim, meu amor
assim, com tudo o que tenho
Um pouco de utopia talvez
E com minha mochila
Carregada de sonhos
Não posso viver sem você
Sem a essência de minha vida
Dos que crêem em minha fonte
Para expressar o que eu sinto
Me aceite assim, amor
Acredito na magia dos meus sonhos
Que tudo pode virar realidade
Só temos de acreditar
E afirmar que pode dar certo

me aceite assim, amor
Creia nos amores
Mágicos e eternos
Pense que a distancia
Não impede, mesmo longe
Pode ser fiel, a um sentimento
Isto faz parte dos meus sonhos
Sentir-te aqui mesmo estando longe
E que vivas como eu, com amor
A cada momento.
Transformando nossos sonhos
Numa magia a cada novo encontro
me aceite assim, amor
Não destruas o que penso
Você é o motor da minha vida
É como acender um incenso
Ou transformar em branco
Tudo aquilo que é negro
Me aceite assim, amor
Com minhas palavras e silêncios
Mesmo não podendo ver meus olhos
Mas entendendo meus sentimentos
Meu coração te diz
Tudo o que guarda dentro dele
Ele te conta a importância de meus sonhos
Enche-te de amor
E pede pra ser parte dele

Foto de pttuii

Menina perfeita à chuva IV

Feliz de dia quem lamenta o que não fez à noite. Infeliz ao deitar ela. A menos esforçada alma transparente. Que sempre penteou os cabelos louros pensando que eles eram azuis. Que sempre pintou os lábios transparentes, esperando que eles fossem pretos. Negros de morte. Daquele desaparecimento espiritual que leva a pintura de vida de quem faz realmente falta entre os quatro cantos de um planeta esférico.
Teimava em acidificar, a chuva. Não seria um aguaceiro, porque o céu lembrava mar depois de naufrágio poluidor. Mas também não era o dilúvio, porque o fim do mundo sente-se.
Entranha os ossos sem ser chamado, e faz das lamentações sangue amarelado. Pasta que lambuza a cara dos sofredores, e deixa os felizes, contentes até ao fim do segundo que vem a seguir.Menina frustrada, à chuva. Lembrou quando aprendeu a ler. Foi uma festa. Uma tempestade de sabores que a vida brinda em bolo de aniversário.
(continua)

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