Cordas

Foto de Remisson

Poema furtivo

O poeta ao falar de si fala dos outros,
que cada um tem um quê do outro.
Tudo é como se fosse um amarrio de cordas
seguidas, compassadas, continuadas.
O poeta ao falar dos outros fala de si,
que cada um outro tem um quê de nós,
cada um vive a vida alheia sem saber
e morre na morte do outro.
Cada poema é impessoal, é de todos,
ainda que impregnado de evidências da mão.
O meu seu poema dele não existe.

Foto de Edilson.RL

Que vida é esta?

Que vida é esta que não rege um universo?

Em que as estrelas brilham mesmo em tempestades
E sem qualquer ponto de equilíbrio,
Pois, o equilíbrio está na gravidade
Que não conseguimos igualar.
As estrelas fixam-se
E o vago do universo fica por ali
Talvez rodeando as estrelas,
Talvez se rodeando por si mesmas
Talvez...

Mas o universo não rodeia entre as estrelas,
Pois, elas são as que deveriam rodeá-los.
Ou estarem num conjunto
Para todos brilharmos continuamente.
Mas como tornar este brilho brilhoso
Se a maior parte do universo só pensa?
Doe a fome, a miséria, a corrupção,
As idéias pequeninas, os orgulhos grandiosos.

Em campos floridos, céus coloridos
Explosões seguidas de vuvuzelas
Ouros, Pratas e Bronzes.

E o vago do universo fica por ali,
Enraizando-se no inferior.
Com seus buracos negros entre os defeitos
Enquanto estrelas pairam pela eternidade.
Vamos enxergá-las!
Arremessar cordas ao alto!
Vamos capturar as estrelas
E mostrar a elas nossos poços
Embebecidos com lama.
Mostrar o nosso brilho!
Queremos constelações sem os devidos desvios!
Erga-se aquele que quer um novo universo...
Uma nova vida...

Foto de cnicolau

Começar de novo

Preciso escrever,
Mas novamente a idéia não quer passar para o papel.
A dificuldade de transmitir o que estou sentido torna-se clara.

Indefinições tomam conta da mente,
definições tomam conta da alma,
palpitações descontrolam o coração,
e a ansiedade apodera-se do corpo...

Sento, me aconchego no som que sai de meu violão...
Toco, fecho os olhos e somente tento ouvir a melodia...
Os dedos correm pelo braço, dançam por sobre as cordas...
A música me acalma...

Deito, tento descansar, mas milhões de
pensamentos me rodeiam, tornam a virar minha
mente de cabeça pra baixo...
Uma montanha russa de agitos, encontros e
desencontros, sensações que a tempos não tinha ou vivia.

Sou obrigado a sair, tentar apagar a memória
como um simples quadro negro.
O difícil é que a lousa é minha história e EU
represento o que esta escrito nela...

Paro, e vejo que por mais que tente, o que
esta escrito não pode ser redigido, quiçá apagado.

Fecho novamente os olhos, respiro fundo,
sinto a calamidade interna que me abate,
tento não demonstrar o conflito interno que
me corrói vivo, solto o ar, abro os olhos e
torno a caminhar...

Olho para os lados, vejo as pessoas, me
distraio observando-as, sozinhas ou
acompanhadas, lendo um livro, brincando com
seus filhos e continuo andando...

Porque comigo tem que ser diferente?
Porque a recíproca comigo não tende a ser
verdadeira?
Porque não consigo ser, ver ou sentir como
todos?

Porque?

O que acontece com esse EU interno que não me permite...

Espero que um dia eu consiga entender, que eu
consiga vizualizar, sentir...

Enquanto esse dia não chega, não poderei
viver como um simples mortal, continuarei a
ser EU mesmo, com minhas dores e meus amores,
mas na certeza absoluta, que um dia me
entenderão e não duvidarão de minha
honestidade, de meu caráter e do meu modo de
ser, agir ou pensar...

23/10/2011
Cleverson Luiz Nicolau

Foto de Pedro Rodrigues1969

Guitarra Portuguesa

Guitarra Portuguesa

Vou tocar na minha guitarra
Imaginaria e bem Portuguesa
Acordes de rara beleza
No dedilhar com suavidade
As cordas vão soltar
Som de puro sentimento e moção
Vou fazer vibrar teu coração…

Autor
Pedro Rodrigues

Foto de Ronita Rodrigues de Toledo

CACOS

CACOS
Uma noite dessas saí por aí a fim de me divertir...
Juntar os cacos do meu coração,
afogar as magoas num copo de bebida amarga.
Embriagar-me de canções bregas que extravasam o amor
na sua mais sublime forma de ser...

Submersa em meu copo já vazio, porém, inteiro
ouvi entoar das cordas de um violão, o soluço da saudade
e o chorar da solidão.

E mergulhada na eternidade dos segundos,
sinti arrebatar- me do êxtase - risos e aplausos.
Despertei-me, então, para a realidade de meu copo,
que não mais era vazio.

Em meus lábios, o que antes era fel se tornou mel.
E sonhei, e sorri, e gargalhei...

Ronita Marinho - BN

Foto de Delusa

carta

Vai solitária cartinha
Pelo mundo a procurar
Alguma alma sozinha
Por mim a perguntar

Se chegares à sua mão
Dá-lhe perfume de rosas
E reveste-lhe o coração
Das pétalas mais formosas

Planta-lhe no peito uma flor
Uma flor bem colorida
E dissolve-lhe toda a dor
Para que sorria na vida

Se não a chegares a encontrar
Regressa fiel cartinha
Para de novo te fechar
Nesta esperança só minha

Ficarás comigo cativa
Tal pomba na gaiola
Morta e cheia de vida
Como as cordas duma viola

Delusa

Foto de Delusa

As minhas asas são do sonho

As minhas asas são do sonho
As que tu me vieste dar
Tão leves que me fazem voar
Em espaço outrora medonho

Se deste pairar eu disponho
Nunca mais quero pousar
Para não perder este voar
Que é a realidade num sonho

Sou mais que ave alada
Veloz a cruzar o vento
Tão alto perto do sol

Ouço a música sonhada
Nas cordas do sentimento
A melodia dum rouxinol

Delusa

Foto de Allan Sobral

Em Busca da Liberdade!

Hoje agonizantemente vibram minhas cordas vocais em forma de grito, chove na sequidão de meu rosto castigado, minhas dores em forma da pranto, pranto de uma vida, pranto de um homem, pranto de um povo.
Todos os dias acordamos em busca do nunca a procura da tão sonhada paz, que um dia nos foi roubada, pois invadiram nossas tribos, estupraram nossas mulheres, escravizaram nossos pais, acorrentaram nossos deuses e nos impuseram padrões, e deixamos de ser gente, passamos então a ser, branco preto, índio, baixo, gordo, alto, magro, judeu, homem, mulher, cristão, gênio, burro, fraco, forte, pagão, crente ou até mesmo nada.
A brutalidade e o medo nos atingiram com tamanha intensidade, ao ponto de acreditarmos que esta porra de escravidão controlada por essa merda de sistema, vai acabar, e que do nada seremos felizes, que por algum motivo divino ou capitalista alcançaremos repentinamente o paraíso, sem precisar de amor, de outros seres frágeis ou corruptíveis como nós.
Nos cegamos, e por medo, selecionamos algumas mentiras e talentosamente transformamos em verdade absoluta. Criamos paradoxos, personagens e até mesmo deuses, e com tamanha força acreditamos em nossas próprias mentiras, que nos dispusemos a matar ou determinar que nossos deuses matem ou condene todos aqueles que crerem em outras mentiras... ou serão outras verdades?
Então por fim chegamos onde queria que chegássemos, será que somos o que somos, que nos vestimos, cantamos, trabalhamos, estudamos, ou se quer sobrevivemos porque que cremos de verdade, ou queremos mesmo que tudo seja assim? Ou fomos impostos a crer, fazer e pensar assim?
No principio da humanidade, éramos um bando de animais, que vivíamos em prol de alimento, sexo, e simples sobrevivência. Será que mudamos? Em torno de que vivemos agora?
Pensando assim hoje faremos diferente, proclamaremos liberdade, com as mesmas palavras que levantaremos questionamentos, traremos as soluções, e com as mesmas palavras, escreveremos uma nova estória, cujo o título é "Liberdade", os personagens não tem nomes, cor, ou diferenças. E por fim termos um novo começo, onde se começa o fim de nossas dores, onde se principia a paz, faremos por enredo o perdão, e por fim... seremos felizes, seremos com apenas um.
Então que sejamos livres! Que seja agora! Já! Liberdade.

Allan Sobral

Foto de andrelipx

O gemer da minha guitarra...

Geme com dores a minha guitarra. Mas não é uma guitarra normal, é aquela guitarra que me acompanha todos os dias no meu quotidiano. Ela treme de tanta vibração mas as suas cordas não rebentam, porque a força das cordas é mais forte que as dores que esta guitarra sente. Tem dores, porque já sofreu muito. É uma guitarra que morre de sofrimento, cada dia que passa de parte como quem parte um pedaço de madeira. Ela chora, mas não deita lágrimas deita notas que pela sua sinfonia são mais baixas que um som pianinho, mas tem outras notas que pela sua vivacidade quando caem, tocam como um tambor. Esta guitarra já não vivia, em certos lugares, nota-se rasgas na sua finíssima pele de madeira que a envolve num manto de notas tão belas que transmitem o seu sofrimento. Está cansada de tanto tocar e chamar a atenção de quem não a quer ouvir. Esta guitarra chama por alguém, por alguém que saiba tocar e recuperar a sua vivacidade e para que aquele manto de notas que transmitem sofrimento se transforme num rio de notas de felicidade, porque ela é especial ela toca para quem a quer ouvir... Ela quer deixar de tocar músicas tristes e passar a tocar musicas que pela sua força de tom, iram transmitir forças a quem mais necessita. A guitarra da vida é assim é uma guitarra especial, tanto pode estar triste e desafinada como alegre e afinada, e por isso é que ela quer alguém, para que a possa dar um rumo de felicidade e de sucesso, mas não é um sucesso qualquer, é um em que todos possam ser felizes e amigos. Não há nenhuma outra guitarra que queira fazer o que está faz, que é procurar alguém feliz para a fazer feliz, porque ela neste momento sente-se triste e quer por um final mais feliz que este começo triste, porque esta guitarra é a representação mítica e personificada de cada um, mas tem uma coisa é uma guitarra lutadora e forte enquanto muitos se mostram fortes mas não passam de meras pessoas que transportam dentro do saco da sua guitarra só tristeza, mas um dia esse saco e esta guitarra iram ser muito felizes e iram ser lutadoras e forte. Eu tenho esperança e tu guitarra também, senão tiveres eu partilho contigo um pouco da minha esperança, porque juntos iremos vencer e ser felizes, força guitarra, força....

Foto de Carmen Vervloet

Canto na Tarde Branda

Sobre o galho florido da acácia
entre flores tingidas de cor-de-rosa
meu canário solta a voz com eficácia
numa canção insistente, até teimosa.

Ao redor o povo enternecido
ouvindo o canto que do alto se evola
esquece mágoas e no canto absorvido
tange a alegria nas cordas da viola.

A música toma conta de toda gente,
o som penetra no imo da tarde branda
meu coração só fala do que mais sente
na cadência indolente da rede da varanda.

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