Degradação

Foto de Jardim

chernobyl

1.
sons de violinos quebrados vinham das montanhas,
uivos de lobos noturnos,
varriam as imagens das imaculadas ninfas
enquanto se ouviam as vozes dos náufragos.
o príncipe das trevas desceu disfarçado de clown,
bailava num festim de sorrisos e sussurros.
a nuvem envolvia a cidade com seus círculos febris,
se dissolvia nas ruas em reflexos penetrantes,
coisa alguma nos rios, nada no ar e sua fúria
era como a de um deus rancoroso e vingativo.
a morte com seus remendos, oxítona e afiada,
distribuía cadáveres, penetrava nos ossos, na pele,
nos músculos, qualquer coisa amorfa,
alegoria da inutilidade das horas.
agora este é o reino de hades
os que um dia nasceram e sabiam que iam morrer
vislumbravam o brilho estéril do caos que agora
acontecia através del siglo, de la perpetuidad,
debaixo deste sol que desbota.
o tempo escorre pelos escombros,
o tempo escoa pelos entulhos de chernobyl.

2.
meu olhar percorre as ruas,
meus passos varrem a noite, ouço passos,
há um cheiro de sepultura sobre a terra úmida,
um beijo frio em cada boca, um riso
estéril mostrando os dentes brancos da morte.
não foram necessários fuzis ou metralhadoras.
mas ainda há pássaros
que sobrevoam as flores pútridas.
aqueles que ainda não nasceram são santos,
são anjos ao saudar a vida diante da desolação
sob este céu deus ex machna.
aos que creem no futuro
restaram sombras, arcanos, desejos furtados,
resta fugir.
uma nuvem de medo, ansiedade e incerteza
paira sobre o sarcófago de aço e concreto da usina.
asa silente marcando o tempo
que já não possuímos.
pripyat, natureza morta, vista através das janelas
de vidro dos edifícios abandonados
sob um sol pálido, ecos do que fomos
e do que iremos ser.
pripyat, ponto cego, cidade fantasma,
os bombeiros e suas luvas de borracha e botas
de couro como relojoeiros entre engrenagens
naquela manhã de abril, os corvos
seguem em contraponto seu caminho de cinzas
sob o céu de plutônio de chernobyl.

3.
e se abriram os sete selos e surgiram
os sete chifres da besta,
satélites vasculham este ponto à deriva, seu nome
não será esquecido, queimando em silêncio.
os quatro cavaleiros do apocalipse e seus cavalos
com suas patas de urânio anunciam
o inferno atômico semeando câncer
ou leucemia aos filhos do silêncio.
os cães de guerra ladram no canil
mostrando seus dentes enfileirados, feras famintas,
quimeras mostrando suas garras afiadas,
como aves de rapina, voando alto,
lambendo o horizonte, conquistando o infinito.
eis um mundo malfadado povoado por dragões,
a humanidade está presa numa corrente sem elo,
sem cadeado, enferrujada e consumida pela radiação.
vidas feitas de retalhos levadas pelo vento
como se fossem pó, soltas em um mundo descalço.
vidas errantes, como a luz que se perde no horizonte,
deixam rastros andantes, vidas cobertas de andrajos,
grotescas, vidas famintas e desgastadas,
que dormem
ao relento nas calçadas e que amanhecem úmidas
de orvalho, vidas de pessoas miseráveis,
criaturas infelizes, que só herdaram
seus próprios túmulos em chernobyl.

4.
mortífera substância poluente, complexa,
realeza desgastada que paira nos ares
da pálida, intranquila e fria ucrânia
envolta no redemoinho dos derrotados.
gotas de fel caindo das nuvens da amargura,
sobre a lama do desespero, sobre o vazio
da desilusão, no leito do último moribundo.
cacos, pedras, olhos mortiços, rastros cansados,
inúteis, o sol das estepes murchou as flores
que cultivávamos, descolorindo nossas faces.
seguem os pés árduos pisando a consciência
dos descaminhos emaranhados da estrada,
na balança que pesa a morte.
no peso das lágrimas, que marcaram o início da dor,
restos mortais, ossos ressecados, sem carne,
devorados pela radiação, almas penadas
no beco maldito dos condenados, herdeiros
da abominação, mensageiros da degradação,
horda de náufragos, legião de moribundos.
o crepúsculo trouxe o desalento e as trevas, a vida
agora é cinza do nada, são almas penadas que fazem
a viagem confusa dos vencidos em chernobyl.

5.
ainda ouvimos os gritos daqueles que tombaram,
e os nêutrons sobre a poeira fina dos vales,
os pés descalços sobre pedras pontiagudas,
ainda ouvimos o choro das pálidas crianças,
a fome, a sede e a dor,
o estrôncio-90, o iodo-131, o cesio-137.
vazios, silêncios ocos, perguntas sem respostas,
degraus infernais sobre sombras, rio de águas turvas,
quimera imunda de tanta desgraça,
fantasia desumana sem cor,
transportas tanto mal, conduzes a todos
para a aniquilação neste tempo em que nada sobra,
em que tudo é sombra, é sede, é fome, é regresso,
neste tempo em que tudo são trevas,
onde não há luz.
cruzes no cemitério, uma zona de sacrifício,
sob um céu sem nuvens,
a morte em seu ponto mutante.
no difícil cotidiano de um negro sonho,
restaram a floresta vermelha,
e os javalis radioativos de chernobyl.

Foto de MISS DAISY

Indignação

O Brasil jamais será uma super potência, um país de primeiro mundo, com cidadãos culturalmente evoluídos em sua maioria a ponto de reconhecer o que é bom ou ruim para sua descendência!" Vejamos: Observemos a natureza para termos as respostas de que precisamos. Na natureza tudo que puro e original é lindo, é divino. Tudo o que percorre seu curso normal, assim como as águas de um rio, é sublime, é maravilhoso. No Brasil, tudo o que é sublime, é destruído, quase que imediatamente pela grande vilã, a MÍDIA. Os valores morais foram terrivelmente deturpados pela funesta casta midiática que imprime valor em tudo o que é inútil e fútil mas que está "na moda". Foi-se o tempo em que uma mulher receber adjetivos pejorativos, baixos e vis era tido como desrespeito. Hoje é ELOGIO para a maioria das mulheres. As mulheres e seus corpos, são expostos nas vitrines televisivas como carne no grande açougue da mídia, esperando serem classificadas de acordo com as formas, com as poucas roupas que vestem, com o apelo sexual que apresentam. Os homens, por sua vez, afastados cada dia mais dos conceitos e pré-conceitos de moralidade, sucumbem mais e mais, desvalorizando suas esposas e partindo para os prazeres fáceis e os convites explícitos da rua. Nossas meninas, crescem explorando tais vitrines com curiosidade inocente e mentes abertas ao desconhecido. Nossas adolescentes deslumbram-se com os chamamentos do admirável mundo novo, mas... com que base? Nossos jovens, deleitam-se num mundo de tantas possibilidades, sexo fácil e verdejante nas esquinas, nas ruas, nos bares. Os adultos - muitos já corrompidos pela exposição midiática - cada vez mais convencem-se de que o mundo como está hoje reflete a MODERNIDADE tão esperada, tão inofensiva ... Outros, diante da impotência, contentam-se em pertencer ao rol dos desistentes. Nossos idosos escandalizam-se com tamanha falta de moralidade. Em tempos remotos, jamais seria admitido ofender a mulher. A MULHER era o esteio da família, advinda dela, a vida. O início de tudo - a Mulher. Que tão vilmente é denegrida. Figura destroçada, a Mulher. A mídia quer dinheiro, e o busca muito visivelmente nos dias de hoje explorado a figura da Mulher. Porque se permite, porque se quer permitir. Nossos bebês cantarolam as canções mais pejorativas que nem nós adultos temos coragem de balbuciar... Mas as crianças cantam... e dançam.. imitando nossas rebolativas representantes da cultura nacional. Os bons... ah os bons... raramente desfrutam da mídia. Mas o inútil, o fútil, o podre, o perverso, o imoral... ah esses sim povoam e dominam a mídia mercenária. Quando poderíamos imaginar que chegaríamos a tal ponto de não censura. Nada mais é proibido, a cultura do tudo pode toma conta de nossos lares todos os dias - basta que liguemos nossos televisores. Poucas são as programações que acrescem valor e poucos também lhe são os expectadores. A degradação a céu aberto é o que vemos nas ruas, ao sairmos de casa, o medo de sermos violados em nossos direitos, a insegurança de sabermos o que vamos encontrar na esquina da João XXIII por exemplo. A céu aberto. Ao dia claro, pra todo mundo ver. Degradação. Nossas crianças vão à escola, e voltam ... vazias. Até mesmo nossos professores, foram destituídos de sua função. É proibido proibir! A formação global que é incutida nas crianças desde pequenas nos chamados "países de primeiro mundo", com aulas extras que valorizam suas habilidades, no Brasil... simplesmente não acontece. A cultura é dançar funk no intervalo das aulas, identificar se a merenda escolar será boa e voltar pra casa... complementando seu currículo com o que? mais degradação televisiva. É raro ouvir uma criança dizer que tem talento para moda, decoração... medicina, engenharia mas... se ligar o rádio... logo se dirá que ela tem talento para o funk. Enquanto não utilizarmos nossos cérebros para a função para a qual ele foi especialmente desenvolvido... bye bye Brasil! Lá fora sempre seremos conhecidos e tachados como sendo o país do futebol, do sexo fácil e da cultura chula. Jamais teremos orgulho de sermos BRASILEIROS. Os bons ... se manifestem... porque os maus fazem isso o tempo todo! E fazem com tamanha veemência que os bons são tidos como tolos. Quem discorda não precisa terminar de ler... Não é meu tipo de público. Mas quem concorda, bota a boca no trombone pois nosso país está sem freio descendo um despenhadeiro e só os hipócritas não enxergam isso.

Foto de Mitchell Pinheiro

O sorriso de Mel (especialmente para os Pais de plantão)

Hoje saí pra andar de bicicleta com minha linda filha
E o mundo se transformou numa pequena ilha
Não havia mais o urbanismo sem urbanidade
Bem como inexistia a velha civilização sem civilidade
Extinguiram-se as contas a pagar
E todo stress de trabalhos por realizar
Desapareceram os políticos corruptos e as doenças incuráveis
Pra onde foi a guerra, a violência e a fome dos miseráveis?
O tormento de um litígio conjugal?
E a devastação da degradação ambiental?
A depressão, o desespero, a desesperança...
Tudo ofuscado no sorriso de uma criança
Só sobrou o canto dos pássaros e o azul do céu
A magia envolvente do sorriso de Mel
O cheiro de mato verde temperando o ar
O balé das ondas, a brisa do mar
E a serena melodia de uma cachoeira
No sorriso puro e simples de minha pequena herdeira
Livrei-me de toda irracionalidade mundana
Do crescente desamor dessa rotina insana
Um sorriso que refletiu no pai que só quer se doar
Doar vacinas, mapas e toda bonança que puder ofertar
Doar o que quis e não me foi doado
Evitar os erros e imitar o que foi acertado
Plantar a felicidade da forma que for preciso
E colher o amor irradiado de seu sorriso.

Foto de betimartins

Solidão!

Solidão!

Entre choros aflitos, entre gritos de dor
Nos chãos sombrios e frios, abandonados
Almas despidas de amor, perdidas
Nas correntes da vida apressada...

Cai a lagrima do avô sozinho, ali
Entregue as quatro paredes do imóvel
Fala baixinho para si mesmo, conversa
Quem sabe se para seu anjo da guarda!

Entre as grades da minha mente, assolada
De revolta, de lamentos sombrios e tristes
Eu sinto dentro de mim a solidão cravada
Como punhais afiados no meu peito aflito...

Pesam como chumbos a solidão que a noite
Trás, impiedosa, justa e melodramática
Que deixa escutar os gemidos que estremecem
O nosso medo da nossa incompreensão...

Mas a solidão também é justa e boa
Quando nos deixa descansar em seus braços
Refletir nossos erros e nossas metas
Para que um dia não sinta mais a solidão revoltada

É justa a minha solidão, mas será justa da criança
Que um dia foi abandonado? A Do meu velhinho?
Aquela que esquece na garrafa atirada na rua
Entre passeios, chuva e degradação da vida...

Ou aquela que aquela mulher que vende seu corpo
Entre lagrimas de repudio, nojo, mas de necessidade
Para a fome matar, a fome dos infelizes e solitários
Que a própria solidão arrasta para mundos incompreendidos...

betimartins

Foto de Rodrigo Stenio

VOCÊ É O QUE VOCÊ TEM?!

Ultimamente tenho feito muito essa pergunta, será mesmo que nos tornamos aquilo que possuímos, enquanto bens de consumo?

Será mesmo que a importância que nos é dada enquanto pessoa, em nossa própria sociedade, está ligada direta e proporcionalmente àquilo que conseguimos comprar?

Você alguma vez já se fez essas perguntas?

Estamos no ano de 2010 depois de Cristo, muito tempo já se passou desde que o homem evoluiu e começou a viver em sociedade. Durante todo o processo evolutivo, muitas fases se destacaram como primordiais para que primeiramente conseguíssemos vencer as adversidades naturais e mais tarde as próprias adversidades criadas por nós mesmos em nossas vidas sociais.

O homem primitivo buscava proteção em cavernas e árvores ocas, aprendeu a dominar o fogo que os mantinha aquecidos, os protegia de animais selvagens, era usado para preparar alimentos...,esse mesmo, era conseguido através da caça, suas peles viravam vestimentas, sua carne era o próprio alimento e seus ossos, muitas vezes, eram utilizados na fabricação de ferramentas de corte, suportes ou mesmo nas primeiras manifestações artísticas dos povos primitivos, como esculturas por exemplo.

Mais tarde, mas ainda não tão distante da era primitiva, o homem começou a viver de forma menos predatória e menos nômade também, começaram a se estabelecer padrões hierárquicos dentro dos grupos, que já não mais se mudavam para conseguir alimentos, cercados foram feitos para que fossem criados animais, tanto para a alimentação direta, quanto para transporte, ou mesmo como animais de estimação; a agricultura começou a ser pensada também como forma de subsistência direta e algumas pequenas plantações de tubérculos, legumes e vegetais puderam se tornar também fonte de alimentação.

Começava aí, a era dos homens modernos!

Seres fortes e resistentes ao seu meio natural, totalmente diferentes de todos os outros animais que já haviam habitado a terra, tinham o grande poder, até então nunca visto antes: o raciocínio.
Seres que não são apenas mais adaptáveis ao seu meio, mas que podiam adaptar o meio às suas necessidades diretas, transformando-o e tornando-o um reflexo de suas próprias sociedades.

Até então, as necessidades básicas dos seres humanos, eram supridas de forma muito objetiva e simples, abrigo, alimentação, perpetuação da espécie e a continuidade do conhecimento já adquirido até esse momento.
Mas conforme esse conhecimento fora se tornando menos exclusivo e se espalhando por outras comunidades e se espalhando por outras regiões, outras necessidades começaram a surgir de forma mais latente e outros bens começaram a se apresentar enquanto indispensáveis para a vida em sociedade; primeiramente ervas, que poderiam ser aromáticas, para a fabricação de bebidas, como compostos medicinais... o sal também foi largamente visto e negociado como imprescindível na preparação e conservação dos alimentos, peles de animais, ornamentos decorativos, instrumentos para caça e etc.

Começava aí, uma nova era social, entre os humanos, agora as necessidades básicas de sobrevivência, já não eram somente as únicas presentes em seu circulo de humanidade.

Se fizermos uma alusão direta entre esses tempos mais remotos, onde a humanidade apenas coexistia com outros animais e com a natureza, com o único intuito de sobreviver e perpetuar a nossa espécie, com os tempos e as sociedades modernas, podemos notar claramente que obtivemos uma evolução absurdamente potencial, substancial e criativa.
Mas não teríamos distorcido nossas necessidades básicas de sobrevivência, e nos tornado não só seres muito mais evoluídos, com sociedades muito mais complexas, mas também seres indevidamente consumistas e de forma preocupante, seres perdidos em nossas sociedades?
O que você realmente precisa para viver?
O que é que você busca em sua vida? Casas? Carros? Status? Sentimentos? Cultura? Experiências? Conhecimento?

Essas são perguntas muito pertinentes nos dias atuais, a medicina, por exemplo, evoluiu em passos muito largos nas últimas décadas, mas é notável que a vertente que mais cresceu e mais se destacou, foi a medicina estética. Onde o principal objetivo não é apenas o de curar doenças, prolongar a vida ou mesmo proporcionar uma vida com muito mais qualidade. O objetivo principal é a aparência física, criar e se inserir em um contexto social estereotipado e desumano.

As pessoas, em uma busca frenética pela sua própria imagem e sua inserção direta na sociedade, mutilam seus corpos, moldando-os de forma a serem perfeitos, com acréscimo ou decréscimo de gordura e pele, com a inserção de substâncias que os tornem mais volumosos e esbeltos. Com isso a indústria da beleza, que não é apenas a medicinal, mas também principalmente as indústrias da moda e dos cosméticos, lucram bilhões de dólares por ano, com um mercado crescente e interminável.

Essas industrias desmatam eco sistemas inteiros, criam dejetos extremamente poluentes em seus processos de fabricação, matam milhares de animais por ano, para testar seus novos produtos, geram conceitos e necessidades que aos poucos, vão se tornando indispensáveis para a vida em sociedade.

Mas nós precisamos mesmo disso tudo?
Será que o ser humano, em sua existência real em nosso planeta, precisa mesmo submeter-se a esse tipo de sociedade?

Durante a evolução histórica social dos seres humanos, muitos fatos foram relevantes e se mostraram inspiradores para a criação de novas gerações. Como já foram citados exemplos em uma breve explanação sobre os primórdios da humanidade e seu modo de vida social, vamos nos ater agora à sociedade mais próxima aos nossos dias atuais, aquela que surgiu no período que vem após o nascimento de Cristo.

Na tabela abaixo podemos ver claramente que muitos foram os feitos evolutivos sociais do ser humano em suas sociedades, de âmbito cultural, político, religioso, tecnológico e etc.

A sociedade evoluía e se mostrava forte e crescente, não só em seus conhecimentos culturais, mas também em suas necessidades. Aos poucos o ser humano começou a se mostrar não só o animal mais evoluído e racional do planeta, mas também começava a dar alguns indícios de toda a sua vaidade e arrogância.
Analise o quadro abaixo, uma síntese da linha do tempo pós Cristo, mais adiante discutiremos alguns fatos isolados desse quadro e analisaremos a sua relevância enquanto fatores sociais.

Até o século 6º (d.C.)
ANO 1
Começa a era depois de Cristo, exatamente à meia-noite de 31 de dezembro de 1 a.C. População mundial chega a aproximadamente 170 milhões (demografia).
Morte de Augusto (política).
Tibério torna-se imperador, ficando no poder até 37 (política)
Ovídio escreve Metamorfose (literatura) ANO 14

ANO 27
Jesus é batizado (religião)
Jesus é crucificado (religião) ANO 30

ANO 37
Calígula torna-se imperador (política)
Império Romano sob Nero (política) ANO 54

ANO 64
Cristãos são acusados e martirizados pelo incêndio de Roma (religião)
Início da diáspora judaica após destruição do templo em Jerusalém (religião)
Surge o primeiro evangelho
(S. Mateus) (religião) ANO 70

ANO 75
Começa a construção do coliseu romano (tecnologia)
Provável data da invenção, na China, do papel (tecnologia)
Erupção do vulcão Vesúvio destrói a cidade de Pompéia, na Itália (desastres naturais) ANO 79

ANO 98
Auge da expansão territorial romana. (guerra)
Cristianismo também se espalha (religião)
População mundial: 180 milhões (demografia) ANO 100

ANO 132
Surgimento da cultura Teotihuacán, no México (povos)
População mundial: 190 milhões (demografia) ANO 200

ANO 212
Cidadania é estendida a todos os homens livres do Império Romano (política)
Começo do declínio do Imperio Romano (política) ANO 235

ANO 284

Princípio da civilização maia clássica (povos)

População mundial em torno de 190 milhões (demografia) ANO 300

ANO 306
Constantino torna-se imperador (política)
Edito de Milão legaliza o Cristianismo no Império Romano (religião) ANO 313

ANO 320
Início do império Gupta na Índia (política)
Bizâncio é reconstruída por Constantino (tecnologia) ANO 324

ANO 326
Constantino declara domingo como dia sagrado para os católicos (religião)
Renomeado de Constantinopla, Bizâncio torna-se capital do Império Romano (política) ANO 330

ANO 378
Visigodos derrotam o exército romano (guerra)
Teodósio 1° proibe cultos pagães (religião) ANO 391

ANO 395
O Império Romano é dividido em dois, Ocidental e Oriental (política)
Agostinho publica Confissões (filosofia)
População mundial continua estável, em torno de 190 milhões (demografia) ANO 400(c)

ANO 410
Visigodos saqueiam Roma (guerra)
Átila torna-se o rei dos Hunos (política) ANO 434

ANO 476
Deposição de Rômulo marca o fim do Império Romano (política)
Começa a Idade Média
Clóvis, rei dos francos, dá inicio ao reino Merovíngio (política) ANO 496

ANO 500(c)
Os bretões, sob a liderança do legendário rei Artur, derrotam os saxões, retardando o avanço destes sobre a Bretanha (política)
População mundial em torno de 195 milhões (demografia)

O quadro acima representa os primeiros “500” (quinhentos) anos de humanidade social, após o nascimento de cristo, uma linha do tempo com os principais fatos de nossa existência humana.

Podemos ver claramente que os principais acontecimentos estão relacionados a fatos religiosos, históricos, políticos e geográficos, principalmente no que diz respeito à demografia do globo terrestre.

Comecemos analisando pelo ano “70” (setenta):

Esse momento foi muito importante para a humanidade, teve início da diáspora judaica após destruição do templo em Jerusalém.

Diáspora (do grego "dispersão") é o termo coletivo para as comunidades judaicas fora de Israel. O processo começou com as expulsões assírias e babilônias em 721 a.C. e 597 a.C., continuou com migrações voluntárias e acelerou-se com a destruição do templo de Jerusalém pelos romanos, em 70 d.C, que haviam anexado a Judéia em 63 a.C. No século 1o a.C., havia comunidades judaicas desde o Levante até a Itália, notavelmente na Babilônia e no Egito. A situação piorou após 132 d.C., quando, depois de uma revolta malsucedida, os judeus ficaram proibidos de entrar em Jerusalém sob pena de morte. Os judeus da diáspora do mundo greco-romano falavam em sua maioria grego, mas permaneceram leais à sua fé, visitavam Jerusalém e viam Israel como sua terra natal. Após 212, os romanos concederam cidadania aos judeus, que a partir daí se espalharam por vários pontos do Império Romano.

Por esses fatos presentes, tanto religiosos quanto políticos, podemos ver e pensar que as necessidades humanas começavam a se estender largamente por outros âmbitos muito mais complexos e de importância social muito mais reveladora que os ancestrais primitivos.

Agora, as sociedades humanas, se dividiam ou se agrupavam, não mais apenas para sobreviver, coexistir e para perpetuar a espécie, mas também estavam presentes credos religiosos, a briga por poder, territórios e status. Começa a se ver claramente que a sociedade humana não mais teria apenas interesses simples, mas buscariam em sua existência muito mais artifícios que os levariam até os dias de hoje.
Veja o exemplo abaixo:

Ano “212” (duzentos e doze)
Cidadania é estendida a todos os homens livres do Império Romano.

Nesse momento podemos notoriamente perceber as necessidades da época para uma sociedade crescente e muito mais organizada.
Todos os homens livres seriam agora cidadãos e gozariam de direitos e deveres para com o império. Mas nota-se claramente também que já se fazia presente uma desigualdade social que estava ali quase desde os primórdios das primeiras civilizações e demoraria dezenas de séculos para terminar. A escravidão nos ensina e serve factualmente como exemplo em nosso estudo social, as pessoas de dividem em grupos hierárquicos, onde obviamente as necessidades e desejos são reflexos diretos de uma sociedade ditatória e desigual.

Podemos subdividir esse momento romano em três partes muito distintas da sociedade hierárquica, para que possamos explanar melhor sobre as necessidades de cada grupo. Chamemos de grupo 01, o topo da hierarquia social romana no ano de 212, podemos facilmente concluir que por já possuirem casas ou mesmo palácios, estarem cercados de benefícios e criados, tinham com necessidades principais, o poder, o status social, jóias, riquezas materiais e etc.
Já o grupo 02, seriam os dos novos cidadãos livres, que por sua vez, teriam como principais necessidades, seus trabalhos, o que os levaria a ter dinheiro para comprar suas casas, alimentos, roupas e etc.

Olhando mais de perto o grupo 03, que seriam os servos, criados e escravos, podemos entender que suas necessidades são muito mais básicas e simples do que as necessidades dos grupos anteriores apresentados, talvez permeassem apenas por água, comida e algum abrigo.

Nessa simples analogia de classes sociais hierárquicas dessa época, podemos chegar à conclusão de que quanto mais alto o nível social, maiores serão as demandas e necessidades de quem as ocupa. Quanto menor o nível social, menores serão as necessidades.

Então podemos concluir que a sociedade contemporânea, que também é muito bem dividida por classes sociais, se comporta absolutamente da mesma forma, onde quanto maior o poder aquisitivo, mais bens de consumo são acumulados.

Mas o que se vê claramente hoje, é não somente a aquisição de bens de consumo por uma necessidade plausível com a condição social, mas sim, uma verdadeira distorção e inversão de valores, que já se estenderam a toda sociedade, ultrapassando a divisão clássica das classes e camadas sociais. Mesmo as pessoas que ainda moram nas periferias, ou em cidades e locais mais afastados das grandes capitais e metrópoles urbanas, sentem-se com uma latente necessidade constante do consumo direto. Na grande maioria das vezes esses produtos e bens buscados, são de ordem absolutamente supérfula e dispensáveis às nossas vidas.

Então essa busca frenética apenas vem a ilustrar ainda mais a temática abordada nesse ensaio. O que as pessoas estariam realmente buscando? Gozar dos privilégios tecnológicos da era moderna e todos os seus bens e produtos, ou estariam buscando uma inserção social através desses mesmos?

Podemos aqui diferenciar duas categorias bem distintas de pessoas, segundo os seus atos de consumo. Quais seriam as diferenças entre o consumidor e o consumista?
Consumismo é o ato de comprar produtos e ou serviços sem necessidade e consciência. É compulsivo, descontrolado e que se deixa influenciar pelo marketing das empresas que comercializam tais produtos e serviços. É também uma característica do capitalismo e da sociedade moderna rotulada como “a sociedade de consumo”.

Diferencia-se em grande escala do consumidor, pois este compra produtos e serviços necessários para sua vida enquanto o consumista compra muito além daquilo de que precisa.

O consumismo tem origens emocionais, sociais, financeiras e psicológicas onde juntas, levam as pessoas a gastarem o que podem e o que não podem com a necessidade de suprir a indiferença social, a falta de recursos financeiros, a baixa auto-estima, a perturbação emocional e outros fatores.

Além de conseqüências ruins ao consumista que são processos de alienação, exploração no trabalho, a multiplicação de supérfluos (que contribuem para o processo de degradação das relações sociais e entre sociedades) e a oneomania (que é um distúrbio caracterizado pela compulsão de gastar dinheiro que é mais comum nas mulheres tomando uma proporção de quatro por um), o meio ambiente também sofre com este “mal do século”, pois o aumento desenfreado do consumo incentiva o desperdício e a grande quantidade de lixo, como já citado anteriormente.
O ato de comprar muitas vezes não está relacionado simplesmente com a aquisição de bens para o consumo. As compras podem assumir uma ligação com a frustração ou a solidão.

Segundo Giovanni Siri, professor de psicologia do consumo da Universidade Vita-Salute San Rafaelle, em Milão, o ato de comprar prevalece nas mulheres por esta função ser tradicionalmente concedida a ela.

Cresce cada vez mais o número de pessoas que procuram ajuda psicológica ou psiquiátrica para controlar o consumo compulsivo.

O costume de comprar aparece por volta dos 18 anos, quando apesar de não comprarem, os jovens gastam horas experimentando roupas.

O consumo compulsivo pode comprometer desde o equilíbrio emocional até o orçamento familiar. Diante da impossibilidade financeira de adquirir um produto, a ansiedade da pessoa pode ser aumentada.

O professor Roberto Pani aponta que o consumo pode funcionar para remediar carências.
Dificuldades de relacionamento podem ser sinalizadas pela compulsão. Giovanni Siri salienta que a identidade é fundamentada através das relações com o próximo. Sendo assim, diante de situações nas quais as pessoas se sentem ansiosas e frágeis, essas podem tentar preencher a falta de relações mais complexas, adquirindo objetos, já que esses não as rejeitam nem decepcionam.

O consumidor só se satisfaz ao adquirir o produto cobiçado, porém este tem um valor simbólico, ou seja, quando é adquirido perde seu valor, uma vez que o que está por trás da compra pode ser a tentativa de suprir carências afetivas.
Essas atitudes podem ser mesmo catastróficas para evolução social, muito pior do que isso é uma nova onda que vem surgindo e crescendo muito rapidamente: o consumismo infantil. Isso por si só, não somente é perigoso para a atual época em que coexistimos em nossas sociedades, mas também por começar a formar um novo gênero de pessoas ainda mais consumistas e fúteis.
Em época de Natal os pais enchem as lojas para atender os desejos dos filhos, esses conseguem levar os pais até mesmo aos shoppings. Esta cena não é comum somente no mês de Dezembro, os excessos quanto aos pedidos das crianças acontecem freqüentemente, isto se deve a forte influência que o consumo exerce sobre as crianças. Uma forma de lidar com esse aspecto é a orientação que os pais podem oferecer o quanto antes, esclarecendo que o importante é a personalidade do indivíduo, e não aquilo que ele consome.
Na verdade, os pais são desafiados quando ensinam os filhos que o essencial é ser e não ter, já que estão sendo bombardeados pelo consumismo de todos os lados.

Os shoppings possuem uma estrutura que fascinam as crianças. Tudo, as lojas de brinquedos, o parque, as cores e as luzes as atraem.
O ser humano tem uma grande necessidade de aceitação, de pertencer a um grupo, e o ato de consumir seria uma forma de inserção social, ou seja, para vivenciar este sentimento de pertença, a criança “necessita” adquirir determinado brinquedo, certas marcas de tênis e roupas e até fazer alguns passeios que são interessantes para o seu grupo.
Os pais e a escola podem ensinar a criança a consumir com consciência e responsabilidade. Considerando a qualidade do produto e as necessidades a fim de não desperdiçar e sim de economizar.
Voltemos agora a analisar a nossa linha do tempo e os acontecimentos sociais pertinentes. Vamos observar o crescimento demográfico da população e depois vamos explicar os fatores geográficos de medição e analogia desse tema, para que ainda mais a seguir, possamos entender melhor o quão preocupante é a condição atual de consumo irresponsável em nossas sociedades.

Ano “01” (um) População mundial chega a aproximadamente 170 milhões;

Ano “100” (cem) População mundial: 180 milhões;

Ano “200” (duzentos) População mundial: 190 milhões;

Ano “400” (quatrocentos) População mundial continua estável, em torno de 190 milhões;

Ano “500” (quinhentos) População mundial em torno de 195 milhões.

Pode-se notar claramente que ainda nesse período da existência humana social, o número de pessoas no globo era extremamente reduzido, comparado com a sua extensão territorial. O crescimento foi bastante reduzido, segundo nos mostram os próprios números. Do ano “01” (um), ao ano “500” (quinhentos), houve um aumento populacional terrestre de aproximadamente vinte e cinco milhões de pessoas, durante um período de quinhentos anos. Se dividirmos essa diferença de crescimento entre o ano “01” (um) e o ano “500”, que é de aproximadamente vinte e cinco milhões de pessoas, pelo tempo de crescimento de quinhentos anos, chegaremos a um total de: “50.000” (cinqüenta mil) pessoas a mais no globo por ano.

Para que tenhamos uma idéia da proporção desses números, vamos compará-los aos dados atuais. Segundo estudos da ONU (Organização das Nações Unidas), aproximadamente “250.000” (duzentas e cinqüenta mil) pessoas nascem por dia no planeta. São quase “03” (três) por segundo, ou “180” (cento e oitenta) pessoas por minuto. Ou seja, nos tempos atuais, nascem por dia, cinco vezes mais pessoas que nasciam por ano, do ano “01” (um) ao ano “500”.

Esse número alarmante é extremamente significativo e substancialmente preocupante em nosso estudo social, já que hoje se vive em um ritmo de consumo exacerbado e extremamente desregrado e fútil. Não se tratando apenas de fatores muito preocupantes nos âmbitos filosóficos, sociais ou mesmo psicológicos, mas esse consumo também está diretamente ligado aos recursos naturais, como a água potável, petróleo, madeira, oxigênio e muitos outros, que são absolutamente indispensáveis para a sobrevivência da nossa espécie e todas as outras viventes em nosso planeta.

O momento social do planeta está totalmente voltado a um tema, que descreve muito bem toda essa preocupação com o excesso de consumismo fútil e a atual situação degradante dos nossos recursos, a sustentabilidade.

Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.
Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais.

A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro.
Para um empreendimento humano ser sustentável, tem de ter em vista “04” (quatro) requisitos básicos. Esse empreendimento tem de ser:
• ecologicamente correto;
• economicamente viável;
• socialmente justo;
• e culturalmente aceito.
Colocando em termos simples, a sustentabilidade é promover o melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora como para um futuro indefinido. Segundo o Relatório de Brundtland (1987), sustentabilidade é: "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas".

“Sustentável” provém da palavra latina “sustinere”, e significa “manter vivo”, “defender”. Este conceito, de interpretação dinâmica, teve várias versões ao longo dos anos, sendo o âmbito económico, o que enquadrou a definição no ano de 1972, “restituir os recursos consumidos pelas organizações”.

Na Cimeira da Terra (Earth Summit), que decorreu no Rio de Janeiro, em 1992, contextualizou a sustentabilidade como um efeito sobre o futuro, por acções praticadas no presente, ou seja que “as consequências da economia têm efeito sobre futuras gerações”. Em 2002, em Joanesburgo, durante a Cimeira da Terra, foram-lhe conferidas três dimensões, que se mantém como a abordagem actual. Uma dimensão económica, uma social e outra ecológica, em que a económica representa a abordagem central, seguindo-se concentricamente, a abordagem social e mais externamente, a ecológica, sendo esta a dimensão agregadora. A sustentabilidade adquiriu, assim, uma visão mais ampla do mundo, congregando duas grandes ideias: a sustentabilidade fraca e a sustentabilidade forte. A primeira representa a definição de sustentabilidade, defendida em 1972, em que a única preocupação é a de devolver o que se consumiu. A segunda, adapta o consumo às exigências mais amplas, relacionando-o com a manutenção dos recursos naturais, tendo efeitos de externalidades, do ponto de vista económico, sobre o capital humano, financeiro, ambiental…

O termo original foi criado para o uso da reciclagem "desenvolvimento sustentável," um termo adaptado pela Agenda 21, programa das Nações Unidas. Algumas pessoas hoje, referem-se ao termo "desenvolvimento sustentável" como um termo amplo pois implica desenvolvimento continuado, e insistem que ele deve ser reservado somente para as atividades de desenvolvimento. "Sustentabilidade",
então, é hoje em dia usado como um termo amplo para todas as atividades humanas.

Se pensarmos que 10% de tudo o que é extraído do planeta pela industria (em peso) é que se torna produto útil e que todo o restante é resíduo, torna-se urgente uma Gestão Sustentável que nos leve a um consumo sustentável, é urgente minimizar a utilização de recursos naturais e materiais tóxicos. O Desenvolvimento Sustentável não é ambientalismo nem apenas ambiente, mas sim um processo de equilíbrio entre os objetos economicos, financeiros, ambientais e sociais.

A sustentabilidade está relacionada aos modelos dos sistemas de produção e de mercado, que respondem livremente às demandas da sociedade. Havendo procura, haverá oferta. Portanto, as suas escolhas de consumidor podem definir um caminho na direção de um modelo que devasta o meio ambiente e gera desigualdade social ou de um modelo mais harmônico com as leis da vida. Poucos se dão conta desta relação sistêmica e de sua responsabilidade individual na hora de escolher um produto ou serviço qualquer.

Compre produtos produzidos na sua região. Produtos que vêm de fora fazem o dinheiro sair do município, dificultam o desenvolvimento econômico local. O que fica é o lixo;

Utilize papel reciclado. Sua produção demanda menos energia e recursos naturais;

Consuma alimentos orgânicos. Eles são melhores para a saúde pois, contém menos produtos químicos; Eles são melhores para o terra, pois seu método de produção não reduz a fertilidade natural e a biodiversidade do solo; Eles não contaminam as águas pelo uso de fertilizantes e agrotóxicos petroquímicos que são carregados pela chuva a lençóis freáticos e rios; O aumento do consumo fará o preço do orgânico ser reduzido;

Consuma menos carne vermelha. O gado confinado no mundo consome metade da produção de grãos; O gado solto, como é o caso do Brasil, promove o desmatamento para o plantio de pasto; Em ambos os casos, a produção de 1 Kg de carne consome 200 litros de água potável. O mesmo Kg de frango só consome 10 litros de água;
Agora vou deixar aqui algumas dicas de hábitos conscientes e muito simples, que podem fazer toda a diferença para o planeta:
Racionalize o uso de água:
Tome banhos mais rápidos: 15 minutos consomem 243 litros de água;

Feche a torneira: 5 minutos correspondem a 80 litros de água;

Economize água de banho:
Compre um balde de 10 litros, que custa cerca de R$ 6,50,deixe-o no box do banheiro. Quando for tomar banho, deixe a água fria encher o balde ao invés de deixá-la correr pelo ralo; ao terminar o banho, despeje a água na máquina de lavar roupas ou guarde-a para utilizar no vaso sanitário;

Acha inútil?
Se metade de uma cidade com 1 milhão de habitantes fizer isso, a economia é de 5 milhões de litros por dia, o suficiente para abastecer as residências de uma cidade com 25 mil habitantes (Búzios fora da temporada).

O vaso sanitário é o maior vilão, representando cerca de 50% do consumo de água de uma residência. São 10 a 14 litros em apenas 6 segundos de acionamento. Uma dica é usar a água economizada no banho, conforme o item acima;

Racionalize o uso de energia:
Troque as lâmpadas incandescentes por fluorescentes. São um pouco mais caras, mas têm durabilidade maior e consomem 60% menos energia;

Desligue a luz dos cômodos e dos aparelhos que não estão sendo usados;

Desligue os elevadores e as luzes comuns do condomínio que não estiverem
sendo usadas;

Instale sensores de presença - luz só é necessária quando há alguém no cômodo;

Instale aquecimento solar para complementar a eletricidade e/ou gás;

Ao comprar um eletrodoméstico, procure aqueles que têm o selo do Procel que certifica o baixo consumo de energia;

Essas ações reduzem a necessidade de construção de novas obras de engenharia para a geração de energia e os conseqüentes impactos socioambientais.
Produza adubo orgânico em casa:
Compre duas caixas de 0,50 x 0,80 (do tamanho de uma caixa de carnes);

Em uma das caixas coloque terra, que será utilizada para cobrir os alimentos e evitar mal-cheiro;

A outra caixa, separe ao meio com uma divisória de maneira tal que possibilite a passagem de minhocas de um lado para o outro. Arranje algumas minhocas e coloque-as em um dos lados da caixa com um pouco de terra;

Coloque o lixo orgânico da sua cozinha (cascas de fruta e restos de comida) no lado da caixa onde estão as minhocas e cubra com uma fina camada de terra; repita até que o lado da caixa esteja cheia;

Então faça o mesmo com o outro lado;

Quando o segundo lado da caixa estiver cheio, o primeiro já conterá humus, que servirá para adubar suas plantas;

As minhocas alimentam-se do resíduo orgânico e produzem humus;

Se você mora em apartamento, faça um acordo com o síndico para que ele libere um pequeno espaço no terreno para isso. Talvez você estimule os seus vizinhos a fazerem o mesmo, e terão adubo para o condomínio;

O resíduo orgânico é um problema para as prefeituras, um custo para as comunidades e resulta em contaminação do solo, dos rios e risco para famílias que vivem dos lixões e aterros a céu aberto.

Plante uma árvore por ano:
Se cada brasileiro assim o fizer, serão 190 milhões de arvores a mais por ano. Se o mundo todo fizer isto, serão 6,5 bilhões de árvores.

Uma árvore em crescimento absorve mais dióxido de carbono da atmosfera do que emite. Como conseqüência, atua para a redução dos gases responsáveis pelo aquecimento global;

As árvores também são responsáveis pela fixação do solo, com efeitos importantes nas margens dos rios (mata ciliar), evitando a erosão e conseqüentemente a deposição de resíduos sólidos nos canais a céu aberto;

As árvores favorecem a infiltração das águas de chuva para os aqüíferos subterrâneos, reduzindo a probabilidade e a intensidade de enchentes;
Racionalize o seu transporte:
Ande menos de carro e mais de ônibus ou outro coletivo qualquer, como o metrô;
Se puder, vá de bicicleta ou mesmo a pé, ambos um ótimo exercício;

Se não for possível deixar o carro em casa, troque-o por um “flex” e utilize ao máximo o etanol como combustível. Este será o combustível de transição da nossa matriz energética atual para os carros elétricos ou movidos à energia solar de um futuro próximo.
Boas idéias ao reformar ou construir uma casa:
Colete a água do telhado em uma caixa d’água e aproveite-a para regar plantas;

Colete a água de chuveiro e lavatórios em uma cisterna para aproveitá-la nos vasos sanitários;

Instale um aquecedor solar. A economia de energia elétrica proporciona um retorno do investimento, em média, em 10 anos;

Deixe áreas permeáveis no terreno, como gramados. Isso reduz a necessidade de captação de água pluvial pela Prefeitura, melhora a recomposição de aqüíferos subterrâneos e reduz a probabilidade e os efeitos de enchentes;

Instale sensores de presença para economizar eletricidade;

Instale aquecedor solar para economizar energia e ou a gás.

Agora que já foram apresentados diversos fatores e dicas sobre a consciência de consumo sustentável, vou voltar ao tema inicial dessa dissertação, que é:
VOCÊ É O QUE VOCÊ TEM?!
Essa pergunta é uma alusão direta ao momento consumista, não só de recursos naturais, mas principalmente sobre os bens de consumo. Infelizmente, hoje a inserção dos indivíduos na sociedade moderna, está diretamente ligada aos bens materiais que essas pessoas conseguem comprar. Ou seja, quanto maior o número de bens adquiridos, maior será a importância desse, ou desses indivíduos na sociedade.
Mas será mesmo correto julgar uma pessoa pelo que ela tem? Não seria muito mais importante se estivéssemos focados em ser e não ter?
Ser uma pessoa consciente de suas virtudes e defeitos, estar diretamente ligado à sociedade de forma a contribuir com o bem estar social, não estão mais sendo vistos como questões pertinentes ou importantes. O momento social atual, apenas nos mostra que o individuo é o que ele tem.
Há muitos séculos atrás o grande escritor, poeta e dramaturgo inglês, Willian Shakespeare, escreveu em sua peça intitulada de: “A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca”, a seguinte frase: “Ser ou não ser, eis a questão...”
Hoje podemos facilmente adaptá-la:
Ter ou não ser, eis a questão!
Aqueles que apenas se preocupam em ter, jamais estarão em busca do conhecimento, da cultura, da cidadania, de sentimentos, experiências...,jamais saberão de fato o que é ser.
A partir de hoje, quando você for consumir um produto, comprar um bem de consumo, solicitar uma prestação de serviço, ou mesmo procurar por diversão, lembre-se que você é diretamente responsável por seus atos, lembre-se que a humanidade está presente nesse planeta há apenas “10.000” (dez mil) anos e que o nosso planeta tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Não parece absolutamente nada justo que degrademos nosso planeta, acabemos com as matas nativas, tornemos diversas raças e espécies de animais instintos e principalmente, que não tenhamos responsabilidades quanto às futuras gerações.

Você não precisa de um tênis de marca que ainda se utiliza de trabalho escravo para ser melhor que o seu semelhante, você não precisa trocar de aparelho celular duas ou três vezes por ano, para que as pessoas o achem mais especial, você não precisa ter três, quatro, cinco carros em casa, apenas para que seu status seja elevado, você não precisa de roupas com peles de animais selvagens para se abrigar do frio.

Você não precisa ter!

Você precisa ser!

Rodrigo Stenio.

Foto de Carmen Lúcia

Viaduto (in memoriam)

Nível divisório (e ilusório) entre dois mundos,
Que não se encontram, mesmo perto, sempre juntos,
Realidades paralelas, não se cruzam, se recusam,
A apoteose e o apocalipse, a discrepância, a discordância.

Em cima o sol, a passarela, a vida bela,
Poder sonhar, a ostentação, a ambição.
Embaixo a escória, restos de vida, degradação,
O submundo, o escracho, a solidão.

No alto, a vida indo ao encontro do sucesso;
Debaixo, escorrendo ao retrocesso.
Passa o burguês, indiferente à desigualdade,
E indiferente, o indigente...o que perdeu a identidade.

Muitos despencam lá de cima, lá do luxo,
Feito suicidas, enclausurados pela dor...
Sombras que assombram, que retratam o desamor
São bichos-homens, vira-latas, degustam lixo.

E permanece lá em cima, a indiferença.
Todo o glamour, a arrogância, a burguesia,
E os maltrapilhos, recolhidos, embevecidos
Com os out doors, os pisca-piscas...Zombaria!

Até quando esse cenário revoltante?
Só se aproximam pra tirar fotografias,
Virar manchete nas colunas de jornais,
Tão cordiais com tais problemas sociais!
E as soluções? Ora, quanta hipocrisia!

Quando acolhido pelo abraço maternal
E acarinhado pela morte, o indigente,
Seu corpo jaz, caído ao chão, sobre um jornal,
Do pedestal (aí se cruzam), a sociedade
Vem dissecá-lo para o bem da Humanidade.

_Carmen Lúcia_

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"A BIOENERGIA CORPORÊA"

“A BIOENERGIA CORPORÊA”

Cientistas modernos diriam que a mente não se separa do corpo físico, ledo engano, o corpo físico, ou matéria não passa de um rudimentar dispositivo usado para nos abrigar.
Quando aqui chegamos passamos por um longo período de adaptação a esta realidade dimensional e densa, precisamos aprender praticamente tudo.
Em nossas localidades de origem não existe corpo físico, somos energia pura, aqui temos que lidar com atribuições primitivas como ingestão de alimentos densos. Nosso corpo mais parece uma maquina obsoleta que dá problemas a todo instante, ingerimos coisas que apodrecem em nosso interior nos tornando perecíveis. Temos que aprender a lidar com coordenação motora, a maioria dos animais já nascem sabendo andar e a movimentar seus membros. Nosso equipamento exala odores de gases tóxicos, não transmitimos a nossos descendentes nosso conhecimento, sempre que nasce alguém começa o processo novamente desde seu inicio, não há evolução. Parecemos um disco emperrado repetindo a mesma coisa sempre.
O ser humano é procriado através de um ato primitivo e limitado, a única ligação que se estabelece entre filho e pais é tão somente a matéria, não existe herança espiritual, apenas herança genética (material).Mas o que difere um cidadão que mora em um continente de outro que mora no lado oposto da terra??? Nada!!! O código genético de cem por cento dos humanos é o mesmo, é como se fosse um mesmo modelo de carro que saiu em um mesmo dia da fabrica, diferindo apenas em alguns casos na cor e no ultimo numero do chassi, temos a mesma concepção anatômica, o mesmo padrão de comportamento. Estamos sujeitos sim a defeitos inúmeros. O ser humano desde sua concepção não evoluiu um milímetro, pelo contrario nossa matéria passa por um processo continuo de degradação, ou
Involução. Darwin a meu entender serviu a interesses absolutamente terrenos quando criou sua teoria. Se o homem tivesse vindo de primatas teríamos que constatar que estruturas antigas teriam que ser menos complexas que as mais recentes, e o que vemos através de registros fósseis é que estruturas antigas são muito mais complexas que as recentes, mostrando-nos que a terra foi habitada por seres muito mais evoluídos que os de hoje.
A Bioenergia corpórea nos remete a um entendimento que somos todos artificiais enquanto corpo, mas animados com uma energia poderosíssima monitorada propositalmente para que não haja choque de culturas.
Realmente os homens provem de apenas um único exemplar, pois seu código genético nos revela isso, e ai vai uma conclusão lógica: “FAÇAMOS O HOMEM SEGUNDO NOSSA SEMELHANÇA assim esta escrito em muitos livros antigos, a Bíblia credita a Deus a criação do homem, eu vou um pouco alem, “NA CASA DE MEU PAI EXISTEM MUITAS MORADAS”, eu credito e acredito que em alguma morada um povo muito evoluído, viajantes do espaço, estudou a atmosfera da terra e construiu um protótipo do homem.
Entenda, Deus teria dito faço o homem segundo a minha semelhança e não façamos, Deus é maior é o senhor de todo universo, onipotente, onisciente, onipresente, e o genitor maior de todas as raças segundo minhas convicções, nós terráqueos somos sub raças, criados pelos semi-deuses, por tal motivo somos tão imperfeitos.

Esta é a sinopse de um livro que estou escrevendo.

Espero que em dois anos esteja editado, o tempo se deve a pesquisas que ainda estão no começo.

Foto de Joaninhavoa

UMA ESPÉCIE DE LIBERDADE

*
Uma espécie de Liberdade
*
*

Um grito sofucado nunca vem só
Muitos propagam-se e metem dó
Fazem eco em nossos ouvidos
Vindos d`além como de tão perto de nós

Há sempre uma sombra escondida
Quando a palavra não é cumprida
Liberdade soa a falsidade
Incompleta felicidade

Sete vidas e nenhuma delas
É verdade
Mentira ampliada mistura de sonho
E realidade
Verdade diminuída de histórias
No tempo

Ninguém conhece as verdadeiras
Razões
Da liberdade ser o semelhante
Produto
Da miséria e da degradação da Natureza

Humana!...

JoaninhaVoa,
In “Há liberdade quando se sente”
(21 de Julho de 2008)

Resposta ao poema “Liberdade”,
do poeta, João Drummond.

Foto de Daemon Moanir

Falta de tempo – palavras

Começo a olhar-me ao espelho outra vez,
De novo as dúvidas de uma vida em vão
E de um passado sozinho invadem,
Parecendo ser mais fortes que tu e eu
E tu e eu somos muito, mas talvez não chegue
Para apagar tudo de uma só vez.
Poucos foram ainda os nossos dias irracionais
Em que nos deixámos levar por um plano maior,
Um destino impossível de remedeios,
E uma história de amor perfeita na humidade
De um Inverno e de olhares curiosos.
Na falta que nos mata lentamente,
Os dias passados sozinho aumentam a degradação…
O tempo que pare, por favor, o tempo que pare
E me deixe viver com ela o sonho que é dos dois,
Porque juntos somos mais que dois.

A minha muralha de cartão não dura para sempre…
E ela não existe comigo quando não está
E isso faz-me sofrer mais que imaginaria ou esperava
Suspiro, atrás de suspiro e de lamentação
Vou esperando a vinda gloriosa de dias maiores e melhores
E alegro-me sem saber, disse-me o espelho,
A ver o sorriso contente na sua foto que é de mim.

Antevejo pouco mais que o amanhã com um pouco dela
Tê-la-ei nos braços outra vez,
E chega para continuar, mas não para matar as saudades.
Pouco posso falar e eu adoro fazê-lo com ela.
Sobre o que lhe sinto e espero alcançar
Sonhos de poeta e de escritas para desabafar…
Falta-me a fala e sua boca na minha depois
De tudo dito.

Ilumina-se meu rosto com ela à minha frente
E sei que estarei bem amanhã, mas e depois,
Quando pressentir que já não caminha no meu lado outra vez?
Bem sei que o papel e lápis estarão aqui,
Mas queria-la antes, que minha mão já dói de escrever
E minha boca está morrendo por se abrir.

Não quero guardar só para mim o que sinto
E escrever também não é solução já, por isso,
Fica comigo eternamente e falar-te-ei
O que na alma me anda a perseguir,
Explodindo um pouco de cada vez que penso demais.
Amo-te e já nem caminho vejo sem ti…
Preciso de te falar
E assim peço-te:
-Não me fujas, enquanto fora estou

Foto de Carmen Lúcia

Viaduto (in memoriam)

Nível divisório (e ilusório) entre dois mundos,
Que não se encontram, mesmo perto, sempre juntos,
Realidades paralelas, não se cruzam, se recusam,
A apoteose e o apocalipse, a discrepância, a discordância.

Em cima o sol, a passarela, a vida bela,
Poder sonhar, a ostentação, a ambição.
Embaixo a escória, restos de vida, degradação,
O submundo, o escracho, a solidão.

No alto, a vida indo ao encontro do sucesso;
Debaixo, escorrendo ao retrocesso.
Passa o burguês, indiferente à desigualdade,
E indiferente, o indigente...o que perdeu a identidade.

Muitos despencam lá de cima, lá do luxo,
Feitos suicidas, enclausurados pela dor...
Sombras que assombram, que retratam o desamor
São bichos-homens, vira-latas, degustam lixo.

E permanece lá em cima, a indiferença.
Todo o glamour, a arrogância, a burguesia,
E os maltrapilhos, recolhidos, embevecidos,
Com os out doors, os pisca-piscas...Zombaria!

Até quando esse cenário revoltante?
Só se aproximam pra tirar fotografias,
Virar manchete nas colunas de jornais,
Tão cordiais com tais problemas sociais!
E as soluções? Ora, quanta hipocrisia!

Quando acolhido pelo abraço maternal
E acarinhado pela morte, o indigente,
Seu corpo jaz, caído ao chão, sobre um jornal,
Do pedestal (aí se cruzam), a sociedade
Vem dissecá-lo para o bem da Humanidade.

(Carmen Lúcia)

Obs:Já havia postado essa poesia, mas não a encontro.

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