Gigantes

Foto de NiKKo

Magia e sedução.

Meu coração andou entristecido pelo céu noturno
procurando em meio à solidão um novo alento.
Vaguei em meio ao som dos mares bravios das incertezas
para tirar de mim lembranças que me martirizavam o pensamento.

Confesso que não sei por quanto tempo assim eu voei
e nos cumes traiçoeiros e sombrios muitas vezes me abriguei.
Pois a solidão margeava minha alma com tamanha intensidade
que ela era a minha amante, muitas vezes eu imaginei.

Com ela bebi a taça dos desejos roubados e esquecidos
e entoei as canções como faunos para com as Dríades dançar.
Compus poemas e rimas falando somente da dor que sentia
que minhas lágrimas mais se pareciam com as águas do mar.

E de repente no horizonte surgiu uma luz tão clara
tal qual a aurora de um novo dia que esta para nascer.
E envolveu minha vida uma suavidade há tanto tempo perdida
que ao me tocar com seu carinho me fez renascer.

O brilho que vi naquele momento tão especial e fugaz
aproximou-se e então, surpresa eu pude notar
a luz era dos olhos de um Ser tão delicado e sensível
que quebrando a minha solidão, me convidou a de novo voar.

Abri minhas asas e deixei que o vento me ajudasse a subir
pois desejava ir ao mais alto dos céus para me proteger,
pois eu tinha encontrado a metade que me faltava
que junto dela para sempre eu queria viver.

E voando assim nos braços de Morfeu eu me deixei levar
nem percebi que Cronos queria roubá-la de mim.
Que fez com que Netuno a defendesse com seu tridente
criando ondas gigantes no oceano sem fim.

Mas para que o nosso sentimento ficasse registrado
venus apiedou-se a resolveu na lua tatuar.
Fez com que nossos nomes ficassem gravados no universo
juntando a estrela com as penas da Fênix a voar.

E la na imensidão surgiu uma nova entidade luminosa
que nenhum homem consegue descrever.
São as lagrimas dos olhos da Fênix que encantada,
chora por amor e com isso consegue as almas rejuvenescer.

Pois contem em sua gota a magia do encantamento
que sara os corações entristecidos e magoados.
Fazendo com que as cinzas da solidão sejam levadas pelo vento
e se transformem em alegrias nos corações dos apaixonados.

Foto de Sonia Delsin

INCONTESTÁVEL

INCONTESTÁVEL

A carta queimei.
A foto rasguei.
Sangrei.
Pensei.
Destruo o passado.
Tudo que vivi ao teu lado.
Que tola era eu.
Foste meu.
Nosso amor se perdeu.
Mas não se perde o que se viveu.
Do que fomos muita coisa restou.
E a vida diante de meus olhos colocou.
Dois gigantes que me abraçam.
Dois meninos que cresceram.
Tudo faz parte de nosso caminho.
A vida é isso?
Uma flor rodeada de espinho...

Foto de Carmen Vervloet

SERENATA DE AMOR

SERENATA DE AMOR

Acordo no meio da noite a sonhar!
A lua desliza com as bochechas cheias de vento.
Ouço ao longe uma voz a cantar
E o som não identificado de um doce instrumento!

Levanto-me silenciosamente e abro a janela.
Reconheço o som suave do violão.
A natureza pálida, linda aquarela,
Borda em estrelas meu coração!

O som agora nítido e forte.
“Carmen te amo... Te adoro... Te quero...
Outra vez!”
Meu coração viaja lânguido, sem passaporte...
Entrego-me ao momento que tanto espero,
Sem talvez!

Serenata de amor ao luar!
A beleza da noite flutuando no ar!
As flores umedecidas pelo sereno!
Fazem um bailado em êxtase pleno!

Toda a natureza baila ao ritmo do violão!
Meu amor soltando a voz na canção!
“Carmen, a hora é agora não vamos deixar passar!”
Sou apenas um sonho de amor ao luar!

As plantas se agitam no meu jardim!
As trepadeiras sobem, enroscam-se, caem de novo...
O perfume exala dos brancos jasmins!
O pintinho feliz, piando, deixa seu ovo...

Pequenos detalhes que só enxerga o coração!
Detalhes de vida, de luz, de amor em ação!
Detalhes que se tornam gigantes como o mar!
Detalhes sutis percebidos pelo amar!

E a serenata continua
Seguindo o deslizar da lua!
Num violão chorado...
Acordando o passado!

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados à autora.

Foto de diana sad

* Ponte metálica*

Ponte metálica

A qualquer momento, em qualquer segundo.
Todos os muros desse mundo fantasioso vão desmoronar
E então vou ter que dá a cara à tapa
E entrar de cabeça erguida nessa terra de gigantes
Porque as histórias que hoje me acalentam amanhã serão
Contadas com outra entonação e terão outras conclusões...
Eu tenho certeza que ainda vou me perguntar o que eu faria
Se eu ainda estivesse lá, se tivesse parado meu tempo silencioso.
Séria bom se eu continuasse com a mesma opinião!

O mundo lá fora me chama nervoso
Precisa me mostrar prazeres dentro do meu próprio corpo.
Me tornar dona de mim sem escravizar opiniões que muitas
Vezes nem me convencem no escuro do quarto... O mundo lá fora
Precisa de colo, mas, isso só incomoda quando o perigo bate na nossa porta.

Eu tinha um amor, mas ele me abandonou.
Apagou as luzes e fez de mim cinzas de alguma
Coisa que seu ego enjoou
E minhas lágrimas são parafina que só choram o suficiente
Pra manter acessa a chama da vida.

E uma comida boa pra comer é o que pretendo
Aprender a fazer... Você pode enganar a tudo menos ao seu estômago (!!!)

Nunca deixe morrer as criaturas mais espontâneas dos seus sonhos
Não faça maldade com os anjos que moram dentro de você.
Tantas pessoas inocentes têm os seus assassinados pela crueldade, que é pecado não valorizar os que estão envelhecendo com a gente.

O mundo,
Tão cristo e tão Judas
Nunca se iluda com um beijo porque ele nada traduz
Lembre-se que com um beijo Judas traiu Jesus.

Eu hoje vou passear na ponte metálica
...

Foto de Sirlei Passolongo

A Páscoa do menino de rua

Ah!Quanta tristeza
Nos olhos do menino
Que mora na rua
Nas praças e viadutos

Ouve em todo lugar
Que domingo é Dia de Páscoa...

Nos outdoors das avenidas
Ovos gigantes coloridos
Vê sair dos supermercados
Madames... com sacolas
De ovos sortidos.

E ele, alí... Maltrapilho
Sabe da Páscoa por ouvir falar
Que é dia da Ressurreição
De um Homem
Que ele nem sabe nome
Nem que morreu para lhe salvar

E com lágrimas nos olhos
Parece não entender seu sofrer
Pois nem cheiro de bombons
Terá no seu amanhecer...

Talvez na lata do lixo
Encontre migalhas que alguém jogou
Mas, Pode acreditar
Foi por pessoas como ele
Que Jesus Ressuscitou!

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de Henrique Fernandes

ENTREGA

.
.
.

Sinto no trovão a inveja dos deuses
Na entrega da minha carne ao amor
E cada uma das luxúrias que tu ouses
Exibir a tua forma de amar sem pudor

Dominas o íntimo rude das tempestades
Quando me molhas de suor na cama
Colando a vice-versa das nossas metades
E degelas os pólos com tua chama

Impedes que adormeçam os vulcões
Com ondas gigantes de prazer
Trazes o sol aos meus serões
Na tua erupção de sementes a arder

És esplanada donde vejo o fim do dia
Colhendo no teu colo a alegria da vida
És vista nua e crua da fantasia
Maravilhosa aventura destemida

Foto de Osmar Fernandes

O outro lado da moeda

É carnaval...
Festa mais popular do Brasil.
Os foliões se enfeitam, brincam, pulam e soltam seus cachorros...
O carnaval tem escola de samba; blocos; bonecos gigantes...
Tem trio elétrico, bandas e muito samba no pé.
Muita gente ganha dinherio com o carnaval.
Turista do mundo inteiro vem
apreciá-lo.
Infelizmente o outro lado da moeda é triste.
Tem muita bebida... drogas correndo solta... Tem muita gente que vai ao carnaval para fazer mal...
Nas estradas que dão acesso aos grandes eventos carnavalescos a morte anda à galope... Pessoas perdem a vida no trânsito por excesso de bebidas, imprudência e pressa... Bebida e volante não combinam.
Nessa época as funerárias vendem muitos caixões...
A alegria e a tristeza andam de mãos dadas.
É a morte rondando a vida.
Assim é a folia do carnaval... Folia e agonia... No carnaval de rua o povo se diverte, há um grande alerta: pular sem cair.
Viva o carnaval!
Abaixo a violência; abaixo a intolerância; Viva a vida!
O carnaval deve ser sempre um vendaval de alegria.

Foto de Carmen Lúcia

Jesus Cristo dos Shoppings

As ruas das cidades engarrafadas,
Criaturas com embrulhos, de sacolas carregadas,
Num corre-corre pra lá e pra cá, agitadas,
Surpreendem-me, exasperam-me, atropelam-me...
Será esse o espírito de natal?
Levando as pessoas, ou por bem ou por mal,
A competirem...satisfação pessoal,
Por uma vaga de estacionamento
Num Shopping Center Magistral?
Numa explosão de fúteis sentimentos,
Extirpando valores, preciosos bens sociais!
Contemplo abismada o óbvio discrepante,
Imagino formigas gigantes em escadas-rolantes,
Em zigue-zague, buscando futilidades...
Cidades modernas, viadutos arqueados,
Amplas avenidas, reluzindo nos megawatts,
Tudo reluz, tudo conduz ao desejo assoberbado
Do poder de aquisição, de exposição, de ter e nada ser.
Soam as doze badaladas!
É Natal! Jesus nasceu !(E morreu!)
O trânsito congestionado é testemunho cínico
De um povo congelado, sentimentos flagelados,
Com a comprovação de meu olhar profundo e clínico.
As lojas estão cheias e os templos vazios
(Mesmo os que habitam em nós)
De orações, de devoções, de boas intenções...
Hoje o Natal foi destituído,
Por um termo genérico substituído...
A essência que outrora comemoramos
Trocada por "Festas de Fim de Ano..."
Nada mais é como era antes,
Das vendas, Cristo é um estimulante.
E às crianças famintas(mas esperançosas),
Assustadas pela violência...O que dizer?
(Recomendo a consciência, para esclarecer)
Após a ceia farta e amigo-oculto...
Feliz Natal ou Boas Festas?
Que belo indulto!

Foto de Joice Lagos

Do amor restam lembranças

Há tempos eu deixei o amor...
Ele ficou perdido num passado distante
Lá onde meus sonhos não passavam de gigantes adormecidos
Deixei o amor e saí chorando
Amarguei as dores e tentei em vão curar as cicatrizes
Mas hoje eu descobri em soluços
Que o amor outrora deixado morreu
Não pude conter uma lágrima solitária
Era uma lágrima que continha um sentimento que não sei explicar
Talvez seja a mesma dor de uma garotinha quando perde a sua boneca preferida
Ou a dor de saber que nunca mais os sonhos serão tão intensos a ponto de parecerem reais
Hoje perdi um sentimento que me prendia, me aprisionava.
Mas era um sentimento que me embriagava e me entorpecia
Covarde! Pensei...
Porque sei que não houve luta
O amor desfaleceu sem que o tivesse impedido de se ir embora
Restam-me agora as lembranças
Apesar de tudo elas não me fogem
A todo instante me lembram de um amor vivido
De um amor contido e sufocado dentro do peito.

Foto de Fernanda Queiroz

O Show

O Show

Terça, 26/09/2006 - 23:23 — Fernanda Queiroz

Em meio aquela multidão eu me sentia perdida. Por mais que imaginasse nunca cheguei a pensar que pessoas poderiam ser tão apressadas e barulhentas.

Na hora de reservar meu ingresso optei pela geral, pensei que assim passaria despercebida, a idéia de camarote não me inspirava privacidade e sim destaque e como jamais tinha assistido a show de uma Banda famosa ou qualquer outra tudo era novidade. Minha experiência se resumia nas quermesses organizadas pela Associação Comunitária da Vila onde o som da banda dominical entoava valsas enquanto desfilávamos entre barraquinha de jogos e doces e aguardávamos os fogos, estes sim eram a estrelas das festas. Ficar olhando para cima vendo um pequeno zumbido se transformar em imensas partículas colorida era um espetáculo, mesmo que ás vezes acarretasse lembranças nostálgicas, eu amava aquele céu pontilhado de luminosidade.

Enquanto tentava entrar em um enorme recinto, daqueles que se vê somente pela TV, empurrada para lá e para cá por uma multidão que parecia não conhecer as normas da boa educação, estava pensando o que tinha me levado a tomar esta decisão.

Já havia se passado quase dois anos desde que falei com ele pela última vez, neste tempo tão forte quanto às lembranças que sobreviveram estava meu medo de saber o rumo que ele tinha dado a tua vida.
Afastei-me completamente do mundo das manchetes, onde certamente ele sempre seria destaque. Não lia revistas, jornais somente seção de investimentos e cultura, TV canal fechado sobre economia e agricultura, assuntos fundamentais em meu trabalho.
É claro que sem que eu pudesse evitar ás vezes os ouvia cantando, no radinho de pilha de algum operário, nas grandes magazines de eletrodomésticos na cidade, na faculdade onde os rapazes bonitos e famosos fazem à cabeça das garotas que até tatuavam em teus corpos nomes juntamente a desenhos exóticos.
No principio sofria muito por isto, depois sabendo que nada podia fazer, passei a ignorar, afinal quem tinha mandado me apaixonar pelo ídolo do Rock?

Finalmente tinha conseguido entrar no estádio onde a multidão se aglomerava onde estar á frente era certamente um privilégio para expressar o fanatismo que alterava o comportamento das mais diversas maneiras.
E agora estava ali, há poucos minutos e metros de onde ele entraria, duvidando de minha sanidade em ter tomado a decisão de ir vê-lo. Talvez se não fosse próximo à cidade que estava a trabalho há dois dias, jamais teria ido. Fui exatamente para ficar dois dias resolvendo questões de Marketing, mas era impossível não ver todos os outdoors espalhados pela cidade. Minha primeira reação foi de pânico, queria voltar sair correndo ao fitar ele entre o grupo sorrindo, como sorriu muitas vezes para mim... Deus...as lembranças voltavam em avalanche fazendo meu corpo estremecer, meu coração disparava, como aquele ressoar de buzinas que soavam atrás de mim, foi quando me dei conta que estava atrapalhando o transito e com mãos tremulas segui em direção ao hotel onde me hospedara, parando somente em uma loja especializada onde adquiri um potente binóculo, se fosse levar esta loucura a frente ele seria necessário, pois pretendia me manter mais distante possível e algo dentro de mim gritava para ir...Eu iria.

Já se passava 1 hora do horário grifado nos cartazes, a multidão que formara era tudo que jamais tinha visto, parecia uma disputa de quem conseguiria gritar mais alto, ou agitar mãos blusas lenços ou faixas mais altos. De onde estava bem retirada da multidão a tudo assistia ocultando minha ansiedade.

De repente os gritos se tornaram mais forte e contínuo em resposta a presença deles no palco.
Minhas mãos suavam tremulas, meu peito parecia que iria explodir lançando meu coração ao palco, por um momento pensei em desistir e sair correndo para meu abrigo, meu canto onde meus segredos me protegiam... respirei fundo, ergui a cabeça, encostei em uma pilastra, como se ela pudesse segurar meu fardo de dor, estava cantando acompanhado eloqüentes pela platéia minhas mãos levantaram o binóculo sem a pressa de quem esperou tanto por este momento, lentamente o ajustei aos meus olhos onde avistei gigantes holofotes, estava tentando me orientar, olhei em volta tentando ajustá-lo. Vi o baterista movimentado ao frenético ritmo que me fez piscar várias vezes, parecia a minha frente, lentamente movi para a esquerda encontrei o saxofonista, voltei-me para a esquerda devagar, quase sem respirar para não perder o foco, quando o vermelho da guitarra coloriu as lentes senti um impacto tão grande que parecia atingida por um soco no estomago.Engoli saliva inexistente, tentei suavizar os ressequidos lábios passando a língua por eles, meu peito arfava e meus olhos buscava naquela potente tecnologia, tua face amada.

Recosta bem no fundo, longe da entusiástica platéia sabia que precisava vê-lo. Determinada, ajustei as lentes tentando reencontrar o foco reluzente de tua guitarra e lá estavam tuas mãos a segurarem firmemente, dedos firmes dedilhando-a, mãos de artista. Fui subindo, encontrei tua camisa alaranjada, Deus eu amava esta cor em você, lembra-se daquele casaco? Quando o vi sabia que tinha sido feito para você. Caiu como uma luva ficou lindo como sempre foi, será ainda que o guarda? Ou estará jogado e esquecido em algum armário?

Pela camisa entreaberta pude ver tua inseparável medalha segura pelo fino cordão de ouro que cismava em colocar entre os lábios quando estava nervoso, como naquela vez que esqueci o celular desligado por toda tarde exatamente no dia que te aconteceu um imprevisto, tinha que viajar, e não conseguia contato. Quando conseguiu falar, a primeira coisa que disse... já mastiguei todo meu cordão... risos, era sinal de perigo... mas também das pazes de teus beijos ardentes de tuas palavras que compunha as mais belas declarações de amor.

Teu rosto... Deus... a barba feita, cabelos desalinhados como sempre te dando um ar de garoto, tua boca em movimento, cantando ... para a platéia...para o mundo, como gostava quando cantava só para mim que entre risos sempre podia ouvir dizer que me amava... muito, fitando-me longamente com este olhos da cor do oceano e infinitamente maior, pois era a janela que me transportava para as portas do paraíso que meus sonhos tanto almejaram.

Deus... é ele, meu eterno amor, há poucos metros de distancia, no palco, no teu show, no teu mundo.
A lente ficou turva, lágrimas desciam copiosamente por minha face, uma dor física me invadiu fortemente fazendo-me escorregar pela pilastra até encontrar o abrigo do chão, pensamentos desatinado trazia o passado de lembranças onde o presente se fundia em uma imagem com o olhar perdido na platéia.

Teus olhos sorriam as manifestações enlouquecidas, gritavam teu nome em todos os tons, gestos, mãos erguidas, cartazes, onde os pedidos nítidos requeriam tua atenção... teus olhos vagavam acompanhando em um misto de alegria e encantamento.
Olhos para o flash, foi como me disse um dia. Que era um olhar reservado á todas outras garotas do mundo... que para mim sempre seria um único e eterno olhar.
E agora? Que olhar era este? De flash? E se pudesse me ver, me olharia de novo como se tivesse me inventado? Como se tivesse me feito nascer a partir de teu olhar?

Levantei-me cambaleante, tonta, ouvindo o frenesi se tornar mais acentuado, você jogava rosas...a toalha que usou para secar teu rosto...como se doasse um pouco de você...e tudo de mim.

Às vezes vivemos em minutos, muito mais que em dias ou meses, minha mente parecia entorpecida diante da lente que deixava você tão perto quanto eu queria estar, teu rosto, teu sorriso, teu corpo... você do jeito que eu sempre amei... no mundo que não conhecia...no palco...na fama...tua vida, tua carreira, teu destino.

Sai caminhando devagar, virar as costas me custou muito... muito mesmo... nunca saberá o quanto...
A menos que um dia queira assistir um show... em um palco diferente... cheio de galhos e flores... talvez se quiser se juntar á platéia dos passarinhos... ouvindo somente o som de minha flauta, que mesmo tocando baixinho pode-se ouvir além do horizonte...

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Páginas

Subscrever Gigantes

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma