Língua

Foto de Siamesa

Esquisita

Um dia alguém me chamou de ES-QUI-SI-TA. De início achei que tal
pessoa estava a ofender-me, pois temos realmente a idéia de que
esquisito denota estranho. Pois não é, na verdade, um jeito sinistro
ou menos importante de ser. Falo isto pq, interessada sempre na forma
como usamos as palavras, pois a má utilização destas pode causar grandes
transtornos à comunicação entre os humanos, vi-me entre os livros velhos
e novos da Língua Portuguesa como Dicionários, Gramáticas e certos apontamentos
de meus estudos centenários, onde , felizmente, encontrei o famigerado
significado da palavra ESQUISITO. E qual não foi a minha humilde surpresa,
quando deparei-me com a seguinte imagem lexical: Esquisito - Excêntrico.
Que se encontra raramente. Estrambótico. Elegante. Precioso. Primoroso.
Excelente. Que não é vulgar.
Como constatamos, ser esquisita é ser de grande valor, que o próprio uso inadequado
da palavra ou, mais precisamente, das intenções outras de ofender e magoar fazem com que
tenhamos a nítida impressão de sermos nada ou, talvez, de sermos estranhos à
determinada situação.
Sou esquisita. Quero ser. Assumo a minha esquisitice e sinto-me envaidecida por
ter sido tão elogiada, de forma inconsciente ou não, por alguém que se julga
normal.
Que sobrevivam os esquisitos, que sejam em número maior do que os ditos normais.
Que os esquisitos sejam cada vez mais excêntricos, mais primorosos, excelentes e
estrambóticos , porque ser esquisito é ser não vulgar e ser não vulgar é ser
estramboticamente especial.
Que sejam eternos os esquisitos, que reinem na terra dos normais. Que haja amor
esquisito, carinho esquisito, verdades esquisitas e razões esquisitas para sermos
não iguais.

Foto de Joana Rodrigues

Tu...

tu ...enlouqueces-me maravilhas-me atrapalhas-me apaixonas-me cegas-me confundes-me. Tu inspiras-me.
Tu tu tu tu tu tu tu tu tu tu tu .....

Quero tanto de ti e tão próximo que anseio que fosses o ar, o chão, as paredes, tudo.

Que tudo o que tocasse fossem os teus braços. Que tudo o que sentisse fossem os teus lábios.

Como quando fecho os olhos e tudo o que não vejo és tu. Como quando não durmo e tudo o que sonho és tu.

Contigo não consigo respirar. Sem ti não consigo viver.

Quero estar tão dentro de ti que nem a luz do dia exista para mim. Quero abraçar-te tanto que todo o mundo colapse e desapareça num pequeno ponto entre os meus braços.

Toca-me com as tuas mãos. Faz-me desaparecer com a tua pele. Sufoca-me na tua língua. Arrasta-me pelo ar com o teu perfume. Mata-me de vez.

Odeio-te porque existes. Odeio-te porque não estás aqui. Amo-te tanto.

De repente tomo consciência da tua ausência e faz-se noite. Porque não me respondes quando te falo? Porque não te sinto quando estendo o braço? Porque te escondes?

dedico este poema que tanto adoro ao meu querido Vitor que eu amo de coração... amo te vitor ...

Foto de EduardoBarros

Mulher Gato (Eduardo Barros)

Você que me olha com olhos de gata selvagem,
que chega devagar, sensível sem obedecer a instintos.

Você que me arranha, faz eu sentir dor e prazer ...

Morde meu peito e em meus ouvidos ...

Você que marca e me tatua com seus dentes ...

Risca as minha costas e faz arrepiar meus pelos ...



Você que me faz esquecer as coisas ruins da vida,
que me passa seu cheiro gostoso ...

Você que coloca sua boca, sua língua sobre a minha ...

Que tenta e me atenta me deixando louco de paixão e fogo ...

Você que já me conquistou por inteiro
e a cada minuto,
a cada momento,
faz eu pensar e falar o seu nome a todo tempo.

Você minha querida, minha menina,
meu diamante, meu dia a dia ...

Minha noite, minha vida.

Eduardo Barros

Foto de David

Luz (David)

Sua origem.

Panos por pensamentos rasgados

Numa dança sedutora descido

Boca e cálice num só, molhados [1]

O ventre fazia-se contorcido

União cada vez mais sedosa

Pensamento adormecido

Acariciando-a bela formosa

Em face tendo enroscado

Abrindo-se qual majestosa rosa

De fúria havia abocanhado

Quente a língua invadido

Sentimento puro avermelhado



À procura por aquele escondido [2]

Num gemer já implorante

Sente o prêmio do cupido [3]

Dedos por tesão avante

Sábios por leves movimentos

Na alma encontra penetrante

Satisfação desejada: mais acalentos

Ensandecendo de dentro pra fora

Enrijecidos os corpos sedentos [4]

Encontram-se os dois agora

coniunguntur mérito [5]

Qual cogumelo entre cochas aflora [6]

Siqua sine sócio [7]

Sem a luz para a escuridão

caret omni gáudio [8]

De só vazios no coração

Calor e cólera no priapo havia

Deleitando-a de emoção

cordis in custodia [9] .

_____________________________________

1 – O cálice representando a genitália feminina

2 – Ponto G

3 – Pois o encontrou!

4 – Clítoris e Pênis

5 – Do latim, “fortemente acoplados”. Extraído da sinfônica “Carmina Burana”, Carl Orff

6 – O cogumelo representando a glande

7 – “Uma mulher sem um amante”

8 – “Um vazio de sentimento”

9 - “Nas profundezas do seu coração”

David

Foto de LEOANDRADE

Nomenclaturas (Leonardo Andrade)

Ao longo da noite

no universo pleno dessa cama

Nos perdemos e nos achamos

Inúmeras vezes ...

Em múltiplos caminhos;

em trilhas sinuosas;

em curvas perigosas;

em armadilhas de prazer.



Em sabores exóticos;

em sussurros eróticos;

em mãos exploradoras;

em bocas famintas ...

Em jorros vulcânicos;

em gritos de dor e desejo;

no delicioso pecado da luxúria ...

Rompendo limites e barreiras ...

Não há fronteiras

nem entre lençóis ou travesseiros

Meros utilitários que não nos cobrem,

só provocam ...

Não há nada além

dos limites desse templo

onde me entrego a você

e a recebo absolutamente por inteiro

Numa mística cerimônia

de exaltação do amor

ritualizada na plena união de nosso corpos

que se encaixam e se atam perfeitamente

Se movem ritmicamente

e se entendem totalmente

falam a mesma língua

buscam a comunhão perfeita

Aqui ou em qualquer lugar

nesta ou em qualquer outra hora

regidos pelo brilho do sol ou pelos sortilégios da lua

qualquer hora é certa, qualquer lugar é perfeito .

Leigos ousam chamar de sexo,

eu prefiro nomear "fazer amor".

Leonardo Andrade

Foto de Laksmi

Esse pecado...(Laksmi)

A boca na qual um beijo deposito

É tão vermelha quanto a mais rósea flor.

Em seus lábios outro beijo precipito,

Pétala aveludada, doce ardor...

Sua língua a passear por meu quadril,

Eu beijo seus seios e você beija os meus.

Uma antiga canção, disco de vinil

E nossos corpos esculpidos por Deus.


Tal qual aulétrides contentes demais

Cantamos, dançamos nossos rituais

Espalhando magia pelo ar...

Espalhe quem nos reprime a líbido

Que comemos o fruto proibido

E que nós não devemos nos amar!

Laksmi (Poema escrito em agosto de 2001)

Foto de quimnogueira

Poema à mulher (Quim Nogueira)



em prosa...

Os meus olhos pousam em ti e todos os meus sentidos te olham num delirar mútuo de atenção.
Vejo o teu corpo e deleito-me na tua alvura. Cheiro o teu cheiro e aspiro a tranquilidade da tua paz.
Ouço o teu respirar lento, como um lamento que não lamento.

As minhas mãos tocam os teus cabelos e envolvem-se neles.

Acerco-me de ti e te toco. Te sinto global e ali inteira frente a mim. Beijo a tua boca e tudo se torna como num festim de doces carícias e sabor a sal.

Estou inteiro no teu corpo inteiro e me sinto nele como sinto o teu corpo em mim. É apenas um abraço, um enlace de braços que apertam sem apertar, sentindo apenas o teu respirar.

Minhas mãos percorrem a tua pele acetinada linda.

Fecho os olhos procurando apenas sentir.

E sinto o desejo crescer em mim e o teu arfar sobe de tom.

Como é bom. br>
A minha boca se cola na tua boca e a minha língua se funde dentro dela como se da tua se tratasse. É apenas mais um enlace. Sinto o teu peito quente junto ao meu e beijo teus mamilos num acto de procura da loucura.

Loucura que me invade lentamente, premente ali presente ou então como se tudo mais estivesse ausente.

Meus braços te envolvem e se descobrem momento a momento como se fosse a primeira vez que no teu corpo se movem.

Sinto o cálido odor do teu corpo quente de amor, oferecendo-se como numa espécie de orgia sem pudor.

Minhas mãos tacteiam centímetro a centímetro toda a tua pele, todos os recantos de teus encantos e se encontram, de repente, sobre o teu ventre quente, dolente.

Afago tuas coxas e as tuas ancas e as aperto contra mim.

Procuro o teu sexo e o acaricio.

Beijo-te completamente num único beijo e me torno desejo do teu próprio desejo.

Te envolvo num abraço mais e te penetro.

És tu que me possuis. Não te tenho, és tu que me tens.

Movimentos doces se entrelaçam como se não fossemos dois mas um só. Os nossos corpos se fundem num arfar profundo de prazer e loucura. Já não sei o que sou, apenas em ti estou. Eu sou tu e tu és eu numa fusão de ser e estar.

Na verdade és tu que me possuis pois eu não te tenho, és tu que me tens pois em ti eu me dou.

Em ti me eternizo.

Quim Nogueira

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