Parto

Foto de TrabisDeMentia

A partida (dueto com Junior A.)

A chuva parou
E ao parar o meu tempo findou
O tempo de ficar onde onde estou
É para deixar de ficar que me vou
Vou porque a chuva parou
Pego as malas do chão e me afasto
Para onde vou não sei mas parto
Deixo pra trás o tempo que passou
E me farto seguindo o odor da alegria!
É dia!Dia!
E como brilha o sol
Nem chapeu eu quero
Hoje eu espero
Recuperar toda a minha cor
Sentir no vento esse calor
Sentir, cheirar!
Ahhh!
Viver
O amor
!!!

TrabisDeMentia e Junior A.

Foto de Ricardo felipe

Abandono

O levantar do sol mostra o revoar dos pássaros.
Logo o horizonte em douro despertar sorri.
Ouço o sussurro dolente dos pequeninos alados.
Por que tu fostes parte e me deixastes aqui.

Onde tu ti escondes para ter essa palidez?
Nas noites de lua cheia em lamuriar surdez?
Clamei nos quatro cantos, em promessa me sacrifiquei.
Injusto correr das águas só levou a ti e eu fiquei

Com um olhar perdido ao horizonte dos ventos,
sem vida, graça, sonhar, asas ou esperança.
Restaram do outono as folhas secas e os tormentos,
a memória da felicidade e o pesar da lembrança.

Há um caminho solitário pelo qual devo seguir
Vejo a cavalaria branca ao céu em debandada.
Devo juntar as memórias, me unir a ela e partir.
Deixarei a ti estas linhas sobre a cama abandonada,

para que tu chores à noite, de volta, ao saber que parti.
Ti deixo a roseira que podei estes anos todos por ti,
o cheiro adocicado de café no bule e os cabides meus.
Restará tu ai. Parto como teu amor por mim. Adeus.

Foto de ksan De Sousa

Desvaneio

O pôr de sol nascente
marca o compasso dos nossos dias,
o tempo vai e as recordações permanecem
num desvaneio orientado...
Cada ida e cada volta marcam os dois
lados duma mesma viagem.

Não sei o que sinto, se sinto não sei,
só sei que há uma vontade incontrolável
de não partir desse mundo teu...
que pertence-me.
Parto, choro...o gozo da partida é recompensada pela alegria do regresso.

Mundo avesso, aversão consentida
mundo discreto, amor maior do mundo...indiferente de tudo amo-te...
O sol se pôs a escuridão abraçou-me
e deitei junto com ela a espera
de uma nova alvorada...

Foto de Fatima Cristina

Relacao Paralela

Propus te uma noite de arromba.
Por 35$ uma suite espelhada, jantar a luz de velas, cama redonda, banhaira com hidromassagem e todos os nossos desejos realizados num cenario magnifico.Amar te ate que a exastao tome conta de mim.Explorar te sem regras.Percorrer te sem piedade, levando te ao auge.Beber te o sexo e sugar te o sumo da vida.Ver o teu corpo contrair se por debaixo do meu.Saber te o gosto da pele quente e humida, passeando a minha lingua ao comprimento e so depois ter te dentro e profundo no meu sexo...
Com um Babydoll faco te as delicias de um baquete completo e inteiramente pra ti...Dizes que a minha vagina te enche as medidas, e senti lo apertadinho e a escorregar leva te ao paraiso...
Beijar te os labios numa loucura sem fim...Ouvir te gemer e a cravar os dedos no colchao da cama, faz me sentir orgulhosa do ponto em que te obrigo a estar.Ter a certeza que nenhuma outra mulher te teve nestas circunstancias nem desta maneira, e que em momento algum, um homem me amou e estudou deste modo...Esquecer durante horas que nao te tenho mais, por amis que o queira...Abracar te num cansaco a querer possuir me e sentir me segura nesses bracos entrelacados nos meus.Sentir a tua respiracao na minha face a secar as lagrimas do conhecimento do homem da minha vida e perceber que o amor que nos une se encontra paralelo.A perfeicao daquela noite deixou me magoada e olho pra ti, nesse jeito de menino,dormindo e confessando aos anjos a historia de um amor proibido.Descolei os nossos corpos e afastando as cortinas vermelhas, la fora choravam as estrelas que presenciavam o nosso adeus pra breve.Lembrar que nao vou ter mais as tuas investidas no sexo, congela me o desejo que so tu podias dominar e acalmar...Observar a nudez dessa pele que me fascina e nao a sentir mais junto a minha,devasta me...O sol que nasce e te ilumina o rosto belo, te faz despertar pra a realidade...A temperatura que toda eu oscilava com a tua presenca, o batimento do coracao entusiasmado com o teu olhar doce, tudo isso ficara pra tras!Tocar te nos labios molhados uma ultima vez, alimentados pela doidice de nao os querer largar, exigo parar no tempo para sempre.No carro espera nos uma longa caminhada e as horas de silencio em que o arrependimento foge e a paixao nos devora, oico dizer te que me amas, assim sem mais nem menos, saindo apenas da boca pra fora...O nosso destino e a nossa estrada nao se conciliam...Assim eu saio e parto de vez ... e pra sempre, de ti!!! E caminhando pela estrada da solidao, o meu coracao grita dizendo "tambem te amo".Paras o carro junto a mim, e a tua mao agarra na minha, num tom baixo de voz susurras me " entra, porque o meu amor nao `e paralelo". Depois de entrar, ele olha em meus olhos e com a voz suave me diz " amor eu quero te comigo pro resto dos dias de minha vida, ate que a morte acabe com este amor". Um beijo selou aquele compromisso, e naquele carro pela primeira vez nos entregamos de corpo e coracao aquele amor, e nao somente a paixao e desejo!

Foto de Viollett

Adormecer e morrer (Viollett)

Silêncio, quarto vazio e impessoal, luz apagada...

Presença inexistente, calor apagado de corpos colados,

Amor premente, olhos arregalados com trejeitos de dor e prazer.

Será que partiste para todo o sempre?

Finalmente a luz tende a aparecer, o medo cresce

Mas toma formas de saudade e desespero.



Nada!

Partiste, sem um adeus, sem um beijo,
sem um abraço nem um sorriso...

Choro um silêncio chamado solidão.

Uma solidão que sinto e que me transforma.

Uma solidão que me corta,

Que me fere o corpo e alma,

Que me enfraquece os movimentos, a pele e a mente...

Vivo em esperança!

A esperança que me incentiva a viver, a respirar,
a sentir...

A tentar olhar o novo dia, sem medo nem fracassos

Tentar rever os teus olhos, os teus lábios, os teus abraços

O teu mundo e o teu ser...

Parto!

Desapareço sem te avisar

Vou viver outra vida,

Noutro sol ou noutro luar...

Ainda vivo no silêncio obscuro

Apenas quebrado por gritos de dor

Que antes era de prazer em noites fugidias,

Busco a felicidade,

Sem nunca a encontrar mas farta de a procurar.

Morro!

Sem descendentes, antecedentes ou precedentes,
sem amores passados...

Simplesmente jazo na cama fria e desconfortável...

Revejo a minha vida, sem fracassos, sem temores,

Nem pobreza, nem riqueza, com amor sem ardor.

Revejo-te, miro-te como foste há tantos anos.

Anos de felicidade, minutos de paixão, séculos de solidão,

Presos no tempo mas soltos em pensamento.

Quero-te, tenho-te, esqueço-te,

Talvez por esta ordem, não o sei,

Mas evito este pensamento quando fecho os olhos,

Solto a alma do corpo, sinto o coração parar de bater,

Sinto a respiração prender, como quando te vi,

Sinto a mente afundar, como quando te possuí,

Sinto o corpo gelar, como quando te perdí,

Sinto a esperança esvair, como quando morrí.

Voltas!

Estou morta, choras!

Beijas-me a face e partes sem olhar de novo para o ser que abandonaste

Recordas-me... Vertes lágrimas sem ninguém olhar,
sorrisos soltos com menosprezo.

Amor morto é como pássaro sem asas,

Existe mas não pode almejar voar.

Amor!

Não é preciso asas para voar

Não é preciso muito para saber sonhar...

Espero-te!

Viollett

(Uma Estrela suspensa na Lua)

Foto de quimnogueira

Poema do grito...(Quim Nogueira)

Na solidão do meu remorso do bem que pude fazer e não fiz,

porque não pude ou porque não quis ?...

Eu revejo meus erros e me transformo em borracha;

borracha que apague a razão de aqui estar !

Na solidão do meu erro, do cometido consciente

ou do inconsciente assumido,

eu choro pelo vazio não preenchido,

pela vaga existente...

Por ficar, não ter ido...


Na solidão da minha mágoa sentida eterna e cadente,

eu revejo a ternura que em ti vive,

o carinho ardente do amor que busquei e... não tive.

Parto então em nuvens de gritos abafados

dum coração que arde sangrando,

não pela cruz que carrego mas pela cruz que outros,

irmãos meus, vão transportando.

As nuvens abafam meus gritos

sufocando as gargantas dos Deuses,

que nos seus pedestais,

me negam suas existências para num só Deus,

eu me mergulhe no cais.

Cais onde aporto meu arfar;

cais onde aporto meu ardor;

cais onde me fico, onde me sinto,

onde sou aquilo que sou !

As amarras então se me soltam e do cais me vejo partir...

Para onde vou ?...

Se é aqui que sinto que sou !...

Então, me agarro mais uma vez

e as ondas me embalam devagarinho...

ora fortemente, ora docemente...

E, então, o frio me invade.

Mas é nesse frio que me aqueço;

no frio das lágrimas dos que lentamente

enchem os sulcos do meu mar, deixando antever,

num só olhar, os adeuses perdidos

os choros sentidos

dum barco, só...a navegar !

E as amarras se me soltam...

e as ondas se revoltam...

e os outros barcos nunca mais aportam !

E na solidão do meu remorso do bem que pude fazer e não fiz,

sinto-me voar em altos céus

desejando vencer a inércia do meu desejo,

lutar a teu lado, meu Deus,

sentir-me junto, como um afago,

vencendo os medos,

vencendo os choros,

vencendo as ondas,

vencendo os gritos !

Quim Nogueira

Foto de quimnogueira

Ouvindo a noite...(Quim Nogueira)



alguém a ouve?...

...sentado nesta cadeira de frente para o meu computador, numa mesa de madeira, branca de sua cor, eu teclo nas letras paradas ao redor dos meus dedos...preparo um texto, sem contexto, com uma textura qualquer, talvez de amargura...não me preocupa a forma, nem as palavras que me vão deslizar pelos dedos e destes para o écran que, de vez em quando, olho prevenindo um possível erro de escrita...não me preocupa o tema, mesmo que sem lema não se torna um dilema neste plural sistema de escrever prosa ou poema...

...trata-se de fazer deslizar apenas o teclado pelos meus dedos e deixar sair as palavras da minha mente numa constante busca da semente do significado para aquilo que estou a fazer neste momento...e que faço eu, nesta hora, aqui, sozinho e agora, batendo lento ou apressado nas teclas do meu teclado...olho em frente e vejo um relógio que marca as horas lentas que passam por mim e que marcam o tempo de viver a sorrir e a amar...tudo e todos, sem olhar a quem...somente por amar...

...e que espero eu obter desse amargor doce da alma que sofrendo não chora, pelo contrário, vive e implora...e que espero eu senão encontrar o caminho mais leve que me percorra o corpo como quente neve branca como o luar que lá fora, no céu cinzento, teima em espreitar numa noite fria de chuva que se aproxima do meu solitário estar...

...não percorro os corredores do dia que passou nem choro as lágrimas que retive dos acontecimentos que por mim passaram como uma brisa leve pousando no lugar onde estou e me sinto pairar dentro do meu próprio eu...

...procuro o sentido da vida que não encontro, numa procura constante de mim mesmo, na luta insana da loucura que afasto de mim nem que seja por um instante...

...e esse instante está chegando na forma da noite que se aproxima, daquele estado de espírito que me anima, pois a solidão resta a meu lado sem um mudo som nem qualquer grito abafado de dor...

...e aqui fico...

...esperando a noite chegar para nela me agachar e aninhar...povoar nela os meus sonhos de aqui me sentir e de aqui gostar de estar, neste lado do meu mundo, sozinho, de dia ou de noite, a mim próprio mentindo...

...mentindo-me em constante delírio duma busca que ufana luta me provoca na mente que, pensando, não me escuta...

...e não me oiço a pensar, nem quero sequer isso imaginar; oiço apenas a noite chegar e a sua escuridão me abraçar, sem me possuir nem me ter, apenas me rodeando de um leve prazer por ouvir os seus sons sobre mim verter...

...e vertem-se esses sons em pancadas surdas de palavras mudas, livres e desnudas de sentido ou de intenção...

...a noite traz paz ao meu coração...ouvindo-a, fico sossegado e dou a mim próprio a minha própria mão...segurando-me para não a possuir...para ficar aqui e não ir...

...senti-la apenas num, pequeno que seja, luxuriante som...

...ouvindo a noite, parto para o êxtase do meu ser, não pretendendo ver, apenas ouvi-la...

...dentro de mim, a bater...

Quim Nogueira

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