Os dias se passam, tristes sem estas primaveras
Todas espalhadas pelo chão, perdidas no tempo
Enfraquecidas pela escuridão, pela ausência
de um pingo de orvalho, do calor de um coração
Se ando por entre elas, me perseguem ...
Tristonhas, colocam-se a chorar ..
o sangue que já não têm, terminam por derramar,
No desespero de quem espera a volta de um amor.
Se a incerteza dos ventos as levam para longe
da eterna mãe natureza, assim como me levam
para longe desses olhos, os quais desejo, enfermo,
nas mais frias noites de inverno.
Me junto à essas almas perdidas e passo a vagar
ao sabor do vento, já não me resta nada além
de sonhos imortais, sombras e desejo,
que me mantêm extasiado nesses dias de angústia.
Se pudesse te alcançar, te amaria sem exitar,
assim como essas nobres flores crescem e se banham
à luz do luar, me afogaria no seu perfume
que se espalha e contamina o meu tempo, me leva
ao desespero ...
Sonhos eternos de uma nobre primavera,
um tempo que passou ou ainda não chegou,
Que faz nascer a esperança nesse escuro coração,
Deus, faça-me acreditar que um dia irei te encontrar.
Por entre os negros campos, os quais andei,
nos momentos de fraqueza foi em você que busquei
tempos modestos de alegria e amor, esquecendo os de pavor..
Dias os quais vivi a te amar ..
Me aprisiono nesse tempo, meu universo enlouquece,
Já não posso mais sonhar, o irreal não me basta,
precisto te amar, que seja para errar, para ferir..
Que seja para me completar ..
Viver sem o teu perfume é como a primavera que
cresce sem cores, no irreal, surreal mundo do temor
Preferiria morrer do que viver,
Se tivesse que me afastar do teu amor.