Pranto

Foto de Pseudo_Poeta

Tu, Só Tu!

Tu, só tu...
Transformas cada noite singela
Enregelada pelo impiedoso Inverno,
Criando a mais bela tela de aquarela
Com um intenso Verão pintado nela.

Tu, só tu...
Emanas esse brilho constante,
Sobressaindo as cores da nossa amizade,
Moves-te com arte provocante,
Deleito-me com a tua divindade.

Tu, só tu...
Com esse teu desejo intenso
Que me põe em suspenso,
Fico curioso propenso,
Neste enredo imenso
A que eu pertenço.

Tu, só tu...
Me fazes planar numa galáxia estelar,
Rumando-me a ti para teus lábios beijar.
Apenas aproveitar cada luar,
Unidos, fundidos em qualquer lugar,
Eterna chancela que nos apazigua,
Minha alma em tua alma por fim desagua.

Tu, só tu...
Me provovas, convocas ao altar do prazer,
Cada respirar, cada arfar, cada falta de ar,
São sinónomos famosos que fazes acontecer,
Saber o teu corpo de cor
Percorrê-lo com a mente,
Dá-me um intenso calor.
Vermelha é a côr do meu corpo em fervor,
E solta-se a corrente deste erotismo premente!

Tu, só tu...
Me fazes delirar,
Agitas o meu Mundo,
Fazendo-o girar.
É o pensamento profundo,
É o meu temperamento,
Apesar do crescendo,
Só a distância lamento.

Tu, só tu!
Me envolves assim,
Estimulas o melhor que há em mim,
Imagino palavras que sorriem para mim,
Construo castelos que palpitam sentidos,
De muralhas bem fortes e guardas destemidos,
Elaboro versos submersos em pranto perdidos,
Escrevendo poemas que jamais serão esquecidos!

Hugo Andrade 2007/03/1

Foto de Junior A.

É noite...

É noite, sinto-te pela casa, em passos, por entre os espaços, vazios de ti. Logo há de chegar, as velas, sobre a mesa queimam e se gastam, em um pouco da esperança de logo ver-te.
Teu perfume, ameno paira pelo ar, mistura-se ao aroma das pétalas que cuidadosamente deixei ao chão, da casa, escuro, escuso de si em saudade, luzes apagadas, tudo em silêncio, realçado apenas com o brilho das estrelas, distantes, ao céu, que se intrujam por entre os vidros da janela da sala.
Dar-se o tempo, oiço, bate a porta, chegas, um tanto atrasada, envolta por pingos da chuva, que serôdia se derrama, como em pranto, fraco, presente. Num vestido vermelho, rente ao corpo, cabelos soltos, olhos sôfregos e coração pulsante, insegura talvez, mas bem delineada para com teus anseios. Despojas o teu vestido, único acessório que cobria tua pele, branca, teu cheiro inunda os cantos, os meios, os lados que não se viram, que não se vê. Teu libido grita por entre teu olhar, serrado, fitado em mim. Entras por entre porta, cala-me o dizer com tua língua que afaga a minha, tuas mãos inquietas, tua estuga em achar-me. Dou-me ao palor de outrora, acomete-me a dor das amarras.
Desato-me do teu beijo que queima em meus lábios, afasto-me do teu quadril que o meu procura, no desejo de encaixar-te. Cá, não me cabe. Não se desatina a mente, liga-se as luzes que não escureciam, já que lúcido ainda estava. Recolho teu calçado por sobre tapete, lhe devolvo o vestido que se perdera no caminho e peço-te:
- Vai embora.
Teu desejo, mais que tua nudez me assusta, tamanho é o infortunio que nada mais de ti desejo. Enamorei-me por tua alma, nua, onde a beleza intacta se apura ao decorrer do tempo. Vá, cubra os teus excessos, procure-me no dia em que isento de mim mesmo, ei de querer-te apenas num corpo, sem alma. Deixa-me só agora, como quase em todo o tempo estou, apague as luzes antes de ir por favor, deixe apenas o vinho, o cheiro que não se vai, para apetecer-me a sonhar com o dia em que ei de encontrar, a nudez, que tua pele sem roupa esconde.
Permita-me pensar, que cá ainda não chegaste, para quem sabe assim, ter de ti aquilo que em verdade almejei.

Foto de Enise

meia locura...

Que tal trocarmos de loucura
você sobrevoa com a minha e eu me extravaso com a sua?
Que tal unirmos aquelas nossas mentes sãs,
que por mais vãs,
se misturam numa loucura madura
você com a sua, e eu com a minha
que ainda procura, num veio de água limpa
um seio de alma pura?
Que tal trocarmos a nossa loucura
você se propaga com a minha,
e eu me enriqueço com a sua?
Que tal espalharmos silenciosos aos quatro cantos,
que não houve nenhum processo podado,
que ninguém foi mal acabado,
que não houve nenhum pranto ou lisura
porque você tem a loucura mais pura
a loucura mais consciente,
própria do ser inocente,
mas redunda numa amargura?
Que tal trocarmos nossa loucura
você fica com a minha e eu me libero com a sua?
Que tal trocarmos de exílio,
fazendo do auxílio,
um asilado da lucidez?
Que tal experimentarmos a sua covardia,
trocando a sintonia,
e fingindo sensatez?
Que tal abandonarmos as regras,
fazendo-nos de contente,
porque um ser só é meio louco
quando a outra meia parte só é mais um pouco?
Que tal trocarmos nossas loucuras,
você sobrevive com as minhas,
e eu, vou vivendo com as suas...

Foto de Minnie Sevla

Passarinho

Passarinho

Ah, se eu pudesse enviar um passarinho
Pra bater na sua porta
E falar sobre o meu ser e o meu carinho...
A ti mostrar quem sou eu e o que me importa

Se você não acredita
Meu amor ainda que machucado será seu
E o coração triste se habilita
Num grito meio que calado
Dizer baixinho: amo-te

Junto cada pedaço do meu ser no chão
Para me fazer inteira pra você, me recompor
Pois minha raiva é como grão
Pequena demais comparada ao meu amor

Sou assim mesmo, transparente
E não consigo esconder o sentimento
Que tenho por ti desde o primeiro momento
Pois crio asas e vôo, mesmo estando ausente

Não sei onde vai me levar esse caminho
Só sei que quero ir além do horizonte, deste mar
Pois eu entendo agora que é tarde pra voltar
Preciso prosseguir e entregar a ti o meu carinho

Voa passarinho, vai levar
Bate na porta dele com seu canto
E entrega o meu coração a sangrar
Só assim vai entender, a minha dor, o meu pranto

Minnie Sevla

Foto de Auber Fioravante Junior

Tulipas Abençoadas

Encantadoras tulipas brancas
trouxeram-te envolta em tua aura azul e
com palavras ditas no silêncio de teu olhar
fui surpreendido em um filosofar do lirismo altivo,
entranhado em meu pranto que enxugaste com
pequeninos ósculos, dignos de um profeta
dos ventos letrados nas divinas ilhas do saber!

Atenuantes tulipas amarelas
te fizeram emergir em tuas pétalas violetas,
em tua face a simplicidade do sorriso, induzindo
a ternura da doce flauta em uma planar gentil
tirando dos porões do meu castelo, efêmeras cicatrizes,
para enfim doutrinar a brisa com tuas mãos de pelica
traçando em toques a magia do teu carinho!

Radiantes tulipas vermelhas
abriram-te em tua feminilidade cristalina,
soletrando a sensualidade e tendo a lua como álibi
discreto de um soneto, velado com teu coração
acrescendo em meu avesso uma viagem astral,
Eros de um de um novo milênio versejado
Nos rubros segredos da luz irmã!

Dançarinas tulipas cor de rosa
abençoaram-te em tua sensibilidade mulher
imaculando lúdicos desejos aprisionados
nas masmorras da minha alma, citando um poema
de uma única estrofe, tornando-se um texto de Camões
quiçá de um jardim prosaico e maestro
do amor do sempre Eremita da verdade!

25/03/20027
Porto Alegre – RS

Foto de Fernanda Queiroz

Ah! Poesia

Ah! poesia
Que trás magia
Junto euforia
Alegra meus dias
E me faz poetar

Ah! Poesia
Que nasce no peito
Descreve com jeito
Um amor perfeito
Que me faz sonhar

Ah! Poesia
Letras de encanto
Enxuga meu pranto
Ativa meu canto
E me faz lembrar

Ah! Poesia
Lembrar da saudade
Que na realidade
Faz a felicidade
De poder amar

Ah! Poesia
È mais que um dom
Sem rima ou sem tom
Capita o som
E me faz cantar

Ah! Poesia
Leve este recado
Diz pr’o meu amado
Que está trancado
Em meu coração

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Broken Wings of Butterfly

Pulsos Sangrentos

Eu quero matar-me...
Por não saber mais como viver.
Eu quero matar-me...
Por fazer um ser tão nobre sofrer.

Quero matar-me,
Enfiar de uma vez uma estaca em meu peito.
Quero matar-me,
E morrer lentamente deitada em meu leito.

Eu quero matar-me...
Pois já não quero te causar mais toda essa dor.
Eu quero matar-me...
Pois sinto falta de teu abraço, de teu calor.

Quero matar-me,
Por fazer lágrimas escorrerem de uma face tão pura.
Quero matar-me,
Por não poder tirar de mim essa maldita armadura.

Eu quero matar-me...
Pois já não sei como agir diante de teu sofrimento
Eu quero matar-me...
Por estar te causando todo esse terrível tormento.

Quero matar-me
Por não poder secar suas lágrimas, seu pranto.
Quero matar-me
Por sempre tentar permanecer encolhida num canto.

Eu quero matar-me...
Pois já não sei mais o que fazer...
Eu quero matar-me...
Pois já te amo e não quero te perder...



By .: † MaLu Dark Butterfly † :.

Foto de Mabel

QUANDO EU ME CHAMAR SAUDADE...

Quando eu me chamar saudade!...
Não chorem por mim, a vida tem continuidade’
Pensem em mim com a nossa vida vivida a felicidade’
Dos tempos vividos sempre com cumplicidade.
Quando eu me chamar saudade...Meu filho!
Lembre da felicidade, como nosso brilho.
Brilho que tivemos e teremos em nossas vidas.
Não chore, querido, mas nossa lembrança viva.
Quando eu chamar saudade...meu amor!
Não quero que minha ausência lhe cause pranto ou dor,
não quero que chore, fazendo da vida grande dissabor
Quero apenas que lembre nossa vida com muito amor.
Quando eu chamar saudade...Meus irmãos!
Quero que recorde nas vidas partilhadas com união.
Que nossos pais,conosco, da alegria tenham visão.
Que estejamos sempre sintonizados em seus corações
Quando eu me chamar saudade...Meus amigos!
Lembrem de como vivemos desde tempos antigos,
Esquecendo a tristeza, é natural, não tenham consigo.
Lembrando que a partilha da amizade foi nosso abrigo.
Quando eu me chamar saudade...
o que aconteceu meus queridos?
é que esqueci, que os nossos que se foram...
agora chamam SAUDADE!

Foto de HELDER-DUARTE

Sentimento

O que me vai na alma?!...
Vai-me dor...
E Divino amor...
Que este pranto acalma!

Vai sofrimento...
Também ansiedade...
Como quem não tem liberdade,
Por não ter contentamento.

Mas tu oh real,
Ser existência,
Que contemplas meu mal,

Sabe desde já...
Que ainda com tal experiência,
Meu ser esperança e vida, em todo sempre terá!...

Helder Duarte

Foto de HELDER-DUARTE

Cultura

Bernardim Ribeiro

Ai Bernardim Ribeiro,
Que de sofrimento, antes de mim falaste primeiro!
No teu romance da «Menina e Moça» que sofria,
Com o mesmo sofrimento do rouxinol, que no ribeiro morria.

Quem eras tu afinal,
Que o sofrer foi-te por sinal.
Serias «Judeu»
Que pela Inquisição sofreu?

Nesse teu romance,
Em que todos sofrem, sem descanso,
Desde a Dama do tempo antigo, no seu sofrer
A Avalor, Aónia e Bimmarder,

Como é evidente, não me ouves para me responder,
Às minhas questões de sofrer!
Pois só Deus, nos pode ouvir,
Nestas coisas do existir!...

Por isso a ti Senhor invoco,
Jesus meu salvador,
Alivia-me do meu sofrer
E deste tanto padecer!

Só tu o podes fazer,
Porque me amas, até ao ponto de por mim morrer!
Mas ainda que morte enfrentaste,
Dela triunfaste!...

Sem dúvida, que padecimento,
É assunto que entendes,
Pois só tu passaste,
Tão grande sofrimento.

Mais que outro humano ser,
Etendes o que é sofrer.
E a resposta ao porquê, de tanto pranto, na vida,
De Bernadim Ribeiro e na minha.

Na de Job,
E na do cego de Jericó.
Só tu sabes o porquê.
Pois tudo entendes, pois és Deus que tudo vê,

Por seres omnisciente,
E também omnipresente,
Podes então dizer,
A causa, que à gente humana tanto faz sofrer!...

Helder Duarte

Sonhei

Ia caminhando p´ela cidade,
Até, que me senti cansado, apesar da minha mocidade.
Cansaço, físico e espiritual...
Não parecendo, este estado, pertencer à lógica racional.
Com verdade, eu era um humano ser, cheio de infelicidade.
Como quem, não tem liberdade.
O estado de ser feliz, não viera a encontro meu.
Sabe Deus, porque isso me aconteceu!
À frente estava um jardim.
Então pensei:
Sentar-me-ei,
Naquele banco, perto do jasmim.
Havia um ribeiro, que som não entoava,
Ao descer um monte, onde as águas não o magoavam.
E um rouxinol, nele bebia;
Pois morrer, não queria,
Como o das «...longes terras...»
Que no ribeiro do século dezasseis,
No mesmo, caia e morria.
Naquela terra, de sofrimento, mil vezes!
Este jardim, tinha vida.
Como o tinham «A Cidade e as Serras»
Do Eça de Queirós, romancista.
Lembrava ainda, «O vale de Azambuja» de «Viagens na Minha Terra»
Do poeta, que a mulher, exaltava
E anjo lhe chamava.
Então, no banco me sentei.
Adormeci...
E sonhei... sonhei...
Que feliz era...
Com a felicidade, que este pó, jamais tivera!!!...

Helder Duarte

Camões

Camões! Que cantaste Portugal!
Com inspiração, sem igual.
Com força tanta...
Essa alma canta!

Mas eu canto, outro cântico.
De maior valor e encanto!
Meu hino é eterno...
De vida e belo.

Sempre, enquanto convicção, esta, minha alma ter,
Exaltarei, nem só terra...
Mas o céu, canta meu ser!

Porque é reino,
Sem guerra...
Mas de amor eterno!

Helder Duarte

Nada sei

Como Sócrates o grego,
Também eu nada sei...
Nem do mal, nem do bem, no seu todo...
Ao pleno real, ainda não cheguei.

Há o total...
Mas eu dele, tenho muito que aprender.
Do Ser real,
Mais quero ter...

Quem me ensina,
É Deus!
Que é verdade

E a origem da mesma:
O Ser, de actos seus...
Verdade eterna.

Helder Duarte

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