Prostituição

Foto de Rosamares da Maia

MENINAS PODEROSAS

MENINAS PODEROSAS

Você sabe quem é uma mulher poderosa?
Não sabe?

Então levante-se, caminhe até o espelho mais próximo e olhe-se nele.
Você está diante de uma mulher poderosa, de uma mulher que acorda cedo todos os dias, organiza a própria vida em torno da casa, filhos, marido (quando ainda está com ele). Se não estiver, aí minha amiga, você é ainda mais poderosa.
A poderosa, muitas vezes faz jornada tripla, trabalhando em casa, na rua e, ainda estuda, para não perder o pique da competição por melhores colocações no mercado de trabalho.
Uma poderosa tem por “obrigação”, ser bonita, cheirosa, limpinha e arrumada. Precisa ser mãe e amamentar, ser mulher e amar, tentar satisfazer o parceiro e sair satisfeita desse encontro de mundos tão diferentes. Uma poderosa, mesmo quando a vida embrutece as pessoas, precisa manter a delicadeza e a suavidade, saber ser sensível e chorar, mas, chorar lágrimas discretas, sem ser piegas ou “melosa”. A poderosa pode dobrar quando fustigada pelo vendaval, mas, jamais quebrar ou descer do salto.
A verdadeira poderosa ao contrário sentir inveja, desejo e cobiça, deve procura espalhar amor, bondade, conquistar espaço pela competência, admiração e respeito. - Mas não deve ofuscar ninguém.
Ah! Não se assuste menina. Todo mundo tem uma fórmula pronta para você. Esta visão e expressões são formas de um Mundo globalizado que definem uma “Menina Poderosa” - Nós sabemos bastante sobre estas coisas.
Na realidade, hoje você é poderosa porque conquistou seu espaço a duras penas. Não importa que rótulos ou fórmulas usem para te definir, porque a sua maior conquista foi a “capacidade”, a plenitude da cidadania, em todos os sentidos: Jurídico, político, profissional, sexual, e a maior de todas as conquistas, a integridade como ser humano. Esta forma intera de ser te concedeu o direito de fazer escolhas das mais importantes, como: Escolher parceiros para amar, e se você errar, tentar de novo,... e novamente, pois a meta maior é ser feliz; Você pode ser mãe, ao mesmo tempo estudar e fazer escolhas profissionais, trabalhar e amamentar os filhos que escolheu ter.
Obviamente, o Mundo não é o "País de Alice", e ainda existem mulheres aprisionadas dentro de “burcas”, vitimas da ablação das suas genitálias, através de clitorectomias, tudo contra o “haram" - pecado original somente das mulheres". Tudo em nome de “Alá” e da desculpa cultural de costumes que procuram justificar a existência de um “ser inferior”, enfim, subjugação, dominação etc. Nossos salários ainda são menores, nem todos se despiram de uma série de preconceitos, ainda se espanca, encarcera, mutíla e “mata, tudo em nome da honra”. Mulheres são aliciadas para as mais variadas formas de prostituição, inclusive aquela que a escraviza como objeto consumista de modas, padrões, silicones e formas...etc, etc e tal.
Mas, uma profunda reflexão sobre a integridade do Ser, tem-nos feito emergir e conquistar, tem-nos permitido lutar. E aí reside o “Poder das Meninas"- Fraternidade - Quem pode mais tem aberto caminhos, na certeza de que haverá um dia em que o poder será compartilhado entre todos os gêneros da espécie Humana - o respeito será definitivo, permanente, indivisível, prestigiando a PESSOA.
Lembrando dessa humana condição de Ser Mulher, todos os dias agradeço a Deus por ser mais uma poderosa como você.
Rosamares da Maia.

HOMENAGEM PELO DIA 08 DE MARÇO, DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Foto de MorumySawá

MINHAS VISITAS AO INFERNO

Já visitei o inferno em vida. Já entrei em suas câmaras horrendas diversas vezes. Em todas, padeci muito. Nada tem a ver com o "Hades" mencionado na bíblia e nos estudos teológicos que são dados por religiosos. Aquele que jaz embaixo da terra e começa depois da morte não me interessa aqui. O inferno que já conheci e que me machuca fica mesmo na terra dos viventes.
Já estive no inferno do engano. Há algum tempo debato com um cenário surreal e dantesco que aconteceu dentro de minha mente. Vomito e sujeira, mau cheiro e loucura atolava meu filho no submundo dos tóxicos. Ali não existem humanos, apenas carcaças ambulantes. Sempre que tenho este pesadelo desejo dormir profundamente só para fugir do que testemunhei imaginando no futuro um cenário tão real que aflige não só a minha mente, mas, também a minha alma. Vivo a me perguntar por que os jovens se revoltam contra o sistema a sua volta. Tentam ser livres e acabam criando uma masmorra para si mesmo. Constroem o inferno com suas próprias mãos.

Sempre que desperto deste pesadelo um Lago de Enxofre permeia o mundo em que existo. Cada um dos jovens perdidos neste mundo tem uma mãe e um pai. Pais que choram como eu. Choram por não saber como apagar as labaredas medonhas que teimam em alcança-los.
Já estive no inferno da culpa. Hoje sei que nenhum tormento provoca maior dor que a culpa. Qualquer mulher culpada sabe o tamanho de sua opressão. Qualquer homem culpado fala que os ossos derretem com uma consciência pesada. Culpa é ácido que corrói. A culpa avisa que o passado não pode ser revisitado. Assim as pessoas se submetem a carrascos internos e esperam redenção através de açoites. A dor da culpa lateja como um nervo exposto.

Os culpados procuram dissimular o sofrimento com ativismos, divertimentos e prazer, omissão e loucura. Mas a culpa não cede; persegue, persegue, até aniquilar a iniciativa, a criatividade e a esperança. Recordo quando no final de uma reunião, uma mulher me procurou pedindo ajuda. Seu marido se suicidara de forma violenta. Mas antes, ele procurou vingar-se. Deixou uma nota responsabilizando a mulher pelo gesto trágico. Diante da tragédia, aquela pobre mulher, desorientada e aflita, não sabia como sair do cárcere que o marido meticulosamente construíra.

Já estive no inferno da maldade. Conheci homens nefastos, mulheres perdidas em sentimentos da inveja. Sentei-me na roda de escarnecedores. Frequentei sessões onde o martelo inclemente da religião espicaçou inocentes. Vi pastores alçando o voo dos abutres. Semelhante às tragédias shakespearianas eu própria senti o punhal da traição rasgar as minhas vísceras. Fui golpeada por suspeitas e boatos. Com o nome jogado aos quatro cantos, minha vida foi chafurdada como lavagem de porco. Senti o ardor do inferno quando tomei conhecimento da trama que visava implodir o trabalho que consumiu meus melhores anos de ministério. E eu sem saber como reagir.

Portanto, quando me perguntam se acredito no inferno, respondo que não, não acredito, eu o conheço! Sei que existe. Eu o vejo ao meu redor. Inferno é a sorte de crianças que vivem nos lixões brasileiros em meio às drogas. Inferno é a negligencia de pessoas que se acomodam em seu mundo particular e que se danem os que estão lá fora. Inferno é o corredor do hospital público na periferia de Brasília e em outros estados brasileiros. Inferno é a vida de meninas que os pais venderam para a prostituição. Inferno é a luta que meu filho enfrenta todos os dias quando acorda dizendo que não vai mais ser escravo do vicio.

Um dia, aceitei lutar contra esses infernos que me rodeiam, assustam e afrontam. Ensinei e continuo a ensinar que Deus interpela homens e mulheres para que lutem contra suas labaredas. E passados tantos anos, a minha resposta continua a mesma: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Acordo todos os dias pensando em acabar com os infernos. Gasto a minha vida para devolver esperança aos culpados; oferecer o ombro aos que tentam se reconstruir; usar o dom da oratória para que os discriminados se considerem dignos. Luto para transformar a minha escrita em semente que germina bondade em pessoas gripadas de ódio. Dedico-me porque quero invocar o testemunho da história e mostrar aos mansos que só eles herdarão a terra onde paz e justiça um dia se beijará.

Cleusa de Souza Klein

Foto de Wilson Numa

A Humanidade

O que se passa com o mundo? A cada dia que passa vemos os jornais e só falam de morte, será essa a única razão para que o Homem foi criado? Duvido Deus tem grandes planos para todos nós, mas não desrespeitamo-lo como se não existisse, hum! patética a vida que o Homem leva.
Quantas bombas têm de explodir no meio de praças, mercados, escolas e igrejas? Vemos o sangue jorrar pelas ruas como se fosse água de chuva, mas uma chuva que nunca para, o Mundo em si já é injusto quantas crianças mais teremos de ver sofrer, sem nada para comer e ainda por cima órfã, porque sei lá quem chegou e decidiu tirar a vida de seus pais. Porquê que bombas tem que explodir bem na nossa frente, porquê? Não há mais nada para se fazer que as mortes estão piores que a prostituição, o Homem precisa sempre de problemas nunca quer viver segundo a lei de Deus, não nos podemos esquecer que Deus pode destruir o Mundo num piscar de olhos, será que não chega a morte de Cristo que por nós morreu e seu sangue, nos lavou.
Temos que parar um segundo e pensar se não podemos acabar, com essa brincadeira de guerra, usam-se armas como se estivéssemos a jogar em qualquer consola que todos os que aparecem à frente são todos inimigos, traição entre irmãos depois queremos que Deus tenha piedade de nós, não me conformo com nada disso parem de atirar granadas como se estivéssemos no filme “ Rambo” isto é realidade pessoas morrem.
Quantas mortes mais teremos que ver, para parar de matar? Ou temos apenas que exterminar a humanidade? Porque se for essa a solução não seria nada mal, estamos cada vez mais a abrir nosso caminho para o inferno talvez seja lá onde realmente pertencemos, todos arderem no fogo e a implorarem que Deus tenha misericórdia de nós, ponhamos nossas mãos em nossas cabeças para pensar.
O Mundo não é exactamente igual ao jogo "GTA- San Andreas" nós podemos mudar o mundo basta mudar a nossa maneira de agir.

Foto de usuario12345

Nós somos o Brasil

Será que tudo é tão ruim assim?
Aqui tem corrupção, tráfico, drogas, prostituição...
E me diga qual país não tem mal igual.
Mas no Brasil tem muito mais,
Não existe país melhor pra viver,
Não existe maior Carnaval.
Melhor Vôlei,
Melhor Futebol.
Não existe povo mais feliz,
Mais forte,
Mais aguerrido.
Não existe maior floresta,
Melhor festa,
Que viver a vida de um brazuca.

Foto de Flávia Simplicio

Futuro incerto

Futuro incerto

Tamanha violência,
de quem age com demência,
que mesmo em eminência,
muitos fingem desconhecer,
Não ouvir sobre,
não falar sobre,
simplesmente não ver.
Ignorar,
este fato deplorável rejeitar.
Abuso sexual,
Abuso é ilegal.
Problema mundial.
Garotas muito nova,
obrigadas a se vender,
para garantir o sustento,
para dar a sua família o que comer.
Que triste realidade o mundo está a viver.
Queria por uma vez
esse problema resolver.
emociono-me de falar,
sobre este fato arrasador,
garotas da prostituição,
se vendem sem vantagem,
abalando sua imagem,
fazendo jus a pilantragem,
das autoridades,
que faz pouco caso.
Batem numa árvore,
com o lado menos cortante do machado.
Disseram-me que as autoridades,
defenderiam o país,
acreditar nisso é o que eu sempre quis,
antes eu acreditasse,
e meus protestos calasse,
mas então, eu faria parte,
deste mundo corrupto e sujo.
A triste vida das menores,
muito me abala.
A dor consome as linhas paralelas
da borda da minha alma,
queimando freneticamente,
os sentimentos sucumbidos,
esquecidos, maltratados, estridentes,
Por culpa.
Única e impiedosamente,
deste mundo,
sem tampa nem fundo,
sem justiça,
com preguiça,
onde as palavras,
polícia e milícia,
são sinônimos concretos,
Que acabam,
com as vidas de adolescentes e crianças,
tornando o futuro em apenas fatos incertos.

Flávia Simplicio Rodrigues
Todos Direitos Reservados

Foto de Edevânio

A VERDADEIRA LOUCURA DE CHAPEUZINHO.

SÉRIE PLACEBO
Episódio Um
A Verdadeira Loucura de Chapeuzinho
Edevânio Francisconi Arceno

Dias atrás, estávamos passando pela sala quando ouvimos uma chamada de um filme na televisão: “Deu a Louca na Chapeuzinho”.Achei curioso, é claro que hoje em dia é muito comum retornar à moda coisas antigas , com uma roupagem totalmente moderna e as vezes até surreal, mas até contos infantis? Então resolvemos assistir. O Filme não tinha nada a ver com a versão antiga, até a história foi mudada. A chapeuzinho era a suspeita número um de estar trapaceando para obter vantagens em cima dos deliciosos docinhos que ela transportava em meio a floresta. Apesar da dinâmica surpreendente do filme, a crítica achou que ele retirava o brilho e a inocência da história, que por décadas vem alimentando nossas crianças e até mesmo nossas ex-crianças. Porém, isso não é nada comparado à verdadeira e triste saga da menina Chapeuzinho Vermelho. Preparem-se e entendam que apesar de ignorarmos certos problemas e mazelas sociais, eles existem, estão lá e depois deste relato, você poderá até fazer de conta que é só um conto, mas no fundo você sabe que tudo pode ser real!

A Chapeuzinho como vocês bem sabem, era uma linda garotinha que incansavelmente todos os dias levava docinhos para a vovó, e no trajeto vivia mil e uma aventuras.Acontece que as idas até a casa da vovó foi diminuindo, não por uma razão especifica, mas várias. A primeira delas é levar para a vovó o que? Sua mãe teve que trabalhar para ajudar a suprir as necessidades do lar, pois seu marido estava muito doente. Sim, o pai de chapeuzinho era um homem muito doente, se é que um alcoólatra pode ser designado assim. E como todo alcoólatra, uma das primeiras coisas que perdeu, foi o senso de responsabilidade. Responsabilidade com a família, com o trabalho e por fim com a sociedade. Diante disto, a mãe de chapeuzinho não teve mais como fazer docinhos para a vovó, pois começou a trabalhar dia e noite, muito mais a noite.

Cada vez que sua mãe se preparava para trabalhar, Chapeuzinho a abraçava como se fosse a última vez. Depois que a mãe saia, Chapeuzinho ouvia a voz de seu algoz, que se disfarçava de pai e culpava a bebida por seus crimes: ___ Filhinha vem com o papai, vem. Chapeuzinho então mais uma vez se submetia a perversão do seu inescrupuloso pai, que vinha abusando da pequena e indefesa filha a muito tempo. Mesmo ainda quando entregava docinhos para a vovó, era estuprada e obrigada a sair correndo pela floresta dizendo que havia sido vítima de um grande lobo. Você deve estar se perguntando, porque ela não denunciou este monstro. Acontece que o monstro morava com ela e dormia com a mãe dela e as ameaçava dizendo que mataria ambas se falasse. Depois que sua mãe começou a trabalhar a situação ficou insuportável. Chapeuzinho decidiu dar um basta, tinha que fazer algo para minimizar seu sofrimento, então conheceu o mundo das drogas e logo ficou viciada em “Crak”, uma droga de fácil acesso e extremamente destrutiva. Ela agora se submetia aos desejos criminosos de seu pai, completamente drogada, para proteger a si mesmo e sua mãe. Também começou a se prostituir em meio aos arbustos da floresta, com os caçadores infiéis, tudo isto, para manter o seu vício. Sempre orientada que se por ventura chegasse alguém, ela deveria sair gritando é lobo é o lobo, pois a maioria dos caçadores eram casados e não ficaria bem serem vistos com uma prostituta viciada.

E o caçador herói, onde anda? Cansado de pagar propina aos guardas florestais e entidades governamentais responsáveis pela prevenção das florestas, resolveu fazer um concurso e entrar para este seleto grupo, e logo também se tornou um corrupto. Agora não paga mais propina, apenas recebe! Da prostituição de Chapeuzinho e de muitas outras crianças viciadas, ele apenas cobrava em serviços, nada além de um delicioso...! Quanto aos caçadores, a prostituição também fazia parte de um pacote, com demais itens: podia cortar árvores, caçar, pescar, enfim pagando bem, mal não tem, pelo menos na ótica dele. Chapeuzinho agora estava em um degradante círculo vicioso, se drogava para prostituir, e se prostituía para se drogar.

Em uma de suas viagens alucinantes, lembrou-se do tempo que ainda podia visitar sua Vovó e levar-lhe os docinhos, bons tempos aqueles! Agora existe uma ordem judicial, que a impede de chegar a duzentos metros da residência da vovó, pois segundo o ministério publico, Chapeuzinho tentou culpar um animal conhecido como Lobo, pelos hematomas deixados na Vovó e por furtos misteriosos em sua propriedade. A Justiça não acreditou e chegou à conclusão de que Chapeuzinho era uma ameaça à integridade da Vovó. Ainda bem que temos justiça!

Agora gostaríamos de pedir sua autorização e começar a narrar, na primeira pessoa, pois gostaria de fazer algumas considerações pessoais sobre esta história, da qual fui testemunha e vítima. Primeiramente acredito que as violências sofridas pela menina Chapeuzinho, cujo autor foi aquele que se diz pai, no princípio eram cometidas sem o conhecimento da mãe, mas posteriormente ela soube, porque ela não denunciou? Talvez por medo de ser assassinada por ele, que cada vez mais se entregava ao álcool, ou talvez por medo e vergonha de admitir que o seu trabalho noturno, é tão imoral quanto o modo que Chapeuzinho conseguia dinheiro para se drogar. No contexto dessa inculpabilidade por atitudes erradas e criminosas na qual Chapeuzinho cresceu, tirou dela a possibilidade de valorar o que é moral, ético, certo, errado, justo, verdadeiro, falso, bom, mau, enfim muitos outros atributos disseminados pela sociedade como normas de conduta, ou seja, como ela podia achar que é errado prostituir-se para se drogar , quando era prostituía por seu “pai” , para preservar a vida. Quem culpar? Podemos simplesmente culpar o Estado, sim o Estado, afinal o guarda florestal representa a autoridade do Estado, se ele tivesse cumprindo suas obrigações e evitado que os caçadores se prostituíssem com jovens e crianças, escravizados pelo uso das drogas, o círculo vicioso se romperia e talvez a Chapeuzinho tivesse uma oportunidade. E a vovó, bem a vovó não tem nada a ver com isso, a única coisa que fez foi pedir para Chapeuzinho entregar umas encomendas na cidade, algumas pedras de Crak e alguns papelotes de cocaína. Talvez você não soubesse, mas a “boca de fumo da Vovó” era a mais freqüentada pelos usuários da cidade, e de vez em quando, Chapeuzinho era chamada para entregar droga a domicílio, em troca de alguns míseros trocados. Mas logo a vovó descobriu que Chapeuzinho estava viciada, desde então a menina que gentilmente levava docinhos para a vovó, perdeu sua serventia.

Bem, podemos também isentá-los da culpa e fazer como eles, vamos culpar o “Lobo”, afinal ele é um animal. Ele ameaça seus filhotes e parceiras e às vezes até come as suas crias. Também se escondem em arbustos para atacar e comer crianças desavisadas e depois desculpar-se dizendo que estava apenas caçando. Agride velhinhas inocentes, que não fazem mal algum e ainda rouba a inocência dela. Vocês podem também ignorar toda esta história e simplesmente dizer que tudo não passa de um faz de conta, que isto não é real. Pois não existem pais que estupram filhas, que não existem mães que se prostituem para manter a família, que não existem vovós que aliciam netinhas a se tornarem traficantes, que não existem homens que dizem vou caçar ou pescar e fomentam o mercado da prostituição infantil, não existem autoridades que são coniventes com todo o tipo de crime por dinheiro. E também que neste momento não existem milhares de crianças e jovens se prostituindo para manter o vício. Claro que se por ventura você se convencer de que isto não é um simples faz de conta, e que estas coisas podem existir realmente, não faça como eles, que apenas se preocupam em achar um culpado. Mas se esta história não fez você refletir, reavaliar seus conceitos e ainda quiser um culpado, aceite minha sugestão, culpe o Lobo!

Atenciosamente: Ass. Lobo.

Foto de manoel freitas de oliveira

A dama fácil

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A poesia é uma dama fácil
Que o poeta com o tempo
Consegui manipular
Uma louca mistura inracional
Com dose de emoção controlada
É o elo que passa pelo abismo
Da realidade e a loucura
Aos olhos de outrem
Uma grande obra
Já para o poeta
A prostituição da poesia.

Manoel Freitas de Oliveira

Foto de manoel freitas de oliveira

Dama Fácil

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A poesia é uma dama fácil
Que o poeta com o tempo
Consegui manipular
Uma louca mistura inracional
Com dose de emoção controlada
É o elo que passa pelo abismo
Da realidade e a loucura
Aos olhos de outrem
Uma grande obra
Já para o poeta
A prostituição da poesia.

Manoel Freitas de Oliveira

Foto de Wilson Madrid

O RESGATE DA PAZ

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Até quando contemplaremos nossa paz ser seqüestrada?
milhares de jovens encontrando nas drogas a escravidão,
pobres meninas seduzidas e aprisionadas na prostituição,
autoridades hipócritas mentindo e vivendo da corrupção
e a guerra urbana manchando de sangue o nosso chão?

Até quando assistiremos nossa fraternidade ser dizimada?
filhos assassinando os pais, irmãos assaltando os irmãos,
amigos traindo os amigos em troca de dinheiro ou promoção,
humanos descartados como lixo pelas ruas e praças da cidade,
crianças cheirando cola na fuga desesperada da cruel realidade ?

Até quando suportaremos ter nossa dignidade desrespeitada?
favelas; saúde, educação, transporte e segurança públicas falidas,
desemprego crescente e empregos contaminados pelo assédio moral,
distribuição de renda injusta e imoral privilegiando minorias favorecidas
às custas dos miseráveis rendimentos da maioria condenada à vida vegetal?

Até quando conviveremos e pagaremos o preço dos frutos de tanta injustiça?
shoppings centers luxuosos cultuando o consumo de alguns privilegiados,
violência imperando nas periferias miseráveis com tantos abandonados,
miséria traumatizando lares; jogatinas e prostíbulos em constante expansão,
pessoas honestas e decentes incluídas na lista dos animais em extinção?

Até quando inverteremos os valores do ter e do ser?
Até quando buscaremos pelos nossos reféns:
a nossa liberdade de ir e vir,
a nossa igualdade de condições
e a nossa fraternidade para repartir os pães?

Até quando celebraremos o culto do novo bezerro de ouro, o “deus mercado”?
natais de papais noeis e amigos secretos, páscoas de coelhos e ovos de chocolate,
pessoas objetos transformadas em produtos para as capas das revistas eróticas,
mídia programando as mentes dos fanáticos fiéis e consumidores idólatras,
“teologia do prazer imediato” convertendo os crentes do apocalipse do disparate?

Até quando aguardaremos omissos pelo surgimento de melhores dias?
adiando o início do mutirão da indispensável mas crucificada justiça social:
onde todos deveremos contribuir evitando o egoísmo e a prática da injustiça pessoal,
adotando a solução contida na sabedoria divina anunciada pelo profeta Isaias:
“que o fruto da justiça será a paz e a obra da justiça será a tranqüilidade”?

Para finalmente resgatarmos a maior herança que a Luz do Mundo nos doou e deixou...
há mais de dois milênios atrás...
a paz?

Foto de Wilson Madrid

GENTE SIMPLES DO BRASIL

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Eu dispenso o teu tão escravizante ouro de tolo,
eu prefiro a utilidade do broto doce do rebolo...
Eu dispenso a tua linda bmw preta e blindada,
eu prefiro a minha charrete azul e ensolarada...

Eu dispenso todo o teu vil tesouro ouro e prata,
eu prefiro a orquídea que eu pego ali na mata...
Eu dispenso o teu discurso tolo que me cansa,
eu prefiro a verdade da ternura de uma criança...

Eu dispenso todas as tuas ricas jóias puras,
eu prefiro as flamboyants caídas pelas ruas...
Eu dispenso as tuas flores mortas e artificiais,
eu prefiro as maravilhas vivas dos meus quintais...

Eu dispenso o luxo dos teus condomínios fechados,
Eu prefiro a periferia dos meus manos abandonados...
Eu dispenso a tua neurótica academia de ginástica,
Eu prefiro o palhaço engraçado na cama elástica...

Eu dispenso a tua enorme piscina até aquecida,
eu prefiro a energia das águas puras do mar...
Eu dispenso o teu banquete fino com caviar,
eu prefiro só uma doce manga rosa do pomar...

Eu dispenso o teu chique e frio ar condicionado,
eu prefiro o vento natural do meu telhado furado...
Eu dispenso a tua voz desgovernada e prepotente,
eu prefiro só ouvir ao menos um bem-te-vi contente...

Eu dispenso o teu cartão de crédito escravizante,
Eu prefiro que a minha palavra seja cintilante...
Eu dispenso o teu corpo de plástico e silicone,
Eu prefiro a mulher que pensa e não é clone...

Eu dispenso o teu fútil cruzeiro internacional,
eu prefiro a caminhada na mata verde nacional...
Eu dispenso o teu tão importante círculo social,
eu prefiro a companhia voadora de um pardal...

Eu dispenso a tua novela das oito da televisão,
Eu prefiro o espetáculo divino de um beija-flor...
Eu dispenso toda a tua definição de vencedor...
Eu prefiro quem faz história usando a sua mão...

Eu dispenso a tua fútil vã filosofia hedonista,
eu prefiro a polidez de uma só exclusivista...
Eu dispenso a tua vida fútil de “patricinha”,
eu prefiro ser uma águia e só voar na minha...

Eu dispenso a tua alegria eufórica e barulhenta,
Eu prefiro o silêncio das borboletas do manacá...
Eu dispenso a tua libido desgovernada e sedenta,
Eu prefiro o prazer de rimar a poesia com a faca...

Eu dispenso a tua igreja estelionatária e capitalista,
Eu prefiro o sermão da montanha puro e verdadeiro...
Eu dispenso o teu cheque especial agiota e vigarista...
Eu prefiro voar a pé observando as flores do canteiro...

Eu dispenso a tua imprensa sensacionalista e egoísta,
Eu prefiro citar as que morrem de fome e ninguém diz...
Eu dispenso a tua omissão no avanço da prostituição,
Eu prefiro me indignar ao ver uma menina meretriz...

Eu dispenso a tua vida materialista, medíocre e infeliz,
Eu prefiro a alegria do girassol sábio e energizado...
Eu dispenso esse teu diploma que foi comprado,
Eu prefiro o aprendizado da formiga que é feliz...

Eu dispenso o teu vício na sociedade de consumo,
Eu prefiro a satisfação da observação do vagalume...
Eu dispenso o teu deus mercado e o teu cego rumo,
Eu prefiro louvar a divina natureza e o seu lume...

Eu dispenso a tua tão disfarçada e simulada lucidez,
Eu prefiro a minha aparente e descarada maluquez...
Eu dispenso a tua ilusão de um prepotente burguês,
Eu prefiro a minha consciência de eterno aprendiz...

Eu dispenso o teu orgulho de submisso globalizado,
eu prefiro a humildade de quem luta e soa no arado...
Eu dispenso o teu discurso de intelectual tão pueril,
eu prefiro a sabedoria da gente simples do Brasil...

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