Velas

Foto de Nailde Barreto

"Guerra de seda e cetim".

Abra a janela do seu coração,
Venha assumir seu posto na minha vida,
E acender a noite, o vento e as velas da emoção,
Deixe-me rolar no seu jardim,
Veja meu corpo despir-se de seda e cetim.

Em crise, sinto falta da sua chegada,
Do abraço e do beijo que me acalma;
Joga-me na cama e me devora...
Enquanto as velas derretem noite a fora.

A sensata emoção não engana,
Está claro que é a mim que você ama,
Deixe o orgulho de fora dos nossos momentos,
Espere comigo, os raios do sol da manhã, sem tormento!
Da janela do quarto e ainda na cama, a sóis,
Amando-nos, despidos entre os lençóis.

Assuma de vez esse amor na sua vida,
Antes que você sofra e chore com minha partida,
Vestida com nova seda e cetim.

_escrito em 12/07/2011_

Foto de Arnault L. D.

Veleiro

A cada novo tropeço,
tanto mais me convenço
que a vida é corredeira...
Que nos leva em arremesso
nas aguas de um rio, imenso,
de calmaria e cachoeira.

No leme, as rotas que traço
como um débil veleiro.
Com frágeis velas de pano
driblo o vento a cada passo,
arriscando ao sopro certeiro
do vento a prover do engano.

E assim, sigo na barganha,
da meta e donde a maré levou
nas rotas em que me debruço,
num flertar de perde e ganha.
Em que as vezes, naufrago sou
no sonho afundado em soluço.

*****

PS:ESSE POEMA NASCEU DO DESAFIO POÉTICO DA AMIGA POETISA BASILINA PEREIRA DE BRASILIA E QUE ESTÁ LANÇANDO SEU TERCEIRO LIVRO...
O DESAFIO CONSISTE EM CADA SEMANA SER POSTADO 5 PALAVRAS E COM ESSAS PALAVRAS O POETA TEM QUE POSTAR SEU POEMA...
UMA IDEIA MARAVILHOSA DE NOSSA AMIGA...

EIS AS PALAVRAS DO DESAFIO DESSA SEMANA E NAS QUAIS CONSTAM ESSE MEU ESCRITO:

TROPEÇO, CACHOEIRA, SOLUÇO, PASSO, ENGANO.

Foto de Swiftwind

Navegando

Mais um barco leva o vento,
Com meu destino ao relento.
Não sou de balde e esfregão
Mas um mero capitão
Seguindo o rumo das estrelas
Num mar vivo sem vielas,
Tal aquela em que te vejo
Relembrando o meu desejo,
Nesse dia em que te vi
E em sonhos me perdi.
Implorando o teu abraço,
Que ate hoje não desfaço
Desde que te vi partir.
Fizeste meu coração ruir,
Sem motivo para ficar
Lutarei para te encontrar.
Nesse mar de emoção
Fiz das memórias tripulação
E de tudo o que restou,
Sete dias demorou
Para meu navio erguer,
Sem realmente entender
Como o consegui construir.
Ergui velas ao partir
E ainda vou navegando.
Tenho o vento me roubando
O rasto que vais deixando,
Mas vou continuar pensando,
Que um dia me ouvirás
E que olharás para traz.

Foto de William Contraponto

O Show da Fé (Fé Cega II)

Não há muito a se fazer
As duvidas são inesperadas
E as dores mais covardes reaparecem
numa dessas madrugadas

todas as fichas foram apostadas
as cartas na manga... esmagadas
é melhor ter fé
e continuar a luta de pé
prosseguir, crer e não acreditar
que mesmo assim ainda pode perder

Dados lançados na escuridão
As velas acessas no porão
Remedem mais as trevas
Do que a busca de solução
Lembre amigo: só descobrindo o esquema
Virá a sua iluminação

Que fé é essa?
Nem com tantas promessas ele se salvou?
Que fé é essa?
Só conserva o que não presta
Sob a cabeça de quem nela se cegou
Talvez seja a luz das velas
O problema da falta de visão

Falta trabalho...salário... falta pão...
Mas o dogma lucra como nunca
Em tempos de show da fé na televisão

Foto de Marilene Anacleto

Cercado de Anjos - Para meu Pai

*
*
*
*
*

Cercado de Anjos,
Sorriso na face,
De flores, ornado,
Foi na vida coragem.

Suportou dores,
Com amor sem medida.
Venceu sobremaneira,
Condução da família.

Doente que estava,
Sentado na cama,
Rezava a Deus
E à Maria, que o ama.

Com a gaita de boca,
Ou seja, harmônica,
O som sertanejo
Despertava a dança.

O cavaquinho chorava
Com as quadras de cordel.
O violão recheava
As histórias do plantel.

Os causos antigos
Tornavam-se piadas,
Dos tempos da guerra
Sem armas, com enxadas.

Cirandas de pássaros
E o Anjo, de braços,
Elevem-no à dimensão do espírito.
Que se restabeleça a alma,
Expulse o medo e a tristeza
E volte a pulsar
Com o Coração Divino.

Que o amor dos filhos
Seja a coroa de bênçãos,
A dança das violetas
A exalar muitos mimos.
E o amor da esposa,
O broche relicário,
Preso ao coração amoroso,
Unido ao Coração Divino.

As preces da vizinhança
Dancem ao som do universo
E depois, em sagrados versos,
Toque a alma do meu pai,
E retornem aos amados amigos
Para socorrê-los nos seus ais.

Vai-se a tristeza,
Fica a saudade.
Ao redor da mesa
Histórias engraçadas.

As velas e as rezas
Perpetuam no espaço
Jamais, perderemos
Esse tão sagrado laço.

Marilene Anacleto
27/03/2011

Foto de Hisalena

Dia dos namorados - agridoce

De outras paragens se importou a tradição
Indiferente ao verdadeiro sentido do dia
Antes celebrado em vésperas de Santo António,

Dia de mimos, de flores, de doces e luz de velas
Onde a chama bruxuleante traz uma luz mais pura
Singela e desprovida de venenos e contaminações,

Num lusco-fusco de aromas e desejos contidos
Acende-se a esperança de que nem que seja só hoje
Mude a rotina do dia-a-dia, só hoje vais calar-te e
Ouvir tudo o que tenho guardado para te dizer, vais
Rasgar esse teu ar inocente e galanteador e deixar
Aparecer o teu eu...aquele que grita, que magoa, que
Dia-a-dia atormenta e faz crescer raiva, mágoa e dor
Onde um dia cresceram sonhos e amor...hoje...só hoje
Serei amada como mereço... nem que seja apenas nos meus sonhos....

Foto de Antonio Zau

Venha

Quero que venhas nesta altura
Entrar na minha vida com postura
E mostrar à todos o verdadeiro amor
Que pode do meu coração soprar a dor

Venha satirizar as ideias tortas
Que deixou as minhas janelas abertas
Durante uma chuva forte no verão
Molhando assim o meu pobre cadeirão

Venha elucidar com palavras de novelas
Como sem você apago as minhas velas
Que iluminam o meu corpo de pele escura
Quando pretendo na vida obter a frescura

Venha mesmo com passos vagarosos
Amortecer os meus momentos dolorosos
Vividos desde do primeiro dia de conversa
Ate quando a minha alma tornou-se dispersa

Foto de raqueleste

Quando a morte chegar...

Quando a morte chegar
Hei de estar preparada
Com as malas arrumadas
Quando a morte chegar...
Já comprei minhas velas
Já escrevi minhas despedidas
Estou agora a ela esperar
Quero o frio
O vento
As lagrimas
Tenho o direito
De com ela sonhar
Uma morte lenta
Para poder a apreciar
Quero o sangue escorrendo
O corpo gelado
Quero que esteja chovendo
E esteja ao meu lado

Quero ouvir seu choro
Sua falsa comoção
Quero rir daquele momento
Dentro de meu caixão
E quando a vida passar
Saberei que nada mais irá me machucar
Saberei que chorando você vai estar
A lembrar do amor que só eu soube te dar.
E que você não soube me amar.

Foto de Sonia Delsin

RESISTÊNCIA

por que não eu? por que não nós?
eu me perguntaria

você já se esqueceu?
da rosa vermelha?
dos cravos?
das velas?
das margaridas tão belas...
do vento nas janelas

e do cheiro do pão assado?
cheiro bom do passado
apagar tanta coisa chega a ser um pecado

por que não eu?
por que não nós?
por que tantos nós?
por que o desamor onde reinava tanto amor?

estendo o olhar para um campo em flor
ali, ali, bem ali ainda mora a mesma mulher e o mesmo homem
ainda namoram nas espreguiçadeiras
embaixo das lindas paineiras
ainda existem
e
resistem
ao mal que lhes fizeram

Foto de jessebarbosadeoliveira27

PESCADOR DO LIRISMO

Pescar pensamentos
E transformá-los, ao sabor da alquimia,
Em iguarias da Poesia.

Pescar,
Com astuciosa energia,
A delação contra os matizes
Da miséria, esconsa ou furtiva
E convertê-la em metralhadoras compulsivas
Que cuspam balas de fogo da poesia,
Assassinando a peçonhenta hipocrisia!

Pescar o airoso voo da abelha,
O sorrateiro voo do açor,
O lúgubre voo do corvo,
O termal voo da centelha,
O solitário voo do albatroz,
O imensurável voo da cordilheira,
O insidioso voo da harpia,
O perspicaz voo da megalomaníaca águia faminta,
O dantesco voo do usurário abutre, o aeronáutico perito caçador de carniça,
O perscrutativo voo da coruja, sempre alerta, oportunista,
O garboso voo da garça, discípula da brisa,
O grandiloquente voo do ébano cisne simbolista,
O feérico voo das libélulas-borboletas, velas de chama sucinta,
O hialino voo da gaivota, paladina da libertária utopia
E o thecoviano voo da cotovia,
Comutando-os no cimento, na argamassa, no concreto,
Na viscosa argila, na titânica longarina,
Na onipotente vivenda de alvenaria da Poesia!

Ah,
Tornar exequível
A mais idílica das pescarias:
Deslindar,
Ao bel-prazer do incessante fluxo
E refluxo da odisseia dos dias,
Que o elixir da vida
Foi, é e eternamente será
A onipresente e suprema arte cristalina da Poesia!

Ah,
A bem que se diga,
Quero que --- num iminente amanhã qual ao longe,
Inermemente rutila ---
A esperança-lamparina
Faça de meu ser em letargia
Mais um prolífico pescador da Poesia!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

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