Blog de Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

Improviso

Subi no mais alto arvoredo,
dependurei-me num raio de luar,
contei para as estrelas meu segredo,
detalhes da maravilha que é te amar!

A lua se encheu com tanto afeto
luarizando tudo ao seu redor!
E os meus olhos de luar repletos
viram tua imagem na estrela maior.

Agarrei-a depressa e guardei-a comigo
bem dentro do fundo do coração
e depois escrevi neste improviso
como é bom por ti perder o chão!

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Cacos

Guardou-me com paixão
num coração
de cristal!
No primeiro furacão
partiu-se o coração,
acabou a paixão!
Os cacos cortaram-me
a alma!

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Anjos sem Asas

Nascemos anjos,
à medida que crescemos
absorvemos conceitos
e preconceitos,
cresce a razão...
E a dimensão do corte das asas...
Por um tempo ainda
somos Anjos com pequenas asas,
sonhadores insistentes,
contra mentiras,
contra injustiças, contra o mal!
Mas sobreviver é preciso!
Somos mortais indecisos,
imprecisos, imperfeitos, anuentes,
ausentes, indulgentes,
carentes, viventes, duais!
As injustiças sociais, a descrença,
o desamor, a desilusão, a mesmice,
a falta de espaço
amputam de vez nossas asas.
Inertes... machucados, sangrando
já não podemos voar...
Pés colados ao chão,
transigentes,
somos arrastados pela procissão
onde o santo carregado no andor
é o “santo poder dos influentes”
cego, surdo, mudo,
“santo do pau oco!”
A nós só cabe dizer amém
ou então
usar o voto como arma
e em união vencer a guerra
contra a corrupção,
ferir mortalmente este
“santo” hipócrita,
que nada entende de sonhos
e que nós faz desistir dos vôos
além da rotina da sobrevivência.

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Invocação

Sou o Deus que em ti habita
estou nas ruas em que transitas
estou com fome de amor!

Não fica olhando da janela
vem pra rua, traz a panela
o teu empenho, o teu sorriso
é tudo que eu mais preciso!

Sou cada uma destas maltrapilhas crianças,
tristes, perdidas, sozinhas, sem esperança,
mendigando um pouco de amor,
suspirando por um afago, um teto, um cobertor!

Fecha a janela, escancara a porta
mostra que comigo se importa,
deixa agir sem medo teu coração!
Verás, então, perfumados botões em floração!

Faz com zelo a tua parte,
faz com desprendimento, com arte
não espera pelos que estão no poder...
Estes estão cegos... fingem não ver!

Coloca teu tijolo nesta construção,
transforma em ação a tua indignação
e verás uma ínfima, mas expressiva redução
no sofrimento maldito que me deixa aflito!

E verás meu sorriso
nos lábios destas pequenas crianças
alimentadas, protegidas do frio,
enlaçadas no teu abraço amigo
festejando entre risos
o florescer de um canteiro de esperança...

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Metáfora

Era uma vez...
uma pedra imperfeita,
cheia de quinas... malfeita!
Sem vida, sem coração,
Pedra fincada no chão!
.

Lá no alto da montanha,
onde o luar faz suas manhas,
propôs-se uma nova campanha...
Rolar suas arestas,
transpondo cada mínima fresta!

Deslocou-se rolando... rolando...
com determinação,
deixando acontecer o coração.
E quando chegou
ao pé da gruta
já não era mais pedra bruta.

Transformou-se num rubi delicado,
nos giros e rolagens, lapidado.
Na marra, mudou a cara
e sob raios de sol
brilhou intensamente.

Olhou-se no espelho
do riacho com espanto
e tomado de encanto
sorriu com alegria!

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Rostos que falam

Em silêncio vivo, fala o corpo...
Uma mão agitada, um sorriso morto
fala o que a boca não diz...
Tanto medo, dor, angústia, alegria ou felicidade
nos rostos vistos nas esquinas,
vielas, mansões ou bares da cidade!
O âmago expressado nos olhos
deixa o sentimento exposto!
A índole revela-se humilde, alegre, bondosa
ou arrogante, torturadora, mafiosa, mentirosa.
Rostos que tocam
como o do Papa João Paulo Segundo
um rosto humilde, sorriso amoroso,
um olhar doce e profundo...
Mas os que me tocam mais no fundo
são rostos de crianças, enjeitadas, nas ruas
com seus gritos mudos, expressões tão suas...
O eco destes gritos que se perde
aos ouvidos surdos...
O inquiridor olhar à crueldade do mundo!
Outros rostos assustam pela indiferença
rostos duros, frios, estigma do caráter hediondo,
ferozes marimbondos,
cegos para a dor dos que estão à sua frente,
de egoísmo tão doentes!...
Óculos embaçados, lentes sem grau!
Focam... apenas o próximo degrau...
Insensíveis às mazelas e procelas,
sentimentos embotados,
interesses próprios escancarados...

Os rostos são esculturas vivas!
As mais reais e precisas
talhadas pelas almas que os animam
avaliadas pelos corações que os examinam...
Os rostos falam... E como falam...
Basta olhar para o rosto dos enamorados!

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Desconfiança

Quando o espírito está predisposto à desconfiança
e a alma já não dá fé aos que são próximos,
rompem-se vínculos, o forte fica fraco,
a vida perde a paz e a esperança.
A segurança presa em tênues fios
não resiste ao mais simples desafio
e aos olhos do desconfiado
o consistente e a incerteza ficam embaralhados.
Ao redor nada parece harmonioso
ou forte para cumprir sua função
e intolerante e impaciente padece o coração.

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Angústia

Mão que aperta,
comprime o peito.
Lâmina afiada
que degola a alegria...
O laço desfeito,
o vazio no leito,
o fim da caminhada.
No confronto com a morte,
a vida sem norte,
a alma desamparada,
inconformada...
A dor insistente,
agonia presente,
evidente e persistente.

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E a Vida Continua...

Ontem rios de lágrimas,
a vida em preto e branco,
as cores apagadas no pranto.
Estampada no olhar,
a dor que parecia não passar...

Hoje a saudade que insiste,
a imagem que persiste
bem dentro do coração.
Mas a vida continua
e a alma segue trôpega e nua.

O coração cansado de sofrer
busca nas entrelinhas do alvorecer
motivos para preencher o vazio
da seca que sofreu seu rio
na vazão do fim silencioso e frio.

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Enlevo

Lá longe... no horizonte,
surge o sol devagarzinho,
um raio me faz carinho,
seu toque me faz acordar!
São raios dourados... fios de cabelo!
Meus olhos encantam-se ao vê-los,
sua luz dá brilho ao meu olhar.
Corro para a janela,
olho o céu cor de cobalto,
ouço um pássaro cantando do alto
de um pé de manacá.
Minha alma transporta-se pra lá
levando meu sonho
desnudado da camisola grená.
Arrebatada por tanta magia
entrego-me à alegria
pintada em cada nuance de cor!
Feliz, agradeço ao Senhor!

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