Blog de Darsham

Foto de Darsham

Escrevo…

Escrevo porque penso demais
Escrevo para não pensar
Escrevo apenas e só
Para libertar
O que está cá dentro a mais

Escrevo porque procuro
Escrevo para achar
Escrevo porque tudo é muito duro
E preciso suavizar

Escrevo porque não sei não escrever
Escrevo porque me ditam ao ouvido
Palavras sem sentido
E preciso de as entender

Vânia Santos

Foto de Darsham

Chama por mim!

Chama por mim!
Peço-te!
Quero ouvir o meu nome
nascer
nos teus lábios!
Chama por mim,
como se eu fosse o ar
que tu respiras!
Pega numa pauta!
Compõe-me!
Canta-me!
Soletra-me!
Inunda-me!
Rasga-me!
Incendeia-me!
Diz o meu nome…
Sussurra-me ao ouvido
enquanto me invades
Com o teu calor…
Enquanto irrompes
pelas bainhas
da minha alma…
Até não existir mais nada
Só amor!

Vânia Santos

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Velho

– Porque olhas para mim?
– Porque descubro histórias,
no teu olhar!
Porque os teus olhos
falam de paz!
– Vês tanto assim em mim?
– Vejo mais!
– Mas os meus olhos não falam!
– Ah, mas falam!
Falam-me de vida, de histórias,
de pessoas e de amor!
– Amor? Eu já não tenho idade
para amar! Estou velho!
– Velho?
– Sim, velho! Não vês as rugas?
Não reparas no meu ar cansado,
na inutilidade do meu tempo
e na indiferença das pessoas?
(Silêncio)
– Porque ficas assim a olhar-me,
sem nada dizer?
– Estou a pensar…
Diz-me, lembras-te de ter vivido?
– Sim, claro!
– E de ter morrido?
– Mas eu estou vivo!
(…)

Vânia Santos

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Alguém me ouve?

Estou cansada
De me sentir cansada
De esperar
que o nada
Se transforme
Em alguma coisa
De não ter voz
Para gritar no meio
Dos silêncios constantes
Que atravessam
Na minha mente
E dizer chega
Estou cansada
de ser sombra
Quero ser luz
Quero ser eu
por inteiro
Enfrentar
os medos absurdos
Que me incapacitam
De avançar
Não vejo cordas
Não sei como
Desatar os nós
Mas sei que estou presa
Atrás de uma tela
A preto e branco
Que nunca tem audiência
Grito!
Grito!
E grito mais ainda
Com toda a força
Que o desespero
Me dispõe
Mas ninguém ouve
Nem mesmo eu!

Vânia Santos

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Há algo em mim que me diz…

No meio do silêncio
Que engulo
Consecutivamente…
Anulo,
O ruído insistente…
Estrangulo
A calma
Que recobra o ar,
Desesperadamente…

Há algo em mim,
Que clama,
Em desvario…
Por um dia,
Na pele de um rio…

Há algo em mim
Que cobra
Dívidas e dividendos,
Farejando
E discernindo
Desculpas e fundamentos

Há algo em mim
Que grita sons putrefactos
Em ouvidos descalços,
Sem sapatos

Há algo em mim
Que me diz
Que nada
Do que eu fiz
Ou quis
Foi reclamado
De peito aberto
Bebendo coragem
E valentia

Há algo em mim
Que profere
Que os meus sonhos
Permanecem
Atracados num porto
Que se esquecem
Deles mesmos
Num quadro
Absorto

Há algo em mim
Que desaloja a saudade
E aprisiona
As lembranças…
Lança lanças
De penitência
Congelando
A saliência
De absurdos
Que a mente produz…

Há algo em mim
Que me diz
Que eu posso ser balão
Que me segreda
Ardis febris
Enrolados
Em algodão…

Há algo em mim
Que padece de voz!
Que desembainha,
Novelos de nós,
Que à minha volta,
Se personificam
Inanimados…
Nos sonhos atracados,
À espera
Do porvir…

Há algo em mim
Que me queima
Nas esquinas
Do entretanto!
E mesmo assim…
As pernas,
Cretinas,
Permanecem
Parte do chão!
E eu,
Não me levanto!

Vânia Santos

Foto de Darsham

Tenho medo

Tenho medo
Quando os sentimentos
São confusos
Quando as palavras
Me fogem
Quando a tinta da caneta
Não escorrega,
No papel
Ao sabor da liberdade.
Tenho medo
de me perder
Tenho medo
de não me saber encontrar
Tenho medo
de fugir de mim própria
De não saber quem sou
Tenho medo que a vida
Me transforme
Que perca a capacidade
De sonhar
Tenho medo
dos dias de tempestade
Do som da trovoada
A bater à minha porta
Tenho medo
dos dias
E das noites
sem rumo
Tenho medo
que os sonhos
Se transformem em fumo
Tenho medo
de amanhã acordar
E não ser mais eu…

Vânia Santos

Foto de Darsham

Escrever Poesia

Já que aqui estou, vou partilhar convosco alguns poemas, que tinha escrito para um concurso e não cheguei a publicar aqui. Este foi um dos primeiros que escrevi. Espero que gostem. Beijinho.

Escrever Poesia

Escrever poesia é mais que construir versos…
É sentir a arritmia,
Penetrar a alquimia
Ouvir sons desconexos…

Escrever poesia…
Não é apenas juntar palavras,
Ou fazer rimas…
É entrar num mundo desconhecido
Sentir coisas nunca sentidas
Inventar sons e emoções
Despertar o perecido
Embalar os corações…
É ir onde ninguém foi…
Viver o que nunca foi vivido
É encontrar num recanto esquecido…
Memórias de uma vida presente!

Escrever poesia…
É falar muitas línguas…
Viajar para muitos lugares
Tocar uma nuvem,
Afagar uma estrela…
Conhecer olhares,
Falar com eles…
É beijar o infinito…

Escrever poesia…
É solidão, é fuga, é corrosão…
É ser balão,
Cada vez mais cheio,
Cada vez mais alto,
Cada vez mais solto…

Escrever poesia…
É soltar as amarras…
Encarnar a garra…
Esquecer o tempo…
É ser invadido, possuído…
Despersonalizado…

Escrever poesia é morrer nascendo…
É peito que enche e grita…
É não saber quem se é…
É ser parte de tudo
É viver à margem…
É Liberdade …

Vânia Santos

Foto de Darsham

Amo-te...

*****
****
***
**
*
Amo-te como quem não precisa de ar para viver
Amo-te além do bem e do mal que se irá atrever
Amo-te sem porquês, vírgulas ou pontos finais
Amo-te porque vês vida em todos os meus ais

Amo-te para além dos becos e ruelas de ilusões
Amo-te como se o mundo caminhasse aos abanões
Amo-te sem saber, sem ver, sem ter e sem ser
Amo-te assim, porque não pode deixar de ser

Amo-te porque me fazes ser mais do que sou
Porque és em mim um céu de mar calmo
E me ensinas o caminho para onde vou

E como não te amar? Se pr’ além de ti nada existe
Se só em ti eu sou e só por ti eu existo e persisto
E nada mais É, …se em ti não consiste!

Foto de Darsham

Gotas de Pecado

Amarga-me a boca!
Sinto-a seca…
Tão seca que sabe a cortiça!
Definho por uma gota d’álcool!
A água não me sabe, e é no álcool que me sinto…
Demasiadas emoções embriagadas cambaleiam,
como num compasso, lento e fugidio…
As raízes do desassossego remexem-se na terra,
como prenúncio de tempestade…
A noite, escorraçou o sol com tamanha agressividade,
que já nada se vê diante do espelho…
Pele Seca!
Sangue quente!
Um arrepio dentro de uma garrafa já vazia e tombada…
Um aroma suave e quente aconchega-se,
no silêncio da saudade que as gotas de espírito cantaram…
A espera arde!
Canivete ácido!
Incisão perfeita!
A mente atravessa o breu à procura do líquido sedento,
de uma outra garrafa tombada,
que contaminou toda a água…
com a cor do pecado!

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Vídeo-Poema (Des)Amor (Modificado)

Eu toco-te! Tu não sentes?
Eu planto sementes no teu coração
Eu falo contigo mas tu não entendes
Tens a vista negra tal qual carvão
Perdeste – te no amor burocrático
Aquele que tem pouca recompensa
Mas não deixa de ser mais prático
E às vezes até compensa
Na cama reviro e já não te sinto
O teu pensamento paira em cada canto
Sinto um arrepio súbito e indistinto
Maldita ausência! Maldito desencanto!
A vida pragmática roubou-te de mim
Já não tens tempo para sonhar
Não reconheço presente assim
Antes queria o passado em algum lugar
Que não fosse aqui nem agora
Mas com um cheiro de outrora
Em que respirávamos o mesmo ar
Em que caminhávamos na mesma direcção
Onde acabavas eu começava
E o teu era o meu! Era o nosso coração…

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