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Exploda, palavra obscena,
grito inválido,
dor de vísceras sem compaixão.
Exploda e não peça perdão.
Saia à rua,
pise a grama,
calce o jardim
morto de flores..
Aporte ao mar,
arranque a camisa até rasgar
e não deixe que te queimem os dedos.
Exploda,
cate pedaços da alma dilacerada,
monte palavras vomitadas
de teu coração carcomido.
Pinga a dor do sangue
em conta gotas interminável.
Vá a calçada,
cimento duro,
desenhe o céu
azul veneno,
e pinte, pinte
com dedos carmim,
toda angustia
que carrega existência.
Depois sente, caia em prantos
e chore no deserto do mar,
todo desejo,
jogando o beijo,
que na flor
irá pousar!
RJ – 19/08/2006
** Gaivota **
Para filósofos humanos,
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