Blog de jlp

Sou sendo,
Sem ser.
Buscando
O que sou,
Sem nunca saber
Porque vou.

Olhares que se cruzam
E não se vêem
Páginas que se mudam
Mas não se lêem.

Mãos que se estendem
E não se tocam
Palavras que se compreendem
Mas nada provocam.

Tua presença
Faz dispensar
A imensidão do oceano
O perfume de uma flor
O brilho do pôr do sol.
Pois tuas mãos
São mais carinhosas
Que as ondas do mar.
Teu olhar mais puro
Que a luz do sol.
Teu sorriso mais belo
Que todo o universo.
E as palavras
Estas, nada seriam...
Sem a tua doce existência.

Em cada sorriso
Que teus lábios
Esboçam espontaneamente
Meu ser estremece e se recria.
Em cada olhar
Que obscurece qualquer estrela
Meu corpo se completa e descobre.
Em cada sensação
Que nossos corpos
Acidentalmente provocam
Em meu espírito flúem sentimentos
Impossíveis de descrever no singular.
E sinto medo
Quero ser a totalidade
Que perfaz a tua felicidade.

Preenchi de ti
Meu ser
E deixei-me
Que fosses tu
Somente eu, diferente.
Partiste e eu fiquei
Somente eu
Longe distante
De mim.

Há uma voz que não oiço
Que me projecta para ti
Uma dor como um baloiço
Que oscila o tempo em si.

Grita! Afasta de ti esse véu
Vem! Alimenta minha crença
Abafa este suspiro de criança
E faz de meu poema teu céu.

Sou eu e o outro de mim
Dentro de meu próprio ser.
Fora dele somente
O silencio da existência
Nas coisas onde não estou
Ou onde estou e não me encontro.

Queria que teu olhar
Terminasse no meu.
Que tuas mão suaves
Escorregassem em meu corpo
Num abraço tão profundo como a saudade.
Queria ler no brilho de teus olhos
O sentimento mais belo
Que guardas em meu coração.

Amo-te
E deixo que as palavras
Adormeçam a saudade
Que uma lágrima
Não deixa esconder.

Não sei se quando
Observo teus olhos
Te vejo a ti
Ou puramente
Toda a beleza do mar.
E meu ser pequeno
Se extasia na doçura
De teu rosto,
Na pureza infinita
De teu sorriso.
E meu corpo como
Que dissolvendo-se em ti
Não quer partir
Quer continuar
A ser tu.
Deixar-te é separar
O que se tornou
Uma só existência.

Apetece-se-me falar com ninguém
Ser sem consciência de existência
Procurar o que não sei que procuro
Dizer tudo o que desconheço
E no silencio das palavras
Deixar que tudo aconteça.