Blog de tchejoao

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O Fim do Amor

Meu amor, não viste quando acenei?
Acaso não ouviste quando te chamei?
Ah, meu distraído amor, como deliras!
E quem era a pessoa com quem sorrias?
Teus gestos iluminavam o mundo,
E que olhar quente lhe davas!
E com que voz doce lhe falavas!
Eu não entendia as palavras,
Apenas à melodia adivinhava.
(Oh, que linda canção que de teus lábios soprava!)
E minh’alma, por se sentir vazia,
Gemia... tão só... e fria, fria, fria...
Ai, meu amor, tua visão me matava e eu não morria!
Com que pesar eu via a tua alma leve e esvoaçante,
Que subia, subia, subia...
E da minha, se despedia.

Meus braços abertos abrem uma avenida na úmida neblina.
Eu queria, agora, voar... bem alto... bem pra cima...
(Ai, como dói parir um Adeus!)
Amor dos sonhos meus, meu peito nú
Recebe a luz divina e crua do dia.

Amada luz solar! Que vem iluminar-me a vida...
Oh, tão desejado dia! Renascemos – eu e tu.
É hora de acordar...
E levar nossa alma a passear
Por novas e distantes e verdejantes colinas.

Queridos pés, iniciemos a caminhada...

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Me Abraça!

Ah, meu amor, me abraça! Me abraça!
E deixa o calor do corpo teu
No meu, agora, que a vida nos desenlaça.

Ah, meu amor, me abraça! Me abraça!
Antes que o dia nasça e o sol
Te leve para sempre, para longe de mim.
A lenta ronda da lua alta
Já vai cumprindo a sua jornada,
E o doido vento da madrugada,
Sem dó, empurra a noite para o fim.

Ah, mas antes que me deixes, aqui,
Neste degredo, me abraça, mais uma vez, me abraça!
Para que teu cheiro fique no meu cheiro,
E eu te respire a cada segundo que viver.

Vê estas mãos, agora tão vivas e cheias de ti?
Pois elas mesmas te mostrarão – quando voltares –
As infinitas mortes que vivi!
Estas mãos, mesmas, que colhem flores,
Sustentarão a espera, e todas as dores,
Tecendo histórias, cheias de amores,
Com a lã de pura e fina memória,
Produzida nas horas em que estavas aqui.

Ah, tivesse minha alma braços
E também ela te abraçava!
Porque a tua ausência pesa e
É sempre tão longe para onde vais...

Não tivesse, eu, a certeza de que voltavas...

Ah, saudade! Saudade!
Que seja efêmera a tua eternidade!

Amado corpo meu,
Agora, que o nosso amor vai embora,
Fiquemos em silêncio...

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Aparência

Parecia que vinhas
Com as mãos cheias,
De um dia passado
Num campo de estrelas,
Tanto olhavas, admirada,
Para o fundo da concha
Que com elas formavas.

(Mal sabia, quem te via,
Que entre tuas mãos queimava
Uma saudade mal-curada,
Que a tua alma consumia.)

Parecia que cantavas,
E era tão doce a tua alegria,
Que à noite iluminavas,
Como o sol dá luz ao dia.

(Mal sabia, quem te ouvia,
Que era tristeza o que entoavas.
E, se tua voz era suave,
É porque a dor, sempre tem,
Algumas formalidades:
Primeiro dói,
Depois corrói,
Então vira enfermidade.).

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A Hora da Razão

Chega um momento, quando abrimos
Nossa caixa de sonhos e de planos,
E ela está vazia...
E não temos mais lágrimas, nem dor.

Chega um momento em que não temos
Mais saudade, ou medo, de perdermos,
E ficamos na sala vazia...
E não sentimos mais a falta de amor.

E os olhos, castanhos e secos,
Já se acostumaram a escuridão.
Só os olhos, castanhos e secos,
Mirando o presente...
Sem fantasias, sem mágoas, sem luz.

Chega um momento em que somos
A falta de tudo o que quizemos,
E com a alma, alegre e vazia:
1) Agradecemos o que temos;
2) Nos conformamos com o que somos;
3) Acreditamos que a vida é mesmo é assim...

Chega um momento, quando abrimos
Nossa caixa de sonhos e de planos,
E ela está vazia... Então, pensamos:
Depois que nos curamos,
aos enfermos nos unimos...

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Sem Saída

A noite me deu um forte abraço
E disse que, agora, precisava ir.
Gentilmente, beijei-lhe o rosto,
E fiquei à janela vendo-a partir.

De oeste, chegava o sol, suando,
Com a pressa que sempre tem,
De ir a tudo e a todos iluminando
Como se o escuro não fizesse bem.

O certo é que pouco importava,
Para mim, aquela movimentação:
Pois, se a um lado se ocultava o nada,
De outro brilhava a desolação.

(Tal qual minh’alma repartida,
Descolorida de desencanto:
Machuca-lhe tanto a despedida,
Mas, melhor, não lhe faz o reencontro.)

Pouco há a se fazer na vida
(Nesta que tenho, não a que anseio):
Senão estar pronto para despedidas,
E seguir sufocando o “Eu Renuncio!”

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O Tato e o Movimento

Parei, com as mãos, o vento,
E, em uma de suas voltas, depositei
Minha coleção de sentimentos. Depois,
Abri as mãos, e o soltei.

Virei-me, então, de costas,
Para que não me visse partindo:
As mãos, sobre o peito, postas,
A vida, pelas mãos, saindo.

Por esta forma - Inconcebível! –
Joguei toda minha esperança:
Que um vento vário e irascível,
Chegue a ti, em sua andança.

Nunca vi tanto desespero,
Uma alma tão sentida,
Quanto naquele, que ao destempero
Dos ventos, joga a própria vida!

Serenado, o movimento, suspensa
A vida por um fio, passa
O tempo em silêncio. Densa,
A alma sente frio e serenamente cessa.

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Angústia

Ah, eu tenho chorado tanto, tanto...
Como nunca percebi
Quão largo e longo é o tempo?
Cada minuto que bate,
Está tão longe do outro!

(Desde que me pús a esperar-te,
Meus olhos fizeram marcas
Profundas no horizonte!)

Tem pena de mim, que conto
As contas deste terço insano:
Cada conta é um segundo,
Cada segundo parece um ano.

(Como dói, não saber-te!
Só tua falta me vem!
E eu com medo de faltar-te, também...)

Por onde, criatura, andas,
Que teus passos não te trazem?
Quase perco as esperanças,
Nas horas que se desfazem...

(De que me serve tanto tempo,
Se ao teu não posso atar-me?...
Aos poucos, te leva o vento,
Como às nuvens que se desfazem...)

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Cansaço

Candelabros dos meus olhos,
Iluminem-me, agora, que
Em minha Alma falta a luz!

Ó, adaga mortal!
Tua rubra bainha espera
Palpitando em meu peito.
Por que demoras tanto?!
Por acaso não a queres?
Ah, como são felizes aqueles
Que, aconchegados à terra, dormem!

Como me cansa este não findar!
Ó, adaga mortal...

Dor de todas as dores,
Tu que acendeste, em minh’Alma, a luz?

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Poesinha

Passado o sol,
Nuvens castanhas cobrem o céu.
Espantam-se os vagalumes - terrenas estrelinhas,
Abrigam-se as pombas entre as frestas
Dos telhados do casario,
De antigas ruazinhas.

De quê fogem, nuvenzinhas,
Que aqui viestes chorar?
Que fado lhes cortou a alma,
Que dor lhes quebrou a calma?
Ó vento, ó vento,
Não empurres com tanta força,
Essas tão amigas minhas
- Castanhas nuvenzinhas -
Tão altas, tão esquivas,
Tão noturnas, tão sozinhas...

Ah, meus olhos, não chorem, não chorem.
Vieram pra lhes consolar
Nuvenzinhas de além-mar.
Arco-íris lusitanos minha alma colorem.

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Insegurança

Ah, estou Triste! Tão Triste!
Porque não viste o navio
Carregado de dor que navegava
Em meus olhos!

Ó, homem cruel,
Que gasta os dias em devaneios,
Implicando com a erupção,
Pelo decote, dos meus seios!
Não percebeste, então, meu coração
Solto no espaço ao teu redor...
Batendo tão, tão, tão só?

Ah, homem do espaço,
Homem de vida ao léu,
Quando verás que tua estrela
Caminha contigo,
E não no distante e inalcançável céu?

Amor, meu, meu amor amado!
Quando verás que só brilho, encantada,
Porque estou ao teu lado,
Translucidamente iluminada?

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