Absurdo

Foto de William Contraponto

Ao Vento do Absurdo

Por todas ruas que passei
Em todas as calçadas que andei
O vento me levava
Sem precisar imaginar
O que me esperava

Basta sentir a nuvem
Ou a fumaça que passa
Por cima de qualquer rastro
Arrasando tudo a sua frente
Ontem foi a lua quem pairou
Sob o mesmo telhado
Iluminando o caminho passado.

Sinais, barreiras ou olheiras
Fazem parte do medo
Quando tenta se esconder
Os feitos realizados
Num entardecer alucinado

Nas praças, nas calçadas
Becos ou estações
Todos seguem pilhados
Tentando acreditar em soluções
Mas vão ser nas ruas os aprendizados
Para todas as velhas questões.

Não se iluda com o lógico
Ele não sabe inventar
É só no absurdo
Que o vento vai tocar
E assim nos levar
Ao mais verdadeiro mundo
Onde viajar nunca será demais

Basta sentir a nuvem
Ou a fumaça que passa
Por cima de qualquer rastro
Arrasando tudo a sua frente
Ontem foi a lua quem pairou
Sob o mesmo telhado
Iluminando aquele caminho passado

Foto de Mitchell Pinheiro

O animal que raciocina

O animal que raciocina pisou lá na grande bola branca
Mas tem deles que ainda vestem com a tarja preta do absurdo a moldura de uma mulher.
Moldam suas vidas aos seus moldes.
Mutilam-nas contra o prazer sublime!
Apedrejam a rainha dos poemas, a bailarina da docilidade, a provedora da vida, a guardiã do colo protetor e do amor mais forte.

O animal que raciocina transita velozmente pela terra, num leve toque dos dedos, submerge com os peixes e voa com os pássaros.
Mas a pele escura ainda é golpeada pelas chagas de outrora
Pelos que pensam que a qualidade de um ser tem cor
Que existe mais de um tipo de gente
Mas a humanidade de uma pessoa não pode ser medida por esses olhos cegos
Mas pode ser muito bem descrita por um poeta de olhos fechados

O animal que raciocina se faz ver e ouvir além de todas as distancias
Aciona instantaneamente seus pares espalhados pelo mundo através de caixas de circuitos, fios, antenas e maquinas espaciais
Mas os povos ainda compartilham do inseticida que destrói os formigueiros que incomodam a grande lavoura capitalista.
Mesmo após as grandes pulverizações ocorridas em Hiroshima e Nagasaki

O animal que raciocina instrumentaliza os sons e produz melodias que encantam a alma, faz magia com a voz, esculpi o inefável e transforma a tinta e as cores em olhares maravilhados.
Mas a pólvora ainda queima meio a ruína dos derrotados.
A espada consome grandes riquezas e espalha sua destruição enquanto a fome alastrada faz o animal que pensava se juntar aos outros animais.
A pólvora ainda é o alicerce dos fanáticos que como justiceiros divinos, transformam sua vida na arma mais brutal e selvagem que ceifará muitas outras vidas de errantes pecadores desavisados.

O animal que raciocina enxerga o micro-invisível, o celular, o atômico, os astros mais distantes e estuda o nano-mundo
Mas da pedra ao pó as veias familiares são entorpecidas pelo desvario mais inexplicado
Pelo escambo da juventude por seringas e pílulas, de conjugues e filhos por bebidas e ervas, de vidas por farelo de morte.

O animal que raciocina desvia o curso de rios, explora as profundezas da terra e das águas, troca um coração enfermo de um vivente pelo saudável de um desafortunado.
Mas o verde está ficando cada vez mais cinza
O potável jazendo nos canos de esgoto
O ar, no negrume da ganância
A flora e a fauna defloradas
A flora e a fauna preservadas?! Nos museus, nas fotografias, na historia...

O animal que raciocina é temido pela fera mais selvagem
O animal que raciocina é a fera mais selvagem a se temer

Foto de Jessik Vlinder

Preciso de Um Amor

(Lamento ao Pôr do Sol)

Eu queria versos prontos agora
Versos que exalassem a minha dor
Cantando pra mim a trilha sonora
Da orquestra regida pelo meu rancor

Preciso de calor nessas noites frias
Me bastaria um Sol particular
Que me iluminasse não só durante o dia
E de mim mesma pudesse me salvar

Na verdade, eu preciso é de um mundo
Para somente em torno de mim girar
Eu preciso é de um amor absurdo
Nascido exclusivamente para eu amar

Foto de BRUCE ALEX

Eterno

Nesse ciclo absurdo que para todo inicio teve um fim
Acredito no eterno
Em ter equilíbrio, estar parado ao invés de estar indo e vindo
Em viver infinitamente no finito
Um ponto em meio ao circulo!

Foto de raziasantos

Brincadeira de Criança.

Dona Esmeralda passava o dia lavando fraldas.
Seu filho de sete anos era o mais velho.
Menino inteligente, faceiro, e robusto.
Sempre que chegava da escola brincava com a filha da vizinha da mesma idade.
Não era comum eles brigarem, se davam muito bem.
Certo dia chegou da escola almoçou, e foi brincar com sua amiguinha, no fundo do quintal.
Der repente!__ Dona Esmeralda ouve uma gritaria danada, e corre para ver o que esta acontecendo.

Pedrinho corre á trás de sua amiguinha e grita-me da sua perereca! Me da sua perereca!
A menina revoltada responde não dou não! Não dou não!
Como Pedrinho não desiste a menina se esconde num canto do quintal e cruza as pernas e diz repetidas vezes nunca vou te dar minha perereca, você é mal e não te dou minha perereca você vai machucá-la.
Dona Esmeralda assustada corre e segura o filho que correr atrás da coleguinha segurando o pelo braço ela o sacoleja, e diz meu filho não pode pegar perereca de sua amiguinha...
Onde já se viu uma coisa desta! Já imaginou se os pais dela ouvem esse absurdo:
Então a menina se sentindo segura ao lado da mãe de seu amiguinho sai do canto do quintal e diz, __mas foi minha mãe quem mandou dar a perereca pra ele...
Dona Esmeralda coitada! Cada vez, mais confusa fica estonteada sem entender nada.
Para tentar resolver o problema esbraveja com o filho, e manda-o ele ficar de castigo no quarto até a segunda ordem.
O menino coitadinho tenta se explicar, mas a mãe furiosa com essa encrenca de perereca não lhe da nem uma chance de se explicar.
O menino obedece e vai para o quarto.
Agora dona Esmeralda olha firme para a menina e fala__ mocinha temos que ter uma conversinha!
A menina inocentemente tira do bolso da jaqueta um bicho meio amarelado e gelado estende a mão para Dona Esmeralda e diz, não vou dar minha perereca pra ele, porque ele quer dessecá-la.

Foto de airamasor

Video poema :Um para o outro!!!

Se amar é querer estar juntos
se amar é sentir saudades
se amar for a busca do carinho
de sentir o calor do teu corpo
das batidas compassadas
de dois corações em harmonia
dos segredos, das confissões
dos sentimentos em sintonia
então vou morrer te amando
te desejando te buscando
mesmo que a distância
entre mim e ti seja grande
mesmo que seja impossível
a convivência entre nós
mesmo que seja proibido
o que sentimos
mesmo que digam
...é absurdo...
continuarei te buscando
continuarei te amando
sonhando...
como poderei não te amar
se a doçura, o encanto
que me das todos os dias
se te busco, se me buscas
se encontramos o que precisamos
um no outro...
se a carência que existe em mim
é a mesma que existe em você...
como não te amar se me buscas
me acaricia com suas fantasias
se me sentes perto e se delicia
com o som da minha voz...
como não gostar de sentir tudo isso
se encontro tudo quanto
preciso e anseio
até aquele segredinho existente
entre mim e você
aquela cumplicidade
em tudo o que sonhamos...
fomos feitos UM para o OUTRO
(Aira, 21 de janeiro de 2011)

Foto de Nailde Barreto

"Devora-me..."

*****
*****
*****
*****

Entre sonhos de valsa,
Intrigante morena tira-me o sono;
Entre o sagrado e profano, provoca-me...
Na dança, conduz-me, belíssima!
Sabe me enfeitiçar...
E, mesmo nos passos mais simples,
És artista!
Instiga-me a desejar finalizá-los em sua cama,
Acolhedora, que me faz te amar...
Amo-te...
E, de modo absurdo, me entrego,
De olhos fechados, sigo a sua voz, afinada!
Me ganha no flerte, devora-me...
****** ******
Nailde Barreto.
04/02/11

Foto de airamasor

Um para o outro

Se amar é querer estar juntos
se amar é sentir saudades
se amar for a busca do carinho
de sentir o calor do teu corpo
das batidas compassadas
de dois corações em harmonia
dos segredos, das confissões
dos sentimentos em sintonia
então vou morrer te amando
te desejando te buscando
mesmo que a distância
entre mim e ti seja grande
mesmo que seja impossível
a convivência entre nós
mesmo que seja proibido
o que sentimos
mesmo que digam
...é absurdo...
continuarei te buscando
continuarei te amando
sonhando...
como poderei não te amar
se a doçura, o encanto
que me das todos os dias
se te busco, se me buscas
se encontramos o que precisamos
um no outro...
se a carência que existe em mim
é a mesma que existe em você...
como não te amar se me buscas
me acaricia com suas fantasias
se me sentes perto e se delicia
com o som da minha voz...
como não gostar de sentir tudo isso
se encontro tudo quanto
preciso e anseio
até aquele segredinho existente
entre mim e você
aquela cumplicidade
em tudo o que sonhamos...
fomos feitos UM para o OUTRO
(Aira, 21 de janeiro de 2011)

Foto de betimartins

As minhas Palavras Soltas

As minhas Palavras Soltas

Minha mente quer falar aqui, mas o absurdo não deixa
Entre as montanhas esguias, cobras afiam a língua
Espertas e sagazes, prontas a devorar a sua presa
Ai! Pobre de mim, que para muitos sou louca
Outros me chamam somente a menina sonhadora
Outros confundem e me chamam de a eterna criança
Mas esta criança é sonhadora sim e como ela o é...
Ela acredita em palavras, no efeito que elas têm aqui!
Ela acredita em loucuras, quem já não foi louco?
Eu fui louca e sou louca ainda para bem da minha sanidade
Do meu corpo, da minha alegria, da esperança e da sobriedade.
Em linhas brancas eu escrevo por vezes meus sentimentos
Outros eu capto daqueles que cruzam em minha vida
Gosto de partilhar o que se sente, se outros o fazem comigo
Assim é vida do dia a dia, trocadilhos e muita perseverança
O que eu mais gosto é de brincar com as palavras soltas
Fazer delas uma mansão ou um bairro da lata, no morro
Por vezes julgo que sou artista e as pinto com varias cores
As que mais gosto é do tom do Arco Iris, belas e suaves
Por vezes imagino que é um jardim, assim posso jardinar
Uma a uma palavra eu dou belos cortes e as rego com amor
Perfumadas como elas saem não há igual, são palavras ditas
Com alma ao rubro e alegre por estar aqui neste belo planeta
São as minhas palavras que eu quero recordar um dia
As palavras de amor que eu aqui escrevi, poema será?
Não sei e nem quero saber, mas sei que brotaram
Do meu alegre coração agradecido a ti...Meu belo poema...

betimartins

Foto de Maria Goreti

TRÊS IRMÃS

.

(Reflexão de fim de ano)

Minha inspiração tirou férias! Que alívio!

Pensar que eu me sentia na obrigação de escrever todos os dias, qualquer coisa, para que meus leitores não ficassem à deriva. Absurdo!

Natal, passou em brancas nuvens. Ano Novo também.

A poesia não se fez presente no papel, mas na minha vida Estrelas de Belém se fizeram soberanas no renascimento de três irmãs: a Fé, a Esperança e a Caridade. Também não tive ceia farta, mas, o que me foi permitido ter, fartou-me e aos meus. Não armei árvore de Natal, porém um humilde presépio, num móvel, no canto da sala de jantar. A casa estava cheia, não de gente, de memórias dos encontros de outros natais e saudades de pessoas queridas que jamais voltarão, a não ser nas lembranças vivas em nossos corações.

Vi renascer a Fé na vida, ao sentir a capacidade de amar incondicionalmente, ao me ver forçada a abandonar o vício de comprar presentes e fazer o Natal comercial. Presenteei sorrisos, sentindo o sabor das lágrimas contidas. Vi renascer a Esperança, ao ver minha mãe recuperar-se de uma pneumonia e suas possíveis consequências, graças ao amor e dedicação que pude lhe dispensar, doando-lhe todo o tempo e paciência disponíveis e indisponíveis. Diante de trabalho intenso, de noites não dormidas, vi renascer a Caridade. Aprendi, com tudo isto, que Fé não é postar as mãos e colocar os joelhos no chão, dizendo em alto e bom tom “Senhor, Senhor!”, que Esperança é muito mais que desejar “Boas Festas de Natal de Ano Bom” e que Caridade não é abrir a “burra” e espalhar dinheiro aos quatro cantos, porque, se assim fosse, eu jamais poderia me colocar no patamar das pessoas caridosas.

Aprendi também que o Natal é todos os dias, cada hora, minuto e fração de segundo de nossas vidas. Que o Ano Novo, nada mais é que um dia após o outro. Que o sonho, a ilusão de que dias melhores virão, é que nos mantém vivos, apesar das dores e dissabores. Então, eu agradeço aos Céus as fichas que caíram sobre minha cabeça nestes dias de festas!

Que este seja um ano de Fé, Esperança e Caridade – em amplo sentido – nas vidas de todos nós!

Feliz 2011!

© Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 01/01/2011

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