Alma

Foto de Rosamares da Maia

SAFARI

Safári

Em seu olhar habita um tigre,
Prestes a saltar da alma.
Assombra a minha vida com incertezas,
Medo e fascínio.

Com a índole pérfida dos felinos, se diverte,
Brinca até o limite da resistência das suas presas.
Não sente prazer em devorá-las rapidamente.
Em seu julgo sutileza é força e cenário.

Sua clemência fingida é pantomima.
E este é o jogo – seu jogo.
A sedução elegante que mistifica o predador,
Articulado até o ato final, quando salta do olhar.

- Quase mortal.
A fera solta ama, envolve e encanta.
Serve-se do farto banquete – meu banquete.
Saboreia a presa que lhe entrega cada parte.

- Com arte, saboreia parte por parte.
E neste único momento faz concessões,
Mutuas satisfações – em proveito próprio.

Mas logo, por cautela a alma, recolhe o tigre aos olhos,
Frio, volta à jaula fria e se protege até a próxima caçada.
Quando a fome e a sede atiçarem seus instintos.

Abatida a presa respira, recompõe-se,
Dorme e sonha com os dias de espreita e caçada.
Ansiosa prepara as escaramuças do próximo safári.

Foto de Rosamares da Maia

RESCALDO

Que chama é esta queimando o meu coração?
Renasce das cinzas a cada dia sempre e mais.
É chama viva que incendeia e me enlouquece.

Dor invisível doendo sem autorização ou medida.
Há dias que é tão grande que não consigo respirar,
Em outros é pequena, mas constante e inconveniente.
Dói, no entanto é angustia acomodada, conformada.

É voz amordaçada sufocando meus gritos.
É medo que me cala para não dizer que te amo.
Que fogo é este que queima e não me mata?
Mas é desassossego que não me deixa viver.

Minimizo a chama para cozer aos poucos este amor.
Assim, permanece aceso e controlado. Dor sublimada.
Mas é cozer verdade em água morna. Enganamo-nos.

Dormimos como o vulcão que queima pela eternidade.
De olhos abertos, marinados no rescaldo da dor.
Alma e magma que tramam para alcançar os céus.

Foto de Carmen Vervloet

Feliz

Feliz por recostar a cabeça no travesseiro
com a consciência tranquila...
Feliz por enxergar a beleza da paisagem
nesta curta viagem que é viver...
Feliz por ter conseguido arrancar
tantas pedras do caminho e
com elas ter pavimentado outros caminhos
por onde passo mais leve, sem tantos tropeços,
vendo as flores desabrochar numa superfície calma
fazendo-me sentir o aroma da alma
exalado pela dádiva de ver a vida
com olhos de amor!

Foto de diny

EU E VOCÊ

EU E VOCÊ

AH TUA BOCA, NA MINHA BOCA.
SUGA MINHA ALMA NUM SÓ BEIJO
ELEVA-ME AO CÉU, DE TÃO LOUCA.
DE TANTO AMOR, TANTO DESEJO.

E ASSIM; ÉS NÉCTAR, SOU A FLOR.
ÉS MEL, SOU O SABOR.
ÉS O SOL DO MEU OLHAR.
DO SEU; SOU O CÉU, SOU O MAR.

MAR PROFUNDO DE FELICIDADE.
POR DEUS NOS TER A BONDADE.
DE UNIR NO MESMO VIVER.
NOSSAS VIDAS; EU E VOCÊ.

DINY SOUTO.

Foto de Carmen Lúcia

Reticências...

A indecisão impede-me de prosseguir...
Dúvida atroz segura meus passos.
Eu, que me julgava rica em experiências,
ter conhecido o céu e o inferno,
incapaz de retroceder ou estacionar,
seguindo sempre adiante sem temer obstáculos
que me foram apresentados durante minha vivência,
rendo-me às fragilidades, ao cansaço , aos fatos...
Dou-me a uma pausa...ou às reticências...

Percebo o quanto sou humana e incapaz.
O cristal de minha alma se trincou...
é preciso cuidar pra não se quebrar,
restaurar o que ainda restou...
Agora me entrego às mãos do tempo...
Que elas me coloquem no trilho certo.
É preciso parar no próximo atalho,
repensar a vida, meu estado precário,
buscar clareza, viver o real, sair do imaginário...

Confundem-me os erros e acertos
e os sonhos se encontram em desacerto...
Já nem sei se mais errei ou acertei...
Paradoxos se interpõem em meu caminho
e testam, à toda hora, meus desatinos...
Preciso coordenar o sentido das coisas,
penetrar em seus significados...
Buscar o certo, corrigir o errado.
E o que é certo ou errado?

O primeiro passo já foi dado...
Confessei-me frágil, vulnerável,
revelei minhas debilitações
diante da imprevisão de um temporal.
Reiniciarei minha história...
Parei nas reticências, não no ponto final.

Carmen Lúcia

Foto de Asioleh

e aí?

E aí, se eu te amar, quem vai impedir?
quem vai dizer se é errado, certo ou engraçado?
e se eu largar o mundo por você?
e se eu deixar de respirar se você não vier?
eu sinto e deixo o sentimento me levar,
deixo a felicidade entrar,
você me faz me sentir viva,
me faz transfigurar,
me eleva a alma,
me faz viajar,
quero você
e sempre vou querer
quero te dizer que sempre, sempre ei de te amar.

Foto de Carmen Lúcia

Abrindo janela

Pra que fresta? Pra que tramela?
Decidi escancarar minha janela...
Deixar de me esconder por detrás dela,
fotografando o mundo pela metade
presa ao ostracismo que me invade
queimando detalhes, belezas escondidas...
o elã vital, motivo maior, sentido da vida.

Nada de cortinas, chega de vidraças.
Quero ver o sol transpassar inteiro,
aberto, liberto, total,
a queimar meu corpo, aquecer a alma,
irradiar as flores de meu quintal.

Descobrir os cantos, mistificar encantos,
torná-los metáforas da vida,
reativar a esperança frágil e encolhida,
vê-la renascida sob nova luz.

Basta de raiozinhos, trancas nas janelas...
Quero o sol ardente derreter correntes.
Abrir janela e pular por ela,
juntar-me aos sentimentos que joguei lá fora,
catá-los com a mão, resgatar a emoção.

Obstruir os caminhos da dor...
E sorrir, cantar, correr, viver.
Deixar ao acaso a restauração de meu ser.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Reencontro

Ainda ouço teus passos se distanciando,
perdendo-se na esquina que te engolia,
tragando-te afoita, droga à revelia,
mutilando uma história que ainda aconteceria.

Sibilam em meus ouvidos as badaladas de um sino
marcando as horas, trilha sonora que estribilha
rasgando-me a carne, mostrando meus avessos,
tendo a lua a compactuar com meus tropeços.

Ainda ouço o estardalhaço dos soluços
que meus lábios apertados tentaram segurar
e num sôfrego vazaram, desabados,
num choro compulsivo, sem parar.

Fostes...simplesmente fostes,
( como sempre fostes),
sem medires a proporção do estrago,
a dimensão de inconsequente ato,
carregando sobretudo, tudo...

Talvez me reencontre sem teu disfarce
e me resgate algum ancoradouro...
Corpo e alma num inusitado encontro, sem ais...
E o silêncio do luar oculto entre a névoa de um cais.

_Carmen Lúcia_

Foto de Poetisa Cléo Alves - Orlândia

(A SUBLIMIDADE DA FÉ)

Prefiro ter sonhos quase impossíveis
Do que acreditar no óbvio
Prefiro o colorido imaginário
Do que o escuro absoluto
Prefiro voar sem asas
Do que tendo asas
Manter os pés no chão
Prefiro as coisas raras
Que vem da alma
Do que o ouro valioso dos homens
Pois tenho no sol o ouro que aquece
E no encanto de todas as coisas
A sublimidade da fé.

Autora: (Cléo Alves) Orlândia/SP
Respeite os direitos autorais

Foto de Siby

Vidas...

Vidas...

Vida trancada...
É viver sem ninguém,
Da solidão ser refém,
De muralhas cercada.

Vida honrada...
É ser pessoa do bem,
Pelos atos que tem,
Respeita e é respeitada.

Vida desprendida...
A liberdade lhe convém,
Num constante vai e vem,
É nômade de alma alada.

Vida unida...
Soma-se a alguém,
Para dividir o amor que tem,
E ter toda emoção repartida.

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