Amor

Foto de joão jacinto

Conteúdos de amar

Procurei no tempo,
a vontade para amar-me.
Nunca encontrei horas,
nem dias disponíveis.
Vivo multiplicado
de insatisfação,
cedendo à exigência,
de quem frustrado,
ama a minha obediência,
o meu perturbado silêncio
e castigo o impulso do não.
Viciado no prazer dos outros,
sou o enforcado,
estrangulado de anulação...
Ou o ramo da virtude,
que se quebra
com a obesa dor
e caia a liberdade
de quem me queira bem,
de quem me oriente,
no caminho não periférico,
do meu amor.

Não há formas de ser,
mas conteúdos de amar.

Foto de joão jacinto

Cicatrizes

Vejo a face marcada e dura da tua dor,
ouço os uivos repetitivos da tua raiva,
sinto o desespero amargo dos teus sentidos
e dói-me o negro acutilante das verdades,
que carregas como culpas,
dos valores calcinados,
corrompidos de eternos ódios e rancores.
Presa fácil de ingenuidade,
das desconfianças e credos,
fechada no labirinto das paredes,
cobertas de antigo e de medos,
numa teia emaranhada de incompreensão,
cimentada de fraquezas e vícios,
na recusa de rasgar uma fresta
e de contemplar-se em admiração,
desnudada de complexos e mitos,
na corrente de mãos dadas com o mundo.
Destruído pelo conflito de ser vencido,
apaixonado, sem amor,
temendo receber o que não sabe oferendar.
Moribundo no vazio do sossego,
em prolongados silêncios,
exercitando o conformismo da solidão,
em sofrimento preocupado.
Mensageiro na riqueza
alucinada dos vocábulos,
do desentendimento confuso e perplexo
dos indecifráveis códigos,
da simbologia da existência.
Dói-me o paradoxo do belo e da tristeza,
do propotente e da vítima,
de ter de sofrer contigo, ser-me cruel.
A minha superficialidade é fuga
ao pesadelo do realismo ofensivo,
que me circunda e me hostiliza.
A consciência do tempo
e da verdade dos instintos,
é a grande cruz que nos pesa na alma,
o pecado da sobrevivência.
Arquitectamos esquemas defensivos
às nossas inseguranças
e retroactivos à criatividade frustrada dos sonhos.

Se pretendo magoar-te,
sou eu que fico ferido.

Dói-me ver-te com tantas cicatrizes.

Foto de joão jacinto

Verdejante jardim

No meu verdejante jardim,
descuidadamente abandonado,
crescem em desordem entrelaçados,
arbustos de urze, alfazema e alecrim.
Gladíolos e jarros esmagados,
sob a grandeza de patas de veado,
envolvidos com rebentos de jasmim.
Ervas daninas viçosas de orvalho,
manto de azedas, amarelo limão,
desenho sombreado de um carvalho,
projectado, em movimento lento, no chão.
Buchos não aparados cercam a hortelã,
trinco a maçã caída da fortalecida macieira,
debaixo dela, durmo em silêncio, a tarde inteira,
eternizando o sono quebrado, pelo romper da manhã.

Acácias, orquídeas, manjericão,
por borboletas constantemente beijadas,
sardineiras em vermelho misturadas,
com rosas virgens, ainda em botão,
desfolhadas por barulhento escarevelho,
que procura sobreviver à sua solidão.
Cardos de tristeza envelhecidos,
trevos de quatro folhas perdidos,
entre rastejantes craveiro e chorão.

De pétalas abertas, sorridentes,
brilhando a céu aberto, em cor garrida,
desnudada, aprumada, de corpo inteiro,
ornamentada de beleza de margarida.

Folhas rasgaram-me o caule e abraçaram-me,
impregnando-me a alma de doce cheiro,
preso à terra pela raíz da sua raça,
senti-me estame e em graça,
pelo sabor do seu atractivo e sensual gineceu.
Fecundamo-nos mutuamente,
para parir o fruto da sabedoria consciente,
que dentro do nosso ventre em união cresceu.

Senti a cor do verde, o azul do céu,
o odor da terra e dos medos,
senti a vida, medi o tempo, olhei para o fim,
perdido no caminho que estava traçado dentro de mim.
Dancei aos ventos, bebi da chuva, tremi de frio,
sofri de amor, sangrei de dor, guardei segredos...

No meu jardim pouco cuidado, de natura bravia,
germinaram poucas, mas fecundas margaridas.
Nunca murcharam.

Tenho dentro de mim várias vidas.

O buquê das minhas vidas
é composto por tinta e quatro margaridas.

Foto de joão jacinto

Crescer

Não pretendo ser perfeito,
mas reparar as anomalias
dos dias cizentos,
em que tropecei e me feri,
magoei e cobardemente fugi.
Em que me esqueci de mim
ao incomodo do confronto,
no comodismo da conveniência,
na pobreza da satisfação,
em profunda carência.
Mergulhado na espera da coragem,
resguardado na sombra,
de quem apontando o dedo, acuso,
com a máscara da expressão inventada,
aos olhares de quem deseja de mim receber,
o que julga não ter,
o que pensa não possuir,
mas ilusoriamente sabe fingir.
Quero viver no conflito,
que me faça crescer,
que me desenhe o caminho,
que me tranforme em amor,
que me preencha de esperança
e eu vença os medos e a dor.
Que me mostre a luz do dia,
que me liberte da loucura das trevas,
mesmo que seja na hora,
de, eternamente e em paz,
feliz adormecer.

O que não vale é nunca!

Foto de Alexmor

Todos sabem

Todos sabem que gosto de uma pessoa
Todos sabem que estou apaixonado,
Anjos comentam, por que não faço nada
E amigos revoltam-se por não consigo fazer nada
Eu mesmo não sei por que não faço nada

Mas mesmo assim todos sabem,
E acreditam em mim
Mesmo não conseguindo fazer nada
Será que o amor me deixou bobo?
Será que não sou mas o mesmo?

Todos sabem menos eu.

Foto de joão jacinto

Meu amor

Tudo o que possuo é nada.
Recordações não nos fazem voltar
à realidade, ao tempo que já passou,
mas sim à fantasia, que nos faz sofrer na dor
e não na dor, assim se amou.
E neste sofrimento procuro-te,
no nó da amargura que em mim pairou,
sem neste meu movimento cessar,
em ti meu amor, no tempo me aventuro,
sem nos dias e nas horas te encontrar.

Foto de joão jacinto

Borboleta do céu

Sou jacinto,
esquecido,
sem tempo,
perdido,
num descampado
sem jardim
fecundo de verde,
sob a protecção
da sábia e espinhosa acácia.

Uma borboleta vinda do céu,
mesclada em tons de amor,
se encantou de mim.

Morro de saudade,
depois de em cacho florir
e renasço de esperança,
na espera do doce beijo,
no encontro
com o meu existir.

Já não temerei Zéphyro.

Foto de TrabisDeMentia

Adeus amor (c/musica)

Música, arranjo e interpretação: Josué Gomes - Rascunho Musical
Letra: TrabisDeMentia
Clique aqui para ouvir

Amor
Vou para não mais voltar
Adeus
Hoje eu me vou sem voçê
Mas não deixe sofrer
Quando de mim lembrar
Adeus
Vou para não mais voltar
Amor
Hoje eu me vou
Mas se acaso chorar
Não deixe a dor lhe vencer
Eu sei que o tempo vai curar
Eu sei que o tempo vai doer
Eu sei que o tempo vai doer
Adeus

Adeus
Vou para não mais voltar
Amor
Eu sempre amarei voçê
E quando a noite descer
E sua mão me der
Amor
Eu dormirei a te olhar
Adeus
Eu dormirei
E ao dormir vou lembrar
Dos nossos momentos de amor
Eu sei que o tempo vai curar
A dor...

Foto de Douglas Gonçalves Martins

DESEJO DO MEU CORAÇÃO.

Meu desejo é ver pessoas
Sem medo de se amar
Meu desejo é ver a vida
Com tanto amor pra dar
Meu desejo é ver o mundo
Contente e sorridente
Meu desejo é ter você
Ao meu lado e caminhar
Meu desejo é ver crianças
Com carinho e proteção
Meu desejo é ter você
Meu amigo meu irmão.

Foto de Cleber Dantas

Você

Se apaixona o mar e seus barcos
O pôr-do-sol do mar, a luz
Que fim de tarde resplandeceu
para todos a contemplarem

Se apaixona as estrelas, o céu
Que com puro contraste os define
mesmo com obstáculos emocionais
É possível contempla-la tal beleza

Se apaixona a rosa com seus espinhos
a borboleta que pousa para ser admirada
criada por DEUS sinônimo de amor
mesmo que a rosa more num pantâno

mesmo com meus lábios colados
o coração fala e grita
a paixão que sinto, vejo e admiro
Não sei se é duradouro
mas é puro e simples

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