Ardor

Foto de José Rafael

NOITE DE AMOR

Minhas mãos no teu seio,
minhas pernas no teu calor,
nossas bocas no enleio
do gozo fútil do amor.
Nossos espíritos silenciosos
pelo êxtase e emoção,
nossos olhares ansiosos
cheios de louca paixão.
Nosso amor na mesma cama
em união perfeita
num ardor que inflama,
incendeia e deleita.
Nossos lábios ruborizados
de delírio e ventura
roçam os corpos suados
casados em poemas de ternura.
Tua púbis de rara beleza
aumenta o desejo de amar,
unem-se os corpos na certeza
do acto de amor consumar.

Foto de Peter

Es tu

Minha eterna amada
Minha paixao asolapada
Inquisidora do meu
pobre coração; No teu
ser eu me perco
fico cego e so penso
em ti; es tu o meu cerco
o meu calcanhar de aquiles
Es minha fraqueza
E a minha fortaleza
Sempre que tou perto de ti
Sinto algo que nunca senti
Quando te afastas apenas o nada
eu sinto Es o meu amor
o meu ardor
Es tu e só o teu ser
Que me dá tudo
Para viver
Contigo sou tudo
Sem ti sou nada

Foto de Viollett

Adormecer e morrer (Viollett)

Silêncio, quarto vazio e impessoal, luz apagada...

Presença inexistente, calor apagado de corpos colados,

Amor premente, olhos arregalados com trejeitos de dor e prazer.

Será que partiste para todo o sempre?

Finalmente a luz tende a aparecer, o medo cresce

Mas toma formas de saudade e desespero.



Nada!

Partiste, sem um adeus, sem um beijo,
sem um abraço nem um sorriso...

Choro um silêncio chamado solidão.

Uma solidão que sinto e que me transforma.

Uma solidão que me corta,

Que me fere o corpo e alma,

Que me enfraquece os movimentos, a pele e a mente...

Vivo em esperança!

A esperança que me incentiva a viver, a respirar,
a sentir...

A tentar olhar o novo dia, sem medo nem fracassos

Tentar rever os teus olhos, os teus lábios, os teus abraços

O teu mundo e o teu ser...

Parto!

Desapareço sem te avisar

Vou viver outra vida,

Noutro sol ou noutro luar...

Ainda vivo no silêncio obscuro

Apenas quebrado por gritos de dor

Que antes era de prazer em noites fugidias,

Busco a felicidade,

Sem nunca a encontrar mas farta de a procurar.

Morro!

Sem descendentes, antecedentes ou precedentes,
sem amores passados...

Simplesmente jazo na cama fria e desconfortável...

Revejo a minha vida, sem fracassos, sem temores,

Nem pobreza, nem riqueza, com amor sem ardor.

Revejo-te, miro-te como foste há tantos anos.

Anos de felicidade, minutos de paixão, séculos de solidão,

Presos no tempo mas soltos em pensamento.

Quero-te, tenho-te, esqueço-te,

Talvez por esta ordem, não o sei,

Mas evito este pensamento quando fecho os olhos,

Solto a alma do corpo, sinto o coração parar de bater,

Sinto a respiração prender, como quando te vi,

Sinto a mente afundar, como quando te possuí,

Sinto o corpo gelar, como quando te perdí,

Sinto a esperança esvair, como quando morrí.

Voltas!

Estou morta, choras!

Beijas-me a face e partes sem olhar de novo para o ser que abandonaste

Recordas-me... Vertes lágrimas sem ninguém olhar,
sorrisos soltos com menosprezo.

Amor morto é como pássaro sem asas,

Existe mas não pode almejar voar.

Amor!

Não é preciso asas para voar

Não é preciso muito para saber sonhar...

Espero-te!

Viollett

(Uma Estrela suspensa na Lua)

Foto de gabriel_de_castro

As linhas, que bem ou mal, descrevem o que sinto (Gabriel de Castro).

O pródromo da semelhança do ser

A praia

gelada e fria,

pelo povo esquecida,

pelo vento arrefecida,

incumbiu-se de eliminar

o som, o cheiro, o sabor,

o futuro ardor

de sentimento ... o olhar.


A negrura

de meu destino,

estranho fado vespertino

criado de torpe cantiga,

ecoava na aurora humana

história antiga,

apagada pela vida mundana,

nefasta amiga.

O tempo

que fecha canções,

abre os corações,

dentro de mim

cria raízes e procura,

numa descida sem fim

Foto de Laksmi

Você me tem (Laksmi)

Você me inspira paz. Você me tem.

Ao acordar por um pesadelo assustada

Uma imagem sua ao meu lado se senta

E me acolhe com um afeto sem igual.

E faz com que eu me sinta amada

E essa terna lembrança me apacenta.

Recebo dos pássaros o canto matinal

E nesse instante, você me tem...


Você me inspira paz. Você me tem.

Eu sigo, mais uma vez, o caminho

Que costumo todas as manhãs traçar

Pensando no que gostaria de lhe dizer,

Pensando em como é triste ser sozinho

E não ter com quem dividir e conversar,

E pensando: "Que bom que conheci você!";

No meu trajeto, você me tem...

Você me inspira paz. Você me tem.

Observo atenciosamente o mundo,

O mesmo que nos cerca nesse momento,

E descubro dor, egoísmo e insensatez.

Mas em você, vejo um carinho profundo

Capaz de converter qualquer tormento

Num róseo estado de leve embriaguez.

Na minha alucinação, você me tem...

Você me inspira paz. Você me tem.

Muita gente num dia passa por mim

Mas eu desejo seus olhos o dia inteiro

E algo parece explodir em minha alma.

Se escuto sua voz, um pouquinho assim,

Mesmo que por um instante derradeiro,

Volta então ao meu coração a calma.

Nas horas de ausência, você me tem...

Você me inspira paz. Você me tem.

Procuro a saída desse vale perdido,

Labirinto obscuro de meu devir

Onde se camufla a minha inocência.

Tudo que há é um amor escondido

Que me faz chorar, que me faz sorrir,

Que me faz admirar sua inteligência.

Entre livros e saberes, você me tem...

Você me inspira paz. Você me tem.

Numa caixinha de estrelas flutuantes

Guardei meus sonhos mais angelicais

Para presenteá-los ao meu lobo amado

Numa noite de prazeres inebriantes

E no ar um perfume de notas musicais

Com versos de vaga-lume apaixonado.

No sono solitário, você me tem...

Você me inspira paz. Você me tem.

Não importa se eu me puser a negar,

Nem se meu refúgio secreto ruir

Porque ainda sentirei esse ardor

Da paixão que hesito em aceitar,

E por mais que eu pense em fugir,

Sempre ouvirei minha voz interior

A, subtil, sussurrar: Você me tem...

Laksmi (Quinta-feira, 10 de outubro de 2002 - 22:04)

Foto de Laksmi

Esse pecado...(Laksmi)

A boca na qual um beijo deposito

É tão vermelha quanto a mais rósea flor.

Em seus lábios outro beijo precipito,

Pétala aveludada, doce ardor...

Sua língua a passear por meu quadril,

Eu beijo seus seios e você beija os meus.

Uma antiga canção, disco de vinil

E nossos corpos esculpidos por Deus.


Tal qual aulétrides contentes demais

Cantamos, dançamos nossos rituais

Espalhando magia pelo ar...

Espalhe quem nos reprime a líbido

Que comemos o fruto proibido

E que nós não devemos nos amar!

Laksmi (Poema escrito em agosto de 2001)

Foto de Patrícia

Autópsia do Amor (Gomes Leal)

O Amor - essa paixão romanesca e fagueira -

que os vates têm cantado em bemol comovido,

é, na forma, uma coisa assaz brusca e grosseira,

como o assalto da fera e o ataque do bandido.


Tal e qual como o lobo assalta uma cordeira,

a empolga e lhe crava o colmilho atrevido,

assim ataca o Amor. - São da mesma maneira

o Espasmo, a Fúria, o Uivo, o Estertor, o Rugido.

Nas contorsões do Cio e os seus enlaçamentos,

há o ardor da Serpente, a enroscar-se nas preias,

e a estrangular o touro enorme e mugidor.

E quer cheire ao sertão, ou da Lais aos ungentos,

Nos rosais, num covil, ou de Nero nas ceias,

-são sempre os mesmos ais, o Pranto, o Espasmo, a Dor.

Gomes Leal (1848 - 1921)

Foto de quimnogueira

Poema do grito...(Quim Nogueira)

Na solidão do meu remorso do bem que pude fazer e não fiz,

porque não pude ou porque não quis ?...

Eu revejo meus erros e me transformo em borracha;

borracha que apague a razão de aqui estar !

Na solidão do meu erro, do cometido consciente

ou do inconsciente assumido,

eu choro pelo vazio não preenchido,

pela vaga existente...

Por ficar, não ter ido...


Na solidão da minha mágoa sentida eterna e cadente,

eu revejo a ternura que em ti vive,

o carinho ardente do amor que busquei e... não tive.

Parto então em nuvens de gritos abafados

dum coração que arde sangrando,

não pela cruz que carrego mas pela cruz que outros,

irmãos meus, vão transportando.

As nuvens abafam meus gritos

sufocando as gargantas dos Deuses,

que nos seus pedestais,

me negam suas existências para num só Deus,

eu me mergulhe no cais.

Cais onde aporto meu arfar;

cais onde aporto meu ardor;

cais onde me fico, onde me sinto,

onde sou aquilo que sou !

As amarras então se me soltam e do cais me vejo partir...

Para onde vou ?...

Se é aqui que sinto que sou !...

Então, me agarro mais uma vez

e as ondas me embalam devagarinho...

ora fortemente, ora docemente...

E, então, o frio me invade.

Mas é nesse frio que me aqueço;

no frio das lágrimas dos que lentamente

enchem os sulcos do meu mar, deixando antever,

num só olhar, os adeuses perdidos

os choros sentidos

dum barco, só...a navegar !

E as amarras se me soltam...

e as ondas se revoltam...

e os outros barcos nunca mais aportam !

E na solidão do meu remorso do bem que pude fazer e não fiz,

sinto-me voar em altos céus

desejando vencer a inércia do meu desejo,

lutar a teu lado, meu Deus,

sentir-me junto, como um afago,

vencendo os medos,

vencendo os choros,

vencendo as ondas,

vencendo os gritos !

Quim Nogueira

Foto de quimnogueira

Queria ser o teu relógio...(Quim Nogueira)



...serei o teu relógio...

...dizia-te eu , há pouco...

...o relógio da tua alma e do teu próprio corpo...

...o relógio do teu sabor e do meu sentir...do meu riso...da minha voz...

...incendiando os teus desejos...

...serei o teu relógio...

...dizia-te eu, há pouco...

...o relógio da fruição sonora ecoando dentro de ti...

...não te fazendo esperar como os minutos desta hora deste relógio que há em mim...

...ecoando em ti...

...numa ânsia de libertação de desejos apaixonados...

...num libido mental em constante crescendo...

...serei o teu relógio...

...dizia-te eu, há pouco...

...o relógio das horas alucinadas e felizes dos encontros esperados e desesperados...

...duma espera na ânsia de que o relógio pare...

...e os nossos corpos se encontrem num momento eterno de paixão...

...e ardor, sentindo teu corpo leve de pele acetinada feito...

...deleitando-me com o fogo do teu querer...

...e também da minha vontade de ti...

...serei o teu relógio...

...dizia-te eu, há pouco...

...o relógio das horas sem repouso num corpo morno...

...denso e arrebatador...

...numa onda frenética de prazer e dor...

...nos momentos em que o relógio não conta os momentos de em ti deixar...

...todo o meu amor...

...e... o relógio pára...

...pára, para que o tempo não se esgote...

...pára, para que os nossos corpos se fundam

num misto de agonia...

...num misto de prazer, êxtase e dor...

...e não mais exista a monotonia das horas vividas sem ti...

...e no fim, em espuma me espraiarei sobre o teu corpo lindo...

...deixarei de ser o teu relógio...

...o tempo deixou de existir...

...passarei a ser a tua própria existência...

Quim Nogueira

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