Bancos

Foto de Riva

NAMORADOS DE OUTRORA

NAMORADOS DE OUTRORA

Noite calma, o silêncio orquestrava aquele lugar,
Um recanto bucólico para o amante em exultação,
Na dileção da donzela se enleava em conquistar,
Nos bancos da praça, a preferida do seu coração.

Eram flertes bem velados, um poema a declamar,
Ritual dos enamorados, a mais viridante sedução.
Do coreto se contemplava os casais indo passear,
De mãos-dadas e em pares, iam em toda direção.

Lirismo de uma época que hoje passo a lembrar,
Deste lindo amor poético em grande veneração,
Havia encanto, havia beleza, uma união a fulgurar,
Era o tempo das pucelas, convictas por devoção,

Nostalgia da pureza, da cândida virgem ao altar,
Vestalinas de agora! Por que esta transformação?!

Rivadávia Leite

Foto de cafezambeze

FUNGULAMASO


FUNGULAMASO
1977 RIO DE JANEIRO.
O RIO DE JANEIRO SEMPRE FOI UMA CIDADE VIOLENTA.
EM 1977 JÁ O ERA, MAS NADA QUE SE COMPARASSE AOS DIAS DE HOJE. QUEM SABE A DITADURA
MILITAR SE FIZESSE MAIS PRESENTE...
OS POLICIAIS AINDA USAVAM REVÓLVERES E VELHAS MAUSERS, E OS FORA DA LEI AINDA NÃO
SE TINHAM ORGANIZADO. ME ATREVO ATÉ A DIZER, QUE NA SUA MAIORIA, ERAM APENAS FREELANCES.

HOJE ELES USAM ARMAS AUTOMÁTICAS E SEMI-AUTOMÁTICAS. EXPLODEM BANCOS, SEQUESTRAM
QUALQUER UM A TROCO DE ALGUNS REAIS E MATAM POR DÁ CÁ AQUELA PALHA. NÃO EXISTE MAIS
UMA IDADE MÍNIMA PARA ENTRAR NO CRIME. CRIANÇAS QUE AINDA USAM FRALDAS MATAM GENTE.
SE ERAM MANCHETE NOS PRIMEIRAS PÁGINAS DOS JORNAIS, HOJE CEDERAM LUGAR AOS POLÍTICOS.
ELES FICAM LÁ PELO MEIO. A SANGREIRA JÁ VIROU ROTINA. A CADA DIA QUE PASSA AUMENTAM OS
NÚMEROS. O GOVERNO RESOLVEU DESARMAR A POPULAÇÃO, MAS NÃO INCLUIU OS CRIMINOSOS NO MEIO.
E A JUSTIÇA?... BEM, A JUSTIÇA É CEGA.

MAS VOLTEMOS A 1977 PARA CONTAR A MINHA ESTÓRIAZINHA.
EU SAÍA LÁ PELAS 5 DA MANHÃ, E SÓ CHEGAVA A CASA LÁ PELAS 8/9 HORAS DA NOITE.
SALTAVA NO PONTO FINAL DO AUTOCARRO, E TINHA QUE CAMINHAR UM BOM PEDAÇO A PÉ, POR RUAS JÁ
DESERTAS.
ÁQUELA ÉPOCA, EU USAVA UMA BOLSA PARA CARREGAR DOCUMENTOS, SEMPRE SOLICITADOS PELA POLÍCIA,
E TRAJAVA O QUE TROUXE DE MOÇAMBIQUE, CALÇA E BALALAICA. A BOLSA, AQUI CHAMADA DE CAPANGA,
EU ENTALAVA NAS CALÇAS, DEIXANDO-A COBERTA PELA BALALAICA A FIM DE NÃO CHAMAR A ATENÇÃO.

CERTA NOITE, MERGULHADO NUM SILÊNCIO QUE ME PERMITIA ATÉ OUVIR OS MEUS PASSOS, REPARO
QUE SOU SEGUIDO, E LOGO OUÇO OS PASSOS DO MEU AMIGO, NO OUTRO LADO DA RUA, AUMENTAREM O RITMO.
TÔ FERRADO. VOU SER ASSALTADO!
AINDA HOJE SORRIO QUANDO ME LEMBRO DO QUE FIZ. QUANDO PASSEI POR DEBAIXO DE UM LAMPIÃO,
OSTENSIVAMENTE, LEVANTEI A BALALAICA E LEVEI A MÃO À CINTURA, OS PASSOS ATRÁS DE MIM,
DIMINUIRAM O RITMO. TATEEI O FECHO DA BOLSA QUE ABRI, FECHANDO-O EM SEGUIDA PRODUZINDO
UM CLIQUE QUE SE ASSEMELHAVA MUITO AO ENGATILHAR DE UM REVÓLVER. MANTIVE LÁ A MÃO.
A PERSEGUIÇÃO ACABOU. NAQUELE TEMPO ELES AINDA TINHAM UM MATACO PARA CUIDAR.

NOTAS:
FUNGULAMASO (ABRE OS OLHOS, CUIDADO, PRESTA ATENÇÃO)
MATACO (RABO)

Foto de Maria silvania dos santos

No banco da praça

No banco da praça

_ Era noite de Natal, a qual foi marcada e não haverás outra igual, você tinha ido embora e já fazia tempo que não retornava, confesso que eu eu de te já sentia saudade, já fazia um bom tempo que não nos vimos e meu coração já sofria, sua ausência para mim, já parecia maldade...
Naquela noite, eu estava coberta pela solidão, sentia um vazio profundo no coração, te encontrar, foi para mim pura emoção, pois eu não esperava te encontrar naquela cidade.
Eu estava sozinha, perdida entre aqueles pisca pisca naquela linda praça, onde todos os casais gostavam de se encontrar, onde varias vezes já pudemos nos abraçar... Confesso que ali, eu de ti, queria um pouco recorda, disfarçar que a saudade aos poucos estava a me matar, confesso que senti um pouco de inveja ao observava lindos casais felizes e sorridente, e que cada um, com suas namoradas se sentia muito contente...
Mas ao tanto observa, e eu em passos lentos aproximar, dirrepente pude notar que, entre todos os bancos daquela praça, em um deles, entre o espaço mais florido, apenas uma pessoa se sentava, também notei que, estava olhando em minha direção, seu olhar me chamou atenção, quando dirrepente!
Seu sorriso foi certo como flecha afiada em meu coração!
_ Era você!
Você se levantou e sorrindo vinha em minha direção, parecia um sonho, um sonho o qual eu jamais queria acorda...
Meu coração quase não pode suporta,ele pulsava em disparada, eu não pude me controlar, tive que agir pela emoção e me atirar em seus braços, simplesmente não deu para resistir e tive que seu abraço sentir...
Ver você sentado alí no banco da praça, dirrepente vindo em minha direção, com aquele sorriso e olhar de homem apaixonado, me deixo com o coração em disparada...
O amor tomou conta de todo o meu ser e novamente me sentir renascer...
Ao seu lado para sempre quero viver!

Autora; Maria silvania dos snatos

Foto de poetisando

Jardim

Vou fazer um lindo jardim
Nos canteiros só rosas vou plantar
Áleas com hortênsias azuis cor do mar
Para ao meu amor eu dar
Vou faze-lo com muito amor
Só eu dele saberei como tratar
De manha levo-lhe rosas
A testa e os lábios vou beijar
Serão rosas de várias cores
Para o jardim mais lindo ficar
Com todos os cheiros
Para o meu amor perfumar
E quando o meu amor ao jardim for
Quero ver a sua felicidade no ar
Ao tomar o cheiro das rosas
Ver como é forte o meu amar
Bancos no jardim vou colocar
Para quando estiver cansada
E precisar de descansar
Poder ter onde se sentar
Para o jardim ela contemplar
Vai ser um jardim só para ela
Para rosas puder apanhar
Passa-las pelas suas mãos
E o seu corpo perfumar
Vou fazer com as minhas mãos
Um jardim lindo sem igual
Muito o meu amor irá amar
Outro jardim de rosas não há igual

De: António Candeias

Foto de Carmen Vervloet

Botões Delicados

Botões mimosos
ainda a florescer...
Semeados sob viadutos, pontes,
solos inférteis!
Talvez nem cheguem a crescer...
Límpidas fontes de pureza
que se perdem nas ruas
infestadas por cruéis ardilezas...

Nos olhos, álgida tristeza,
o estômago a roncar...
Ausência de qualquer delicadeza!
Mãos sujas a mendigar,
corpos frágeis de fome
cambaleando magreza!

Homens passam de um lado pro outro,
alguns viram o rosto...
E elas maltrapilhas, famintas,
sem riso, sem chão,
sem brilho no olhar,
deixam uma lágrima escapar!

Vez em quando, uma alma generosa,
doa-lhes algum vintém...
Dividem um pão seco
com muito cuidado
pra não falte a ninguém
e dão lições de solidariedade,
elas nada possuem,
mas partilham o que têm.!

Neste esmaecido jardim,
de flores tão delicadas
semeadas em nossas ruas,
bancos de praça e calçadas,
sem viço, mas com a alma perfumada,
transeuntes não querem penetrar...
Ou dói-lhes a consciência,
ou prepondera a dormência...

E assim é criada por nós homens
a escola da marginalidade,
pós graduação em revolta...
E aquela pura flor,
em trágica reviravolta,
transmuta-se em feroz espinho
por carência de um lar, escola, amor...
Por carência de alimento, um olhar atento,
quem sabe um suave carinho?!

Ah! Triste destino de botões tão pequeninos!

Foto de Allan Sobral

Lágrima (El Gordo triste).

Parado estava, parada ficou, no banco daquela praça suja e mal-cheirosa; lá estava o jovem gordo solitário, de barba por fazer, trajes de um trabalhador qualquer, só que sujos e rasgados, cabelos bagunçados, como se tentasse se suicidar enforcado-se com a própria gravata.
Em meio a tantos maus cuidados, naquele lugar escuro e gelado, iluminado apenas pelos primeiros raios de sol que anunciavam a alvorada, só era possível observar o olhar triste e vazio, fixo no nada, olhar lacrimejado que perdurou horas e horas.
Ao seu redor estava um mundo, estava a vida, mas em seu olhar desesperadamente estático, só habitava a morte, como se seu corpo não estivera mais sob controle, e que a bebedeira da noite passada não conseguira arrancar a tristeza de sua alma; pelo contrario, estampava ainda mais uma dor em sua face.
Ressaltava-se uma única lágrima, que lentamente escorria, riscando do prisma triste o seu rosto, se perdendo próximo aos seus lábios, branquicentos e rachados, e se desfazendo, totalmente nos fios sujos por farelo em sua barba.
O Jovem não mais percebia os comentários que lhe eram derramados, não mais percebia as pombas que lhe rodeavam, não mais percebia os sorrisos que lhe eram ofertados pelas crianças, nem se quer percebia que ainda tinha vida, algo que só era possível observar pelos eventuais movimentos lentos de suas pálpebras úmidas.
Após horas naquela triste visão, em movimentos lerdos e soltos, retomava as forças, pouco a pouco dava sinais de vida, com muita dificuldade, levantou-se e com passos de uma criança que acabara de aprender a andar, saia cambaleando e escorando-se nos bancos e arvores, e foi-se embora, levando consigo sua tristeza e seu olhar vazio, levando consigo para sempre o mistério de uma dor.

Allan Sobral

Foto de Marilene Anacleto

Vendaval. Tempestade. Amor.

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Passou por aqui o vento
Balançou os cataventos
Estraçalhou sentimentos

Fez duvidar de ensinamentos
Cravados em nossas mentes.

As casas, tão bem guardadas
Janelas e portas arrancadas
Com um sopro, quase nada.

Carros e bancos de praça
Tornaram-se cascas de lata.

Árvores, simples gravetos,
Tombam, caindo ao relento.

Os homens, figuras de nada.
Triste gente esmiuçada.

Caem por terra convicções
Que abrilhantaram emoções.

Tudo o que tenho agora é nada
Que faço, sem teto, na estrada?

-"Vem querida, estamos juntos.
Um beijo, um carinho, um alento,

Em mim e nas nossas crianças.
Temos amor, temos esperança.

Faz de conta que hoje é o primeiro dia
Do nosso casamento, da nossa aliança."

Marilene Anacleto
23/02/99

Foto de betimartins

Os aprendizes!

Os aprendizes!

Como os seres humanos são buscadores de amor, sugadores de amor, aprendizes do amor.
Sem ele, algo morre dentro de si, seria como uma tormenta, um navio a deriva no mar, uma cidade em habitantes, sem flores, arvores, jardins e por ai fora
Fechem os olhos e se imaginem num lugar, magnífico, verdes jardins, cascata de água correndo, dentro pequeninhos peixinhos nadando, pedras multicores, brilhando com o sol a refletir os seus raios.
Imaginem uns lindos bancos, confortáveis, lembrem-se daqueles que gostariam de ter nesse belo jardim.
Tragam-nos, vejam eles a chegarem, vejam o seu deslumbre, sua alma aquietar, respirem o ar que ali se faz sentir, leve, perfumado, inalem lentamente e deixem-se ir, apenas...
Observem as flores, com atenção e compreensão, vejam o que as rodeiam, apurem os sentidos, lindas borboletas, quantas cores variadas, elas voam delicadamente, como se fosse uma dança, um agradecimento a flor.
Olhem as arvores, observem, olhem para o alto, vejam seus galhos, observem lentamente e veja a vida que ali habita, quantas aves, quantos insetos, escutem o canto delas, o canto dos anjos. A brisa, apenas embala as folhas e os grandes galhos da arvores, observe, apenas...
Veja o Sol entrar através dos ramos, olhe a luz, como ela é bela, tentem olhar mais o sol, sintam o calor a sua luz entrar na sua mente, tudo fica laranja, tudo fica intenso.
Conversem com seus familiares, deixem os problemas, os desentendimentos, as diferenças em casa, aqui são todos iguais, imagine o mundo exatamente assim, um mundo repleto de paz, harmonia e amor.
Escutem as risadas felizes, crianças brincando vestidas de branco, exatamente vestidas da mesma forma. Vejam seus cabelos de cor negra, castanha, loura e vermelha, seus tons de pele de varias cores, seus olhos de cores variadas, olhem e vejam a sua alegria, seu vibrar no amor.
Uma chega do seu lado e dá um abraço bem apertado, entregando uma bela rosa branca símbolo de sua pureza e amor. Sinta esse abraço, sinta a leveza de seu ser, deixe-se conduzir apenas e não deixe nenhum pensamento o magoar, apenas se liberte, deixe ir embora toda a dor e toda sua a magoa.
Pense em alguém que magoou, pense no perdão desse alguém, imagine o quanto seu coração sente aliviado tirar esse peso dentro de si, perdoe incondicionalmente, perdoe apenas, perdoa-se também.
Escute o rio, escute as águas, sinta o cheiro delas, do lugar, respire mais fundo, relaxe, deixe-se ir, olhe e veja o que acontece ali, o calor, as crianças foram brincar na água, veja as pedras brancas e negras, veja com elas estão arrumadas, em sintonia.
Deixe-se ir, mergulhe os pés na água, sinta-a, vamos sem medo, sente-se refrescado, aliviado, sente quase renovado e sua alma purificada, não tema é mesmo assim.
Quer conter as suas lágrimas não consegue, elas teimam em cair, olhe a sua volta, veja tudo e reflita porque tudo o que partilhou é apenas a vida.
Seu coração quer mudar, quer abrir partes que desconhecia, escute a voz que dele surge suave e meiga. Não tema, apenas escute a sua voz, ele fala sabia e como ele fala, aprenda a o ouvir.
Psiu! Escute a voz a tão falada voz que provem do coração, mas por acaso sabem quem fala? O vosso Deus que em vós habita o vosso templo, ele esteve sempre ai, esperando pacientemente o vosso despertar um dia.
Afinal Deus sempre esteve ai, aprendam a agradecer tudo que recebem e tudo que lhes és ofertado gratuitamente, pois apenas estamos aqui para aprender algo tão grandioso o amor e nada mais, o resto nada levam um dia...

Foto de Jessik Vlinder

O Destino do Desprezado Amor

Eu poderia sufocar-te de tanto amor
Fazer as mais belas e apaixonadas declarações
Escrever quilométricas cartas apaixonadas
Compor em minutos lindas canções

Eu poderia gravar teu nome no Everest
Entrar na cova dos leões e sair pulando
Assaltar bancos e ameaçar os federais
Ir do Oiapoque ao Chuí andando

Mas o que fazer com tanto amor
Se ele bate a porta e não é recebido
Se ele dança e pinta e não recebe elogios
Se grita desesperado mas não é ouvido?

E sem destino meu amor endereçado
Agora vaga perdido em qualquer rua
Desprezado, frustrado e sem pudor
Ele me olha e chorando me vê nua...

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo - Capítulo 5

O amor é um problema crônico.
Sempre existe um comentário malicioso por detrás das câmeras. Sempre existe uma vida oculta nas cozinhas dos restaurantes. Sim, os cochichos das coxias, os bastidores das igrejas neo-pentescostais que vendem cocaína, as maquiagens de bancos que saem com água e sabão.
Mais que um problema, o amor é um entrave aos mais esclarecidos.
O amor possui entrelinhas que só os mais inocentes podem captar. As crianças que se adaptam ao mundo normal são concebidas ao som de pagode e morrem ao som de ambulâncias. Como achar lirísmo nessa situação tão simplória? Só o amor sabe explicar.
Existe um lado oculto nos seres humanos que há tempos não se pronuncia abertamente.
O lado bom.

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