Brigas

Foto de Anjinhainlove

Felicidade arrancada

Se pudesse voltar atrás nada teria sido assim. Infelizmente, aconteceu, e terei de carregar com a minha sina até que o meu coração deixe de bater.
Perder um amor é sempre difícil, mas, e quando esse amor jamais voltará? E quando uma simples briga se transforma num castigo eterno? Então passo a contar.
Era Inverno, nevava intensamente, mas no meio de tanto frio, algo ainda mais frio estava para acontecer…
Era só mais uma briga, parte da rotina de um casal funcional, tinha chegado mais tarde do trabalho e deixado ela à minha espera. Mas estava cansado. Cansado do trabalho, cansado das brigas que, ultimamente, se estavam a tornar mais frequentes, cansado de tudo, e não queria ter de suportar mais uma briga por uma razão que não podia controlar, então virei as costas, abri a porta e saí. Encaminhei-me para o meu futuro. Ai se soubesse o que me esperava teria voltado atrás e beijado aquela mulher com todas as forças que me restassem. Mas não sabia.
Fui a caminho daquele novo bar que tinha aberto, gastar os meus últimos lucros. Embebedei-me tanto que posso jurar que não me lembro realmente do que aconteceu, só mais tarde soube pela nova pessoa que entraria na minha vida.
Ao embebedar-me perdi a consciência de tudo, até de que amava uma pessoa que me esperava em casa, num sofrimento calado, e entreguei-me aos braços de uma mulher. Não a conhecia nem tinha amor por ela, mas no estado em que me encontrava não podia lutar, apenas entregar-me.
Não é muito difícil adivinhar o que aconteceu. Fomos para o apartamento dessa mulher e entreguei uma noite a uma desconhecida completa, mas, claro, não me lembro de pensar, não me lembro de mais ninguém.
Voltei para casa com aquele nó na garganta… Tinha traído a pessoa que eu amava e que me amava, tudo por uma briga sem razão. Dava tudo para voltar atrás, mas não podia, era tarde demais. Mas sei que contar a verdade ia ser demasiado doloroso para ela e seria um acto egoísta meu aliviar a minha dor para ela e deixei passar o tempo, mas o pior ainda estava para vir.
Meses mais tarde aquela mulher apareceu em minha casa. Tinha uma cara angustiada e muito diferente da que tinha quando a conheci. Senti um aperto no coração quando a vi, se tivesse um buraco no chão entrava lá e não voltava mais, mas tinha de enfrentar, mesmo sabendo que a visita dela não era casual. A notícia finalmente chegou. Produto daquela noite, uma vida estava dentro dela. Uma vida inocente, mas que, mesmo assim, iria provocar uma volta na minha vida. Aquela que eu amava deixou-se cair no chão e só me lembro de a ouvir dizer “Porquê?”, deixando-se cair em lágrimas, prantos e gritos desesperados. O coração daquela mulher estava despedaçado, completamente partido em pedaços que nunca voltariam a ser colados.
Não sabia que fazer, só sabia que tinha errado profundamente e acabado com 3 vidas.
Ela mudou, decidiu que perdoar-me-ia, mas eu sabia que lá no fundo eu não estava perdoado. Os seus lindos olhos castanhos e grandes tinham-se tornado em abismos negros, sem expressão, sem felicidade. Tinha-se tornado numa caixa… uma caixa que segurava os bocadinhos do seu coração. A sua alma tinha-se ido mas eu sabia que ela me amava, agora mais que nunca, e sabia que vivia num profundo desespero. Eu não tinha esse direito. Sentia-me uma pessoa sem coração, mas que, mesmo assim, amava aquela mulher tanto que estaria disposto a morrer por ela, mas não foi assim.
O bebé nasceu. Era um ser que eu amava, mesmo sendo produto de uma noite fria e sem amor, mas era meu filho. Seria uma criança feliz, foi uma promessa que eu fiz a mim mesmo. Mas a pessoa mais importante da minha vida vivia infeliz e isso estragava qualquer oportunidade que eu teria de ser feliz eu próprio.
Mais tarde, num dia como qualquer outro, em que as negras e pesadas nuvens se abatiam sobre a minha cabeça, tive a pior notícia da minha vida. Ela desaparecera. Sem um único bilhete, sem um único adeus, sem um único rasto. Desaparecera da minha vida, tal como a felicidade tinha desaparecido naquela noite fatal. Vinte e quatro anos já se passaram e nunca mais ouvi falar dela.
Sou um ser vazio de amor, tudo me foi retirado. O meu filho era feliz, mas passados os dezoito anos tinha seguido a sua vida para longe e já há dois anos que não me tenta contactar.
Limito-me a colher a vida que eu próprio plantei. Vivo dia após dia em arrependimento. Nunca deixei de amar aquela mulher que sofreu por mim. Desejo todos os dias que ela seja feliz e que tenha encontrado uma pessoa que lhe dê a felicidade que eu não consegui dar. Até lá espero… e desespero… coberto pela eterna infelicidade de saber que podia ter sido feliz, mas uma noite fria de Inverno roubou-ma.
Se pudesse voltar atrás nada teria sido assim. Infelizmente, aconteceu, e terei de carregar com a minha sina até que o meu coração deixe de bater.

Foto de sonhos1803

Amigo diferente

Meu querido amigo,
É meio esquisito,
Descrever, testar,
Uma forma certa de te ver,
Por vezes te admiro,
Prendendo um sorriso,
A observar,
Tua forma reservada de pensar,
Conversas com calma,
Outras me faz perder a alma,
Em meio as tuas palavras e enredos,
Criticas,
Conversas,
Coisas sem reservas,
Sinto-me forte e às vezes fraca,
Sob a tua voz,
Em meu ser meio que cala,
Um pássaro selvagem,
Que esquenta meu sangue,
Em uma revolta,
De por tudo sempre a prova,
Procurando defeitos,
Até quanto?
Perco a noção do tempo,
A discordar,
A recortar da tua boca,
Da minha,
Uma implicância,
Fruto da arrogância,
Mas só assim,
Me sinto meio alegre,
Com teu jeito moleque,
A curtir, palavras, que rolam, se enrolam aos nossos pés,
Trocamos as vezes de papeis,
Não és mau,
Apenas representas,
Um desafio,
A espantar o frio da rotina,
Em nossas brigas,
A encobrir,
A falta quando o dia escoa,
Em um rio calmo,
Sem te ter em meu encalço,
Escoando,
Estorvando.

Foto de Sérgiorfth

Saudades de Você Margareth F. Boaventura

Triste, muito triste, 07/07/2006.
Foram tantos os caminhos que juntos percorremos, tantas alegrias, tristezas e delírios cúmplices que custo a definir e até a acreditar que é uma realidade. E tudo o que perdemos não há de se recuperar.
Então, começo a lembrar, de como é doce o teu sorriso e meigo o teu olhar, das brincadeiras e ao mesmo tempo de toda a seriedade, porém, o tempo passou e cobrou de nós a veracidade dos nossos sentimentos e hoje, por mais juntos que estivéssemos a magia do amor se desfez pelo atual momento.
Infelizmente, em você, a dúvida ferrenha e atroz conduziu-te a esse sentimento de separação, o que, não sei, talvez, seja o melhor caminho para nós.
Sempre tentei ter tudo o que quis e sempre quis sentimentos verdadeiros, mas antes queria ser e te fazer feliz, por isso queria a tua certeza, a tua sinceridade para não viver com meus sentimentos na clandestinidade.
Não sei se dou um sorriso ou se choro, não sei o que me magoaria mais.
Ontem eu era um homem feliz, acreditava ter alcançado o amor infinito.
Hoje, sou somente um ser que sofre, olhando o passado.
A vida é rude, mas o mundo não perdoa nossas falhas e, não me envergonho de me arrepender , e não te esqueças que erros, todos cometem.
Analisando todo esse período de tempo desde que nos separamos, aprendi que o homem ou a mulher não pode viver sem esperanças, não importa qual seja, e vivo na esperança de ter você.
A única arma que possuo são estas minhas palavras e, sozinhas, bem sei, não pode, ela sair e lutar.
Não podem permanecer contigo em regalia se por teus olhos não puderam penetrar mesmo que não existam.
De repente, sinto muita saudade.
Ela chega, se instala e, não há como evitar o seu domínio.
Ela em mim desperta ansiedade, inquietude, agonia, ela me faz sofrer, mas se eu parar e olhar por outro ângulo, não é bem assim.
Entendo apenas que a sua presença de felicidade nos vem falar, ainda que represente uma ausência e possa até nos fazer chorar.
Mas tentar em palavras defini-la, eu acho impossível, na verdade, tudo o que sei é senti-la e que seu nome é saudade.
Outrora chorei, chorei muita a ausência de alguém que jamais sequer pensei em perder, não conseguia viver. Graças a Deus, consegui soltar as amarras que me prendiam e me desfiz das enormes correntes que me impediam de viver.
Um dia, depois de tanto chorar, sorri, sorri pois te encontrei, estendi minha mão ansioso esperando que tua mão amiga me ajudasse a sorrir um pouco ou pelo menos secasse meu pranto.
Hoje, ainda tento alcançar essa mão que me foge a cada passo, isso, se eu conseguir alcançá-la.
Se eu conseguir, hei de bem forte estreitá-la e te prender num abraço.
Porém, tenho medo de um dia querer poder sentir saudades dos seus carinhos, e ver que me é impossível.
De querer um dia poder sentir saudades dos seus beijos e ver que estou sonhando e sonho não é realidade.
Eu queria um dia vê-la feliz ao meu lado, pois dentro de mim há uma esperança infinita.
Eu queria um dia poder sentir a alegria do reencontro, mas o encontro ainda não aconteceu. Eu só queria, em apenas um instante, poder ser o seu mais belo sonho.
Eu queria ser a estrela de uma noite de verão que você achasse mais bonita.
Assim, o meu brilho se encontraria com o seu olhar.
Eu queria um dia ter a certeza e parar de apenas sonhar, para poder sentir a alegria da realidade e o meu desejo se tornar o seu. Mas, mesmo assim, penso nos momentos de nós dois.
Nos momentos em que me fizeste feliz.
Nos momentos em que brigas e intrigas não faziam parte de nós.
Nos momentos em que me fizeste o homem mais feliz do mundo.
Nos momentos de tristeza em que me consolavas,
Nos grades e poucos momentos de nossa vida em que conseguimos permanecer junto.
Nos momentos em que juntos conseguimos derrubar todas as barreiras.
Mas infelizmente, cansados, fatigados, faltou-nos forças para derrotar esta muralha que até o momento é a maior de todas e que tem conseguido nos separar.
Mas, mesmo assim, quero deixar aqui registrado o quanto é grande o meu amor por você.
Do seu e sempre seu Sérgio.

Foto de Angels White

Um problema

Eu quero senti que alguem de verdade se importa comigo e não apenas me acusa, me chinga, e faz com que eu pareça a pior de todas as mulheres deste mundo (ao olhar dos outros).
O que não se percebe é que pra tudo existe dois lados, e ao invez de ficar acusando a "terrivel senhora enganadora de corações" se percebesse que essa malvada tb o ama (e é de verdade) e tb sofre por esse mesmo amor, tb fica acordada noites e noites esperando o celular tocar e alguem do outro lado dizer, "eu estou aqui, vem me buscar" e essa voz dizer que tudo vai ser diferente, que fará a sua parte para que a distância acabe e para que tentem ser felizes mesmo diante de tantas diferenças.
Poderiamos perceber tb que cada coisa que vivemos seja elas tristes ou felizes são consequências de nossas próprias escolhas...
Decidir que sua vida seja de uma certa forma e a malvada da história não sonha dessa mesma forma, a não ser que alguem seja humilde o suficiente para dizer "eu estou errado e vou mudar", nunca poderão dar certo juntos.

Essa seria a minha esperança de ver acontecer um milagre. E parar de ser acusada por aquilo que não foi escolhido só por mim. Por mais que não pareça eu sei reconhecer onde errei e ainda erro e gostaria de ter a oportunidade de pedir perdão por aquilo que não pude cumprir.
Eu tb preciso de ajuda e não aguento mais sofrer tento no meu coração um amor tão forte e tão grande e não posso ao menos demostrar e nem amar em paz sem me machucar de alguma forma.

O sofrimento nos amadurece, não estou pronta ainda, mas em breve estarei.
Gostaria de que não houvesse mais tantas brigas, raiva e nem rancor, gostaria que os momentos bons ficassem na memória e que vc viesse até mim e então com humildade conversariamos e quem sabe poderiamos chegar a algum acordo e acabar com tantos problemas.
Eu preciso de uma certeza da sua parte, não quero mais sofrer e nem magoar. Vem até aqui e diz que vai tentar e então eu serei melhor.

Foto de Lorenzo

Assim Seja

Se for pra desistir,
Que seja das brigas.

Se for pra ceder,
Que seja o perdão.

Se for pra enganar,
Que seja a morte.

Se for pra roubar,
Que sejam beijos.

Se for pra matar,
Que sejam as saudades.

Se for pra destruir,
Que sejam as mágoas.

Se for pra cair,
Que seja nos teus braços.

Se for pra se embriagar
Que seja de desejo.

Se for pra morrer,
Que seja do teu amor.

Se for pra desejar alguém...
Que seja você!

Foto de Samoel Bianeck

Jogral da Solidão

-I-
Solidão; porque coloca esta sua mão fosca
sobre minha inocente cabeça?
Destilas a tua seiva, não doce, que vai ao poucos
se misturando com meus maus pensamentos
e descem lentamente até meu coração.
Nada te fiz - porque me persegues?
---
Olha quem diz; sou a solidão sim; mas é você quem me segue.
Estou sempre a seu lado – sou tua aprendiz.
Nunca amaldiçôo quem na minha frente não se ajoelha.
II
Me enganas, sua loba com pele de ovelha,
Invades o meu ser e ainda me aconselha!
Espedaça a minha vida; fico sangrando então se apresenta
- camuflada de remédio.
Me arrebata para o tédio; te trago e me sufoca no isolamento.
Em minha pele injeta seu veneno - não suporto este tormento.
---
Sou um pleonasmo inverso – “a bebida que você não bebeu”.
Sou gustativa - “a delícia de mulher” que você não degustou.
Sou utopia da sensação - “o corpo que você não sentiu”.
Sou o paradoxo da companhia – “comigo; sempre estará só”
III
Não entendo teu linguajar, basta; já esta me arrancando tudo.
Sinto ira; ordeno, suplico - alguém me conte uma mentira!
Grito; vou para rua, lá você está, como um rolo compressor.
Não ouve meu brado; me esmaga, tritura – fico quebrado.
Levanto arrasado e você só diz – veja mais um pobre diabo!
---
Sou a mescla rara de um néctar maldito - tudo que te magoa.
Sou a mãe da tristeza - filha primogênita da angustia.
Me chamaste; vem tristeza - agora sou sua pele, “sua beleza”.
Me atiras para o alto; sou bumerangue – circulo com teu sangue.
--IV--
Sigo a rua, estou só, mas você me segue e grita – não esqueça de mim.
Olha um manequim: escute estão rindo, não tem ninguém - só pode ser de mim.
Sussurras no meu ouvido; sou invisível, é de você; viro e olho para eles.
Fazem cara de sério, não digo nada, mas te interrogo – eles são felizes?
Sim; não sabem que vão morrer; só porquê estão rindo?
---
Porque usas de metáforas para me atingir? Vai indo!
Teus passos sabes dirigir? – acha que agora vou rir.
Estou aqui para: com dor te atingir – não vou fingir.
Nem pense que vou te acudir, no chão pode cair.
Tenho uma missão a cumprir - tenho que te punir.
--V--
Logo decido, vou seguir - mas como posso?
Você é uma sombra, me segue como fantasma – não posso fugir.
Angustia-me, me faz mal, olha a manchete no jornal
– a felicidade está mais à frente.
Mas não sou crente, me empreste o pente, não te; esqueça
– nunca mais coloque a mão sobre minha cabeça.
---
Conheço tuas sensações tácteis – e sempre estarei te atormentando.
E fui, eu fiz, eu sou, tudo de bom que você queria ter vivido
pequenas e grandes coisas, um amor querido – sem viver, ficou inibido.
Alguém querido que não ajudou – uma conquista interrompida.
-VII--
Escute é a voz do mar; na esquina vou virar - acho que é lá seu ninho.
Chupo-te como uva, urino no esgoto - mas voltas com a chuva.
Tenho preguiça; tento correr e me seguras - como a areia movediça.
Na hora derradeira; sem querer te chamo de companheira.
Sei que és a antítese – do meu viver sem vida.
---
Esqueceu; sou o acróstico das iniciais de todos os teus males.
Mas lembre-se; sou tua companhia mais sociável - não te deixo ao léu.
E nem te quero no mausoléu – sempre te alcanço um chapéu.
--IX--
Esta é boa, agora você é meu anjo da guarda, minha amante.
Lembrei estou precisando é de uma amante, duas ou três
– quem sabe a solidão espante.
Estou ilhado preciso de alguém, vou ver uma boneca ou uma madona
- se não tiver vou para zona.
Vejo uma; grito; estou aflito - vem meu amor, me tira da solidão.
---
Engana-se; sou insubstituível; nem amor, dor ou pudor.
Sou a esfinge; ninguém me decifra; não tenho cor – sou ilegível.
Sem pudor dou a luz à angústia – e batizam meu filho de dor.
--X--
A festa acabou, vem comigo - mas não sei aonde vou.
Virei olhando seu rosto; uma lágrima rolou; ela chorou - que foi?
Tu és uma flor; sim mas você vai - a solidão me atacou.
Sai em silêncio, bati a porta, corri, gritei, adeus - nunca mais solidão.
Deixei-a com ela, ela ficou com minha solidão - estou livre!
Como um pássaro; quase seminu - atirei minha penas para o ar.
---
Pare, pare, aquela solidão era a dela - eu sou a sua.
Cada um tem a sua companheira que é a solidão verdadeira.
Sempre te acompanhei, acompanho - nunca largarei.
Senta ai e se acalme, volte a ser triste – nada de alarme!.
--XII--
Se cada um tem a sua; porque ninguém gosta da solidão?
Quero distância, vou embora - você é bem sem elegância.
Há quem se queixe; nas festas, nos amores – lá você está presente.
Veja quanta gente; fernandinhas e caubóis – mas tua marca os corrói.
---
É filho; estou com os poderosos, incapazes e medrosos.
Nova; sou invisível, nada aparece, com o tempo meu ser se fortalece
– junto com tuas desilusões meu poder cresce.
Sou abstrata, imaginária mas todos sentem o peso de minha mão
– minha maldade sempre aparece.
--XIII--
Não me chame de filho. Alguém disse que você é a praga do século.
Tem muita gente sofrendo por tua causa, até se matam ou matam.
Você leva a depressão; a tristeza, que deve ser tua irmã ou irmão.
Toda vez que sua sombra cinza visita um ser - sempre rouba um pouco.
Solitário ou nas festas, sempre tem alguém sofrendo – aqui acolá.
---
Amigo; nós da família solidão não temos culpa – cada vez tem mais espaço.
Estamos só cumprindo nossa função; tem gente que vive em uma eterna solidão
- sempre me chamam com a droga, intrigas, brigas – dizem que são amigas.
Você é um que sempre fica comigo. A propósito gostou de te chamar de amigo?
--XIV--
Amigo está melhor; já que não posso me livrar - vou te aceitar.
Chamarei-te de Teresa, ela também cansa a minha beleza.
Responda-me com certeza; e esta gente que só enxerga seu umbigo?
Sim mesmo aquele que se dizem bravos; também são seus escravos?
---
Amigão; para estes tipos de coisa eu nem ligo, são estúpidos sem receio.
Cá entre nós; são os que mais vivem a sós - e para solidão é um prato cheio.
Não invento, e ao ver eles afundando na amargura – só contemplo.
Ainda é tempo, me entenda; me aceite como sua amiga – sou pura.
Fico má, te afogo no veneno quando você quer – o sabor é da tua mistura.

Foto de Fernanda Carneiro

LEMBRANÇAS

Olhando este velho retrato
Faces sérias, um sorriso falso, um coração vazio
Ao seu lado um sonho ou uma prisão...?
Perguntas sem resposta e um desejo de ser livre
Livre deste sentimento que assola em meu peito
Algo incompleto é ter vc ao lado e sentir solidão
Vc não sabe, nunca saberá que quem te amou fui eu
Seu amor foi pouco demais para me saciar
Saciar a vontade de viver, de ser especial, de se sentir única
Vc somente aprendeu a odiar,
seu amor é tão negro e doentio
Eu só sei perdoar,
meu amor é puro e vasto
Tantas diferenças
E aqui entre recordações não quero mais...
Não quero mais seu toque, seu sorriso, seu carinho
Não quero promessas, brigas, crises
seu coração não pulsa, não sente
Sua alma se tornou fria, seca, assim como suas palavras
E de meu rosto não verás lágrimas rolarem
Vc não merece um minuto de minha atenção
Um ser cruel, desumano, e que não sabe ter piedade
Meu amor por vc se foi, como brisa depois de uma grande tempestade
Amor antes lindo e intenso, tornou-se vazio
Sou vida, intensidade, luz
Vc escuridão
Este velho retrato, uma luz na escuridão
Hoje uma escuridão sem tamanho no meu ser...

Foto de Samoel Bianeck

Jogral da Solidão

-I-
Solidão; porque coloca esta sua mão fosca
sobre minha inocente cabeça?
Destilas a tua seiva, não doce, que vai ao poucos
se misturando com meus maus pensamentos
e descem lentamente até meu coração.
Nada te fiz - porque me persegues?
---
Olha quem diz; sou a solidão sim; mas é você quem me segue.
Estou sempre a seu lado – sou tua aprendiz.
Nunca amaldiçôo quem na minha frente não se ajoelha.
II
Me enganas, sua loba com pele de ovelha,
Invades o meu ser e ainda me aconselha!
Espedaça a minha vida; fico sangrando então se apresenta
- camuflada de remédio.
Me arrebata para o tédio; te trago e me sufoca no isolamento.
Em minha pele injeta seu veneno - não suporto este tormento.
---
Sou um pleonasmo inverso – “a bebida que você não bebeu”.
Sou gustativa - “a delícia de mulher” que você não degustou.
Sou utopia da sensação - “o corpo que você não sentiu”.
Sou o paradoxo da companhia – “comigo; sempre estará só”
III
Não entendo teu linguajar, basta; já esta me arrancando tudo.
Sinto ira; ordeno, suplico - alguém me conte uma mentira!
Grito; vou para rua, lá você está, como um rolo compressor
Não ouve meu brado; me esmaga, tritura – fico quebrado.
Levanto arrasado e você só diz – veja mais um pobre diabo!
---
Sou a mescla rara de um néctar maldito - tudo que te magoa.
Sou a mãe da tristeza - filha primogênita da angustia,
Me chamaste; vem tristeza - agora sou sua pele, “sua beleza”.
Me atiras para o alto; sou bumerangue – circulo com teu sangue.
--IV--
Sigo a rua estou só, mas você me segue e grita – não esqueça de mim.
Olha um manequim: escute estão rindo, não tem ninguém - só pode ser de mim.
Sussurras no meu ouvido; sou invisível, é de você; viro e olhos para eles.
Fazem cara de sério, não digo nada, mas te interrogo – eles são felizes?
Sim; não sabem que vão morrer; nem porque estão rindo?
---
Porque usas de metáforas para me atingir? Vai indo!
Teus passos sabes dirigir – acha que agora vou rir.
Estou aqui para: com dor te atingir – não vou fingir.
Nem pense que vou te acudir, não chão pode cair.
Tenho uma missão a cumprir - tenho que te punir.
--V--
Logo decido, vou seguir - mas como posso?
Você é uma sombra, me segue como um fantasma – não posso fugir.
Me angustia, me faz mal, olha a manchete no jornal
– a felicidade esta mais à frente.
Mas não sou crente, me empreste o pente, não te; esqueça
– nunca mais coloque a mão sobre minha cabeça.
---
Conheço tuas sensações tácteis – e sempre estarei te atormentando.
E fui, eu fiz eu sou, tudo de bom que você queria ter vivido.
Pequenas e grandes coisa, um amor querido – sem viver, ficou inibido.
Alguém querido que não ajudou – uma conquista interrompida.
-VII--
Escute é a voz do mar; na esquina vou virar - acho que é lá seu ninho.
Te chupo como uva, urino no esgotos - mas voltas com a chuva.
Tenho preguiça; tento correr e me seguras - como a areia movediça.
Na hora derradeira; sem querer te chamo de companheira.
Sei que és a antítese – do meu viver sem vida.
---
Esqueceu; sou o acróstico das iniciais de todos os teus males.
Mas lembre-se; sou tua companhia mais sociável - não te deixo ao léu.
E nem te quero no mausoléu – sempre te alcanço um chapéu.
--IX--
Esta é boa, agora você é me anjo da guarda, minha amante.
Lembrei estou precisando é de uma amante, duas ou três
– quem sabe a solidão eu espante.
Estou ilhado preciso de alguém, vou ver uma boneca ou uma madona
- se não tiver vou para zona.
Vejo uma; grito; estou aflito - vem meu amor, me tira da solidão.
---
Engana-se; sou insubstituível; nem amor, dor ou pudor.
Sou a esfinge; ninguém me decifra; não tenho cor – sou ilegível.
Sem pudor dou a luz à angústia – e batizam meu filho de dor.
--X--
A festa acabou, vem comigo - mas não sei onde vou.
Virei olhando seu rosto uma lágrima rolou; ela chorou - que foi?
Tu és uma flor; sim mas você vai - a solidão me atacou.
Sai em silêncio, bati a porta, corri, gritei, adeus - nunca mais solidão.
Deixei-a com ela, ela ficou com minha solidão - estou livre!
Como um pássaro; quase seminu - atirei minha roupas para o ar.
---
Pare, pare, aquela solidão era a dela - eu sou a sua.
Cada um tem a sua companheira que é a solidão verdadeira.
Sempre te acompanhei, acompanho - nunca largarei.
Senta ai e se acalme, volte a ser triste – nada de alarme.
--XII--
Se cada um tem a sua; porque ninguém gosta da solidão?
Quero distância vou embora você – é bem sem elegância.
Há quem se queixe; nas festas, nos amores – você está presente.
Veja quanta gente; fernandinhas e caubóis – mas tua marcas os corrói.
---
É filho; estou com os poderosos, incapazes e medrosos.
Nova sou invisível - nada aparece, com o tempo meu ser se fortalece
– junto com tuas desilusões meu poder cresce.
Sou abstrata, imaginária mas todos sentem o peso de minha mão
– minha maldade sempre aparece.
--XIII--
Não me chame de filho. Alguém disse que você é a praga do século.
Tem muita gente sofrendo por tua causa, até se matam ou matam.
Você leva a depressão; a tristeza, que deve ser tua irmã ou irmão.
Toda vez que sua sombra cinza visita um ser - sempre roubas um pouco.
Solitário, nas festas, sempre tem alguém sofrendo – aqui acolá.
---
Amigo; nós da família solidão não temos culpa – cada vez tem mais espaço.
Estamos só cumprindo nossa função; tem gente que vive em uma eterna solidão
- sempre me chamam com a droga, intrigas, brigas – dizem que são amigas.
Você é um que sempre fica comigo. A propósito gostou de te chamar de amigo?
--XIV--
Amigo está melhor; já que não posso me livrar - vou te aceitar.
Te chamarei de Rodrigo, pelo menos rima com quem
- da felicidade é mendigo.
Agora te pergunto ou digo; e esta gente que só enxerga seu umbigo?
Mesmo aquele que se dizem bravos; também são seus escravos?
---
Amigão; para este tipos de coisa eu nem ligo, são estúpidos sem receio
Cá entre nós; são os que mais vivem a sós - e para solidão é um prato cheio.
Não invento, e ao ver eles afundando na amargura – só contemplo.
Ainda é tempo, me entenda me aceite como sua amiga – sou pura.
Fico má, te afogo no veneno quando você quer – o sabor é da tua mistura

Foto de Thyelly

DESERTO

Sol , calor
Deserto, dor.

Sede de te ver
Sede de ter você.

Nos descaminhos da vida
Nos desalinho de teus cabelos.

Desertos inteiros....

Vejo –te assim

Sozinho sem mim.
Seus caminhos são desertos.

Suas brigas, seu temperamento
Só causa sofrimentos !!

Estais no deserto da vida
Estais ferido......

Procure mudar.

Aceite o conselho
De quem sabe te amar.

Sozinho, penando
Termina ficando.

O deserto aumento......
Mas continuo te amando!!

Foto de Patrícia Amorim

Saudades

Que saudades...
Saudades de um tempo perdido e que talvez só exista em minhas lembranças. Como eu queria saber se você também se sente assim! Queria poder hoje estar ao seu lado, sentindo seus beijos, abraços, carícias, enfim, seu amor. Quanto tola fui, quantas brigas bobas iniciei, quanto imatura fui todo esse tempo...Meu Deus dois anos, dois anos de espera e, finalmente, quando estava em meus braços, ao meu lado te deixei escapar. Que raiva de mim, por ter sido tão possessiva, por querer saber até mesmo teus pensamentos em alguns momentos. Estou eu hoje aqui com medo, com muito medo de não pode mais poder ficar contigo. E sofro, sofro muito essa ausência que já tentei por diversas vezes suprir em outros braços, em outros abraços, porém tuas recordações sempre me vêm à tona. O que será isso? Será obsessão? Não. Um sentimento tão bonito, tão forte não pode ter esse significado. Fui muito imatura, diversas vezes, mas somente hoje compreendo as conseqüências que minhas irracionalidades proporcionaram. DOR, muita dor.Entretanto, aprendi, aprendi que quando amamos devemos ter calma, ter paciência, saber esperar o tempo certo para tudo acontecer. Aprendi que o amor não deve ser sufocado, nem deixado livre demais, assim como a areia da praia que se for demasiadamente apertada em nossa mão se perde entre os dedos e cai ou se deixarmos a mão aberta demais o vento a leva. Devemos sim deixar espaço para o amor respirar, mas também segurá-lo um pouco para ele entender que desejamos que seja nosso. Meu amor, ainda te amo, mesmo tendo dito que não, mesmo tendo dito que não importava...Era tudo mentira...Eu me importo e quero que você também se importe comigo. Talvez seja tarde demais, talvez você esteja com outro amor...Sinceramente, espero que não, mas isso jamais impedirá o que sinto por ti, isso jamais diminuirá meus sentimentos, apenas aumentam meu sofrimento.

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