Canto

Foto de Lu Lena

PENSAMENTO VAZIO

*
*
*

Contemplo no céu
a lua cheia que brinca
esbaforida com vaga lumes
e estrelas...
refletindo essa algazarra
nas ondas mornas do mar
então vejo minha'alma que
levita no ar...
e nesse murmurinho
deixo pegadas por esse caminho
Vejo inebriada o horizonte
e hipnotizada ouço o canto da
sereia...
enquanto isso um molusco
apaga o teu nome desenhado
na areia...
a brisa passa e leva outra vez
de mim...
lágrimas que escorrem sem fim...
uma garoa suave cai e sinto frio!
molhando meu corpo e meu
pensamento vazio...

Foto de Rosinéri

PALAVRAS

Podemos dizer palavras
Até se não temos voz
Palavras são como olhos
O retrato vivo da alma
Devemos falar e cantar
Pois estamos aqui
Engolidos por certezas e incertezas
Temos olhos de pássaros
Então falamos
De asas que voam
Do sol que brilha
De estrelas, astros e mais...
Falamos de asas que nos carregam
Falamos também de poesia
Poesia que nos mata a dor
Do coração que já conhecemos
Aquele que ama profundamente
Mesmo quando se encontra perdido
É preciso falar enquanto estamos vivos
Antes que morra nossa voz
Falarmos até no dormir
Para que não se esqueçam de nós
Falarmos na embriaguez
Sussurrarmos na própria orelha
Matarmos a surdez de quem não escuta
A mudez de quem não fala
Sermos mensageiros da fala
Comunicarmos com o coração
Gritarmos a palavra pelas ruas
Mostrarmos o poder da comunicação
Falarmos de toda alegria
Gritarmos Palavras de fantasia
Gritarmos a riqueza da palavra
É preciso gritar palavras
Falarmos dos direitos humanos
Falarmos de sonhos esquecidos
Os pássaros falam com asas e olhos
Os pássaros cantam palavras
Porém eu escrevo palavras
Palavras escritas em poesias
Falas do meu coração
Eu canto também palavras
Caminho minhas próprias palavras
Falas e lágrimas da paixão
Escritas com toda emoção.

Foto de killas

LEMBRANÇAS

Sentado a olhar o céu,
E o seu azul mais profundo,
E lembra-me o meu amar,
Que pode ser maior que o mundo.

Sinto-me sempre a chorar,
Sempre com a tua recordação,
Por aquilo que me estás a magoar,
Ainda vou perder o meu coração.

Já não sei que fazer às mágoas,
Lágrimas que por ti derramei,
Agora quero sair destas águas,
Em que por ti me afoguei.

Já não sei que mais fazer,
Para te conseguir esquecer,
Já não quero mais sofrer,
Para a vida não perder.

Mas em cada canto da rua,
Nunca deixei de observar,
Uma nova lembrança tua,
Que me torna de novo a magoar.

Hoje escrevo estes versos,
Pois tornei-te a recordar,
São momentos dispersos,
Onde ponho o meu amar.

Já perdi a esperança,
De te tornar a conquistar,
Já não sou teu par nesta dança,
Vou continuar a chorar

Acabo assim de escrever,
A última memória tua,
Espero conseguir esquecer,
Este amor que se perpétua.

Foto de ROSA GUERRERA

NÃO AME HOJE

Não ame hoje esse sorriso
que ainda tenho no rosto.
Ele traz emoldurado rugas do tempo.
Não ame hoje o carinho das minhas mãos!
Os anos já começaram também a enrugá-las...
Não ame hoje a melodia que ainda canto docemente...
minha voz já não possui a vibração de outrora.
Não ame hoje os meus cabelos revoltos em desalinho!
Há núvens brancas cobrindo a sua outrora beleza !
Ame a poesia que nasce a cada dia dentro de mim.
Ame esse coração ainda menino e vagabundo...
Ame o meu olhar que ainda se ilumina ao falar de amor!
Ame a verdade dos meus anos vividos ,
dos meus sonhos apetecidos
e das minhas alegrias que não feneceram.
Só me amando assim será rasgado o invólucro
das rugas, do tempo e do cansaço...
E como num passe de mágica você escutará
a gargalhada sonora da criança
que nunca envelheceu em mim !

Foto de samorito

Onde andas?

Foram tempos de encanto

de ninfas e musas inspiradoras

o desabrochar de primaveras escondidas

que de vivas cores pintaram as pampas

Foram tempos de fantasia

de sorrisos lavados de magia

Tempos loucos de paixão

de esperanças bordadas de emoção

como olhos de criança rasgados de alegria

quando contempla a primavera

agora olho para trás e pergunto

em que canto andam esses tempos?

Samory de Castro Fernandes

Foto de Maria Goreti

SOU CRIANÇA

.
.
.

Sou menina
alegre, feliz!
Sou alma pura,
sou candura
sou atriz.

Num palco iluminado,
regador ao lado,
flores nas mãos,
declamo um poema,
saúdo a Primavera,
canto uma canção.

Balanço a saia,
rodopio que nem pião,
dou um sorriso,
jogo um beijo,
ponho a mão no coração.

Curvo-me ante a platéia.
Papai e mamãe aplaudem felizes!
Sou deles o orgulho,
a menina de ouro...
Aplicada na escola,
charmosa no andar,
obediente no lar.

Sou a criança
que muitos pais
gostariam de ter.
Sou criança inocente,
de um tempo distante,
que o meu País
já não pode ver.

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES - 12/10/2008

Foto de Paulo Gondim

Teu raio de sol

TEU RAIO DE SOL
Paulo Gondim
09/10/2008

Teu raio de sol não se apagou
Apenas escondeu-se nas nuvens
Logo voltará a brilhar

Ele virá com o canto dos pássaros
Numa alvorada de brisa leve
Despedindo-se das estrelas
Com o beijo suave da manhã

Então, esse raio de luz intensa
Aquecerá teu coração
Secará teu pranto
E iluminará tua alma

Como toda luz, fertilizará tua fé
E dela nascerão flores de paixão
E numa chuva de pétalas
Banhar-se-á teu coração.

E na beleza de um arco-íris
Viajarás em sonhos coloridos
Na noite, na madrugada, no arrebol
Seguindo à tua frente teu raio de sol

Foto de Sonia Delsin

PROCURA II

PROCURA II

Procurei em todas as noites de luar.
Procurei nas tardes mornas.
Nas manhãs ensolaradas.
Na areia das praias.
Nas árvores antigas.
Nos campos floridos.
Nos jardins arruinados.
Nos parques.
Nos cemitérios.
Procurei nas igrejas.
Procurei entre as casas antigas.
E entre os arranha-céus.
Entre os riachos límpidos.
E as cascatas.
Procurei nos vales.
E nas montanhas.
Procurei-o por anos e anos.
Procurei Deus em todo canto.
E até as rosas me falaram Dele.
Que caminho longo eu percorri procurando.
E o encontro assim, dentro de mim!

Foto de Lu Lena

CONFESSO!

*
*
*

Que me enclausurei a ti em um reduto
levitei num orbe insondável de agruras
enfraquecida chorei num canto escuro
súdita andei sem mapas e sem bússolas

por onde andei vi penhascos sombrios
ao meu lado tua sombra a me corromper
sugando o meu calor aquecendo o teu frio
na solidão insurgente vagueio sem te ver

Em minha memória resíduos de outrora
renegando meus dias, sinto-me reclusa
ocultas meus medos e aflições de agora
enleada numa névoa jaz um'alma confusa

Acordo! vejo um céu em preto e branco
recordações em resíduos de outra vida
olhos marejados num coração em prantos
lágrimas de agora, confesso: - Imerecidas!

Foto de Dennel

Suicídio do amor

Você me questiona a respeito das minhas afirmações, quando a culpo por meu sofrimento e desilusão. Você surgiu na minha vida quando meu coração estava tranqüilo e descompromissado. Na ocasião nada queria, a não ser a companhia dos meus amigos e aconchego da minha família, paixões não estavam nos meus planos.

Vindo não sei de onde surgiu você, linda, faceira e sapeca. Quem me chamou a atenção para sua beleza e encanto foi meu amigo (que hoje sei, não tão amigo), me incentivando a corresponder à sua paquera, detalhando o seu interesse por mim. Antes tivesse me tornado cego, surdo e mudo às suas ponderações.

Pouco a pouco, nos conhecemos e nos envolvemos; meus dias adquiriram uma nova dimensão, coloridos, surpreendentes e felizes com sua presença. À medida que os dias avançavam nossa felicidade aumentava, decorrente do amor que acreditávamos sentir.

Víamos nosso futuro construído a partir de uma base familiar, eu com minhas ocupações externas. À noite, quando voltasse, seria recebido pelo cão festeiro, alegre pelo regresso do seu dono; era recebido por você com um longo e ardoroso beijo, no tapete da sala, nosso pequenino encantado.

Quanta desilusão! Não sabendo como ou porque, os sonhos foram abruptamente interrompidos, os planos desfeitos. Busco incessantemente as razões do seu afastamento, inquiro meu coração, procuro onde poderia tê-la magoado, sem contudo, lograr êxito. Você não atende a meus telefonemas, não retorna aos meus e-mails; até sua família aumenta a minha dor e desilusão, ao mentir que você saiu.

Ontem te encontrei; até chorei de emoção, bateu forte o coração, as mãos suavam, e a palavra emperrou na garganta, permitindo-me apenas um “oi” que nem sequer foi respondido. Sua indiferença fez ruírem todas as minhas esperanças, meu olhar embaçado viu quando você cruzou a esquina, desaparecendo para sempre.

A amargura que sinto leva-me a escrever estas linhas, por favor, não repare na letra tremida; pois se escrevo não é para despedir-me, mas como o penúltimo ato anunciado de uma partida, partida da qual você é a causadora, ao me vender o último bilhete para embarque, fruto da sua insensibilidade.

Não lhe darei o direito de defesa, pois tem todas as culpas, inúmeras vezes me enfeitiçou com seu olhar, outras, prendeu-me com um sorriso magnetizado, do qual não conseguia livrar-me.

Creio que sequer uma lágrima será vertida, porém, quando me vires rodeado de flores, notarás um discreto sorriso no canto de meus lábios, sorriso irônico, de acusação, como a gritar para a sua consciência as palavras de acusação que em vida meu coração não permitiram. Olharás em volta e sentirás como se as demais pessoas estivessem te condenando, então saberás que é tarde, muito tarde para arrependimentos.

Juraci Rocha da Silva - Copyright (c) 2006 All Rights Reserved

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