Cargo

Foto de Edevânio

EGITO, UMA DÁDIVA

Por Edevânio Francisconi Arceno

Quem deseja ser um bom “istor”, ou seja, uma testemunha, deve ser capaz de relatar um fato histórico com imparcialidade e credibilidade em suas observações. Será que um Historiador do século XXI, não pode escrever ou discorrer algo sobre a Pré-História ou Antiguidade, somente porque não testemunhou tais eventos? Claro que não, pois quem testemunhou sobre as famílias de Australopitecus evoluindo para Homens habilidosos e posteriormente eretos. Com o advento da Arqueologia, mal vista na idade média, pois suas descobertas colocavam em dúvidas certos mitos, no século XX atingiu seu apogeu e contribui de forma significativa e atualmente ela é imprescindível na reconstrução da nossa história. Através desta parceria, foram descobertas grandes civilizações, porém nenhuma está sendo tão elucidada quanto à história do Egito. Este povo que surgiu às margens do rio Nilo, transformou-se em exímios agricultores porque conseguiram dominar através de canais de irrigação a abundância do Nilo. Uma das riquezas retiradas das margens lamacentas do Nilo era o papiro que serviu para registrar não só a história egípcia, mas também a de outros povos. Da lama deste rio, também surgiu a matéria prima para a confecção de tijolos e vasos, objetos que fariam parte da sua cultura, muito mais do que imaginavam. Um dos fatores que transformou o Egito na sociedade antiga mais estudada e compreendida foi a riqueza de objetos, escritos, construções e esculturas ligadas a sua Religiosidade. O povo egípcio era politeísta, pois acreditava que para cada circunstância havia uma divindade e a eterna dualidade entre o bem e o mal, ficou a cargo dos irmãos Set, o invejoso e Osíris o virtuoso, e como em toda cosmogonia, o mal aparentemente vence. Mas a incansável deusa Ísis, demonstra toda a sua obstinação em reencontrar o amado Osíris, por isso é presenteada com uma gravidez milagrosa e concebe Hórus, que viveria e reinaria para sempre através dos Faraós do Egito. Por acreditarem que ressuscitariam após a morte, construíam gigantescas tumbas, verdadeiros monumentos que até hoje mexem com o imaginário das pessoas que atribuem estas construções a gênios da Arquitetura e até mesmo a seres de outro mundo. A prova cabal desta excelência arquitetônica são as Pirâmides, como as de Gizé, que resistem ao tempo por mais de 4,5 mil anos. A verdade é que o Egito não possuía apenas conhecimentos arquitetônicos e matemáticos, mas também dominavam algumas técnicas da medicina, pois já praticavam cirurgias e eram profundos conhecedores e detentores dos segredos da mumificação, conservando por mais tempo seus cadáveres. Observe o que relata a historiadora Joelza. Os Faraós construíam para si e sua família túmulos magníficos, como as pirâmides, que levavam muitos anos para ficar prontas. [...] Os túmulos podiam ter várias salas, onde eram guardados alimentos, objetos, armas e mobília para o morto usar na outra vida. (RODRIGUE, p.114). Cremos que de certa forma os egípcios conseguiram viver após a morte, não de forma eterna, pois a beleza de Nefertite não resistiu aos anos, mas a longevidade inerte de seus mortos, com suas tumbas e sepulturas tão ornamentadas, nos revelam a cada dia, a riqueza de sua cultura. Este povo obstinado como a sua deusa Ísis, que esperou o faraó Aquenaton morrer para voltar a ser adorada, nos enriquece com milhares de anos de História, e as mesmas dúvidas e inquietações que levaram Julio César a suspirar em companhia de Cleópatra diante da beleza do Egito, fazem-nos sentir da mesma forma, mais de dois milênios depois. Este é o Egito, uma civilização que por muito viver das dádivas do Nilo, tornou-se uma dádiva à humanidade.

REFERÊNCIAS RODRIGUE, Joelza Ester. História em Documento. 5ª Série. São Paulo: Ftd, 2006.

Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

INDIFERENTE

INDIFERENTE
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Sinto-me indiferente
Quando voce se aproxima
Querendo conversar
Quando lhe encontro
Em algum evento
Em algum lugar

Se voce fala dos amigos
Ja nao os conheco
Sao so amigos seus
Seus olhos esquisitos
Ja bem os reconheco
Desde o dia do adeus

Hoje fico admirado
Com uma vinganca
No coracao
Pelo que voce tem se esforcado
Na sua esperanca
De me chamar a atencao

So quem amou
E foi enganado
So quem clamou
E foi desprezado
So quem chorou
E foi humilhado
Sabe que meu coracao se fechou
E caso encerrado

Sinto-me tao distante
Quando voce se esfrega
Que custo a notar
Quando sua voz soa
Naquele evento
Naquele lugar

Se voce fala de seu cargo
Admiro um quadro
Os passaros no jardim
Livre por uns instantes
Saudo os visitantes
E me despeco por fim

© Copyright 2009 Islo Nantes Music(ASCAP-USA)
Globrazil@verizon.net or Globrazil@hotmail.com

Foto de Concursos Literários

Encerramento do 5º Concurso Literário

Sem dúvida alguma, este foi o mais longo Concurso do Site de poemas de Amor.

Muitos e muitos poemas e poetas de mãos dadas em uma missão, fazer poesia, transportar magia, fazer soar alegria em nosso dia a dia

Não é a primeira vez que faço este manifesto no site, mas certamente não se faz algo grandioso apenas em uma tentativa, tudo nesta vida depende de esforço, dedicação, responsabilidade e ação, o importante é não deixar que vitórias não alcançadas nos impeçam de lançar novos vôos.

Hoje com mais experiência e organização, voltamos à pauta da "Edição dos Livros".

Cônscios que este evento acontecerá pelo esforço em cumprimento das obrigações que exige tua legalidade, e que esta é uma tarefa de todos os componentes do mesmo, e não apenas uma tarefa isolada minha e de Miguel.

Miguel, um jovem Portugues que acredita em um mundo melhor, que tem como meta contribuir por onde passa para que isto venha a acontecer.

Que se honrado por ser solo desta junção de raças Português e Brasileiros, já unidos e descritos em nossa história.

Conversando com Miguel dias atrás, o assunto da Edição voltou à baila.
Marcamos uma reunião hoje, e esta resultou neste planejamento.

Planejamos editar duas coletâneas, sem fins lucrativos, toda renda seria voltada para entidades beneficentes, no Brasil e em Portugal, que seriam selecionadas em três ou quatro, para que fosse escolhida por votação pelos poetas, tornando assim uma doação de todos os participantes.

É necessário frisar, que o sucesso deste evento se dará exatamente a seriedade em que for tratado pelos componentes, não podemos nos responsabilizar por omissão, ou cumprimentos em partes, serão anunciados prazos e protocolos a serem respeitados na íntegra, pelos convidados que desejarem participar, o não cumprimento, acarretará a exclusão da participação do mesmo.

Como temos um arsenal de bons poetas e poemas, ficou estabelecido que a 1ª Coletânea se dará com as postagens que reunirá todos os concursos até o momento, até mesmo o 5º encerrado aqui.

PS Já encontra-se aberto o 6º Concurso, aguardem Edital, podemos adiantar que este será direcionado também para o estímulo e criação de novos poetas, para futuras Coletãneas

Para continuação de nossa busca e incentivo, será aberto o Concurso Coletânea, o qual só receberá poemas inéditos, ou seja, ainda não postados, aguardem o Edital.

Será aberta uma loja On Line no site, pós a elaboração das coletâneas, nesta será possível adquirir os livros, onde abriremos um espaço também para poetas que já editam, para que possam divulgar teu trabalho.

PS: Esta seleção de divulgação se dará somente a poetas participativos na integração do Site, ficando a cargo de Fernanda Queiroz, contato e aprovação.

A seleção dos Poetas e dos Poemas se da exclusivamente pela comissão de moderadores do Site, representado na liderança de Fernanda Queiroz.

Descrevendo um passo a passo.

1 - Os Poetas selecionados receberão um e-mail de Fernanda Queiroz

2.- Solicitando a participação, com a expressa concordância dos termos exigidos para publicação.

3 - As respostas devem ser enviadas para fernandaqueiroz23@gmail.com

4- O Poeta participante receberá a retorno da mesma em seu e-mail, com a especificação dos poemas selecionados, os quais devem ser encaminhados para Portugal para Miguel Duarte, em endereço também especificado.

Despeço-me colando um comentário de um poeta deste Site ( Demom), em resposta a primeira postagem, sobre a Edição de Livros.

"É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota"

.(By:Cesar)

Miguel Duarte e Fernanda Queiroz

Foto de Lonely_Eagle

De Como me tornei um Executivo...

Estavamos em Mar de 1979, e para ser mais preciso 07 Mar 1979, e foi qdo tudo começou...Bom , na verdade eu poderia começar a contar essa estória aproximadamente, 1,5 anos antes, mas isso implicaria ter q narrar fatos q eu não conheço integralmente...
Assim, tomarei a data de minha admissão na empresa como data inicial, e muito embora essa seja apenas uma parte da estória de minha vida profissional, é nela q os fatos q pretendo narrar se deram...
Qdo comentei q poderia ter começado antes, foi pq meus primeiros contatos com a empresa ocorreram em Outubro d 1977, qdo eu fui entrevistado por aquele q viria a se tornar, além de meu chefe, um grande amigo. Foi nessa época, q ocorreu a primeira das inumeras situações tragico-comicas, passadas por mim... Tudo pq, qdo eu fui entrevistado a previsão era para ser admitido logo, mas um conflito
interno, acabou adiando a minha contratação. Por uma questão de Orçamento, eles queriam q eu fosse contratado, através um outro setor de uma outra empresa do grupo... Mas, como eu tinha curso superior, esse setor não poderia fazer a minha contratação, pq só contratavam pessoal operacional... Embora fosse um pré requisito para a função, eles queriam q fosse contratado pela empresa, para
no ano seguinte, já com previsão no Plano de Pessoal, aí sim iriam me admitir... Quer dizer, antes mesmo de entrar eu já era um pomo
de discordia! Coisas de multinacional. Bom, encurtando, foi preciso esperar 1,5 anos para eles resolverem suas diferenças internas e eu poder vir a ser admitido. Mas, voltando a Mar de 1979....
Uma das coisas importantes q não falei, é q esse emprego chegou numa hora critica e era de vital importância pra mim pq uns meses antes, eu e minha mãe haviamos cortados relações diplomáticas, e eu havia saido de casa tendo alugado uma casa num bairro pobre vizinho, e estava trabalhando num emprego sem carteira assinada e ainda por cima o tinha perdido pq o proprietário era um argentino
e q devido à Guerra entre Argentina e Chile em 1979, ficou retido e
não pode voltar para o Brasil... esse emprego chegara na hora H!!
Qdo fui admitido, eu o fui para exercer uma das funções mais sem propósito e absurda q eu já vi em toda a minha vida : copiador de NF (vcs podem achar até engraçado, mas era isso mesmo)... Hj em dia eu posso explicar as razões de tal absurdo, mas na época, por mais q tentasse nunca entendi. Na verdade, essa absurda função foi criada devido a fatores politicos( O Gerente de Administração e Finanças, exigia absurdamente q o preenchimento de determinado documento ficasse subordinado à sua área de atuação, mas como o Gerente da Fábrica iria permitir um funcionário de um outro setor trabalhando em sua area). E criou-se o cargo em duplicidade, um funcionário no setor de Finanças e CPD e outro no setor Logístico da Fábrica... Vcs entendem? nem eu...
Eu nunca fui um escriba d primeira grandeza, muito menos usando
máquina de escrever IBM, e à época ainda não havia os corretivos, sendo q sómente um ano após minha entrada foi q apareceram as fitas de correção.. Eu qdo vi o problema q tinha pela frente, pensei até em desistir da oportunidade, pq eu não conseguiria exercer tal função... Foi aí q a sorte sorriu para mim! Chegaram uns auditores suiços q precisavam q fosse feito um trabalho sobre custos e como eu conhecia alguma coisa de custos, fui deslocado para a função!!!
Ufa, essa tinha passado por pouco...
continua no próximo >>>>>

Foto de Dirceu Marcelino

ESTÓRIAS QUE SE REPETEM

“ESTÓRIAS QUE SE REPETEM”.

Este conto se baseia na estória de “Eros” e “Lara” e de “Marcílio”, os dois primeiro personagens fictícios de nossa poesia denominada Súplica.
As estórias de “Eros” e “Marcílio” podem ser comparadas a do francês Jean Genet .
Sabe-se que “Genet nasceu de uma união ilegal. Sua mãe abandonou-o na primeira infância, tendo sido criado até a adolescência por uma família substituta e depois teria passado alguns anos em orfanato do governo, em Paris. Sempre se sentiu ‘um enjeitado’, pois seus irmãos adotivos o chamavam de ‘bastardo’, consideravam-no “ovelha negra” da família, a quem imputavam os atos mal feitos que fizessem e consta até que fora vítima de violência sexual”.
Aos poucos até os demais membros da pequena comunidade passaram a lançar-lhe a responsabilidade de todos os atos anti-sociais que aconteciam na localidade e passaram a chamá-lo de “ladrão” e “homossexual”. Desse modo, não tendo pai, não mantendo contatos com a mãe, sem ninguém com quem se identificar, foi assumindo a única identidade que poderia internalizar.
Porém, nosso personagem “Eros”, apesar de ter estória muito parecida com a de Genet, ao contrário, tinha pais e vários irmãos. Aliás, estes se destacavam no pequeno vilarejo em que moravam por serem trabalhadores, construtores de “calçadas de pedrinhas”. Eram muito requisitados para fazer seus serviços e “Eros”, com cerca de quatorze de idade podia ser visto acompanhando-os quase todos os dias pela manhã quando a família saia para o serviço diário e só à tardezinha retornava para casa.
Ao entardecer observa-se que “Eros” se associava ao grupo de adolescentes do bairro, pequeno grupo da vizinhança, grupo de amigos, autênticos. Passava a gozar dos folguedos juvenis típicos daquela região e sempre terminavam as brincadeiras em “peladas de futebol”. Após as mesmas, permaneciam por algumas horas conversando, raramente seu grupo mantinha contatos com meninas, apesar de que nas proximidades e no mesmo horário formar-se outro grupo de moças.
O primeiro dos adolescentes que passou a se associar com as moças foi “Eros”, que logo começou a namorar uma delas, a mais bonita por sinal – “Lara”. Esta aos dezesseis anos se destacava por sua beleza. “Eros” também era um rapaz bonito e logo começou a namorar “Lara”, um casal lindo de namorados e inseparáveis. “Lara” engravidou e apressou-se o casamento que sequer havia sido programado. Casaram-se e passaram a morar em uma casa doada pelos irmãos de “Eros”. Tiveram um casal de filhos, duas crianças que se destacavam por sua beleza e gentileza.
No mesmo período em outra pequena cidade vizinha eis que surge - “Marcílio”. Também, ao contrário de GENET, tinha pais. Mas eram ambos sexagenários. Alguns dizem que essa é uma grande dificuldade de pais que concebem muito tardiamente, pois quando alcançam a terceira idade já não tem energia suficiente para cuidar dos filhos adolescentes e acompanhá-los nos primeiros anos e após atingirem a maioridade. Parece-nos que foi o que aconteceu com “Marcílio”. Não teve o privilegio de ser assistido por seus pais já idosos, na sua infância e adolescência.
Mesmo sendo um belo rapaz, ao contrário de “Eros”, não se interessou por namoradas. Ao contrário, diziam que se interessava por rapazes. Apesar desses comentários na realidade nunca ninguém comprovara tal fato. Destacava-se no colégio onde estudava por ser inteligente e vivaz. Logo começou a ser chamado pelos colegas adolescentes de “Marcília”. Percebeu-se que não se preocupava com essas difamações, e aos poucos foi assumindo essa “identificação diferencial”. Como Genet assumiu a identificação de homossexual.
Porém, mais grave do que a assunção dessa identidade foi o fato de “Marcílio”, num mecanismo de fuga e evasão, passar a fazer parte de outro grupo pernicioso, uma “gangue” de usuários de drogas.
Talvez, tenha passado a associar-se a este grupo inconscientemente, induzido pelo casal que praticamente o adotou, fazendo-nos lembrar do slogan que hoje vemos afixados nas traseiras de ônibus caminhões e em alguns locais públicos:

“Adote seu filho, antes que ele seja adotado”.

“Marcílio” após ser adotado pelo casal, de alguma forma começou a se relacionar com outros jovens, pessoas de outra cidade, maior e próxima, e prosseguindo naquele mecanismo de busca de identificação, e de evasão, passou a fazer parte de um grupo formado por pessoas de fora do circulo familiar e da comunidade local, membros clandestinos, ocultos, que compareciam à pequena cidade para adquirir alguma coisa que só o “respeitável casal” comercializava muito livremente, pois além de vendedores de roupas – mascates – também eram respeitáveis no círculo dos ricos, dos mais abastados, pois moravam em uma das mais belas casas da pequena cidade e assim seus relacionamentos se estendiam aos altos círculos sociais.
Provavelmente, os pais legítimos de “Marcílio” gostaram do interesse do casal por seu filho, mesmo porque além de morar bem, do aparente sucesso material o varão exercia respeitável cargo público.
Com bom grado deixaram que “Marcílio” com eles permanecesse, trabalhasse, até morasse. Pensavam que ele trabalharia no bar, dormiria na casa do casal, mas na realidade o jovem passava os dias no bar, no recinto de jogo e à noite passava ao relento a perambular pela outra cidade vizinha, a “trotoir” pela praça e pelas ruas quase desertas até o amanhecer.
Ainda que se resumisse à jogatina ou a promiscuidade sexual o casal de velhos não teria muito com o que se preocupar. O problema era ainda mais grave. “Não percebia o velho casal que seu filho passava por problemas individuais que ‘induzia-o’ à fuga e ao refúgio no consumo de estupefacientes e ao cometimento de infrações conexas”
Aos poucos o respeitável casal que o “adotou” começou a utilizar “Marcílio”, para outros comércios que faziam além das vendas de roupas, que ofereciam para seus clientes de casa em casa.
Percebeu-se então que era um comércio clandestino e ilegal quando alguns cheques emitidos pelo casal foram objetos de registro de boletim de ocorrência na delegacia de polícia local e nas investigações procedidas constatou-se que apenas a assinatura era verdadeira, as demais escritas eram todas falsificadas. O casal dono do cheque, mesmo prejudicado desejava apenas resgatá-los, mas de forma alguma queriam que fosse aberto inquérito. Pois diziam que não pretendiam responsabilizar o adulterador, pois este era “Marcílio” “seu filho adotado” que já tinha naquela ocasião algumas passagens nesta mesma delegacia, por pequenos furtos e não pretendiam prejudicá-lo ainda mais. Por que será?
Ninguém sabia o que estava acontecendo, pois, geralmente, esses atos anti-sociais são imperceptíveis aos que não conhece a subcultura da localidade.
No seio dos grupos secundários que se interligam de modo imperceptível, através de um mecanismo de “transmissão cultural”, “alimentam uma tradição delinqüente com o seu peculiar sistema de valores anti-sociais, que se transmite de uma geração de residentes à seguinte”.
Na realidade “Marcílio”, não era apenas um pequeno delinqüente, hoje reconhecemos, também era vítima. Vítima tão culpada quanto aos delinqüentes traficantes de drogas. Durante as investigações dos estelionatos praticados por “Marcílio”, percebe-se que ele usava apenas camisas de mangas longas, com o propósito de esconder as inúmeras marcas de picadas intravenosas nas dobras dos cotovelos.
Mas como de fato cometera delito de estelionato, foi indiciado em Inquérito Policial e respondeu ao respectivo processo criminal.
“Marcílio” até então conhecido como “homossexual”, agora, também, passou a ser considerado “toxicômano” e “ladrão”. Embora a comunidade local o rejeitasse como sempre, surgem não se sabe como, pessoas abnegadas que espontaneamente oferecem ajuda nas horas de desespero e assim com colaboração de representantes de uma grande indústria local, conseguiu-se sua internação na instituição especializada na recuperação de toxicômanos.
Lá permaneceu por algum tempo nesta instituição, esperando o julgamento do mesmo processo a que respondeu, sendo condenado, foi recolhido à Cadeia Pública da Comarca, para cumprimento da pena de um ano e quatro meses de reclusão. Permaneceu recolhido no regime fechado até ser beneficiado com progressão para o regime de prisão albergue e passou a pernoitar na casa de albergado.
A Casa de Albergado era uma das poucas existentes, que pouco a pouco foi desativada, como as demais.
No mesmo período em que “Marcílio” permanecia internado, o “respeitável casal” que o adotara, também, foi preso, em flagrante por tráfico de entorpecente e ao final condenados as penas de três anos.
A “Respeitável Senhora” depois de um mês de reclusão na cadeia local foi transferida para uma Penitenciária Feminina do Estado. Lá teve algumas dificuldades de relacionamento com as demais reclusas, em face de ser esposa de funcionário público. Porém, com apenas nove meses de reclusão ela foi beneficiada com prisão albergue domiciliar e retornou para sua casa.
O “respeitável Senhor”, também, beneficiado com prisão albergue domiciliar, permaneceu preso apenas por um ano e dois meses.
Atualmente, ambos vivem felizes na mesma casa e continuam a ser respeitados na pequena comunidade. Consta que não reincidiram.
Ocorreu que, enquanto o respeitável casal saía do sistema prisional, logo depois, “Marcílio” ingressava, justamente, em razão daquele cheque adulterado cuja vítima era a “Respeitável Senhora”, pois fora condenado por estelionato.
Neste mesmo período Eros deu entrada na mesma cadeia em que estava recluso Marcílio, chegando a morar por pouco tempo juntos na mesma cela. Em razão disso saberemos a seguir o que acontecera com Eros.
“Eros” e sua bela mulher, também eram fregueses do respeitável casal e, provavelmente, além de roupas compravam outras “mercadorias”.
Logo a toxicomania de “Eros” o subjugou.
Inicialmente, por não conseguir acompanhar seus irmãos no trabalho de construção de calçadas, passou a ter dificuldades financeiras para suprir as necessidades da família e, provavelmente, para adquirir as substâncias entorpecentes de que necessitava, então passou a praticar pequenos furtos. Logo foi indiciado em inquérito. Mas sua primeira prisão ocorreu por porte de entorpecente. Tal infração era afiançável, porém, como nenhum de seus familiares se prontificou a pagar o valor arbitrado, chegou a ser recolhido à cadeia pública.
Consta que nessa oportunidade um dos presos, também oriundo da mesma comunidade, tentou seviciá-lo sexualmente e por resistir com afinco aquele não conseguiu seus intentos. Saiu da cadeia, invicto, mas marcado por uma das mazelas da prisão. Ainda dizem que a cadeia regenera, não foi essa primeira experiência de “Eros” o suficiente para ele.
Pouco dias depois, novamente ”Eros” foi preso por violação de domicílio. Desta vez, consta que o presidiário “Bárbaro” investiu sobre ele com intenções inconfessáveis e para resistir ele fingiu que estava tendo um ataque convulsivo, inclusive, espumando pela boca. Nesse estado foi socorrido e de alguma forma separado de ala da pequena cadeia, onde não poderia ser alcançado por seu algoz.
Ao saberem do sucedido seus irmãos e esposa fizeram esforços para pagar advogado e libertá-lo. Porém, consta que sua bela esposa inconformada do ocorrido, ou seja, com as constantes tentativas de sevícia a que o marido sofria, ameaçava-o abandoná-lo, caso não se corrigisse e retornasse à cadeia.
Foi o que ocorreu, pois decorridos mais alguns meses, outra vez “Eros” foi preso em flagrante por furto. Neste terceiro período consta que, totalmente, subjugado foi presa fácil de “Bárbaro”. Pior do que isso ao saber do ocorrido, sua esposa, o abandonou de vez. Logo arrumou outro companheiro.
“Eros” não foi abandonado apenas por ela, mas também, por seus irmãos e pais. Abandonado, não tendo trabalho e condição de comprar drogas, tornou-se um verdadeiro alcoólatra “bêbado de rua” e nos quatro ou cinco anos que se seguiram, retornou à prisão por flagrantes e condenações por furtos e uso de substância entorpecente.
Este foi o relato de “Marcílio” do ocorrido com Eros, porém, reservou-se a contar se “Bárbaro” tentara alguma coisa contra si. Chegou a dar a entender, que, o que importava saber sobre isso, se ele já era conhecido como “homossexual”.
Infelizmente, não foi longo o período de observação de “Marcílio”, pois ele que era conhecido como “alcagüete”, algum tempo após revelar esses casos que segundo a subcultura carcerária deveria permanecer oculto, e ainda por dar informações sobre outros delitos praticados na região, principalmente os relacionados ao tráfico de entorpecente, em certa data ao ausentar-se, descumprindo o horário de entrada na casa de albergado, foi morto num bairro de uma grande cidade próxima.
“Marcílio” morreu por “over-dose’ de cocaína, mas segundo dizem poderia ter sido forçados a tomar uma dose excessiva, ou seja, fora assassinado. Por quem? Não se sabe, pois esta é uma das estratégias do crime organizado.
Casos como o de “Eros” e “Marcílio” nos fazem lembrar e comparam-se com o de Jean Genet, mas agravados por serem estigmatizados, além de ladrões e homossexuais como “toxicômanos”, “alcagüetes” qualidades negativas que não são aceitas na sub-cultura carcerária, colocando-os na última categoria da hierarquia existente entre eles.
Estórias como de “EROS” e “MARCÍLIO” mesmo fictícias comprovam a dura realidade de nossos dias, mas o que é interessante são estórias que se repetem. Repetem...

Foto de Vera Silva

Convite

Olá poetas!

No próximo dia 29 de Setembro, pelas 17 horas, será o lançamento do livro de poesia de Manuela Fonseca - "No Limiar das Palavras".
A sessão terá lugar na Biblioteca Municipal da Amadora, na Rua Capitão Plácido de Abreu - Venteira.
O prefácio do livro é da autoria da poetisa Rosa Maria Anselmo e a apresentação estará a meu cargo. Haverá leitura de alguns poemas da autora.
Será servido um Porto de Honra.

Contamos com a vossa presença.
Qualquer esclarecimento, queram contactar-me.

Um abraço a todos

Foto de Boemio

Bianca Del'Plagio

Bianca, mulher de cinco estrelas,
Com pérolas no pescoço, anéis de ouro,
Casaco listrado de zebra,
Bebe somente e tão unicamente vinho de porto,
Gosta de festa de glamour
E na torta não dispensa o glacê,
No dente aplica flúor,
Sai todo dia a meia noite pra ninguém perceber
Que também se interessa por samba de mesa,
Jazz e blues, seus lindos olhos azuis
Brilham ao ver com tal clareza
O samba que envolve seus delicados
Passos de realeza,
Quando ela menos nota
Já está com o suor da dança na veia,
Bianca, mulher de poucos homens
Tem um gosto sofisticado
Por seu pulso eletrizado
Prefere outras mulheres
Que a alma lhe revele,
Acredita ser assim
O único modo de ser feliz,
Bianca mulher trabalhadora
E que gosta muito de seu trabalho,
É dona de uma empresa prestadora
De serviços ao mais intimo labor
E mais tarde horário,
Atende as criancices dos velhos,
A meninice dos adultos,
A cafonice dos jovens de terno
Enfim atuam em todo mundo
Bianca mulher de muitas batalhas
Nasceu sob uma estrela desafortunada
Em sua casa pra comer não tinha nada,
Sua mãe morreu quando a ela deu a luz
Seu pai a pegou para criar sozinho
E por muitas vezes acusou Jesus
De tê-lo abandonado no caminho,
Aos 40 morreu de câncer no pulmão
Deixando Bianca só com as contas pra pagar
E com um partido coração
Por seu pai no quintal ter de enterrar,
Saiu bem cedo pra vida
Com 13 anos já se sentia sofrida
Caminhava na vastidão da praia
Quando um moço vistoso e pomposo
Puxou pra si sua saia
E lhe ensinou como se tornou vitorioso,
Bianca naquele dia perdeu a pouca pureza que lhe restava
Conheceu a dor e se aliou a quem lhe mostrou: o deputado,
Que logo lhe emprestou seu dinheiro roubado,
Para Bianca construir o seu tão suado
Hotel do consulado,
Bianca que depois matou de prazer
O deputado aposentado
Tentou ao mesmo cargo concorrer
Só que sem resultado,
Bianca mulher que resolveu olhar pra traz
E tentar ver seu pai lhe sorrindo
Sua mãe ao seu lado lhe fazendo carinho,
E Bianca se sentiu fraca e deprimida
Por que então sentiu sua vida
Assim sem ser vivida,
Viu os carros pela vitrine da suíte presidencial,
As rosas brancas na sacada da janela,
O lençol de cama rosa colossal
E sentiu o cheiro que exalava da vela
Que queimava no seu quarto,
Bianca chorou, minguou e no seu luxo
Despediu-se do mundo aos 33
Mas antes da escuridão se apossar de sua alma
Gritou um grito que foi por todo o tempo abafado
“_Eu sou: Bianca Del’plagio...” E continuou a sorrir...

Foto de betoquintas

Quarta sagração (Sarcanomia)

Fraternitas
Hino do Cordeiro ao Leão

Bom e querido amigo!
Enfim posso em teus braços descansar,
Recarregar em teu leito,
A força e a coragem.

Por tempos fui sufocado
Por uma armadura,
Pelo cargo de general,
Pelo oficio da batalha.

Buscando na guerra,
Esquecer essa paixão,
O maior enganado era eu!

Cercando-me de louvores e adoração,
Provocando a discórdia e o preconceito,
Mas o pior admirador masculino
É aquele que usa a máscara do macho.

Muitas ovelhas eu arrebanhei,
Mas apenas aos Apóstolos me aproximei.

Agora deixo o rebanho
Aos cuidados do Lobo
E que os que me seguem
Que conquiste seu Leão.

Cumplicidade
Hino do Leão ao Cordeiro

Venha, sem demora!
Não faz idéia da dor
Que a cada chamado ignorado
Tu me causavas ao coração.

Por tantas vezes me ofendia,
Dirigindo suas flechas
Ao invés de seus carinhos,
Perseguindo a minha gente,
Como se não fossemos irmãos!

Venha, para reavivar a paixão
E que esse eterno amor
Possa servir de exemplo
E as pessoas se lembrem
Das palavras do profeta da carne.

Toda existência é divina,
É macho e fêmea,
Ambas e nenhuma.

Que os fanáticos descubram
O verdadeiro sentido
Do amor que ensinaste:

Amor sem restrição,
Paixão sem forma,
Prazer sem culpa.

Memória
Hino dos deuses ao Cordeiro

Frágil e fraca criança!
Por nossa imensa bondade
Nós mantivemos a lei,
Apesar de seus ávidos esforços.

Da fúria religiosa,
Protegemos a saúde do Leão
E o futuro das criaturas.

Dispensamos pelo mundo
O guarda e vingador máximo,
O que entrega franca e livremente,
A Lei da Vida a toda gente
E, na forma do Lobo,
Resgata as ovelhas da ignorância.

Mas não é tempo e momento
De julgamentos e condenações,
Este oficio é de tua estação,
Agora reina a Primavera!

Entre sem receio,
Misture-se na festa,
Brinde com seu Leão
E sorria com o Lobo
Alegre-se e viva!

Responsabilidade
Hino dos deuses ao Leão

Bendito seja, verdadeiro rei,
Aquele que lidera sem oprimir,
O que toma a paixão por nobreza,
O que faz do amor autoridade
E põe o prazer no trono.

Bendito seja, amor manifestado,
Arrebatador, incondicional,
Divulgador e promotor da lei,
Entrega-se aos devotos
Mais amor que estes exprimem.

Lembre ao Cordeiro a verdade
E mostre às ovelhas a forma,
Ao Lobo abra caça à castidade
E aos Apóstolos proíba a homofobia.

Que a toda criatura,
Veja, sinta e desfrute
A plenitude da Vida!

Defesa
Hino do Cordeiro aos deuses

Anciões da Eternidade!
O tempo do Inverno
É pesada lembrança
De meu cruel oficio.

Tudo que eu trouxe
Foi medo, ódio e guerra.

Por ser luminoso como vós,
Tornei tudo ao meu redor
Em sombras densas
Para destacar meu brilho,
Eis meu orgulho e vaidade!

Quis converter a todos e,
Para disfarçar meus defeitos,
Impus aos crentes ordem e disciplina.

Os cânticos me elogiam,
Os homens me clamam,
Eu sou o Messias.

Mas diante do Sol,
Mostro minha verdadeira face,
Eu sou a Estrela Dalva,
A Estrela Vespertina.

Eu apenas sou um luzeiro,
Diante do fogo do Amor!

Coragem
Hino do Leão aos deuses

Fraco eu sou também
E indigno de uma coroa,
Feliz em receber amor,
É imperativo distribuir.

Nada fiz de extraordinário,
Apenas segui a vontade natural.

Debaixo do Amor,
Estou sob as ordens do menor
E rendido ao vencido.

Ainda que seja objeto de escárnio,
Eu sempre hei de amar o Cordeiro.

Nosso amor não enxerga diferença,
Somos ativos e passivos,
Vivemos nosso lado feminino
Para elogiar nosso lado masculino.

O macho é figura em extinção,
Todo herói sabe-o bem,
Mais coragem se exige
Em desafiar infundado preconceito.

Foto de Concursos Literários

Segundo Concurso Literário de Poemas de Amor

Oi Amigos Poetas.

Venho agradecer a todos os poetas participantes do 1º Concurso Literário. Foi sem dúvida alguma, coroada de sucesso com a integração de vários poetas em 216 posts, ultrapassando a meta planejada, onde todos buscaram mais que uma premiação partilhando junto a mais de 12 mil visitantes diários suas aspirações poéticas.

Venho comunicar também, que estamos estudando propostas de editoras, nas quais futuramente, pretendemos lançar nosso 1º Livro (assunto a ser cultivado e dialogado amplamente junto aos poetas e o Webmaster do Site.)

A divulgação dos vencedores será dia 15.07.2006, na página inicial, com o nome do Autor e Poema classificado por ordem 1º ao 12º, 3 (três) premiações de Honra ao Mérito e também 5 premiações extra(surpresa).

A data do resultado foi alterada, de dia 10 para dia 15 em virtude do calendário da Copa do Mundo, que nos resta agora torcer para Portugal, País de nosso anfitrião.

E neste momento está lançado nosso 2º Concurso Literário.

Vamos lá poetas, canetas ou lápis, teclas ou editor de texto, vamos seguir em frente.
Abaixo o Edital e Tema;
O tema será uma frase em que os concorrentes deverão discorrer o assunto que mais lhe aprouver, liberando assim a criação de cada um dentro de um contexto.

Frase para o contexto: “Apenas por um momento...”

Poderão participar todas as pessoas cadastradas no Site, com uma ou mais obra se assim desejarem, atendendo apenas a expressa autoria do poeta, podendo já ter sido divulgado na internet, desde que com seu nome.
A data de postagem será de 02/07/2006 a 31/07/2006. Só estarão participando quem postar no tópico correto, ou seja, no fórum de “Concursos Literários”.

A seleção dos melhores 12 poemas será efetuada pelo corpo de moderadores do site, os quais receberão um e-mail de convocação. Os poemas vencedores serão divulgados neste site no tópico de Concursos Literários, para que possa assim permanecer no Blog do mesmo, sendo destaque do site.
Serão observadas a criatividade, abordagem do tema, ortografia e dissertação na figura de linguagem.

Serão desclassificados: os textos que não abordem o tema proposto ou que expressem qualquer forma de discriminação ou ofensa aos autores que integram o site ou a banca julgadora do Concurso.

Os integrantes da comissão julgadora poderão postar, porém não estarão concorrendo. A estes será dada outra modalidade de integração, que será divulgada após a divulgação dos vencedores.
Serão premiados com um calendário de mesa contendo os 12 mais belos poemas do Concurso, para o 1º e 12ª lugar, mais 3(três) certificados de Honra ao Mérito expedido pelo site www.poemas-de-amor.net, que poderão ser impressos, pelos mesmos.

Fica a cargo dos administradores a promoção ou não de Prêmios extras.

A divulgação dos vencedores se dará em até 10/08/2006 a premiação estará no site para downloads até 31/08/2006

Para postar o seu poema clique aqui:
http://www.poemas-de-amor.net/foruns/concursos_literarios/ii_concurso_literario
Caso o usuário tenha alguma dúvida em como postar, basta se orientar pelo link http://www.poemas-de-amor.net/questoes_frequentes

Fernanda Queiroz

Foto de Mor

DUAS SURPRESAS

DUAS SURPRESAS

Mário Osny Rosa

Carlos era um trabalhador, trabalhava na construção civil, morava numa casinha num bairro da periferia.
O que ganhava mal dava para come, comprar remédios e algumas roupas de vez enquanto, era mesmo um sonhador. Diz um ditado popular: “quem sonha um dia realiza seu sonho”. Carlos tentava a sorte de várias maneiras, apostava um real na lotomania, cinqüenta centavos na raspadinha. Nunca acertava nada, nem para tirar aquilo que apostava, mas continuava tentando a sorte. Certo dia falou para a mulher:
- Eu não tenho sorte no jogo, não ganho nem o prêmio mínimo das apostas que faço, sou realmente um azarado.
Sua mulher Clarice responde:
- Pode mesmo, que você seja um azarado, nem no teu emprego recebes um aumento, por mais de um ano, o que realmente está acontecendo?
- Claro que isso é verdade, mas na semana passada me chamaram ao escritório e fizeram uma entrevista comigo, alguém pode estar se aposentando, acho que alguma novidade ai aparecer poderei ser um chefe de obras, quem sabe para fiscalizar a entrega de materiais, vamos ver o que vai acontecer?
- Espero que seja essa a sua melhor sorte do que, daquela de apostar toda a semana na lotomania e nas raspadinhas.
Na semana seguinte, Carlos novamente foi chamado ao escritório da empresa construtora, lá chegando o chefe lhe falou:
- Ontem a diretoria da empresa esteve reunida e tomou a deliberação de promover você a chefe do almoxarifado, e com isso melhorar a sua remuneração, tudo isso pela sua dedicação, responsabilidade e seriedade em nossa empresa.
Carlos nesse momento quase subiu as nuvens, nunca esperava assumir o cargo de chefe do almoxarifado, esse seria a maior noticia, que daria a sua esposa Clarice, à noite quando chega em casa beija a esposa e disse:
- Tenho uma boa noticia para você meu amor.
- Que noticia é essa? Acertou a aposta da lotomania?
- Não acertei, nessa eu sou azarado.
- Mas qual foi, não me deixe aflita com isso diga logo.
- Hoje o chefe do departamento pessoal me chamou novamente no escritório, comunicando a minha promoção a chefe do almoxarifado.
- Então vai melhorar o seu salário? Será uma lotomania continuada.
- Claro que sim.
Depois dessa rápida conversa Clarice que já tinha o jantar preparado disse para Carlos vamos jantar, continuando falou:
- Eu também tenho uma noticia para dar a você nessa noite.
- Qual é essa noticia?
- Muito melhor que a sua.
- Como, melhor que a minha não pode ser?
Clarice relata que tinha marcado uma consulta com sua média ginecologista na semana anterior:
- Mas você não estava doente fala para Clarice
- Posso estar doente de uma doença transitória.
- Mas, como transitória.
- Hoje fui ao consultório, da médica, e relatei o que sentia, depois de fazer um acurado exame a medica anuncia que a mesma estava grávida de dois meses, essa é noticia que tenho para você nessa noite.
Carlos ficou vermelho mudo nem sabia o que dizer para Clarice naquele momento de euforia:
- O que aconteceu Carlos ficou mudo nem fala nada parece que não gostou da noticia, quer ser papai ou não quer?
- Você nunca me falou que estava grávida.
- Não falei porque estava em duvida, logo não queria criar um clima de euforia antes de ter certeza da gravidez.
Carlos agora mais calmo depois de passar aquele choque inesperado, nunca imaginara ser aquela a surpresa de Clarice, depois do jantar foram assistir à novela das vinte horas e, para a surpresa do casal o episódio daquela noite era idêntico o que tinha acontecido pouco antes e Carlos fala:
- Olha bem Clarice a novela é igual, o que aconteceu hoje aqui em casa.
- Parece que copiaram a mesma cena.
Naquela noite o casal festejou a viagem que tinha começado há dois meses e logo começaram a planejar como seria a chegada do primeiro filho(a). Esse será o assunto para a próxima Crônica.

São José/SC, 27 de abril de 2.006.
morja@intergate.com.br
www.mario.poetasadvogados.com.br

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