Chão

Foto de Sonia Delsin

SONHOS AO CHÃO

SONHOS AO CHÃO

Foram sonhos que eu tive.
E como sonhadora eu sou,
em grande estilo sonhei.
Em meus devaneios quantos beijos lhe dei.
A ti me entreguei.
E voei.
Voei...
Para paradisíacas ilhas.
Para as Antilhas.
Para além mar, além ar.
Eu nem te conto aonde eu fui parar.
Esperava a cada manhã que nascia a tua companhia.
Um sim eu queria.
Um sim eu queria.

Tudo transformava em poesia.
A dor, a esperança.
A desesperança.
Voltei até a ser criança.

Nós dois num espaço nosso idealizei.
Esperei, esperei.

Se me cansei?

E quem não cansaria?
Tu fugias.
Me dizias.
É impossível.
E eu acreditava que tudo é possível.
Quando se quer de verdade existe sempre uma possibilidade.

Que pena!
Vi os sonhos ao chão.
E ainda tive forças.
Repeti diversas vezes.
Vou te amar para sempre, coração.

Foto de Luis Sacramento

A Explicação do Inexplicável

Você mexe com os meus sentimentos
Não consigo compreender
Algo Ignoto e inexplicável
Acontece com o meu ser

Quando você aparece, tudo parece clarear
E eu fico sem chão...
Algo estranho no ar

Porque se foi assim,
É difícil entender
Mas mesmo assim
Meus sentimentos jamais hão de morrer!

Sinto algo no peito
Que parece me sufocar
Mas quando eu te vejo,
tudo parece acalmar,

O teu amor,
Faz de mim o homem mais feliz,
Só em estar junto à você
Sinto uma paz reinar em meu viver

Só você me completa,
Não dá para esconder
Te amo mesmo,
Mesmo sem te ter.

Foto de Carmen Lúcia

Chuvas, lágrimas e suores

Chovi...

lágrimas represadas,
desilusões estagnadas,
suores suados em vão,
histórias marejadas.
Molhei o meu chão...

Soprei mágoas destoadas,
lambi o sal de meu pranto;
sequei ilusões desenfreadas,
lavei suores que ardiam tanto...
Enxuguei histórias que faziam mal,
preparei a noite,
afastei o mau.

Amanheci...

Céu azul depois do vendaval,
sol brilhante reacendendo a vida,
Paz em tonalidades coloridas...
Nuvem branca, deslizante,
Dia calmo, maré mansa,
Corpo leve, alma branda.

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

No limiar da vida

Fiquei...

nas reticências que indeterminam a vida...
nas frases mal formuladas e indefinidas;
fechada, entre parênteses,
nos limiares das portas,
nas perguntas sem respostas.

Fiquei...

robotizada pelas conveniências,
confinada nos constrangimentos,
alienada a sapiências radicais,
enroscada em normas preestabelecidas,
estereotipada por padrões tradicionais.

Fiquei...

paralisada em becos sem saídas,
pés no chão, vontade de voar...
vendo os sonhos se distanciarem livres,
sem poder partir para os alcançar.

Fiquei...

numa esquina qualquer, esquecida,
nem um raio de luz a me brilhar,
onde o verso tropeça e muda de destino,
onde a poesia jamais irá passar.

Carmen Lúcia

Foto de CARLA VELOSO

ILUSÃO 2

Uma sombra atravessa a rua
As arvores se balançam violentas
Com o vento soprando contra elas.
Milhares de pássaros voam no céu
Despercebida, elevo meu pensamento
Saudoso dos teus carinhos
... Ah se soubesse o quanto te quero
Se ao menos olhasse em meu olhar
Frenético olhando os teus olhos
Sentindo amor nas tuas palavras,
Sei que o mundo dá voltas
E seria por isso
Possível o nosso reencontro...
Vou curiosa atrás do vulto
Cega de ansiedade
Por querer saber
Por onde irei surgir
Como num delírio febril
Dou de encontro
com teu corpo Jogado ao chão
Ausente de tua alma.
Desesperada, tento tocá-lo
E como encanto
Esvai-se a imagem
Assustando assim
Meu pensamento também.
E só então percebo
A rua toda em minha volta
Olhando, admirada, o meu marasmo.

Foto de GEOVANEpe

DEUS

O SOL DESAPARECE E SURGE TODOS OS DIAS, A LUA MUDA DE FORMA EM TEMPO REGULAR, CAI ÁGUA DO CEU, SAI FOGO DO CHÃO...
ALGUEM ESTÁ TENTANDO CHAMAR A SUA ATENÇÃO

Foto de Carmen Lúcia

Respeite...

Respeite...

Minhas palavras caladas,
o sorriso que se apagou,
as belezas que rondam e não vejo,
aquela mulher que já não sou...

Respeite...

Os versos alegres que hoje não faço,
o encanto envolvente que se acabou,
a tristeza que mora e rola em meu peito,
esse meu semblante, retrato da dor.

Respeite...

Os dias, as horas...O tempo!
Em que nos amamos sem vê-lo passar,
e passou tão depressa sem nem avisar...
levou o meu chão, meu mundo, meu ar...

Respeite...

Não seja insensível à dor que ficou...
Às marcas cravadas que a vida não tira,
à doce poesia descrita por nós.

Portanto lhe peço
sem mágoa ou rancor,
respeite meu pranto,
respeite o amor...

Carmen Lúcia

Foto de Marsoalex

Estiagem

Safra de sonhos
Perdida
Versos secos
Áridos
esperança magra
Podre
fantasias sem valor
Baratas...

Terra coração
antes fértil
hoje, apenas chão
Sem valor...

Nenhuma gota de chuva
Nos olhos do tempo
nenhum pouco de tempo
Nas mãos da vida
nenhum pouco de vida
No corpo do mundo

E nada brotou
E nada viveu
até a poesia morreu
Tudo por falta de amor...

Marsoalex

Foto de Osiel Ferreira Vieira

O CRAVO E AROSA

Plantei no meu jardim uma semente
Sem se quer saber que flor daria
E fui cuidando dela com todo carinho
Pra ver que flor que dela brotaria
O tempo passou e nada aconteceu
Nenhuma flor da semente nasceu
Dia após dia nenhuma flor surgia

E por mais carinho, nada ali acontecia
O que estava faltando eu não sabia
Até que olhando ao seu lado encontrei
Outra semente ali no chão havia
Abri outra cova e as plantei juntinhas
Continuei cuidando das duas sementinhas
Até que pra minha surpresa um dia

Duas flores daquela covinha nasciam
Um era o cravo lindo e vistoso
A outra era a rosa bela e majestosa
Era um sonho lindo e tão maravilhoso
Destes que só o amor pode criar
Duas flores distintas no mesmo lugar
Isso é tão impossível como misterioso.
(Osiel Ferreira-28/09/2008)

Foto de Magno Aquino Miramontes

Sem Mira

Gastaria tantas horas
E letras
Pra dizer te amo
Que faliria o tempo
Deixaria o alfabeto mais liso que pé de santo.
Se não bastasse tão vasto léxico
Apelaria pro tupi latim até fenício até Braille
Braille em ti
Sem mesmice nem cheiro de ontem
Endoideceria versos.
Caducariam suas rimas já loucas. As rimas.
Pra tentar no termo e tempo exato
Quando me olhasse de soslaio ameaçante
Ameaçando. Amassando? Ameaça dor.
Pra só então disparar à queima-roupa
Te amo
Mais muito mais
Mais que demais da conta.
E aguardaria teu tombar ao chão
Em mim por mim pra mim
Rendendo-se sem sofismas
Nessa não tão quente noite.
Meus pelos eriçados te saúdam.

Magno Aquino Miramontes

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