Chegada

Foto de Carmen Lúcia

Reminiscências do Natal

Infância...tempo feliz...cerro os olhos...reminiscências!
Menina franzina, franjinha, crédula...inocência!
Dezembro...Piuí!Piuí!Viagem de trem...Alegria!
Família embarcando pra casa da tia Maria!

Malas, maletas, pacotes, embrulhos...felicidade...Saudade!
Sorrisos, risadas, gritinhos, barulhos, gargalhadas...Chegada!
Abraços e beijos, rodopios, correrias, vozerios...Algazarra!
Um ano se passara...custou mas chegara...o sonho se realizara.

A casa, um primor...em todo canto, o calor
De quem espera com amor, a vinda bem- vinda
Da família e de Nosso Senhor, a quem atribuía-se louvor,
Missa do Galo, sinos badalando, todos festejando, o amor se espalhando.

Depois da ceia, os cumprimentos...e a menina ia pro seu canto
Com seu olhar de espanto, queria o presente...e ficaria mais contente
Se o mesmo viesse embrulhado num papel,
Sem ter que se deparar com Papai Noel.

Uma boneca de pano...Um bercinho, colchãozinho, acortinado...
Não lhe saem da lembrança, talvez, os que mais tenha gostado,
Com os que mais tenha brincado...que permanecem em seus guardados.
Porque o resto já se foi...Viagem de trem, algazarra,
Aquela doce euforia, casa da tia Maria...e ela também.
Da menina, a inocência, os sonhos, a fantasia, que a fizeram, um dia
Ser feliz, muito feliz...restando as reminiscências, sem nenhuma reticência,
Da alegria que sentia nos natais na casa da tia Maria.

Foto de Maria Goreti

CENAS DA PRIMAVERA

Um dia claro, de sol radiante.
Uma borboleta volita...
Pousa de flor em flor.
Um homem rega o jardim,
Crianças brincam de amarelinha,
Uma mulher abraça um ramo de alfazema,
Um pássaro canoro alegra a manhã
Anunciando a chegada da nova estação.

Os campos floridos,
O céu azul,
O córrego de águas cristalinas,
O som das cascatas,
O verde das matas...
Tudo lembra vida.
Tudo inspira amor!

Talvez, para alguns,
Tudo isto não passe de quimera.
Mas em minha tela mental
É real...
É Primavera!

Alguns gostam de retratar a violência...
Eu escolho materializar a paz.

Cada pintor reproduz a cena que deseja expor.

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 04/10/07

Foto de Dirceu Marcelino

LEMBRANÇAS DO MENINO QUE QUERIA SER MAQUINISTA DE TREM

Eram três crianças de 8, 6 e 4 anos de idade.
Iriam viajar da cidade de sua infância para outra grande metrópole regional.
A viagem de trem:
Enquanto aguardavam na estação a chegada do trem que os levaria para uma cidadezinha próxima, um importante tronco ferroviário que interliga várias ferrovias que vem do interior do estado ao litoral, mais propriamente ao Porto de Santos, o que viam.
Viam as manobras das locomotivas a vapor.
Entre várias, tal como a chamada “jibóia” enorme, gigante, com várias rodas, as “Baldwins”, a que mais chamava a atenção do “menino” era uma “Maria Fumaça” pequenina. Tão pequena que nem tender ela tinha.
Ia para frente apitando, estridentemente:
Piuuuuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuu!
Retornava, repetia os movimentos para frente para trás, tirando alguns dos vagões de várias composições estacionadas nos diversos trilhos da estação ferroviária.
E o Menino sonhava. Queria ser maquinista de trem.
Tanto que ele gostava, que em outras ocasiões, quando levava comida em marmitas para o pai, que trabalhava nas oficinas, permanecia várias horas sentado nos bancos da estação.
Via as manobras das “marias fumaças” e também a passagem das longas composições de carga puxadas por máquinas elétricas, verdes oliva, chamadas “lobas”.
Até que um dia sua mãe resolveu levá-los em uma viagem.
Nesse dia enquanto aguarda o Menino avistou ao oeste um único farol que surgia no horizonte da linha ferroviária, amarelado e a medida que se aproximava ouvia-se o barulho característico daquela famosa locomotiva elétrica, que zumbia como um grande enxame de abelhas: “zuuummmmmmmmmm”
A locomotiva devagar passava do local de aglomeração das pessoas e aos poucos deixavam em posição de acesso os carros de passageiros de segunda classe e lá quase ao final da plataforma um ou dois vagões de primeira classe.
Eram privilegiados, filhos de ferroviários.
O Menino sentia orgulho desse privilégio.
Lembra-se que naquele dia sentou-se no último banco do lado direito.
Dali podia ver que poucas pessoas permaneciam fora da composição. Alguns parentes, que gesticulavam se dirigindo aos parentes acomodados nos carros de passageiros.
Ao longe. Via um senhor uniformizado de terno azul marinho e “quepi”, com o símbolo – EFS.
Aos poucos esse Senhor vem caminhando pela plataforma, desde o primeiro carro até próximo da janela em que o Menino se encontrava.
Para e tira um apito do bolso superior de sua túnica e dá um apito estridente: “piiiiiiiiiiiiiiiirrriiiiiiiii”
Em seguida, a locomotiva apita “Foohhooommmm..”
Novo apito.
A seguir, começam a ouvir-se os sons característicos dos vagões que retirados de sua inércia estrondavam um a um e começavam a se locomover lentamente até que o carro e que o Menino está começa a se locomover, mas, sem fazer o barulho característico, o seja, o “estralo” ao ser acionado, pois os solavancos que se sentem nos primeiros vão diminuindo gradativamente e quando atingem o ultimo praticamente são imperceptíveis.
Justamente, por essa razão é que os vagões de primeira classe são colocados no fim da composição.
Este carro diferia dos demais por ter os bancos revestidos, corrediços, que permitiam serem virados e propiciar as famílias se acomodarem em um espaço particular.
Assim iniciava-se o percurso até a cidadezinha, onde passariam para outra composição, a qual seria tracionada por uma locomotiva a vapor.
Como era linda a paisagem.
Muitos locais dignos de cartões postais, o primeiro, por exemplo, a ponte sobre o rio Sorocaba, que nasce na serra de Itupararanga e desemboca no rio Tietê
Lindos lugares que por muito tempo permaneceram esquecidos, mas que hoje podem ser registrados em fotos e filmes das câmeras digitais.
Fotos que nos fazem afagar a saudade dos dias de outrora.
Mas, além dessas fotos antigas ou digitais, temos a capacidade de guardar no fundo do nosso inconsciente outras imagens e filmes de nossas lembranças.
Revendo tais filmes, verificamos que inconscientemente queremos alcançar trilhar os nossos sonhos, mas, geralmente em razão das dificuldades da lida, não o atingimos, ou então, ultrapassamo-nos e exercemos outras atividades ou profissões que nada tem a ver com aqueles sonhos.
Eu, por exemplo, adoro trens.
Simplesmente, queria ter sido “maquinista de trem”.
Mas termino este conto, simplesmente, para dizer:
À poucos dias, nesta cidade, de onde o Menino iniciou a viagem teve oportunidade de ver, aquele Senhor, em uma comemoração do retorno da “Maria Fumaça” que estava em outra cidade, onde permanecera sob os cuidados da Associação de Preservação Ferroviária, ser chamado entre outros velhos aposentados, pelo Prefeito:
_”Agora para comemorar o retorno de nossa Maria Fumaça - “Maria Eugenia” - chamo o mais velhos dos aposentados.
Puxa! Que felicidade do Menino, ao ver aquele Senhor caminhando pela plataforma da estação.
Sim. Era motivo de felicidade.
Pois o menino, já não é mais tão criança, já é um envelhescente e aquele Senhor continua vivo.
Noventa e um anos.
Era o “Chefe da Estação”.
O mesmo “Chefe de Trem” que vira caminhando a quarenta anos pela plataforma da estação.

Foto de @nd@rilho

Filhotes

Dia de alegria, em sua chegada,
Amor! Enfim descobri seu significado,
Numa manhã de novembro, deixei de ser filho,
Inquieto tomado pelo medo sou pai,
Enquanto você dorme, velo seu sono,
Lagrima nos olhos, seguro sua mão,

Raro momento, sublime sentimento,
Anjo adormecido, em meus braços protegido,
Flores em volta, perfumam o ambiente,
Alegram nossas vidas esses “tocos de gente”
Entre brincadeiras e afagos,
Lavo minh`alma, na pureza do sorriso,
Anjos Divinos,

Gesto de carinho lhe aconchega nos braços,
Afago suas costas, aninhado em meu peito,
Beijos e carinhos, enrolados no ninho,
Realizo meus sonhos, contigo em meus braços,
Imenso sentimento, ternura e carinho,
Enquanto meus anjos dormem,
Levo meu pensamento ao Céu e agradeço por tê-los comigo.

Foto de @nd@rilho

Tempo

Tempo senhor do universo,
Tempo carrasco do amor,
Tempo anjo da salvação,
Tempo, tempo, tempo,

Tanta conotação para ti,
Mas hoje lhe cabem essas,
Tempo carrasco,
Tempo algoz,

Tempo que nos separa,
Tempo que impede nosso amor,
Tempo de culpar o tempo,
Por não termos tempo,

Em qual tempo vivemos?
Tempo de trabalho,
Tempo de estudo,
Tempo...

Que nos devora sem piedade,
Sem pedir licença,
Sem fazer afago,
Tempo...

Tempo de partida,
Tempo de chegada,
Tempo de reencontro,
Tempo de perdão,

Tempo são tantas as suas facetas,
Hora tu és um santo remédio,
Hora as chagas que me ferem,
Tempo...

Cure as feridas abertas por ti,
Traga o tempo de novos encontros,
Ensine-me a pará-lo,
E me deixe desfrutar de meus amores!

Foto de CarmenCecilia

SE EU PUDESSE

SE EU PUDESSE!

Se eu pudesse falar...Tudo que vivemos...
Essa história que escrevemos...
Mostrar tudo que nos atrevemos
E contar todos os momentos!

Toda a ventura...Aventura!
Essa maravilhosa loucura!
Ai se eu pudesse!
Voltar no tempo e ser seu templo...
Você que a todo tempo contemplo...

Ai meu Deus ...Dizer daquele amor!
Que me tirou o ar...Arriscar...E em ti aterrisar.
E atravessar o mar pra te encontrar
E ali você estar pra me buscar...

Nem o céu mais iluminado e estrelado
Nem a lua testemunha desse enredo
Ficaria a guardar segredo
Desse sentimento alado...Alucinado!

E vem essa noite de inverno
Trouxe-me de volta esse amor terno...Eterno!
Aquele vinho tinto...Só instinto...
Das saudades que agora sinto...

E do frio....Que em teus braços foi calor!
Vivenciou nossos corpos como cobertor...
E a lareira em labaredas...
Desenhando nosso ardor...Sem pudor...

Tive que atravessar um continente
Para ficar ciente do amor que és semente
E agora se reflete no meu semblante
Tu que me descubriu como amante...

E que me delineou a ficar contigo incontinenti
Olho insistentemente para o horizonte
Contando os minutos da sua chegada
Pois pra mim não importa mais nada...

CARMEN CECILIA

Foto de Raiblue

VELHA SAGA

.
Asfalto
Transações
Movimento
Partida
Chegada
Estradas
Estações
Cidade de ilusões
Lixo urbano
No luxo cotidiano
Da burguesia
Cristais de dor
Nas casas
Sem calmaria...
Alta tensão
Fios do destino
Rompidos
Por um tiro
Por um grito
Gemidos de medo
De aflição
E o dia nasce
E continua
A viagem
O mesmo trem
Na contramão
A mesma estação
Velha saga
Karma
Mandalas do tempo
Em cada rosto
Uma multidão
De estranhos...
Nas entranhas
Solidão....

Raiblue

Foto de Raiblue

VELHA SAGA

.
Asfalto
Transações
Movimento
Partida
Chegada
Estradas
Estações
Cidade de ilusões
Lixo urbano
No luxo cotidiano
Da burguesia
Cristais de dor
Nas casas
Sem calmaria...
Alta tensão
Fios do destino
Rompidos
Por um tiro
Por um grito
Gemidos de medo
De aflição
E o dia nasce
E continua
A viagem
O mesmo trem
Na contramão
A mesma estação
Velha saga
Karma
Mandalas do tempo
Em cada rosto
Uma multidão
De estranhos...
Nas entranhas
Solidão....

Raiblue

Foto de NiKKo

Um eco no silencio

Um nome faz eco no silencio
Uma simples frase se faz ouvir...
Uma triste lembrança se faz presente
E a saudade se faz sentir.

Uma rosa já sem vida..
Uma canção ainda sem letra...
Um amor com despedida..
Um coração solitário.

Um vazio imenso que se forma
Em meio a pensamentos incertos
Apenas um nome no silêncio ...

Uma chegada.........
Risos, abraços, ternura sem limite..
Uma partida ...
Uma lagrima e um aceno em adeus!
Fim de uma vida!

Só resta mesmo...
o eco de um nome no silencio.

Foto de Maria Goreti

Sinfonia da Alma

(Acróstico)

(S)into em mim vibrações
(I)ndicando ondas de intensa calmaria.
(N)a partitura estilizada
(F)ios de luz formam o pentagrama,
(O)nde notas musicais passeiam ordenadas,
(N)um momento feliz,
(I)niciando um balé de sons,
(A) compor uma nova sinfonia!

(D)o alto dos céus espiam
(A)lmas encantadas!

(A)njos de luz dourada,
(L)indamente, tocam suas
(M)aviosas harpas e cítaras,
(A)nunciando a chegada de um dia de paz!

© Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 26/07/07

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