Cinzas

Foto de anna

Cinzas de Amor

Aqui deitada de novo
Oiço a tua voz ecuar na minha cabeça
Sinto as tuas promessas desvanecerem
E as tuas palavras perderem o sentido.
Já nada importa.
O que restam são cinzas,
Cinzas tristes e escuras
Que antes eram chamas vivas e felizes.
Essas cinzas trazem a saudade,
A saudade do passado,
Do nosso passado
Quando apenas eu e tu importávamos.
Lembras-te ?
Do jeito como pegavas na mnha mão,
Como me amavas com o coração
E dizias tudo o ke sentias...
Lembras-te ?
Das promessas que fizes-te,
Do amor que me deste
E da forma como dizias que eu era importante...

Para quê ?
Para agora tudo passar de cinzas
Inúteis, iválidas...
Quer isto dizer que amar-te foi inútil ?
Quer isto dizer que o teu amor foi inválido ?
Não.
Inútil é amar-te com a mesma força de sempre
E perceber que já não significo o mesmo para ti.
Inválida eu estou,
Sem me conseguir mexer
Sem conseguir viver
Por fome do teu amor...

Foto de souza vinicius

Mentiras poéticas

Que os raios o partam paixão
e que o fogo eterno da mandíbula do dragão
transforme-o em cinzas, caindo lentamente das nuvens!

Você nunca jogou do meu lado paixão!
sempre preferiu o coração!
este órgão tosco que pulsa frenéticamente,
este órgão egoísta, louco, demente,
este órgão rival a minha vontade.

Pois então, desejo a você paixão todo o azar,
o mesmo azar que tenho ao me apaixonar!
Por favor entenda, eu odeio perder o controle!

que a foice dos obscuros dissipe o seu ego paixão,
e me torne livre, solitário e alienado,
um ranzinza comum,
que é tolo e carente, mas finge ter toda razão!
Te odeio paixão!

Odeio você e a todos os seus seguimentos,
essa frescura de pensamentos, juras e sofrimentos,
melancolias e poesias
esta frescura de sentimentos!

E quero distância de você paixão
tanto quanto o rico quer do pobre
e o padre da perversão!
Te odeio paixão

Foto de pirata

Tentamos segurar o amor

Tentamos segurar o amor
Como quem segura um
Pouco de areia
Mas só depois percebemos
Que não é suficiente
Apenas nossas mãos
Isso quem pode guardar
Não somos nós
A vida não depende
Da nossa vontade somente
O que tiver que acontecer
Irá acontecer
Seja trazendo alegrias
Ou tristezas
Te perder não será
Possível evitar
Nem ser tua posso comandar
Minha vida te pertence
Enquanto consegue reter
Entre seus dedos
O último grão
Me trará de volta
Para o mundo de onde vim
E sozinha continuarei a viver
Te amo, é o que posso dizer
Das cinzas irei renascer
Quando meu fim acontecer.

Foto de Patrícia

Cantata de Dido (Correia Garção)

Já no roxo oriente branqueando,

As prenhes velas da troiana frota

Entre as vagas azuis do mar dourado

Sobre as asas dos ventos se escondiam.

A misérrima Dido,

Pelos paços reais vaga ululando,

C'os turvos olhos inda em vão procura

O fugitivo Eneias.


Só ermas ruas, só desertas praças

A recente Cartago lhe apresenta;

Com medonho fragor, na praia nua

Fremem de noite as solitárias ondas;

E nas douradas grimpas

Das cúpulas soberbas

Piam nocturnas, agoureiras aves.

Do marmóreo sepulcro

Atónita imagina

Que mil vezes ouviu as frias cinzas

De defunto Siqueu, com débeis vozes,

Suspirando, chamar: - Elisa! Elisa!

D'Orco aos tremendos numens

Sacrifício prepara;

Mas viu esmorecida

Em torno dos turícremos altares,

Negra escuma ferver nas ricas taças,

E o derramado vinho

Em pélagos de sangue converter-se.

Frenética, delira,

Pálido o rosto lindo

A madeixa subtil desentrançada;

Já com trémulo pé entra sem tino

No ditoso aposento,

Onde do infido amante

Ouviu, enternecida,

Magoados suspiros, brandas queixas.

Ali as cruéis Parcas lhe mostraram

As ilíacas roupas que, pendentes

Do tálamo dourado, descobriam

O lustroso pavês, a teucra espada.

Com a convulsa mão súbito arranca

A lâmina fulgente da bainha,

E sobre o duro ferro penetrante

Arroja o tenro, cristalino peito;

E em borbotões de espuma murmurando,

O quente sangue da ferida salta:

De roxas espadanas rociadas,

Tremem da sala as dóricas colunas.

Três vezes tenta erguer-se,

Três vezes desmaiada, sobre o leito

O corpo revolvendo, ao céu levanta

Os macerados olhos.

Depois, atenta na lustrosa malha

Do prófugo dardânio,

Estas últimas vozes repetia,

E os lastimosos, lúgubres acentos,

Pelas áureas abóbadas voando

Longo tempo depois gemer se ouviram:

«Doces despojos,

Tão bem logrados

Dos olhos meus,

Enquanto os fados,

Enquanto Deus

O consentiam,

Da triste Dido

A alma aceitai,

Destes cuidados

Me libertai.

«Dido infelice

Assaz viveu;

D'alta Cartago

O muro ergueu;

Agora, nua,

Já de Caronte,

A sombra sua

Na barca feia,

De Flegetonte

A negra veia

Surcando vai.

Correia Garção (1724-1772)

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