Comer

Foto de Inês Santos

Depois das doze badaladas...

Hoje depois das doze badaladas...
serei mais velha um ano...
É altura de analisar...
O tempo deixado atrás do pano...
Todas as coisas boas e malvadas...
Que a vida me fez provar...

Depois de um tanto pensar...
Interrogo-me e apenso...
Para quê crescer?
Quero continuar a brincar...
Ter os cabelos entrançados...
comer guloseimas e rebuçados...
E passar o dia a sonhar...
Para quê,tudo prever?
Que serve as etapas e provações....
barreiras e encontrões...

Deixa-me ser criança...
Eu pago a fiança...
Quero ser pequenina...
A Inês menina...

Foto de patrick_bange

A BRUSCA POESIA DA MULHER AMADA III (à maneira de Vinicius)

O corpo da mulher amada é sagrado.
Súbito como um susto, voraz como a carne vermelha.
O toque à sua superfície angelical é leve,
tem de ser silencioso como uma oração,
íntimo infinitamente.
Pelo corpo mergulha-se na mulher amada,
procura-se a aurora de seu ser, a luz secreta,
o silêncio celeste de sua matéria impalpável.
Haverá a hipótese do suor quente:
beber o vinho de sua alma e deslizar pelos caminhos úmidos,
salgados e vermelhos de suas curvas de ouro.
Para ouvir a mulher amada respirar, tem-se que fechar os olhos,
porque há nisso qualquer coisa de divino,
de eterno, de graças à vida.
A voz da amada é o canto de cem mil harpas em harmonia uníssona.
Seu sorriso guarda o espanto de uma noite estrelada,
olha-se para seus olhos como para uma flor vermelha,
rara, hipnoticamente bela.
E cai-se dentro deles como em uma alegre armadilha.
Não há coisa mais bonita e azul que a mulher amada.
Segurar suas mãos como a duas porcelanas chinesas,
e beijá-las como a um filho que nascera.
Comer a Poesia da mulher amada,
fazê-la água fria no deserto, agasalho no inverno,
alimento para toda a vida.
Entregar-se como a um deus bom,
cantar-lhe as incomensuráveis ternuras que nela explodem.
A vida da mulher amada é o princípio da minha,
também o meio, também o fim.
E como prova final de amor eterno ao ser da mulher amada,
escrever-lhe um poema simples,
sussurrá-lo em seu ouvido à noite
e selar o infinito com um beijo morno:
uma luz infinda que ilumine duas escuridões.

Foto de Inês Santos

nem sei....

Apetece-me ser dura e cruel…
Ser fraca e estupidamente infiel…
Não tolero poemas bizarros
Se tal, consumo-me em ópio e cigarros…

Raquítica mulher…
Nem tem de comer…
Triste vida, pobrezinha…
Coitadinha…

Que péssimo humor…
Desafio o pudor…
Versos rasguei..
Nunca pensei…
Louca fiquei!

É feia,não paga a conta do pão…
Dramaticamente trabalhadora e pálida…
Jornais a cobrem no chão…
E não tem conversa valida…

Sinto-me freneticamente irritada…
Apetece-me tudo de nada…
Já palavras risquei…
A ousadia não temerei…

Que desprezível mulher…
Dormirá sem ceia?
Incrível…é mesmo feia…
Feia!feia!feia!

Ainda se põe a cantarolar…
Que som irritante, número um no top!
E ainda aturar ???
Uma música pop!!!
Coitadinha…
Da menina…

Foto de Kuem

Amor

Viver
nascer, crescer e morrer.
E nessa vida, tudo sofrer.

Comer, beber
prazer e lazer
E então apodrecer.

Me submeter
fazer acontecer
Para depois me esconder.

Amor
Sem te ter
Viverei assim, só por viver.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"VIDA DE ARTISTA"

VIDA DE ARTISTA

Nem só de gloria vive João, pois há de se prover o pão.
Numa luta incessante, João não tem tempo o bastante.
Para ser um esportista, nem tão pouco um artista.
Pois aos seus precisa acolher
Com seus parcos vencimentos, sem lamurias ou lamentos.
Aos seus dar o que comer
Nem só de gloria vive João
Não adianta o estrelato, pois é como cidadão comum.
Que João se sente frágil, não importa ser hábil bonito ou ágil.
E é no anonimato, que João sente a realidade.
Pra que tanta vaidade, se os seus não estão amparados.
Sente uma enorme depressão, de um lado a fama e a glória.
Do outro, a fome e a miséria.
Mas que vida tão inglória, não era isso que João queria.
Ao se deparar um dia, com o glamour e a pobreza.
João chorou de tristeza, pois ao representar com alegria.
Esconde no peito a agonia, de aos seus não conseguir amparar.
Na sua alegre fantasia, João sonhou um dia.
Seu personagem trocar.
Ao contrario do que parece
Ele aparenta ser rico feliz e sem problemas
Mas bem sabe que só ele apenas
Tem um prato para comer
João queria ser artista famoso
Ser saudável rico e charmoso
Mas a realidade é sincera
Não mente esconde ou adultera
A condição de qualquer cidadão
Mas João é perseverante, para levar seu sonho adiante.
Trabalha de dia e representa de noite
O teatro lhe realiza, mas a verdade é um açoite.
Oh dura fantasia, ou será realidade.
João é um homem de verdade
Sem ferir sua hombridade, até mulher teve que ser.
Existem Joãos por toda parte
Cada um exercendo a sua arte
Que para realizarem seus sonhos
Amargam tempos medonhos, para seus ideais alcançar.
E neste ir e vir, só nos resta aplaudir.
Pois o show não pode parar.
E João terminou sua parte, realizou sua talentosa arte.
Agora é hora de ir pro barraco, vestir seus humildes farrapos.
E pro trabalho ir se entregar, porque a vida também não pode parar.

Foto de Igor Vecchia

três poemas

O fim do amor

O amor uma vez quebrado,
Não tem mais solução,
Não pode ser remendado,
Acabou sua função.
Não haverá mais sofrimento,
De tal estranho sentimento.

Sem ele mais,
Ela volta e renasce,
A esperança capaz,
De que a dor passe,
Embora daqui a pouco,
Ele volte mais louco.

Homem de Rua

Ele é pobre,
Não tem estudo,
Mas de certa forma é nobre,
E com algum conteúdo
Suficientemente necessário
Para obtenção de seu salário.

Vivendo no breu,
Sem ter o que comer,
Foi lá onde nasceu,
É lá onde vai morrer,
O homem de rua,
Que mora em uma casa nua.

Problemas

A vida com problemas,
Todos têm,
Não seriam em meus poemas,
Que eles morreriam também,
Como em outros lugares,
Onde se anda nos ares.

Os problemas são mentirosos,
Todos têm solução,
Excluindo os amorosos,
Que não têm explicação,
Mas para os de mais,
Por favor, resolvam em paz.

Foto de Izabel Esperanza

Bando de cegos

Sede que mata o homem que quer beber,
Fome que mata o homem que quer comer,
Dor que sufoca o homem que não quer sofrer.

Castigos, sacríficios e penitências.
E aqueles que podem não abdicam das vivências
De luxo e Paixões fúteis,
Fingimentos inúteis
Porque sentimentos não os há.
E quem o saiba, haverá?

Não. São todos um bando de cegos.

Foto de Sonia Delsin

O QUE EU QUERIA

O QUE EU QUERIA

Eu queria...
Bem, eu queria um dia.
Um dia de seu tempo.
Um dia para nós dois.
Queria andar de roda gigante num parque. Chupar picolé, comer pipoca. Andar de mão dada.
Cair na gargalhada.
Por nada.
Queria um dia para namorar.
Um dia só pra amar.

Mesmo que depois só restasse desse dia uma lembrança.
Com você de novo eu queria experimentar ser criança.

Queria um dia inteirinho de carinho.
Mas queria que ele passasse bem devagarinho... bem de mansinho...

Eu queria mesmo era você no meu caminho.

Sonia Delsin

Foto de Maria Goreti

Obrigada, Senhor!

Obrigada, Senhor!

Eu não sinto as dores dos que sofrem,
Mas sofro por suas dores.
Eu não sinto a alegria dos que festejam,
Mas fico feliz em saber que podem festejar.
Eu não posso gastar com presentes caros e fartas ceias,
Mas posso doar um sorriso, um abraço, uma palavra de conforto...
Comer feijão com arroz e repartir um pedaço de pão com quem tem menos que eu.
Posso nutrir-me da energia positiva que paira no ar nesta época de Natal.
Eu não tenho o direito de criticar quem teve a sorte de ter mais do que eu.
Mas eu tenho o dever de dizer:
Sou feliz com o que Deus me deu!

Obrigada Senhor,
Por fazer-me entender que eu não posso ter tudo o que quero,
Mas que o que tenho me foi dado por Vós.

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES - 22/12/07

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!

Beijos,
M. Goreti

Foto de Cecília Santos

MORANGO COM CHOCOLATE

MORANGO COM CHOCOLATE
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Amar você é encantamento.
É navegar em mar calmo,
sem ter vento.
É ter sonhos diferentes.
Quase inconseqüentes.
Te amar, é amar a vida
docemente.
É loucura que não mata
plenamente.
É saltitar por entre
as nuvens.
Esquecendo que a vida
é um doce vai e vem.
Amar você é como comer
morango com chocolate.
Nos lábios fica o gosto doce.
No coração o desejo de
quero mais.
Amar você e lembrar que
a vida é difícil,
Mas que vale à pena
ser vivida.
Se teu amor for meu
somente!

Direitos reservados*
Cecília-SP/12/2007*

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