Comida

Foto de Carmen Vervloet

Série Sete Pecados Capitais: Gula

Olho maior que a barriga...
Comida que jamais sacia...
Obesidade a maior inimiga,
não sucumbe frente à rezas, nem bruxarias

Numa mesa tudo é pouco...
Devora com apetite louco,
sem vergonha ou diplomacia
do boi à melancia!

Foto de Mitchell Pinheiro

DESCAMINHO

Quando as lembranças felizes te trazem tristeza
Quantos as mesmas fotos que irradiavam alegria só ofertam coisas tristes
Quando as mesmas musicas que alegravam a alma agora apertam o coração
Quando a comida e o sono se tornam inúteis
Quando entramos de corpo inteiro em um trem que saiu dos trilhos
Não se pode chegar ha lugar algum
Talvez ainda se possa reconstruir os trilhos
Talvez só um novo trem possa indicar um destino seguro

Foto de betimartins

Se tu um dia, não me encontrares.

Se um dia tu não já me encontrares
Vejas que eu já parti para outra margem
Não vertas lágrimas algumas por mim
Apenas aplaudas a vida que eu vivi...

Mesmo os erros que eu tenha vivido
Aplaude não me critiques, por favor!
Foram eles que doeram até a alma
Mas que fizeram crescer e ser mulher...

Mesmo que este corpo já cansado
Outrora dono de pele macia, imaculada
De tons rosados e saudáveis, jovem
Recorda-me assim jovem e bonita...

Lembras da flor da açucena? Bela!
Imaculadamente pura jovem e viçosa
Que desabrochou do dia para a noite
Nos teus braços, repletos de beijos molhados...

Entre promessas de amor, provas e confidencias
Eu vou para a outra margem no barco sombrio
Onde a morte apenas é uma passagem da vida
E os meus pecados os remos do pesado barco...

Lembra-te amor, aquela ida ao cinema? Risos! Lembras?
Daqueles filmes de crianças, junto, com a nossa menina?
Recorda esse olhar que eu tive contigo, agradecendo-te
Por aqueles momentos mágicos, cheios de amor e partilha...

Lembra-te meu amor de meu cheiro, das minhas risadas
Lembra-te dos meus cozinhados, das piadas, das loucuras
Lembra-te dos meus poemas, das minhas cartas para ti
Pois é apenas isso que ficará aqui, as tuas memórias...

Não importa para onde eu vou, apenas que eu vivo em ti
Não importa que meu pó a terra volte é a lei da vida
Nem mesmo que meu corpo sirva de adubo aos campos
Onde os passarinhos irão encontrar a sua comida...

Apenas! Quando tu vires o sol se pôr e a noite vier
A brisa apenas resfriar o teu rosto. Sou eu, meu amor!
Que te venho dar, o meu beijo da despedida. Meu amor
Não me lamentes! Apenas guarda-me no teu coração...

Foto de Melquizedeque

Olho da rua

Na espreita de um velório
Quando quis envenenar-me
Recuei por ver perigo
Em coleiras me guardastes

Da fogueira as bruxas fogem
Na madrugada em noites quentes
Um prevalente suor frio
Que enferrujam as correntes

Sangue nos olhos dos heróis
Reencarnados nas serpentes
Ascendem tochas de discórdia
Por seus medos contundentes

Corriqueiro navegante
No rio de gente enlouquecida
Da meretriz me torno amante
Sem ter água nem comida

Condenado sem ter provas
No julgamento misterioso
Encarcerado por instintos
Fui privado do meu gozo

Descalço e nu, na rua estou
Um pedinte humilhado
Desumano e desdentado
Pela angústia sou tragado

Tu condenas o meu não saber
Pensas ser mais do que eu
Mas nasci sem ser bebê
E agora bebo o que não é meu.

(Melquizedeque de M. Alemão, 15 de junto de 2011)

Foto de betimartins

Tristeza...

Tristeza...

Tristeza que vieste cheia de amargura
Carregada de pesadelos e sombras
Trazes no teu seio a desconfiança
E no coração as lágrimas derramadas...

Foste punida como vitima da vida
Apenas marcada como a bruxa má
Sabes ao fel e ao azedo da comida
Que na minha alma tu te implantaste...

Hoje não quero mais sentir a tristeza
Nem tão pouco a transformar em saudade
Apenas quero afastar de vez de mim...

Tirar um bilhete de ida para o inferno
Para que ardas bem e não voltes mais
Pois minha alma! Voltará de novo a sorrir...

Foto de Edigar Da Cruz

SEU TERRITORIO

SEU TERRITORIO

Um território a acaba de ser envadido,e penetrado, envolvido de gritos em meios a longos envolventes gemidos,
Todo molhado no cio prazer,..
Quente envolvente,.ardente,..chama que vem! Da caverna secreta molhada!!!,.
. Encharcaria de vontade de ser comida!! Luxurias gritos a foda perfeita!
O gozo quente que desce a pele dourada..
Emoldura adocicada de vontades,..
OLHOS QUEIMANDO PRAZER!!
Olhos acides de paixão!!!
Olhos e lucidez de prazer extremo!!,..
Olho ao olho! Pele a pele,..
Vontade e tesão
Excitação e gozo duplo,..
Gritos sussurros, gemidos de pele quente,
Hálito gostoso do beijo forte!
CARNAL!!...
Que chega a treme de vontade,..
Arrepiada a pele tremendo de desejos,..
Grita loucuras envolventes que leva se leva ao céu...seios mordidos duros, inquietantes dunas de vontade de um lamber gostos molhado..
O encontro perfeito do seu território ao meu..
PENETRADO DE PAIXÃO
AO GOZO ALCANÇADO
GOZO

Foto de Marilene Anacleto

Sopa de Frutas (sem açúcar)

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Dia de feira,
Mas, ainda está cheia
A minha geladeira.

- O que fazer
Com a fruta que sobra?
- Que tal uma sopa?
- Mãos à obra!

Pique as frutas,
Deixe-as separadas:
Maçã, mamão, banana,
Outras que tiver em casa.

Panela, pouca água,
Uma pitada de sal,
Coloque a fruta mais rija
Deixe ferver por igual.

Junte depois a banana,
E também deixe que ferva,
Coloque depois o mamão,
Apenas uma esquentada.

Se tiver, coloque outras,
A cada uma, leve fervura.
Quando acabar, abafe tudo,
Nem um ‘tiquinho’ de açúcar.

Quanto mais tempo guardado,
Tudo fica mais ‘docinho’
Pode servir com pudins,
Polenta ou um mingauzinho.

Uma sopa bem quentinha
Para esses nossos queridos.
Boa comida e chamego,
Para o amor de nossa vida.

No verão ou no inverno,
Com granola ou com sorvete,
É uma forma de amar,
O carinho com que é feito.

Marilene Anacleto

Foto de betimartins

O fantasma do hospital pediátrico.

O fantasma do hospital pediátrico.

Era noite o João piorou, o seu câncer alastrava e seu tempo de vida era diminuto o seu caso já era bastante mais avançado, as dores eram muitas e precisava ser de novo medicado. Seus pais, o senhor Alfredo e dona Isabel pegaram no João e arrancaram com ele para o hospital, o seu medico já estava esperando ele, recomendou que fosse melhor internar e vigiar de mais perto.
João fez cara feia, era um menino lindo de olhos verdes, cabeça sem cabelo, mas um sorriso iluminado e franco, era bastante positivo e conformado com a sua doença, às vezes era ele que tranqüilizava a sua mãe. Mala já no carro e foram para hospital oncologia de Lisboa, lá tinham tudo, uma sala, repleta com novidades, desde PC, jogos, livros e até palhaços e pessoas muito simpáticas.
Faziam um bom trabalho, de convívio e auxilio, todos eram simpáticos e o João achou que isso até ia ajudar sua mãe a superar o que vinha ai. Ele sabia que tinha pouco tempo, seu amigo invisível já tinha falado a ele que se preparasse, apenas esperava por ele para fazer a passagem.
Logo lá chegaram, o medico medicou o João e mandou fazer mais uns exames para diagnosticar melhor o estado do João, ele já estava tendo falência de órgãos, seu caso estava mesmo muito mau.
João não era parvo ele lia os olhares das pessoas e sabia o que eles pensavam, sorria e apenas se conformava. Seu quarto era grande, tinha uma cama para sua mãe ficar ou seu pai, olhava para tudo com admiração, mas era muito equipado com maquinas, nada faltava ali. As dores aumentavam à medida que a morfina já não fazia efeito, ele já ficava muito cansado, ele tinha um dom que via o que outros não viam, ele conseguia comunicar com os mortos.
A noite veio e sua mãe adormeceu cansada, ele pode conversar com seu amigo invisível, queria contar as novidades, estranhamente ele o chamou, mas ele não apareceu, nada, estava assustado ele o ajudava a superar o tempo e as dores. A noite já ia alta, eram cerca de três horas da manhã e escutou um riso assustador e um gemido de uma menina, aterrorizada, dizendo:
- Deixa-me, por favor, não faças isso.
Desatando aos gritos, como ela gritava, ele não sabia como fazer, não podia sequer sair da sua cama com os tubos que ligaram nele. Fechou os olhos e pensou no seu amigo com força e pediu a Deus que enviasse seu amigo. Nada, absolutamente nada, que iria ser dele se aquela coisa o atacasse, ele chorou, teve medo, nunca tinha medo, mas naquele exato momento um arrepio atravessou a espinha.
A noite avançava, o silêncio imperava pelo hospital, não se escutava nada e de repente, ele escuta um arrastar de passos, pesados, um cheiro nauseabundo, para exatamente a na sua porta do quarto, o frio percorre seu corpo, queria gritar, não conseguia, a voz sumiu e ficou quieto e dando a impressão que estava a dormir.
A porta abriu-se, entra um palhaço, de aspecto horrendo, mal cheiroso, seus dentes estavam podres e seus olhos esvaiam sangue. Era horrendo, ele caminha em direção de sua cama, rindo de forma assustadora, rindo ele dizia:
- Este aqui vai ser meu, eu o vou levar comigo.
Rindo e maquiavélico, ele saiu do quarto, dando o menino como alma ganha no seu assombroso mundo. Logo ele escutou a voz da menina, chorando e gritando, estava gelado e sem saber o que devia fazer também que ele poderia fazer? Nada estava preso na cama.
A porta se abre de novo e entra uma enfermeira simpática, outra dose para ele ficar sem dor e adormecer, totalmente cansado e sem forças ele adormece.
Entra a luz pela janela do seu quarto, escutando os carrinhos de comida pelo corredor, agitação, vozes, agitação e vida. Satisfeito ele fica agradecido por ser dia, certamente aquela coisa horrenda não o vai chatear, se seu amigo aparecesse logo ele saberia o que fazer.
Na sala estava uma menina linda ainda muito pequenina, teria ai cerca de quatro anos, escutou pela sua voz que era a menina que chorava e gritava. Ela sorriu para o João, nisto ela modificou o seu rosto, ficou pálida, João olhou para onde ela estava a olhar, viu o palhaço horrendo acenando com a sua mão, cheia de sangue. Ele olhou para o João e desatou a rir assustadoramente. Jessica era o nome da menina, desatou a chorar.
- Eu não quero estar aqui, deixa-me ir para casa mama, por favor.
Desolada a mãe ficava sem saber o que fazer ela também estava muito mal já não agüentava mais nenhuma sessão de quimioterapia, já não havia mais nada a fazer, apenas esperar que ela não sofra muito.
João sabia que era naquela noite que algo muito ruim ai acontecer, ele sentia dentro de si, a noite logo veio, sua mãe não parava de chorar, o coração do João estava fraco, os rins quase nem mais funcionavam, os pulmões estavam também falhando, se dessem mais morfina, ele certamente teria falência cardíaca. O câncer ósseo espalhou-se rapidamente pelo seu corpo, a noite estava ficando mais silenciosa, seu amigo nada, sem sombra dele, se ao menos ele aparecesse, poderia o ajudar á Jessica.
Todos dormiam, estava um silêncio pesado, mortal, o ar estava sufocante, o medo invadia seu corpo, de repente escutasse um grito, um grito desesperante, volta o silêncio, que mata. Choros e correria, uma movimentação descomunal, escuta um medico falando no corredor:
- A Jessica, foi forte, apenas não compreendo, ela estava a começar responder ao tratamento e foi-se de repente, estranho.
Desolado ele fica com medo, foi o palhaço e agora sou eu. Olha para sua mãe e afaga seus cabelos, que estava dormindo aninhada em sua cama, ela sorriu dormindo, ele pensa quantas saudades eu vou ter dela e do meu pai.
Um lagrima cai pelo seu rosto, soava a despedida, lembrou as coisas boas e lindas que viveram, com os seus pais, logo tudo ia terminar.
Tudo voltou acalmar, ele queria dormir, mas não conseguia, logo voltou a escutar os passos assustadores, a porta se abre e ele decide não ter medo e lutar contra o palhaço, olhos esvaindo de sangue, voz tenebrosa, o cheiro nauseabundo era tudo o que ele conseguia sentir.
Ele enfrenta o palhaço tenta sugar a sua alma, o menino se defende fazendo uma oração que seu amigo ensinou algo acontece, o palhaço se esfuma e desfaz. Sumiu por completo e estranhamente, ele vê uma luz incrível, dela sai um anjo lindo, era seu amigo invisível, felizes eles, se abraçam e o anjo amigo fala para ele:
- João, tu mereces uma oportunidade, pois superaste a tua doença, foste gentil com os teus pais, foste valente e acreditaste no nosso Pai.
Sorrindo e suas mãos rodeadas de uma luz, uma linda luz verde clara que ele coloca no seu corpo e todo ele começa a vibrar e bilhar como uma magia, uma coisa de anjos mesmo.
Cansado e agradecido ele adormece, logo sua mãe o acorda para ser visto pelo medico, espanto o João estava com os batimentos cardíacos normais. Espantados fizeram exames e verificaram que ele estava curado, completamente curado.
João curou-se e o fantasma tira almas tinha desaparecido de vez, já não voltava para assustar as criancinhas e as levar para a escuridão

Foto de Emilayne Cristhina

Quero acordar em mais um dia de sol.

Queria acordar em mais um dia de sol, onde tudo são flores.
Onde não ha tristeza, dor ou pranto.
Tudo isso ja se passou, foi mais um sonho!
Agora sou eu e o nada, sozinha na estrada, no breu ouço os meus passos, o vento sussura em meu ouvido e o escuro me domina, preciso acordar ja é cedo, o começo de uma nova rotina.
Há que saudade daquele dia de sol.
Queria voltar a ser criança, brincar sem responsabilidades, passar horas me sujando no barro, entrar para dentro de casa e ouvir as cantigas da mamãe enquanto está a cozinhar.
Tomar um banho de chuva e sentir o cheiro da terra molhada, sentar embaixo da mangueira e me lambuzar. Depois do banho, aquela comida caseira e na cama as cantigas de ninar e o papai a acompanhar.
Hoje, preciso me libertar desse túnel sem luz pra iluminar, dessa vida amargurada que levo sem ter com quem contar.
Meu objetivo? ultrapassar limites, vencer barreiras.
Ser como um passaro que vive livre para voar, perto do sol, junto ao vento e perto do mar.
Voltar a ver aquele dia de sol, onde tudo são flores.

Foto de Marilene Anacleto

Moço Solitário

*
*
*
*
Moço solitário
No barco pensativo
O que será que faz
Deste modo inativo?

Será fome de comida
Ou de mostrar valentia?
Será fome de solidão
Para pensar no dia-a-dia?

Será que procura repouso
No estranho balanço das ondas?
Ou prefere viver com peixes
Em vez de viver com homens?

Ninguém é capaz de saber
Por certo os motivos seus
Quiçá afastou-se do povo
Para encontrar o seu Deus,
Que acredita, encontrará
Na mulher dos sonhos seus.

Marilene Anacleto
05/01/2000

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