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Foto de Rosamares da Maia

CRÔNICAS DA SAUDADE – Memoriando

CRÔNICAS DA SAUDADE – Memoriando
O olhar dela vaga perdido no horizonte tentando encontrar na memoria desencorajada os arquivos das lembranças do passado e nelas um rosto amigo. De repente, da nevoa branca, no fundo da sua cabeça, sai correndo um menino assustado, de joelho ralado e sangrando. O menino berra enquanto as lágrimas escorrem da carinha suja.
Chora pedindo abrigo, buscando socorro, mas também com medo do remédio. Grita:
- Não mãe! Mertiolate não!
Ela, meio do bem e meio do mal, presta socorro, mas, também se vinga das artes do menino, exercendo sua cura, meio feitiçaria - amor e castigo.
Novamente a memoria falha. Mais que droga! O olhar passeia por tempos intangíveis. Novamente ele, de capa e espada. Agora é Nacional Kid! Com bronquite e pneumonia. Meu Deus! Quanto trabalho deu este menino.
Confuso e atrapalhado, baixo rendimento escolar, aos saltos e empurrões, salvo de apanhar nas brigas compradas pela irmã, lá foi ele. Finalmente chegou lá, venceu a corrida do jeito que deu, um dia de cada vez. Trabalho, casamento. Quem diria! O menino do "patinete vermelho" virou gente grande, Homem. Gente muito complicada é claro.
A memoria apaga de novo, ou não. Quem sabe agora ela prefira pular certos pedaços da vida? Culpas à parte tinha tentado fazer o seu melhor, era o que podia e sabia fazer, o que tinha a oferecer. Ninguém consegue doar o que não tem.
Afinal de contas, um filho é produto de dois, portanto somente cinquenta por cento das culpas lhe cabiam e pecou sempre pelo excesso, das chineladas, correadas e das palavras. É somente pelo excesso, nunca pela omissão. Esta fazia parte dos outros cinquenta por cento.
Mas por onde andará nestas horas o menino? Não precisará de curativo nos joelhos?
De dentro da bruma densa da memória podia ouvir o silencio. Era tão profundo que doía. Vem sem passos, sem gritos, risos ou lágrimas. Nada!
Traída pelo confuso entendimento, esquecendo os complementos que encadeiam os elos da sua história, tristemente se questiona:
- Será que um dia houve mesmo este menino? Ou será que só imaginou?
Menino, menino, sou eu quem te digo - um dia ela vai se esquecer de você totalmente.
‘ Rosamares da Maia

Foto de Rosamares da Maia

CRÔNICAS DA SAUDADE – Doze Passos e uma Possibilidade de ser Feliz

Hoje bastou uma brisa fresca da manhã para me lembrar de ser feliz. É, um vento menino que refrigerou o corpo e a alma, enquanto eu fazia a tarefa simples e doméstica de lavar o quintal e molhar Umas poucas plantas urbanas e o meu toque rural de cajueiro. Certamente, como eu naquele momento, elas celebraram a água e o vento.
Fiquei pensando que as pessoas deveriam ter uma estrada com os doze passos da felicidade, para construir ao longo da vida. Claro que estas não seriam regras engessadas, afinal de contas somos todos diferentes e as semelhanças do Ser Humano param nesta redundante condição – o gênero humanidade. No mais, “O que seria do roxo se todos gostassem do amarelo?”.
Porém, delimitadas as razões das semelhanças e diferenças, acho que umas regrinhas para a busca da felicidade são básicas, como um pilar de sustentação das variedades e sutilezas de cada um, como por exemplo:
- 1 – Simplicidade: Aquela que nos faz curtir a brisa da manhã, como um presente que alivia o calor e acalma a alma, sem contestar as suas razões. Se haverá mais calor ou se ela trará chuva é pura e desnecessária especulação de quem não soube apreciar o benefício.
- 2 – Gratidão: Ser capaz de agradecer a Deus ou a força maior que você acredite que exista pela vida, mesmo diante de condições adversas. Saber que você é uma semente que desabrochou , anda, respira e pensa é magia Superior. E se você pensar nas outras sementes que germinam, lembre-se de elas ficam presas sob a terra, a menos que alguém as mova de lugar. Ainda assim, elas são gratas ao sol, a água e ao vento, benefícios do Criador.
- 3 – Competência Construtiva: Entender que você não está neste Mundo a passeio e tomar ciência do conjunto indispensável formado entre o Homem e a vida. As ferramentas com a qual Deus o dotou, – Mente e Mãos – são as primeiras realizadoras de obras, desde os mais primitivos tempos.
Você poderá perfeitamente me questionar, dizendo que a mente que cria pode alimentar a mão que destrói. A mão pode da maneira mais sórdida e cruel realizar as elucubrações da mente. Por certo que sim! Mas lembre-se que neste exato momento estou construindo os doze passos da felicidade e “o que seria do azul se todos gostassem do rosa?” – As divergências tá lembrado?
- 4 – Competência de Exercitar os Sonhos: Por que não apenas capacidade para sonhar? Porque apenas sonhar é tarefa dos simplórios, muito diferente do que é simples. Por exemplo: Eu sonho com o mar, o que não significa nadar ou navegar, jamais saberá como é toque da água quem não se dispuser a entrar nela, jamais sentirá a força do vento sobre as velas quem não colocar o barco na água e depois, o dourado do sol sobre a pele será um troféu a mais no conjunto. Lembre-se você é a semente que germinou e andou para realizar.
- 5 – Ser Destemido: A coragem também é a mola impulsionando a felicidade, ela nos incentiva a realizar e a coragem associada à simplicidade na construção dos sonhos já é uma grande conquista. A boa coragem dissipa as dúvidas atávicas da existência.
Boa coragem? Como é isto? Toda coragem não é boa? Não necessariamente! Como disse o filósofo, “Sei que nada sei”. É preciso ter coragem para viver e descobrir o que não se sabe, antes de empreender uma ação que pode ser desastrosa. Caminho para a infelicidade própria ou dos outros. A boa coragem nos leva ao caminho do aprendizado, depois o das escolhas e aí o das realizações. Boa coragem é saber que se pode até sangrar os pés nas pedras do caminho mais difícil, isto se não houver outra forma, mas, lá no horizonte haverá um balsamo perpétuo.
- 6 – Claridade e Leveza: Existe muito peso e escuridão por aí na história dos contraditórios, mas, este submundo que subjuga milhares de almas é insuportável, denso e frio. Olhar para o alto através das nuvens negras e ver o sol e/ou as estrelas, encher os pulmões de ar fresco quando o em condições de ar rarefeito é algo fantástico. Estas obviamente são imagens figuradas do dia a dia, dos problemas que enfrentamos e são ao mesmo tempo, chaves para soluções.
Deixa-me contar uma historinha breve: Tenho uma prima que é muito engraçada, apesar de viver uma vida de oportunidades e escolhas sofridas. Ela sempre nos faz rir, principalmente quando nos conta as suas noites de pesadelos. Ela é extremamente medrosa, mas, pelo menos para nós, ela não consegue colocar peso nestes medos. Você pode até achar que isto é uma maldade mossa, mas não é. Ela consegue tornar a própria tragédia em uma comédia. Tudo nos seus pesadelos vira uma grande trapalhada e, no auge do seu desespero, no clímax do pesadelo, surge em seu quarto uma porta. Por esta porta ela escapa, rola na grama verde sob um céu claro e azul. Em sua alma existem claridade e leveza suficientes para permitir que ela paire sobre o seu desespero com uma solução muito simples – a porta.
Na grande maioria das vezes para solucionarmos um problema, precisamos nos distanciar dele criando um novo olhar onde o desespero seja descartado para deixar fluir a inteligência. A criatividade nos permite a invenção de um viver que contorne o problema. Isto não é covardia, mas sobrevivência com bom humor, indispensável para que a nossa alma possa transcender o “lado negro da força”.
Acredito nestes seis conceitos como princípios básicos e comuns a todas as pessoas que pensem em trilhar a estrada da felicidade. Não como a estrada de tijolos dourados nos levará ao mundo de OZ. Não! Você constrói a sua estrada a cada passo, todos os dias e enquanto constrói é feliz até o final do caminho. Sacou? Então nada de Arco Iris e Pote de Ouro. É só a construção ao longo do caminho e o seu legado.
Você deve estar se perguntando: A maluca falou em doze passos, não falou? Vai ficar somente em seis?
Calma! Muita calma nesta história. Eu também falei em passos básicos, que na minha concepção devem ser comuns a todas as pessoas. No mais, fica a gosto do freguês, como um quebra cabeças. Você precisa descobrir os outros seis. É a sua primeira meta – a construção da sua chave. Marca pessoal, intransferível e diferenciada.
As minhas? Que tal: - 7 – Fidelidade aos ideais (traçar uma linha de princípios e trilhar sobre ela) ; - 8 – Competência para exercer o perdão; - 9 – Competência para reconhecer os erros e retroceder; - 10 – Competência para amar plenamente a si e ao outros; - 11- Competência para esquecer as mágoas e aprender com as dores, para seguir em frente; - 12 – Competência para entender que o Mundo acontece independente de você, mas que ele espera o melhor de você.
No mais, é vida, só vida que segue em frente.

Rosamares da Maia – Abril de 2017.

Foto de Rosamares da Maia

CRÔNICAS DA SAUDADE – Dose Passos e uma Possibilidade de ser Feliz

Hoje me bastou uma brisa fresca da manhã para me lembrar de ser feliz. É, um vento menino que refrigerou o corpo e a alma, enquanto eu fazia a tarefa simples e doméstica de lavar o quintal e molhar Umas poucas plantas urbanas e o meu toque rural de cajueiro. Certamente, como eu naquele momento, elas celebraram a água e o vento.
Fiquei pensando que as pessoas deveriam ter uma estrada com os doze passos da felicidade, para construir ao longo da vida. Claro que estas não seriam regras engessadas, afinal de contas somos todos diferentes e as semelhanças do Ser Humano param nesta redundante condição – o gênero humanidade. No mais, “O que seria do roxo se todos gostassem do amarelo?”.
Porém, delimitadas as razões das semelhanças e diferenças, acho que umas regrinhas para a busca da felicidade são básicas, como um pilar de sustentação das variedades e sutilezas de cada um, como por exemplo:
- 1 – Simplicidade: Aquela que nos faz curtir a brisa da manhã, como um presente que alivia o calor e acalma a alma, sem contestar as suas razões. Se haverá mais calor ou se ela trará chuva é pura e desnecessária especulação de quem não soube apreciar o benefício.
- 2 – Gratidão: Ser capaz de agradecer a Deus ou a força maior que você acredite que exista pela vida, mesmo diante de condições adversas. Saber que você é uma semente que desabrochou , anda, respira e pensa é magia Superior. E se você pensar nas outras sementes que germinam, lembre-se de elas ficam presas sob a terra, a menos que alguém as mova de lugar. Ainda assim, elas são gratas ao sol, a água e ao vento, benefícios do Criador.
- 3 – Competência Construtiva: Entender que você não está neste Mundo a passeio e tomar ciência do conjunto indispensável formado entre o Homem e a vida. As ferramentas com a qual Deus o dotou, – Mente e Mãos – são as primeiras realizadoras de obras, desde os mais primitivos tempos.
Você poderá perfeitamente me questionar, dizendo que a mente que cria pode alimentar a mão que destrói. A mão pode da maneira mais sórdida e cruel realizar as elucubrações da mente. Por certo que sim! Mas lembre-se que neste exato momento estou construindo os doze passos da felicidade e “o que seria do azul se todos gostassem do rosa?” – As divergências tá lembrado?
- 4 – Competência de Exercitar os Sonhos: Por que não apenas capacidade para sonhar? Porque apenas sonhar é tarefa dos simplórios, muito diferente do que é simples. Por exemplo: Eu sonho com o mar, o que não significa nadar ou navegar, jamais saberá como é toque da água quem não se dispuser a entrar nela, jamais sentirá a força do vento sobre as velas quem não colocar o barco na água e depois, o dourado do sol sobre a pele será um troféu a mais no conjunto. Lembre-se você é a semente que germinou e andou para realizar.
- 5 – Ser Destemido: A coragem também é a mola impulsionando a felicidade, ela nos incentiva a realizar e a coragem associada à simplicidade na construção dos sonhos já é uma grande conquista. A boa coragem dissipa as dúvidas atávicas da existência.
Boa coragem? Como é isto? Toda coragem não é boa? Não necessariamente! Como disse o filósofo Sócrates, “Sei que nada sei”. É preciso ter coragem para viver e descobrir o que não se sabe, antes de empreender uma ação que pode ser desastrosa. Caminho para a infelicidade própria ou dos outros. A boa coragem nos leva ao caminho do aprendizado, depois o das escolhas e aí o das realizações. Boa coragem é saber que se pode até sangrar os pés nas pedras do caminho mais difícil, isto se não houver outra forma, mas, lá no horizonte haverá um balsamo perpétuo.
- 6 – Claridade e Leveza: Existe muito peso e escuridão por aí na história dos contraditórios, mas, este submundo que subjuga milhares de almas é insuportável, denso e frio. Olhar para o alto através das nuvens negras e ver o sol e/ou as estrelas, encher os pulmões de ar fresco quando o em condições de ar rarefeito é algo fantástico. Estas obviamente são imagens figuradas do dia a dia, dos problemas que enfrentamos e são ao mesmo tempo, chaves para soluções.
Deixa-me contar uma historinha breve: Tenho uma prima que é muito engraçada, apesar de viver uma vida de oportunidades e escolhas sofridas. Ela sempre nos faz rir, principalmente quando nos conta as suas noites de pesadelos. Ela é extremamente medrosa, mas, pelo menos para nós, ela não consegue colocar peso nestes medos. Você pode até achar que isto é uma maldade mossa, mas não é. Ela consegue tornar a própria tragédia em uma comédia. Tudo nos seus pesadelos vira uma grande trapalhada e, no auge do seu desespero, no clímax do pesadelo, surge em seu quarto uma porta. Por esta porta ela escapa, rola na grama verde sob um céu claro e azul. Em sua alma existem claridade e leveza suficientes para permitir que ela paire sobre o seu desespero com uma solução muito simples – a porta.
Na grande maioria das vezes para solucionarmos um problema, precisamos nos distanciar dele criando um novo olhar onde o desespero seja descartado para deixar fluir a inteligência. A criatividade nos permite a invenção de um viver que contorne o problema. Isto não é covardia, mas sobrevivência com bom humor, indispensável para que a nossa alma possa transcender o “lado negro da força”.
Acredito nestes seis conceitos como princípios básicos e comuns a todas as pessoas que pensem em trilhar a estrada da felicidade. Não como a estrada de tijolos dourados nos levará ao mundo de OZ. Não! Você constrói a sua estrada a cada passo, todos os dias e enquanto constrói é feliz até o final do caminho. Sacou? Então nada de Arco Iris e Pote de Ouro. É só a construção ao longo do caminho e o seu legado.
Você deve estar se perguntando: A maluca falou em doze passos, não falou? Vai ficar somente em seis?
Calma! Muita calma nesta história. Eu também falei em passos básicos, que na minha concepção devem ser comuns a todas as pessoas. No mais, fica a gosto do freguês, como um quebra cabeças. Você precisa descobrir os outros seis. É a sua primeira meta – a construção da sua chave. Marca pessoal, intransferível e diferenciada.
As minhas? Que tal: - 7 – Fidelidade aos ideais (traçar uma linha de princípios e trilhar sobre ela) ; - 8 – Competência para exercer o perdão; - 9 – Competência para reconhecer os erros e retroceder; - 10 – Competência para amar plenamente a si e ao outros; - 11- Competência para esquecer as mágoas e aprender com as dores, para seguir em frente; - 12 – Competência para entender que o Mundo acontece independente de você, mas que ele espera o melhor de você.
No mais, é vida, só vida que segue em frente.

Rosamares da Maia – Abril de 2017.

Foto de Derinho

Promessas

A solidão é estranha, sinto-a a falar comigo, diz que não presto, que sou uma pessoa inútil, que ninguém me quer, ninguém precisa de mim, e no final de contas vem alguém dizer que precisa, como posso eu acreditar? Como posso acreditar em alguém que me conhece há uns tempos? Não há provas, não consigo acreditar nas ações, nas promessas. Promessas… que nostalgia, palavras tão inúteis, sem sentido, palavras de boca para fora guardadas no baú da memória com raiva e ressentimento. A cara dessa pessoa ficou gravada, nunca me irei esquecer de tanta promessa feita e quebrada. Se não conseguem cumprir, porque falam? Não tenho moral, eu sei, tanto que prometi e ainda não cumpri. “Vou fazer alguém feliz” pensava eu… que ingenuidade a minha, nunca irei ser capaz de fazer alguém feliz, nem nenhuma pessoa será capaz de me fazer a mim feliz. Somos todos uns monstros, uns animais com espírito demoníaco. Nada nem ninguém é capaz de se unir a outrem para fazer o bem.

Foto de William Contraponto

REVOLUÇÕES

Dos ruídos de ontem
Até a calmaria dessa manhã
Foram tantas revoluções que
perdi as contas
Mas fazendo algum bem
É só o que importa

A vida se refez
Sem procurar refúgio
Encarando de frente o
problema
Produzido sempre nas garras do
sistema

Querer, buscar... encontrar solução
Depende da vontade em libertar
A consciência do que a prende
E faz cegar a visão

O nosso inimigo é o que temos
De mais em comum
Ele diz: são imperfeitos e assim morrerão
Indo a lugar nenhum

O nosso inimigo é o que temos
De mais em comum
Ele aponta os caminhos
Que nos levam a prisão

Jamais poderemos esquecer
Daqueles dias terríveis
Nos cárceres do poder,
Não voltaremos a permitir

Pela revolução silenciosa do pensamento
Ou pelo barulho causado nas ruas
O importante é seguir sentimentos
Por liberdade e amor maior...

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo - Capítulo 22

Hoje, eu acordei às seis da manhã e fui trabalhar. Depois, lá pelas três, fui buscar o meu parco salário mínimo com o qual pago as contas e a mistura aqui em casa. Da Lapa fui para o Lauzane, para o shopping, onde o banco para o qual ainda devo o cartão de crédito que usei enquanto estava desempregado funciona até às oito da noite. Lá, eu vi um pequeno circo que me chamou a atenção. Estava em cartaz o curioso e gratuito espetáculo do Big Brother.

Dentro de um domo de plástico se encontravam seis jovens. Todos belos, sadios e arrumados. Uma pequena fila se reunia ao entorno da barreira transparente, e os transeuntes saudavam os até então desconhecidos, que efusivamente retribuíam os agrados conforme a sua energia abundante possibilitava.

Ao ver os jovens glamourosos, do alto de um lucro anual de quatrocentos milhões de reais, me senti ao mesmo tempo empolgado e constrangido. Empolgado, pois em poucas vezes na minha vida vi tamanha comoção midiática por esses lados distantes da Zona Norte. Pensei na rua Friburgo, no Peri, no povo todo que vive abaixo da visão da silenciosa Pedra Branca. Pensei nas crianças do Flamengo, insolentes e quase inocentes. Pensei em Mariporã, no Horto, em todas as coisas simples e bonitas que já vi nesse matagal sem fim. Pensei na minha mulher e em Minas, no estado que ela fala com tanto carinho e o qual não conheço nem a sombra de dúvida.

No entanto, fiquei empolgado, mas constrangido. Lembrei que larguei o Serviço Social por migalhas. Lembrei que esses moços muito mais capazes do que eu, e podiam estar fazendo alguma coisa mais útil, nem que fosse uma matéria doando sangue. Lembrei do nióbio que passa debaixo do pano, das pessoas que vi morrer nos corredores, e nem me mexi, do apagão que a Dilma insiste em dizer que é desnecessário, mesmo com o país gastando o dobro da luz que usava há dez anos e sem construir uma usina sequer, nem a polêmica do Belo Monte. Lembrei que não se fala mais do PCC desde que o Corinthians foi campeão. Lembrei do Boninho e do Bial. O Bial, o poeta Bial, o que viu o muro cair e falou com o Mick Jagger.

Da jaula do Lauzane, aquele zoológico, aqueles meninos nem fazem ideia que um operador de telemarketing pensou neles como humanos, e não os bichos que eles pareciam dando tchauzinhos para os maloqueiros.

Espero que a Globo também me dê um milhão.

Foto de Paulo Zamora

Frente a Frente com o Próprio ser (www.pensamentodeamor.zip.net Facebook: Paulo Zamora

Frente a frente com o próprio ser
Talvez a maioria das pessoas não consiga entender o verdadeiro sentido do amor ao próximo, amor este que está contido além da alma; devemos assumir que nossa imperfeição não é capaz de roubar de nós os bons atos, o nosso expressar em palavras e ações, e talvez na maioria das vezes por agirmos assim, fiéis aos sentimentos, sejamos mesmo incompreendidos, é como se de repente quiséssemos colocar no coração de outros o quanto a vida e a emoção são importantes, o sentir pode realizar a vida de um homem.
Quem me conhece sabe das minhas dedicações, até mesmo de algumas de minhas batalhas, ou quem sabe até mesmo dos meus fracassos, sabemos que julgamentos são fáceis de serem feitos, embora poucos procurem entender, talvez eu não esteja cumprindo alguns papeis, ou quem sabe se estou errando e não estou sendo capaz de reconhecer; mas sei que aprendi a amar desde o berço, e para mim nada é mais importante, é sério mesmo...
Quando oprimido senti-me muitas vezes sozinho, quando contente fiz questão de partilhar meus sorrisos e minhas brincadeiras, o que não me exime de ser uma pessoa séria, que gosta de tudo corretamente, alguns confundem-me, achando que sou perfeccionista, quando na verdade tento mostrar o sentido exato e os privilégios que se colhem pela honestidade, sofri muito por amizade, reconheço que amar é suportar muitas coisas; as vezes até nos sentirmos escravos de algumas pessoas insensatas.
Sou a pessoa que valoriza o acordo, que acredita nas mudanças das pessoas, estou a vida inteira lutando, e ainda existem aqueles que dizem que nada estou fazendo da vida, mas será que esses mesmos agüentariam pressões as quais já enfrentei? Será que estão querendo somente criticar um poeta e escritor que procura demonstrar o sentido da vida? Infelizmente existem aqueles que não sabem dar um elogio, mas não me importo com isso, estou fazendo a minha parte; porque Deus tem um livro memorial, sei que estão lá meus pecados, meus acertos, minhas dificuldades, minhas conquistas, até mesmo meus arrependimentos sinceros.
Também sou uma pessoa que necessita de desabafo, às vezes prantear, outras vezes de alguns para dividir sonhos, nada é fácil nesta vida, compreendo, aprendi a gratidão desde pequeno, aprendi a valorizar amizade desde o ventre, gostaria de entender porque amigos verdadeiros sofrem tanto, sou fiel com os meus sentimentos, não confundo; não tenho certas ambições, não quero voltar no tempo para apagar nada, quero ser melhor a cada novo dia; batalhar contra meus cansaços, ajudar outros de alguma maneira, dizer aos familiares e amigos o quanto eu os amo e os quero bem.
Muitos precisam se livrarem da ilusão de que toda realização na vida precisa ser aparente, ou material, afinal de contas, o tempo passa rapidamente, se eu pudesse faria muitos compreenderem o quanto esse amor que sinto é importante; podemos planejar o futuro, podemos sonhar além de nós, mas somente Deus sabe como será o amanhã, sei das minhas mudanças ocorridas, sei o quanto preciso melhorar em alguns campos; mas as pessoas precisam saber que elas não são seres completos em tudo, e porque eu deveria ser? Talvez acostumaram-se a cobrar de mim, querer algo de mim, quando na realidade nem elas conseguem o que me cobram.
Meu desejo é de felicidades a todos, gostaria de ser mais compreendido, alguns dizem que escritores assíduos vivem em outra dimensão, não sei dizer, mas quero usar meu talento (Arte da escrita) para dar algo de mim; tenho uma imensa paixão pelos livros, pela disciplina através das letras, e para aqueles que tendem a pensar que não vivo de realidades, digo que estão enganados, olhem com olhos da razão, vejam o quanto sou realista, talvez os enganos não estejam comigo; mas como todos são livres para pensar e atuar como querem, eu respeito opiniões, mesmo que não sejam prudentes.
Um dia acabamos entendendo muitas coisas na vida, um dia entendemos a vida, um dia entendemos que solidão não é pelo simples fato de estarmos só, e que muitas vezes rodeados de muitas pessoas poderemos estar solitários, trata-se do nosso espírito, o que é satisfação para alguns pode não ser para outros, que cada um possa aproveitar cada bom momento e sentimento; a maior realização de uma vida é amar...
Não me cobrem perfeição, não posso ser perfeito, procurem caminhos para entenderem uma pessoa sincera, não me julguem por defeitos simples, eu também sou pecador; tenho minha história de vida, assim como qualquer pessoa, gosto muito de observar as qualidades dos outros, aplaudir vitórias alheias, sorrir para uma criança, brincar com os animais, ler a bíblia, conviver com bons amigos, e quem diz que não tenho objetivo na vida está se fechando em conceitos errôneos, e não sabem o quanto também gosto de ser acariciado, escutar boas palavras, não corro atrás de elogios, mas não posso negar o quando eles são motivadores.
Será que sou complexo demais? Será que estou equivocado? Talvez não, talvez eu esteja exigindo demais em alguns pontos, mas nada de viver querendo coisas impossíveis, vejo de perto a importância do respeito, e falar a verdade é sempre o melhor caminho para a vida, e quanto mais o tempo passa podemos construir muitas certezas; que amanhã é resultado de um hoje, por isso ame hoje, abrace agora, diga para as pessoas o quanto elas são importantes, não se importe com todas as calúnias, de repente você já está sendo feliz e não está vendo, aprenda da gratidão, ame as coisas do coração, abra a mente e veja os sentimentos mais profundos. Perdoe. Acredite. Sonhe. Persista. Arrependa-se. Valorize. Valorize-se. Compreenda. Entenda. Perceba-se. Olhe atentamente para a vida...
(Escrito por Paulo Zamora em 01 de Janeiro de 2013)

www.pensamentodeamor.zip.net

Foto de Wilson Numa

Saudades

Tenho saudades dos tempos que juntos passamos,
Embora sejam curtos e poucos tem um grande significado para mim,
As vezes que me contas as suas histórias,
O teu toque em minha pele, o teu sorriso encantador,
Deixa-me cada vez mais feliz de saber que vc faz parte da minha vida,
Embora não parecia q ia acontecer a primeira vez que te vi
Quero que saiba que vou lutar para nunca te esquecer
E no meu coração tenha a certeza que vou sempre guardar um espaço para ti

Foto de poetisando

Que mundo este

Que mundo este
Que estamos a fazer
Tanta gente de barriga cheia
E tantos de fome a morrer
Em nome da liberdade
Se destroem países
Matam se inocentes
Ficam povos infelizes
Mata-se pais irmãos e avós
Mata-se em nome de amores
Mata-se a mulher e os filhos
Estamos a perder os valores
Governantes que nos governam
Aproveitam-se do poder
Enchem - se todos de dinheiro
O seu povo de fome a morrer
Nem o nome de Deus
Escapa a tanto vilão
Tudo para eles lhe serve
Para deitar a mão ao filão
Não sei onde o mundo vai parar
Com tudo redor estou a ver
Vejo gente muito feliz
Muitas mais de fome a morrer
Não pesa a consciência
A toda esta gente aproveitadora
Só conhece as guerras
Para continuarem a ser
A classe dominadora
Que contas eles darão
Quando a eles chegar a hora
Todos um dia morreremos
E eles também não vão
Perder pela demora

De: António Candeias

Foto de João Victor Tavares Sampaio

A Suprema Anarquia

Você sabe o que é um estado?

Segundo o Houaiss
É o conjunto das instituições

Segundo Weber
É o que contém o monopólio da violência legítima

Segundo a classe média
É o que os obriga a compra de
Colégio particular
Plano de saúde
Previdência privada
Vigilância especializada
Automóvel
Contas no interior de paraísos fiscais

Segundo os maconheiros
E sua religião fundamentalista
O estado é o que proíbe e oprime
O que eles livremente fazem e todo mundo sabe

E segundo os pobre-diabos e humildes indigentes
Ou seja, eu
O estado é uma cerca invisível
De poeira e vento
Que não serve pra nada

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