Contratempo

Foto de Carmen Lúcia

Eu sou assim

Eu sou assim

Eu sou assim...
Verso inacabado,
poema sem fim
palavra posta de lado
esperando um texto de mim.
Cortina descerrada,
janela aberta,
vento soprando velas,
varrendo quimeras,
professando sua crença,
sua descrença,
sem pedir licença.

Eu sou assim...
Canção desafinada
tocada por nobres
e frios sentimentos
adaptados aos momentos
de instabilidade emocional,
passional, existencial,
quando a razão fraqueja
e o coração, racional,
pulsa num mundo irreal
a realidade que almeja.

Eu sou assim...
Eterna procura de mim.
Estrada torta, caminho sem volta,
em busca da flor que não existe,
da dor que não mais revolta,
do amor que já morreu,
da estrela que ainda persiste
brilhar um universo que inexiste,
mas o brilho se perdeu
num céu que por hora resiste
em enfeitar os dias meus.

Eu sou assim...
Desconhecida de mim.
Preciso me achar,
dar-me um pouco mais de alma,
devolver-me, enfim.
Sentir a luz se acender
iluminando o meu sim.
Comigo mesma sorrir
e todo dia partir...
Encarar o contratempo
sem desperdiçar o tempo
ocioso, precioso, raro.
Viver até o fim,
deixar de ser assim.

_Carmen Lúcia_

Foto de Oliveira Santos

Quando Olho Tua Imagem

O que me vem à mente quando olho tua imagem
Resplandecente, em teu sorriso angélico, lucífero
É voraz, lascivo, ardente e indomável

O que me vem à mente quando olho tua imagem
Intrépida, em teus olhos sinceros, profundos
É tenaz, incontido, pungente, quase impronunciável

Me vem a boca em confronto com tua boca
Na sofreguidão de um pelo ar do outro em quase asfixia
Me vem o peito acelerado, adrenalizado
Batendo em contratempo, descompassado sem ritmo ou melodia

Me vem as mãos enérgicas se perdendo entre os cabelos
Empunhando tua nuca, revelando o teu pescoço, tua orelha entregue
Me vem os corpos que se debatem sobre a alcova, descobertos
Explorando, desbravando, suando, gemendo, ofegando por cada hora que se segue

17/11/11

Foto de Allan Dayvidson

TRAÇOS

"A vida sempre segue e tudo que podemos ser é gratos..."

TRAÇOS
-Allan Dayvidson-

Eu era destroços...
Escombros e escombros sobre os ombros, preso até os ossos.
Mas, de repente, me encontrei a salvo entre seus braços
E só pulsava e pulsava e pulsava seu coração
do interior de seu peito até a superfície daquele abraço.
E eu chorava e sorria e chorava:
“o que faço...
quando o mundo levar de mim até seus traços
naqueles esboços que sem esforço você fazia do meu rosto...
sempre sorridente?”

Ei, você aí do outro lado!
Senti tanto sua falta hoje cedo.
Mas não se preocupe, tudo dará certo.
Seria bom se estivesse por perto,
Mas onde quer que esteja,
Obrigado...
E boa noite!

Sei que o tempo passa, me pega e me leva para outros tempos
E que isso tudo é apenas uma fase, mais um contratempo.
e um dia, vou acordar e bocejar e seguir...
Mas sei que leva tempo e o tempo não pára,
e nem tudo é possível...
Só deixe-me dar mais uma olhada para esse céu
E querer e pedir e implorar,
Dizer só para mim mesmo o indizível:
“Como eu gostaria de tentar!”

Ei, você aí do outro mundo!
Tive um dia daqueles hoje,
E as palavras fogem de mim essa noite.
Então, se eu não for capaz de dizer tudo,
Sabia que, no fim, o que quero dizer é:
Obrigado...
E boa sorte!

Não sei o que teria sido de mim sem seus lenços de papel,
Sem você ali... para me interromper com um sorriso,
Sem seus esboços, seus traços, seus braços...
Então, preste atenção, você aí do outro lado,
Aqui vai meu amor em uma única linha:
“Muito obrigado”.

Foto de Carmen Lúcia

Despedida

Hoje me despeço do que sou...
Dos meus sonhos amarelados, enroscados
em teias tecidas por desencantos,
desencadeando planos inacabados,
esboçados pela falta de ânimo,
que se perderam no tempo
por nunca surtirem efeito,
lançados ao contratempo,
descorados, imperfeitos,
perdidamente desfeitos.

Despeço-me das dores,
das ausências e dos amores,
daquelas que mais senti,
daqueles que mais amei
e pelas estradas ficaram
(ou se foram?)
sem uma razão qualquer.
Coisas que ninguém sabe explicar...
E eu criança, menina, mulher,
sozinha a recomeçar...

Despeço-me das feridas
que lembram o passado
que um dia vai passar...

Recomeço nova fase...
Desponto com a aurora,
sob a luz de um novo brilho
que me guia e revigora,
a luzir o despontar
de meus primeiros cabelos brancos,
marcando nova estação
e de meu sorriso franco,
ao lado de velhos amigos, novos amores,
que comigo, entre essências e flores,
também envelhecerão.

_Carmen Lúcia_

Foto de Odir Milanez da Cunha

O TREM DO TEMPO - POEMA

O TREM DO TEMPO
Odir, de passagem

O que é tempo, afinal?
Sequência de sombra e luz,
O madeiro de uma cruz
começo, meio e final.
É a história no jornal
que na memória nos vem.
A crença de ir além
desde o tempo de criança,
tendo certa semelhança
com uma viagem de trem.

Começa bem vagaroso,
dos trilhos seguindo a trilha,
depois vai acelerando
até correr à vontade.

Se não quebra ou descarrilha,
vai maquinando a missão.
Estação por estação,
sem cometer desatino,
lá vai o tempo criança
carregado de esperança
rumo às rotas do destino!

Quando chega ao entroncamento,
a rota vai permutando,
vai mudando o pensamento
e a carga, de vez em quando.

O trem agora é capaz
de correr mais livremente.
Ele agora é um rapaz,
tem a vida pela frente.
Leva sonhos de futuro,
leva um pouco de saudade
e, enquanto na vida passa,
dos túneis clareia o escuro
e escurece a claridade
nas cortinas de fumaça.

Lá vai o trem em seu leito
de trilhos presos ao chão.
Ele agora é homem feito
e leva, em cada vagão,
angústias, desilusão,
pressa, preço e qualidade,
nervosismo, ansiedade,
disputa, perda e vitória.
Planos prontos na memória,
a despesa, o capital,
temores de não dar certo...
Vai o trem chegando perto
da estação principal.

Muda o trem de maquinista.
Agora é um homem maduro
que tem pressa no presente
e o presente por futuro!

Da carga que o trem escolta,
já de volta no caminho,
vai de esperança um pouquinho,
vai um vagão de revolta.
Mas leva, noutros vagões,
as emoções, os louvores,
tramas de muitos amores,
prosas, versos e canções,
discursos, loas e chistes,
sentimentos de saudade
dos pensamentos entregues
aos alegres dias tristes,
aos tristes dias alegres!

Chega o trem ao seu final,
sem mais nenhum contratempo.
Um novo apito é o sinal,
aval para o trem do tempo
retomar a sua andança
como se fosse criança:
começando, vagaroso,
dos trilhos seguindo a trilha,
depois vai acelerando
até correr à vontade...

JPessoa/PB

Foto de Carmen Vervloet

Anjos de Asas Cortadas

Nascemos anjos
à medida que crescemos
absorvemos conceitos,
cresce a razão
e a dimensão do corte das asas...
Por um tempo ainda
somos Anjos com pequenas asas
sonhadores insistentes,
contratempo, contra mentiras,
contra injustiças, contra o mal
mas sobreviver é preciso
somos mortais indecisos, indecentes,
imprecisos, anuentes,
ausentes, indulgentes,
carentes, viventes, duais
as injustiças sociais, a descrença,
o desamor, a desilusão, a mesmice,
a falta de espaço
amputam de vez nossas asas.
Inertes... machucados, sangrando
já não podemos voar...
Pés colados ao chão
transigentes
seguimos a procissão
onde o santo carregado no andor
é o “santo poder dos influentes”
cego, surdo, mudo,
“santo do pau oco”
recheado com o dinheiro
roubado do povo,
exalando cheiro de fezes.
A nós só cabe dizer amém
ou então
usar o voto como arma
e em união vencer a guerra
contra a corrupção,
ferir mortalmente esse “santo”
hipócrita,
que nada entende de onirocrisia
e que nós faz desistir dos vôos
além da rotina da sobrevivência.

Carmen Vervloet

Foto de Mario de Almeida

Meias Verdades

Verdades são ditas pela metade
Metades verídicas e metades mal ditas
Destruindo vidas benditas
Que correm soltas pelo tempo
Deixando sonhos vivos a contento
Pedidos no contratempo
Das meias verdades
Usadas com veracidade
Por aqueles que fazem das palavras
Caminhos tortos e sombrios
Para destruir os sonhos vivos
Na alma pura
Dos sentimentos verdadeiros
Que vive o pesadelo
Da calúnia, das inverdades...
Ditas pelas meias verdades
Repletas de ferro e crueldade
Que destroi a verdade
Suave e meiga da eternidade
Deixando caus e penalidades
Presas nas meias verdades

Mario de Almeida
O poeta Castanhalense
Em 15/03/2010 às 10h56min

Foto de CarmenCecilia

Há no ar

Há no ar...

Há no ar um quê de mudança...
Um vai e vem dos sentidos...
Que prenunciam incontidos
Aromas, vestígios, desejos desmedidos...

Há no ar um que de esperança...
Anunciando um novo tempo...
Que se ânsia a todo o momento...
Silenciando qualquer contratempo...

Há no ar um quê de você...
Um sibilo do vento...
Que trás em seu lamento...
Palavras tuas que abrandam o pranto

Há no ar um que de amanhã...
Que mal se pode esperar...
Para assim contigo estar...
E beijar, beijar e beijar VOCÊ...

Carmen Cecilia

Foto de Rosinéri

DEIXA PRA LÁ

Tentar eu tento,mas o contratempo é um inimigo.
Corre na frente da gente
Virando serpente e brinca comigo.
Vou caminhando para alcançar
Um sonho antigo.
Bem perto,em cima da hora surge o perigo.
Chove problemas,
Eu monto esquemas
Vou pra meu abrigo.
Chega por hora
Descanso agora
E amanhã eu prossigo.

Foto de alentejana

««Sonho««

Se o homem um dia parar de sonhar
Esquece a alegria de fantasiar
Num alegre trotar cabelos ao vento
Parar de sonhar será um contratempo
No tempo parado não podes ficar
Corre desalmado não te deixes domar

Antónia Ruivo

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