Conveniência

Foto de Carmen Lúcia

Paisagem urbana(modificada pelo homem)

O sol começa a se espreguiçar.
É a rotina...São dez da matina...
Embaçado, pretende acordar a manhã,
iluminar a estação...Primavera?
Tão linda ela era...
O céu se acinzenta...
Nuvens?Não!Fumaça!
Fusão de azul e petróleo
sobre veículos e pedestres apressados...
Odor de óleo queimado...
Som estridente, alterado.Rock and Roll?
Não!Buzinaço a todo vapor...
Barulhos de trens do metrô...
Agitos do vai e vem...
Luta do dia-a-dia!
Pela sobrevivência...pela conveniência!
Alguém ainda dorme no banco da praça.
Cachaça?Acordar?Não tem graça!
Algo surge no céu, sem escarcéu...
Não é nave espacial...
É a lua prestigiando um luau.
(saudade dos velhos saraus)
Pontinhos cintilam fraquinhos...
Vaga-lumes?Não!Estrelinhas!
(nas entrelinhas)
Querem dar o ar da graça!
Coitadas!Tão sem graça!
E o corre-corre continua...
Agora a paisagem é crua e nua!
Luzes incendeiam bordéis...
E os sonhos?Vendidos aos tonéis!
Casas noturnas, peças teatrais...
Encenam vidas reais...
Travestis e prostitutas disputam locais,
esquinas se enchem de marginais...
O êxtase excita, alucina,
domina atitudes tribais, canibais...
Poetas observam, perdem-se em rimas...banais.
Um barzinho, um cantinho e um violão...
Um estampido, um grito, sirene e furgão.
Numa igreja, louvores e cânticos,
nos cantos, clamores do sexo,
e toda a fé perde o nexo...
De repente, um seqüestro-relâmpago...
Nas casas, noticiários na televisão,
em volta, grades de prisão!
Uma coruja espreita, assustada...
Espera o dia surgir
pra dormir...sossegada(?)

(Carmen Lúcia)

Foto de Wilson Madrid

BOA NOITE GRABRIELA

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* BOA NOITE GABRIELA
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*
José é paulistano, trabalhador, escritor e poeta. No ano de 2004, em que sua querida cidade de São Paulo, no dia 25 de janeiro, completaria 450 anos, ele já tinha 53 anos de idade.
Desde as primeiras notícias dos preparativos das grandes festividades em comemoração aos 450 anos da sua cidade, José tem a intenção de escrever uma poesia dedicada a esse dia e participar com o seu dom nessa data tão significativa para a sua cidade.
Passam-se os meses e José não tem nenhuma inspiração para concretizar essa intenção. Finalmente, no dia 21 de janeiro à noite, restando apenas quatro dias para o grande e esperado dia, eis que surge a tão necessária inspiração e José, escreve “Estação Paulo 450”:

São Paulo locomotiva de luz solar, do luar e da garoa,
formigueiro agitado de gente operosa e muito boa,
metrópole acolhedora do nosso gigante e querido Brasil,
brilhante guerreiro, branco, verde, amarelo e azul anil,
formigueiro de estrelas valentes, nascidas para enfrentar a labuta,
caminheiros perseverantes que não desistem e vão à luta ...

São Paulo de Anchietas, paulistas e paulistanos,
virgulinos, marias bonitas, baianos, cearenses e paraibanos,
jesuítas, portugueses, potiguares e pernambucanos,
salesianos, italianos, sergipanos e alagoanos,
brancos, negros, espanhóis, piauienses e franciscanos,
orientais, maranhenses, índios tupis e latino-americanos ...

São Paulo dos irmãos da Praça da Sé e dos manos da periferia,
do povo batalhador imigrante de todos os recantos brasileiros,
esperança de liberdade e de conquista da devida igualdade,
dos seus cidadãos carismáticos e inconfidentes maneiros,
da fraternidade, das músicas e poesias do alto astral,
palco das lutas pela democracia, cidadania e justiça social ...

São Paulo do arco-íris sonoro do pagode, do forró e do axé,
do sertanejo, do reagee, do rap e do clássico samba no pé,
bilheteria da estação primeira dos passageiros do trem das onze
do maquinista Adoniran Barbosa que partiu da saudosa maloca,
com os turistas Arnesto, Iracema, Cibide, Pafúncia, Nicola,
Inês, Irene, Moacir, Gabriela, Matogrosso e o Jóca ...

São Paulo rondada por Vanzolini e batucada por Germano;
Sampa caetaneada por Veloso e poetizada por Bonfim,
amada por tantos brasileiros e pelos seus leais paulistanos,
não és mais apenas a minha São Paulo que não pode parar,
a famosa terra da garoa e do grito do Ipiranga de onde eu vim,
porque ao ver a tua grandeza, força e beleza aos 450 anos,
muita coisa acontece no meu coração,
que vibra feliz e com muita emoção,
ao te parabenizar, abraçar e beijar,
pois tu és São Paulo, a feliz cidade da minha paixão...

A sua nova poesia ficou muito boa pois todos que a leram gostaram e elogiaram bastante. Animado com esse resultado José a encaminha para amigos, jornais e para o comitê de organização da grande parada que seria realizada no dia 25 de janeiro entre a avenida 23 de maio e o vale do Anhangabaú.
Versos da sua poesia ele encaminha pela internet para o sítio “Declare seu amor à cidade” pois segundo havia sido divulgado pela imprensa, no dia 25 as melhores frases seriam exibidas através de raios laser nos prédios da cidade, próximos ao local do show de encerramento das comemorações no vale do Anhangabaú e durante a grande parada que o precederia ocorreria uma chuva de papéis com trechos de poesias dedicadas a São Paulo.
José sonha com a possibilidade de ver sua poesia ou ao menos partes dela serem aproveitadas em tão memorável data, fato este que muito o honraria. O prazer que esse fato lhe proporcionaria só mesmo os poetas entendem; os que possuem outros importantes dons, que não este, não possuem condições de avaliar o valor que isso teria para ele, afinal de contas, o que José ganharia com isso? Por acaso seu saldo bancário tem algum incremento de algum centavo quando algumas das suas poesias são apreciadas, aprovadas e publicadas? Não! Então isso é coisa de maluco ou de quem não tem o que fazer. Ou então, como dizem outros, isso é coisa de sonhador ou de poeta...
Mas tudo bem, José costuma respeitar todas as opiniões, sabe que nem todos pensam assim e procura fazer o que lhe compete, pois se não existissem os poetas o mundo conseguiria ser bem mais medíocre do que na maioria das vezes já o é.
José se anima com as perspectivas e decide participar pessoalmente das principais festividades programadas para o aniversário especial da sua cidade.
Sua família programa visitar um dos seus irmãos que reside em São Bernardo do Campo, cidade da grande São Paulo, justamente na tarde do dia 25 de janeiro quando ocorreria a grande parada tão esperada. José sempre tem muito prazer em visitar os seus irmãos e as suas famílias, mas essa data e essas comemorações seriam únicas. Como não consegue convence-los a acompanha-lo nas mesmas e adiar a visita à família do seu irmão para o domingo seguinte, resolve ir sozinho nas grandes festividades.
Da mesma forma, apesar de insistir em convidar sua esposa e seus filhos a acompanhá-lo na noite do dia 24 ao Parque do Ibirapuera, para conhecer a nova fonte luminosa inaugurada no dia anterior e seguirem posteriormente para assistirem ao show com Caetano Veloso na avenida Ipiranga com a avenida São João, que faziam parte daquelas comemorações, nenhum deles interessou-se em acompanhá-lo.
Na tarde daquele mesmo dia tinha combinado com uma amiga que lhe informou que iria assistir a inauguração da restauração da fachada da Estação da Luz e logo depois iria ao show do Caetano Veloso, para comunicarem-se através de seus telefones celulares objetivando encontrarem-se na estação república do metrô, próximo à rua Barão de Itapetininga, para assistirem juntos a esse show e posteriormente voltarem juntos para suas residências.
Como José acabou não tendo com quem ir ao parque do Ibirapuera, mudou seus planos e resolveu também ir para a Estação de Luz e tentar encontrar sua amiga já nesse evento e depois seguirem juntos para o show do Caetano Veloso. Antes de sair, tentou falar com ela, não conseguiu, deixou recado na caixa postal do seu celular avisando que também estava indo para a Estação da Luz e que de lá ligaria novamente para o celular dela e saiu da sua residência às 19:30 horas com destino àquele evento.
Lá chegando tentou fazer contato com o celular da sua amiga e as ligações não conseguiram ser completadas.
Com a presença do governador Geraldo Alckmin, da prefeita Marta Suplicy, do ministro da cultura Gilberto Gil e de várias outras autoridades e apresentações artísticas de Kleiton e Kledir, Almir Sater e Elza Soares, leituras de textos, inclusive da oração do Pai Nosso, na língua tupi-guarani lida pelo grande ator Lima Duarte, dentre outras apresentações de outros artistas, danças e projeções de filmes com grande conteúdo histórico e cultural da sua cidade, o evento converteu-se num grande espetáculo muito interessante e valioso de ser assistido.
Após uma maravilhosa queima de fogos que concluiu este evento por volta das 22:30 horas, José encaminhou-se a pé para a avenida Ipiranga com a Avenida São João, onde estava previsto para as 23:00 horas o início do show com Caetano Veloso, que compôs Sampa, cuja letra cita que “alguma coisa acontece no meu coração, que só quando cruza a Ipiranga com a avenida São João”, cruzamento este que se localiza próximo da Estação da Luz onde ele se encontrava.
Conforme houvera combinado com a sua amiga tentou novas tentativas de contatos telefônicos para encontrarem-se no local deste outro evento, com a intenção de assisti-lo juntos e voltarem juntos para suas residências, haja vista residirem no mesmo bairro e pela conveniência sob o aspecto de segurança pessoal de ambos, principalmente dela, por ser mulher e do horário do evento.
Até mesmo para facilitar esse retorno tinha deixado seu automóvel estacionado próximo à estação Vila Mariana do metrô para leva-la até sua residência quando retornassem de metrô do centro da cidade e posteriormente voltar para sua própria residência.
Como as ligações entre os celulares não se concretizavam, José ligou para sua residência e pediu a um de seus filhos para ligar para o celular da sua amiga dando a sua localização, em frente à Igreja Internacional da Graça, na própria avenida São João, distante há uma quadra da localização do palco do show.
Depois de alguns minutos, voltou a ligar para o seu filho e este o informou que a sua amiga estava na avenida Ipiranga, ao lado direito do palco do show. José tentou ir até aquele local mas não conseguiu, pois uma aglomeração enorme de pessoas presentes no local impedia a sua passagem até onde ela se encontrava. Então José ligou novamente para seu filho e pediu para avisar a amiga que a aguardaria, no final no show, em frente àquela igreja já informada anteriormente.
O show começou às 23:00 horas com Caetano Veloso; participaram também Jair Rodrigues, Gilberto Gil, Nando Reis e outros artistas. Exatamente à 00:00 hora, Caetano declamou a parte da letra de Sampa que diz respeito ao local onde o show estava sendo realizado:

Alguma coisa acontece no meu coração
que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João
é que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
da dura poesia concreta de tuas esquinas
da deselegância discreta de tuas meninas

Ainda não havia para mim Rita Lee, a tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João

Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
chamei de mau gosto o que vi
de mau gosto, mau gosto
é que Narciso acha feio o que não é espelho
e a mente apavora o que ainda não é mesmo velho
nada do que não era antes quando não somos mutantes

E foste um difícil começo
afasto o que não conheço
e quem vem de outro sonho feliz de cidade
aprende de pressa a chamar-te de realidade
porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
da força da grana que ergue e destrói coisas belas
da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços
tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva

Panaméricas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
mais possível novo quilombo de Zumbi
e os novos baianos passeiam na tua garoa
e novos baianos te podem curtir numa boa.

O público delirou com aquele momento histórico. O show continuou foi muito bom e terminou às 1:30 horas já do dia 25, aniversário de 450 anos de São Paulo.
José, conforme havia combinado com a sua amiga, a aguardou naquele local durante 30 minutos. A quantidade de pessoas era muito grande; com o passar do tempo a multidão foi se diluindo e José resolveu seguir em direção ao local onde ela se encontrava na esperança de encontrá-la no caminho. Não a encontrando, seguiu em direção à entrada da estação república do metrô, próxima a rua Barão de Itapetininga, que era um dos locais que haviam comentado anteriormente como sendo um dos possíveis pontos de encontro para assistirem juntos ao show e através da qual retornariam para as suas residências.
José ficou parado sozinho, como sempre estivera durante a noite toda, naquele local durante alguns minutos na esperança de encontrar a sua amiga, pois estava preocupado com ela que também deveria estar sozinha e tendo que voltar para casa sem companhia, em horário um tanto quanto perigoso numa cidade como São Paulo.
Ao lado de onde José se encontrava ainda funcionava uma pastelaria ou lanchonete onde algumas pessoas ainda consumiam alguma coisa. José resolveu tomar uma cerveja e o balconista o alertou que o estabelecimento já estava para fechar e que somente o atenderia se o consumo fosse rápido. José comprometeu-se com o balconista a consumir sua cerveja rapidamente e ele o serviu no próprio balcão, situado bem em frente e próximo do passeio público, de onde ele poderia continuar observando se sua amiga apareceria.
Próximo a ele um outro homem que também tomava uma cerveja iniciou uma conversa a respeito do show do Caetano. Disse-lhe que era da Bahia, de Porto Seguro, e que estava de passagem por São Paulo e não poderia perder a oportunidade de assistir ao histórico show do seu conterrâneo. Apesar do horário, muitos policiais cuidavam da segurança de todos e muitas pessoas ainda passavam pela avenida e outras faziam rodas de música e cantavam do outro lado da avenida, na praça da República.
Passados poucos minutos, surgiram duas mulheres, aparentemente simples e comuns, perguntando como deveriam fazer para retornar para suas residências, no distante bairro de Interlagos, na zona sul da cidade. Como o outro homem, de Porto Seguro, não conhecia São Paulo, José lhes informou que pelo seu conhecimento a única condução que estava funcionando, apenas para embarque, naquele horário era o próprio metrô e apenas em algumas estações próximas dali, inclusive aquela quase em frente de onde estavam.
Conversaram mais alguma coisa a respeito do show, elas criticaram a qualidade do som, que acharam que não estava muito bom no local onde ficaram assistindo, mas que apesar disso tinha valido a pena vir assisti-lo. Ao saber que o outro homem era de Porto Seguro, uma delas, a mais nova, comentou que conhecia aquela cidade e citou vários nomes de cidades e lugares daquela região da Bahia. Logo depois elas agradeceram as informações e dizendo que o metrô não serviria para elas retornarem para casa teriam que encontrar alguma outra alternativa para faze-lo, despediram-se e seguiram pelo passeio público na direção da rua Sete de Abril.
Depois de alguns minutos os funcionários do estabelecimento começaram a lavar o piso do estabelecimento para fecha-lo logo a seguir.
José apressou-se em terminar de tomar sua cerveja para ir embora e nesse momento ressurgiram aquelas mesmas duas mulheres e uma delas perguntou a José se ele teria isqueiro para ascender um cigarro. José acendeu o seu cigarro e elas comentaram que não tinham encontrado solução para retornarem para Interlagos naquele horário, insinuaram que estavam sem companhia e já que aquele estabelecimento estava fechando sugeriram para irem até uma lanchonete, cerca de cinqüenta metros dali, próximo da segunda esquina ali ao lado na própria avenida Ipiranga, entre a rua Sete de Abril e a avenida São Luís.
O homem de Porto de Seguro apressou-se em aceitar o convite e pediu para aguarda-lo por um momento enquanto ele iria até o banheiro da pastelaria que já estava para fechar.
Enquanto o outro homem que entrara para usar o banheiro demora-se a voltar elas comentaram que acharam-no uma pessoa estranha, com algum problema e que preferiam evitar a companhia dele. Como o tempo decorrido indicava que certamente sua amiga já havia ido embora, já eram 2:40 horas, José acabou desistindo de aguardá-la e aceitou a sugestão de sair dali e seguir com elas até a referida lanchonete para comer algo pois não havia jantado e estava com fome.
A lanchonete estava lotada, com todas as mesas ocupadas, restando apenas um canto bem discreto num balcão interno com algumas banquetas onde José e as duas mulheres sentaram-se de frente para a janela que dava para o passeio público de uma rua pouco movimentada naquele horário e de costas para o ambiente principal do local .
Pediram então uma cerveja e continuaram a conversar. Como José estava com pouco dinheiro e não sabia se elas teriam algum para dividir a despesa, evitou pedir qualquer coisa para comer pois não teria como oferecer e pagar para os três.
José ficou sabendo, segundo elas lhe contaram, que a mulher morena escura de meia idade, aparentando uns cinqüenta anos, chamava-se Dara ou algo parecido, residia em São Carlos, interior de São Paulo, e que estava a passeio em São Paulo, hospedada na residência da amiga que a acompanhava. A sua amiga, mais nova do que ela, morena clara, aparentando uns trinta anos, chamava-se Gabriela, trabalhava num hospital de São Paulo e residia em Interlagos.
José informou que era casado, que tinha família, alguma coisa sobre o bairro onde morava, também na zona sul, que se desencontrara de uma amiga e que para ele o metrô seria o suficiente para retornar para casa, coisa que pretendia fazer logo a seguir.
Perguntado se apesar de casado estaria com a noite livre, com várias insinuações de Dara para que José passasse a noite com a Gabriela, José, meio constrangido e estranhando a conversa pois elas não aparentavam ser prostitutas, respondeu que apesar dela ser muito simpática não poderia, pois precisava retornar logo para casa pois sua família o aguardava e que pretendia participar das festividades do início e final da tarde às quais ele esperava com tanta ansiedade em função da poesia que ele havia composto para aquela oportunidade. Perguntou se elas pretendiam participar das mesmas e Gabriela informou que gostaria de participar mas que não poderia pois teria que trabalhar a partir das 14:00 horas.
No retorno de uma ida ao banheiro, Gabriela comentou que encontrara, por acaso, numa das mesas da lanchonete, um colega de trabalho do mesmo hospital em que ela trabalhava; de onde estava sentado José não podia ver essa movimentação e tampouco viu esse contato que ela comentou imaginando que talvez ele o tivesse percebido.
Após pedirem pela terceira cerveja e Dara insinuar que também pretendia comer alguma coisa, José comentou que não tinha dinheiro suficiente para pagar aquela conta, pois não previa ter despesas naquela noite e que teria que fazer uma retirada de dinheiro num caixa eletrônico para acertar a conta e ir embora. Gabriela prontificou-se de imediato a acompanha-lo dizendo que aproveitaria para também fazer uma retirada. José manifestou sua intenção de ir até uma agência bancária do outro lado da praça da República e Gabriela sugeriu para evitarem irem para lá pois aquele local era muito perigoso naquele horário e sugeriu um caixa eletrônico ao lado do Hilton Hotel, distante apenas duas quadras do local onde se encontravam e local bastante movimentado naquele momento, em função de uma concorrida danceteria existente bem ao lado do caixa eletrônico.
Lá chegando, cerca de 3:45 horas, entraram juntos na cabine do caixa eletrônico, Gabriela usou o seu cartão, porém alegou que estava ocorrendo algum problema e não obteve êxito na retirada do dinheiro. José usou o seu e retirou R$-100,00-.
Voltaram à lanchonete e reencontraram Dara na companhia de um outro homem ao qual os apresentou como um amigo que conhecera naquele intervalo de tempo.
Gabriela informou que desejava comer algum salgado, retirou-se por alguns instantes enquanto José continuou conversando distraidamente com Dara e o suposto novo amigo dela. Mais uma vez, da posição em que estava, José não acompanhou o movimento da Gabriela, supostamente em direção ao balcão para escolher o salgado. Gabriela retornou com um quibe que ofereceu, dividiu ao meio e serviu a José que o comeu.
José comeu a metade daquele quibe e tomou o último gole do seu copo de cerveja por volta das 4:00 horas daquele importante e histórico dia 25 de janeiro de 2004.
Depois disso, os únicos lapsos de memória que ele teve foi o de ter sido acordado por alguém que o informava de que a sua diária já havia vencido e que ele tinha que se retirar do local onde se encontrava dormindo sozinho, provavelmente num dos hotéis existentes naquelas redondezas do centro velho de São Paulo, sendo impossível lembrar-se até mesmo em que endereço o mesmo se situa.
Saiu de lá já à noite e notou que estava sem nenhum dinheiro e sem o bilhete da passagem de metrô que ele tinha reservado para retornar para a sua casa.
Lembra-se apenas que andou pelo centro velho de São Paulo totalmente grogue e sentindo uma ligeira dor na nádega esquerda e uma certa dificuldade para caminhar, tentando desesperadamente entender o que estava ocorrendo e conseguir um meio para retornar para sua residência. Não consegue se lembrar por quais locais passou nem tampouco qualquer coisa que fez nesse trajeto e espaço de tempo totalmente apagado da sua memória.
O único fato que José consegue se lembrar desse período foi que numa determinada rua ou praça, que não consegue se lembrar onde fica, resolveu apelar para uma moça loira, provavelmente uma prostituta, resumindo-lhe o que se lembrava do ocorrido e pedindo-lhe ajuda para pagar-lhe uma passagem de ônibus para retornar para casa. A moça informou-lhe que teria que ir até o hotel apanhar o dinheiro e se ele poderia espera-la. José ficou aguardando, ela retornou e lhe deu cinco reais com os quais ele pegou um ônibus e com muita dificuldade, cochilando no ônibus e ainda com muito sono e meio dopado chegou na sua residência às 21:00 horas daquele dia 25 de janeiro de 2004, final do aniversário dos 450 anos de São Paulo.
Ao lembrar-se dessa moça, cujo único detalhe gravado é o de que era loira, José não pode deixar de lembrar-se de Madalena e de ser-lhe muito grato.
Talvez essa gratidão seja motivada por ela ser a única lembrança parcial e boa que tenha ficado daqueles horríveis momentos que ele viveu e provavelmente isso se deva nem mesmo ao precário funcionamento do seu cérebro e da sua memória mas sim no seu coração. Pois ela acreditou e confiou na sua história sem pestanejar e de todos que ficaram sabendo do motivo do horário que ele retornou para a sua casa ela foi a única pessoa que não o acusou, julgou, condenou e crucificou precipitadamente.
Após alimentar-se de algo e tomar um rápido banho logo após chegar ainda atordoado na sua residência e dormir durante toda a noite, na manhã seguinte percebeu que a dor que sentia e o incomodava foi motivada por uma injeção que lhe aplicaram não sabe quando, nem como, nem de que medicamento ou substância química; deduziu que pelo tempo que ficou desacordado e atordoado durante todo o dia 25 e ter ainda dormido a noite toda seguinte, totalizando cerca de 30 horas, devem ter lhe aplicado algum sonífero muito forte e poderoso para terem o tempo suficiente para agirem nas operações com o seu cartão bancário magnético, cujo desaparecimento só tomou consciência ao acordar naquela manhã do dia 26.
Dirigiu-se à agência do estabelecimento bancário onde possuía sua conta corrente para cancelar o cartão magnético que havia sumido e constatou que enquanto ocorriam as festividades que ele tanto aguardava e que não pode participar, fizeram todas as retiradas possíveis tanto do seu saldo credor como do seu limite de crédito totalizando R$-1.575,00-, deixando-o devedor do banco em R$-1.000,00-, que era o limite do seu crédito.
Retornando à sua residência José procurou certificar-se de terem tido roubado também o seu telefone celular que é comum, seu relógio antigo e de pouco valor material, seu isqueiro de certo valor e seus documentos pessoais. Para sua surpresa, encontrou todos em casa. Ficou surpreso com o fato e imaginou que provavelmente, algum problema operacional das totalmente desconhecidas ações que os seus seqüestradores tomaram os impediu de rouba-lo também nisso. José também acredita na possibilidade de terem ficado satisfeitos com o montante de dinheiro que retiraram da sua conta bancária, o que teria tornado seus demais pertences pouco significativos e atrativos. Ou até mesmo ser interessante ele ficar com o celular para atender alguma eventual ligação de seus familiares, evitando, desta forma, que os mesmos acionassem a polícia.
José sabe e tem consciência do grande risco de vida que correu e que, mais uma vez, errou ao confiar em pessoas desconhecidas e compreende seus familiares e amigos que no princípio tiveram dificuldade ou uma certa resistência em acreditar nesta sua história que parece enredo de filme de aventura ou de terror. Afinal de contas não seria a primeira vez que ele errara, coisa incrível e inaceitável num mundo composto por pessoas que na maioria das vezes se julgam tão perfeitas e infalíveis e juízes muito competentes. Muito mais fácil supor, naquelas circunstâncias, uma balada irresponsável, completada com uma prazerosa aventura erótica de fim de festa.
Também entende e lamenta o constrangimento da sua amiga que ficou sendo contatada pelos seus familiares durante o dia 25 para obter informações quanto ao seu paradeiro, como se tivessem passado aquele tempo todo juntos, sendo que na realidade sequer se falaram nem mesmo através das ligações telefônicas, várias vezes tentadas por ambas as partes, todas elas não completadas. José só veio a ficar sabendo que ela lhe telefonara e que conversaram no próprio dia 25, cerca das 21:30 horas, meia hora depois dele chegar na sua residência, porque seus familiares lhe contaram o fato ao rememorarem todos os acontecimentos três dias depois, sendo que naquela oportunidade ele mal conseguira raciocinar e conversar normalmente com ela, por estar ainda sob efeito da droga que lhe aplicaram, dando-lhe a péssima impressão de estar totalmente embriagado.
Na verdade, juntando todos os fatos e detalhes possíveis de serem lembrados, José concluiu ter sido vítima de um seqüestro relâmpago planejado e executado por uma quadrilha que ao invés de se utilizar qualquer tipo de arma e cativeiro tradicionais, utiliza-se do já conhecido e popularmente conhecido golpe do “boa noite Cinderela”, onde a vítima, sem que perceba, é dopada através de substâncias que colocam na sua bebida ou comida, complementado com a utilização de conhecimentos da área médica para aplicação de algum medicamento, no seu caso, uma injeção, que mantém a vítima sedada durante o tempo necessário para agirem junto aos caixas eletrônicos, mantendo-o desacordado em qualquer hotel, cuja diária é paga com o seu próprio cartão de crédito.
Provavelmente além das duas mulheres que o abordaram os demais membros da quadrilha já deveriam estar naquela lanchonete ou os seguiram até lá; o amigo casualmente encontrado pela “Gabriela” numa das mesas seria um deles e devia lhe passar orientações; provavelmente logo que começaram a tomar a primeira cerveja colocaram alguma droga no seu copo o que o levou a tomar uma atitude tão absurda de dirigir-se a um caixa eletrônico na companhia de uma pessoa que ele acabara de conhecer; o suposto cartão magnético utilizado pela “Gabriela” e que “não funcionou” deve ter sido algum artefato de clonagem que memoriza informações da senha do cartão utilizado a seguir, no caso o de José, e provavelmente assim que saíram do caixa eletrônico algum outro membro da quadrilha já estava a postos na porta do mesmo para entrar e retirar o possível artefato ou, até mesmo, simplesmente a “Gabriela” observou e memorizou a senha digitada por José; o novo amigo de “Dara” que já a acompanhava quando retornaram do caixa eletrônico também deveria ser um outro elemento do grupo já devidamente posicionado junto a ela para exercer alguma função necessária a seguir. José também acredita que até mesmo o primeiro personagem que puxou conversa no início do episódio, o “conterrâneo de Caetano, de Porto Seguro”, talvez também pertencesse ao grupo.
Tendo conseguido executar todas essas etapas, restou apenas incrementar o doping da vítima com um apetitoso e simpático quibe turbinado com algum “tempero” especial, já preparado para “Gabriela” oferecer a José assim que voltassem do caixa eletrônico, tornando muito mais fácil e rápido convence-lo, já muito atordoado e inconsciente, a acompanha-las para onde eles bem entendessem e lá chegando completarem o “tratamento” com a aplicação de uma injeção que o deixou desacordado praticamente o dia inteiro, tempo suficiente para, de posse do cartão magnético, facilmente retirado do bolso do “apagado”, e com a respectiva senha captada anteriormente mediante fraude, executar o furto de todo dinheiro possível da sua conta bancária.
O prejuízo financeiro sofrido por José foi o de menos pois muito mais significativos foram os danos morais que, além dos fatos em si, incluíram os constrangimentos que teve que enfrentar para contar essa sua história para seus familiares e amigos envolvidos, para a assistente social que o atendeu na sua solicitação de exame de sangue para controle de HIV, hepatite e outras doenças infecciosas, pois não se sabe que tipo de agulha as criminosas utilizaram para aplicarem-lhe o medicamento intravenoso; para o escrivão e delegado de polícia que o atenderam para a confecção do boletim de ocorrência policial; para os que o atenderam para a realização do exame de corpo delito requisitado pelo delegado ao IML; para o funcionário e a gerente do banco para o cancelamento do seu cartão magnético e entrada de pedido de restituição dos valores que não foram sacados por ele mas sim pelos marginais que o vitimaram e muitas outras conseqüências na sua vida particular.
Felizmente, apesar de todos esses prejuízos e transtornos, José agradeceu a Deus por estar vivo para poder contar esta história e constatar que não lhe retiraram nenhum rim ou qualquer outro órgão, cuja subtração e tráfico, por incrível que pareça, vem se tornando um mercado em expansão neste mundo cada vez mais materialista, egoísta e ateu.
José resolveu contar a sua história porque a arte imita a vida e tirando o melhor proveito possível do ocorrido pretende aproveitar seu drama até mesmo para, mais uma vez, apesar de muito divulgado, alertar seus semelhantes para o risco de caírem numa cilada como esta, que ele mesmo, uma pessoa já experiente, já ouvira falar e julgava que jamais cairia nela.
José ficou triste e chateado principalmente pela preocupação e transtorno causados aos seus familiares e à sua amiga; assim como ele perdoou todos os que duvidaram da sua história, espera ser perdoado pelos seus eventuais erros humanos e inconscientes e receber um voto de confiança na sua palavra, da mesma forma em que nele confiou a provável prostituta loira, mulher que é da vida, e que por isso mesmo conhece muito da vida e da malandragem e dificilmente se deixaria enganar por ele, concedendo-lhe imediatamente o crédito e a solidariedade que ele tanto necessitava naquele momento.
Como ele se recorda de todos os detalhes ocorridos antes de ser dopado, chama-lhe a atenção da profética coincidência de terem cantado tanto na Estação da Luz como no cruzamento das avenidas Ipiranga com a São João uma música que há muito tempo não ouvia, cujos trechos da letra confessam: “chorei, não procurei esconder, todos viram, fingiram, pena de mim não precisava, ali onde eu chorei, qualquer um chorava, dar a volta por cima que eu dei, quero ver quem dava... um homem de moral, não fica no chão, nem quer que mulher lhe venha dar a mão, reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima....”
Motivado por essa música e ao ter sua história transformada neste conto José já se sente, por esse simples motivo, levantando-se, dando a volta por cima, reconhecendo a queda, não desanimando e sacudindo a poeira, discordando apenas que um homem de moral não possa aceitar que uma mulher lhe venha dar a mão, seja ela quem for, pois na vida tudo é muito relativo e nós seremos sempre nós e as nossas circunstâncias.
Porém, o que o deixou muito inconformado, como poeta que também é, foi não ter percebido no devido tempo a notável rima do já conhecido golpe do “boa noite Cinderela” com a ironia do seu clone “boa noite Gabriela”.
Fosse ele um gênio da categoria de um Adoniran Barbosa ou de um Paulo Vanzolini certamente comporia mais uma das muitas obras primas que eles imortalizaram sobre as personagens desta fantástica São Paulo e de seus tão diferentes habitantes com seus dramas, culturas, formações e valores tão incompatíveis e eternos participantes da cotidiana luta entre o bem e o mal, onde todos lutam para sobreviver, seguindo caminhos tão diferentes e até mesmo opostos.
José também não pode deixar de notar a incrível coincidência dessa sua experiência, nesse dia histórico e feliz para a sua querida cidade de São Paulo e tão infeliz para ele, que tanto desejou e acabou não podendo participar das principais comemorações do dia 25 de janeiro de 2004, com a memorável poesia que leva o seu nome, composta pelo grande mestre Carlos Drummond de Andrade:

“E agora José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
E agora, você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
E agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais,
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?”

Apesar de tudo e sem abdicar de vivenciar tudo aquilo que faça acontecer alguma coisa boa no seu coração e que não prejudique nenhum semelhante, José pretende seguir marchando; marchar para onde? Marchar para onde segue qualquer um daqueles que como ele compõe a sua raça humana, criaturas falíveis e eternos aprendizes: para onde Deus quiser!

28/jan/2004

Wilson Madrid, o Poeta Azul
e aqui, o José...

Publicado no Recanto das Letras em 19/05/2006
Código do texto: T159150

Foto de Dennel

A escritora sem rosto

No silêncio de seu quarto, ela escrevia furiosamente. Era a única atividade que lhe dava prazer, uma vez que fora rejeitada pela sociedade que teimava em não reconhecer seu talento de escritora.

Amigos, não os tinha, e os que afirmavam sê-lo, o faziam por conveniência ou oportunismo; no entanto, ela não desistia de escrever, seus dedos calejados eram atraídos pela caneta que a seduzia, como um beija-flor é seduzido pelo néctar da formosa flor.

Sempre quisera ter filhos, mas a natureza lhe privara deste privilégio; em certos momentos de solidão, julgava que era melhor assim, pois acreditava que filhos traziam aborrecimentos e dissabores.

Sonhava ser uma grande escritora, admirada e reconhecida nos círculos literários. Escrever lhe fazia relembrar da imigração da sua família para o Brasil. Tempos difíceis aqueles, tempos turbulentos. Hoje, nada mais possuía, além da tradição do nome da família; tradição que não lhe trazia o reconhecimento esperado junto à sociedade.

Viu surgir sua grande oportunidade quando foi convidada, pelo diretor da revista Entricas & Futricas, a escrever uma coluna sobre personalidades famosas. Seu entusiasmo era visível com sua nova função; imaginava-se sendo laureada na academia de letras, ouvindo o burburinho de repórteres, implorando por uma entrevista.

Mas as coisas não saíram como era esperado, o número de leitores e comentários da sua coluna caía vertiginosamente. A direção da revista não teve alternativa, senão rescindir o contrato, pois apesar do talento para as investigações jornalísticas, ela fazia a cobertura do cotidiano de pessoas tão ou mais desconhecidas do que ela; evidentemente para a revista não interessava a vida de desconhecidos.

Tentou sem sucesso todos os argumentos que julgavam válidos, porém, o diretor fora inflexível. Via desabar diante de seus olhos o castelo de sonhos que erguera para si; sentiu um nó na garganta ao receber o veredicto fatal, a única ocasião em que sentira tamanha angústia fora numa solenidade literária, ao engasgar com um gole de água que bebera às pressas.

Passou dias desolada, lamentava a injustiça que sofria; a única que parecia compreendê-la era sua inseparável caneta. Agora escrevia como um autômato, descarregava toda a sua frustração nos escritos. Seus pensamentos não tinham unidade ou valor que levassem as pessoas a refletir sobre um modo de vida salutar, mas o que importava é que, escrevendo, sentia-se melhor.

Tomou uma decisão que avaliou lhe traria o reconhecimento que tanto buscava. Sabia que no mundo das letras havia o plágio; soubera inclusive do autor americano que fora laureado com o Nobel de literatura plagiando um escritor de outro país. Ela faria o mesmo, arrazoava consigo mesma que os fins justificam os meios. Quando se deparava com um texto que lhe agradava, ela o modificava ligeiramente, afirmando depois ser o mesmo de sua autoria. Para maior credibilidade, lançou uma campanha contra o plágio, defendendo os direitos autorais.

Sua obstinação de ser reconhecida levava-a ao ridículo, pois abordava pessoas desconhecidas na rua, propondo amizade, o que não raro produzia uma frase indignada do abordado: “Vem cá, eu te conheço?”.

Ela não se importava com estas situações vexatórias, lembrava-se de seus únicos ídolos, Hitler, Mussolini, Lampião e Idi-Amin Dada, que sempre souberam vencer preconceitos e dificuldades, tornando-se heróis para alguns e vilões para muitos.

Olhando-se no espelho, via as rugas a sulcar-lhe o rosto, o tempo fora implacável com ela. Lançando um olhar para a penteadeira, via as poucas fotos que retratavam sua vida; não havia semelhanças entre elas, de forma que se outra pessoa as visse, juraria que estava diante de um camaleão.

Sua atenção volta-se novamente para o espelho, cuja imagem parece lhe transmitir terrível acusação: “Você é uma fracassada”. Ela sente uma vertigem, apóia-se ligeiramente na penteadeira; ao lado, sua velha e fiel companheira parece convidá-la para escrever o último ato de sua existência.

Trêmulos, seus dedos agarram fortemente a caneta, que com a força empregada, se rompe, deixando um borrão de tinta na folha que um dia fora branca.

Juraci Rocha Da Silva - Copyright (c) 2005 All Rights Reserved

Foto de Mentiroso Compulsivo

O Pequeno-Almoço de Hoje

.
.
.

Joguei o jornal para o lado, pois fez-me mal,
As palavras da vida humana em tom tão formal.
Folhas moídas de tinta preta a saírem sem versos,
Alvoroço de vocábulos lacados em sons diversos.

Hoje quis a mesa limpa de papéis, sem Jornal.
Como me soube bem esta manhã mais serena!
Bebi e mastiguei ao pequeno-almoço o actual,
Sem notícia e sensacionismo atroz … só a paz plena.

Hoje expirei o começo do dia da insana loucura
E inspirei o mundo da harmonia com a existência.
Despido da vida que se lê curta, mas assim mais dura.

Hoje não senti as palavras a vencer a transcendência,
Foram só palavras vazias sem supremacia nem postura,
Sem nada incompleto ou excessivo de dita conveniência.

© Jorge Oliveira 6.MAR.08

Foto de Marta Peres

Poética

Estou farta desta vida comedida
De viver bem comportada
Falar apenas o que querem ouvir,
Os hipócritas.
Estou farta do lirismo tradicional
Que pára e vai averiguar se há
Alguém espionando, observando
Para depois tecer o mal.
Estou farta de sorrir por conveniência.
Estou farta de falsos valores das falsas
Pessoas
Que vivem falsamente
Convivendo bem por serem falsos.

Abaixo aos pretenciosos.
Marta Peres

Foto de Senhora Morrison

Coração Tranquilo

Mais um gole
Enquanto observo lá fora
Do alto,
Desta janela...
Sentindo o ar frio em meu rosto
Encolhendo-me como a querer proteger...
Proteger do que?
Se minha vontade...
É saber voar
Ir pra onde nada pese...

Meu corpo frio,
Meu cérebro a mil...
Somos pensantes
Ha, Ha, Ha...
Nunca somos um todo
Inteiro, de verdade.
O que me falta, já não sei.
E essa melancolia
Essa gana de não sei o que
Essa precisão...
Essa lucidez saudosa
De tempos, atitudes, horizontes...
Que se foram? Existiram?

Se tem alma
Este corpo a aprisiona...
Este corpo que padece
As ações do tempo
Das irresponsabilidades
De noites mal dormidas
Sabe-se lá com quem...
Sabe-se lá por que...
Dos tragos e tragos a mais...
Das risadas por diplomacia...
Dos choros por conveniência...
...desde o berço...
Dos amores por necessidade...
...de um colo no fim da noite de gemidos e fingimentos...
É tudo irreal, superficial...

Sou sozinha,
Sou uma peça,
Sou o desfecho...
...fundamental
Essa subserviência desnecessária
Esse interesse proposital
Essas décimas quintas intenções...
Não quero mais isso
Isso tudo me acaba
Isso tudo me sufoca

Mas não mata
Nunca mata
Nunca morre
Nunca mata...
O dia seguinte sempre segue
E ainda abro meus olhos
E ainda respiro este ar fétido
De gananciosa poluição
Não vale mais
Nunca valeu
Não tenho mais credibilidade
As fichas acabaram

Os sorrisos sinceros são milimetrados
Esporádicos, anulados
Por bombas caseiras e de efeito moral
Não dá pra ser inteiro,
Sou parte disso
Meus fragmentos sofrem
Como sorrir
Sinto meu sangue pulsar
Do outro lado dos continentes...
Com os mesmos olhos...
Que vêem o que não querem

Calo-me
Mas ainda vejo meu reflexo
Neste maldito espelho
Que não refleti o que o mundo determina
Mas...
Transparece a límpida alma
Que pouco importa
Sempre consigo me anular
Vou à busca dos meus
Este mundo não me pertence
Mas continua a flagelar
Pobres mortais
Dignos da esperança...
De etnias impostas por outrem
A condenar sem motivos
Desencorajando sonhos
Cortando as garras
E começando tudo de novo
Sem um fim plausivo

Agora recosto minha cabeça ao travesseiro
Sem alardes e acontecimentos
Deixo a inércia tomar conta
Do corpo
Da mente
Permitindo...
Querendo mais uma vez
Acalmar minha fúria
Atravessando uma senhora no farol...
Contribuindo pra cola com uma moeda...

Quem irá mudar o prisma do mundo...

Senhora Morrison
28/05/2006

Foto de Murilo Braga Silva

Coletânea de poemas de Murilo Braga Silva, um estudo sobre ética e sua respectiva biografia.

1-Vida eterna

Estava no rio andando,
Tristonho com minha barba cerrada,
Vi um pássaro cantando,
Entendia que era tudo um aviso de que minha vida estava no fim.
Debaixo de meu barco já se formava o meu túmulo, aí veio um anjo e me disse:- você acabou de nascer para a vida eterna.
E eu, com muita humildade, disse:-Obrigado, meu anjo, sei que apenas deixei o plano carnal, todas as minhas tarefas que fiz no plano material darei continuidade, portanto, o espírito é imortal.

2-Laços de bondade

Alma querida, escuta:
O apostolado de Cristo te convida
Para estar trabalhando ao lado dele.
Deus é bom e justo para com suas ovelhas;
Nenhuma ovelha ficará perdida em seu reino.
Tudo se transforma na Terra;
Mas o que vem do céu permanecerá;
Vem cooperar também e servir com Jesus;
Vem cooperar no amor que devemos ao mundo;
E que a bênção de Deus jamais nos desampare, nem despreze a ninguém, iluminando os campos de toda a Terra.

3- Cruzeiro

Brasil, terra do cruzeiro;
Trabalhando os seareiros,
Juntamente com os celeiros.

Brasil, terra das florestas;
Cada vez com o avanço dos homens,
Ficam mais desertas.

Brasil, terra do Evangelho, terra dos grandes missionários,
Que procuram a luz da imortalidade.

Brasil, terra dos indigentes,
Que pretendem chegar vencer e caminhar.

Pátria branda e salva,
Pátria amada,
Brasil.

4-O alvorecer do dia

No alto do infinito;
Vejas o grande alvorecer;
O sol se pondo entre os ares;
O vermelho representando a guerr4e;
O azul representando a paz;
Pense na natureza em função de amanhã;
Não te iludas com as ambições desmedidas;
Contudo vencerás;
Pois você é o maior;
Não se amedronte com a luz da espiritualidade,
Ela te aguarda para que em futuro próximo tu sejas abençoado pela providência divina.
Eu sou bastante ignorante;
Cada minuto estou pecando e segurando as pontas;
Sou forte para com todos os familiares;
No dia em que desencarnar,
Ainda terei de descobrir o meu conviver.

5-Trabalho alienado

Estamos em um planeta, em um universo que está em constante regeneração espiritual, alienação em se tratando de ignorância do ser humano, começando pela pessoa que vive explorando no mundo, pelo trabalho do dia à dia, trabalhando muito, ganhando pouco.
Sabemos que tudo isso faz parte da evolução, existe o plano físico, assim como o plano espiritual.
Chegará o tempo em que toda a humanidade vai entender que todas as derrotas de nosso trabalho são escadas para a nossa construção espiritual,
Ou pelo amor, ou pela dor, compreenderemos que a própria pessoa,
A própria humanidade cria motivos para a alienação moral.
O mundo dá muitas voltas, tenha paciência os alienados de trabalho e enfermos que todas as dificuldades vem como teste de paciência para nossa evolução para o alto, muitos param no meio do caminho, cada um de nós temos uma provação, isto é, uma cruz a carregar, nós mesmos, em muitos casos, somos os que escolhemos como será nossa vida ao retornarmos ao plano carnal.
Todas as explorações com relação ao trabalho alienado venceremos amanhã, que a força e a coragem acompanhe nós em nossas vidas, para a grande paz na união divina, de acordo com as verdades eternas que a humanidade vai compreender em futuro próximo.

6- A parte científica da razão

Quando a humanidade estiver alcançado o estágio máximo de evolução espiritual;
A Filosofia passará a estudar e compreender a vida eterna;
A Psicologia terá como meta o amparo às almas aflitas;
A Psiquiatria compreenderá que a doença não está somente na matéria, mas sim, em não possuirmos o esforço em compreender que a vida é imortal;
A Literatura universal estará abrindo campo de estudos sérios com relação às questões ligadas ao mundo espiritual;
As crenças dos povos estarão dando espaço ao estudo do corpo e do espírito;
Haverá entre os povos, leis de acordo com a regeneração da Terra;
Poderemos dormir de portas e janelas abertas;
A humanidade terá como missão trabalhar pela reconstrução do planeta em ordem de amor espiritualizado na paz tamanha;
As escolas estarão ensinando o verdadeiro amor que Cristo nos legou;
Os povos terrenos serão uma só família de espíritos ditosos;
Não haverá muros entre as casas, os bons homens herdarão a Terra;
A luz tomará conta da divindade que roga por nós;
Todos os que aqui ficarem verão bromélias de amor e paz;
Não haverá discórdia entre os irmãos;
O trabalho digno será a alavanca para o combate às faltas morais;
Os servos compreenderão que os espíritos nascem e renascem;
Vamos exemplificar o evangelho de Jesus Cristo para que este dia esteja próximo a acontecer, faça sua parte que os mentores da espiritualidade nos auxiliará dando-nos o amparo espiritual de que necesitamos.

7-Infinito

Feliz daqueles que conseguirem o verdadeiro grau de evolução das verdades da reencarnação, pois o espírito não morre, todos somos médiuns,
Aprenda a respeitar uns aos outros, chamo todos os irmãos para começar a divulgar a doutrina dos espíritos, a doutrina da verdade, cada dia vejo o quanto é difícil orientar a humanidade para o trabalho ao bem,
Todos estão vendo as transformações espirituais que ocorrem, na atualidade, o espiritismo já está sendo comprovado como uma doutrina da verdade que veio para libertar a humanidade,
Vamos começar a estudar a doutrina espírita, a reconhecer que não adianta religiões fanáticas, que no fundo não sabem dar seu verdadeiro exemplo de vida, vamos começar a praticar o verdadeiro evangelho consolador, vamos procurar criticar menos e ajudar os nossos semelhantes.
Amigos da Terra e do espaço, estamos sempre em constante evolução espiritual, está comprovado, quem quiser acreditar acredite e busque os estudos espirituais, isto é, a disciplina para que possamos sempre, com muita humildade, conseguir cncretizar nossa elevada missão assumi9da antes de reencarnarmos.
Não adianta dizer que converteu a esta ou aquela religião que está salvo, que morreu fica salvo, o espírito precisa de trabalho abnegado para conseguir sua salvação espiritual de que tanto necessitamos.
Não adianta dizer que rezou tantas ave Marias que está salvo, isto é muito fácil, com disciplina, fé raciocinada, benevolência, respeito mútuo aos nossos semelhantes e esclarecimentos espirituais conseguiremos vencer nossas dificuldades.
O Espiritismo é o consolador prometido que Jesus enviaria à Terra para a restauração do Cristianismo, muitos ainda desconhecem essa doutrina que explica a razão de tudo, tudo em nossa vida tem sua lógica, nada ocorre por acaso, somos todos seres imperfeitos, ainda estamos longe de alcançar a perfeição espiritual,
O espírito não regride, ele pode até estacionar com o tempo e após a dor poderá continuar sua evolução espiritual.
E assim, meus irmãos, nascemos para o plano espiritual, morremos na carne, mas permanecemos no espírito.

8-Libertação
Todo pensamento nosso poderá ser concretizado, dependerá de nossa força de vontade.
Pensem sempre coisas boas e interessantes e também otimistas que qualquer coisa dará certo, pois, ordem, trabalho, benevolência, humildade, caridade, amor ao próximo e paz espiritual, enfim, tudo isso sendo praticado provocará a libertação que começa dentro de casa.
Trabalhemos todos nós em busca da seara do Cristo, só assim conseguiremos chegar onde devemos, isto é, o caminho de Cristo.
Espero que Deus ilumine os corações de cada um dos seres tanto encarnados como desencarnados, para que eles possam vencer suas provações, abrindo novas veredas para o futuro de paz e amor espiritual.
Esperemos esse tempo que chegará breve, a Terra deixará de ser um planeta de provas e expiações para ser um mundo de regeneração, procuremo-nos corrigirmos os nossos defeitos morais libertando das grades do orgulho e egoísmo, e também do materialismo, corrigindo nossos atos, praticando a caridade e melhorando.
Muita paz a todos, fiquem na paz de Deus, de Jesus e dos mensageiros espirituais da caridade.

9-Regeneração

Vamos ser herdeiros da paz eterna,
Pois o mundo necessita de sábios,
Temos que transformar nossa literatura em grande alavanca para o progresso espiritual do homem.
É de conhecimentos espirituais que se consegue às transformações de que os seres carnais carecem.
Estamos na ignorância espiritual a tempos arcaicos, todavia, ainda persistimos em continuar nos martírios da amargura que nos aflige.

10-Fé raciocinada

A verdadeira fé do ser humano
É a bênção do trabalho;
É as dificuldades e provações que te alcança,
Agüente com muita paciência tudo;
Tudo é passageiro;
Somente o trabalho ao serviço ao bem é o responsável por curar nossos males espirituais,
A força de pensamento para enfrentar os obstáculos,
Carregar e frutificar o nosso evangelho,
Aceitar a dor como mecanismo básico de resgate espiritual,
Enfim, faça de sua vida um livro de amor,
Faça os outros felizes para que tu sejas também,
Não vamos descontar nossas faltas em outrem;
Largue as vantagens e saiba que a vida é auxiliar ao próximo eternamente,
É amar ao próximo como a ti mesmo,
Não procure apenas ser sábio, mas também cumpridor de seus deveres;
Pense como serás se procurar corrigir seus defeitos morais.

11-Missionários do bem

A humanidade caminha vencendo suas provas a cada dia que passa, este milênio deverá ser cheio de surpresas, aqueles que não buscarem sua regeneração moral não encarnarão mais neste planeta.
Os grandes missionários da luz se espalham por todos os rincões da Terra, encarregados de transformar este planeta em um verdadeiro paraíso espiritual e os espíritos mais inferiores serão levados para outros mundos de trevas, para que através da dor bendita eles possam evoluir.
Já está começando a acontecer esta separação entre o joio e o trigo, os espíritos mais evoluídos já estão reencarnando para iniciar o terceiro milênio o trabalho de regeneração espiritual da humanidade.

12-A caridade para o futuro

Para a humanidade, no grau de desenvolvimento espiritual e intelectual que estamos, temos cada vez mais que acelerar nosso desenvolvimento para as grandes transformações no campo da espiritualidade.
Por isso, orai e vigiai para não cair em tentação, andais como filhos da luz, bem aventurados os humildes, porque terás o reino dos céus, amai-vos uns aos outros como eu vos amei, faça da sua parte que eu te ajudarei; e assim caminharemos para Cristo.
Jesus nos disse: no dia em que o evangelho estiver sendo pregado em toda parte, tenha a certeza de que estará havendo uma grande transformação no campo moral da sociedade humana.
Hoje, todos conhecem o evangelho de Cristo, vamos Ter, ou pelo amor ou pela dor que começar a praticar esse evangelho em nossa vida cotidiana pacientemente, pois os espíritos superiores nos darão consolação e amparo para sempre vencermos nossas dificuldades.
Vamos divulgar o evangelho, ajudar os nossos semelhantes, porque sabemos que a caridade é para nós todos simples obrigação.

13- Transformação

Terra do Cruzeiro;
Que tem muitos cordeiros.

Terra da Amazônia;
Relembrando o Brasil- Colônia.

Terra do pau Brasil;
Relembrando o azul anil.

Terra dos escravos;
Relembrando os cravos.

Terra dos soldados;
Relembrando os dourados.

Terra do amor;
Relembrando a dor.

Terra dos generais;
Relembrando os tribunais.

Terra de Santa Cruz;
Relembrando a luz.

A luz do limiar do infinito,
Relembrando o amor divino.

14-Terra dos sonhos

Meus queridos irmãos,
Vocês esperem o passar do tempo,
Verão os seres se transformando,
Os muros se separando.

Quando vocês menos esperarem,
Verão as cadeias se destruindo,
A humanidade se abraçando,
Formando verdadeiros laços de amor.

Ainda vai demorar algum tempo,
O mundo não vai se findar, ninguém pode afirmar um fato tão medíocre como este.
As pessoas más serão levadas para mundos inferiores, pois este mundo será um verdadeiro paraíso espiritual.

Acabará a prepotência e o racismo,
Entre pretos e brancos.
Todos se unirão em um só laço,
De paz, amor e trabalho espiritual abnegado.

Em todos os rincões da Terra você poderá ouvir os belos cânticos dos pássaros, a natureza se formando entre os ares, e os homens como cordeiros de Deus.

Para mim essas transformações é um grande presente,
O amor do evangelho imortal da humanidade, que ainda nos dará belas lições de paz, amor e fraternidade.

15- Aborto e Suicídio

Aborto não resolve o problema da morte, pois o espírito é imortal, não mate uma criança inocente.
A criança, como todos nós, possuímos grandes missões a desempenha na Terra.
Suicídio é crime perante a justiça divina,
Aproveite a oportunidade que Deus te consentiu de reencarnar no plano terreno.
O espírito continua, ele continua sentindo dores sem precedentes, e somente no plano carnal conseguimos nosso conforto espiritual, não percas a oportunidade da bênção da vida, bons momentos virão.
O Suicídio como o aborto, mata o corpo mas não mata a alma, e a humanidade não se livra da consciência pesada pela prática desse bárbaro crime.
O amor é capaz de restaurar a paz e a esperança, fazendo com que todos possam compreender as verdades espirituais da vida eterna.

16- Poema para a vida

Meus irmãos!
A vida é uma grande escola;
De dor e grandes provações.
Deus nos convida para o seu apostolado,
Refletimos, no entanto, entre simples lições da natureza, vejam as suas provações que te alcançam e diga:
Muito obrigado, meu Deus, pois tu és poder e bondade;
Vamos procurar auxiliar os nossos irmãos relegados aos padecimentos da via pública, para que saibamos acrescentar a paz e a esperança.

17-Instintos humanos

Sou uma pessoa sem instinto social,
Sendo uma pessoa apegada aos fatos imortais que nos leva a plenitude espiritual.
Sabemos dos conhecimentos de Física da lei da ação e reação, deduzindo-se que todos nós teremos as conseqüências das nossas atitudes morais perversas.
Temos apenas que procurar regenerar nosso mundo humilde, pois a partir de então teremos grande paz espiritual, onde todos estaremos unidos eternamente pelos laços de bondade e amor espiritual, com a força de nosso mestre Jesus estaremos todos nós reencarnando neste planeta para reconstruir tudo aquilo de bom e divino que esta sociedade perversa destruiu no decorrer dos milênios.

18-Dificuldades e Lutas

Faça da poesia um instrumento de sua existência, além da alma rica em conhecimento, lute para ser um poeta humilde e leve sua vida em busca do maior, do impossível, pense nisto e acredite que terás uma vida repleta de segredos em seus romances; em sua definições, pois bem, vida de escritor é cheia de mistérios, de espírito de conquista e idolatria.
Devido ao tumulto existente entre a população, pela falta de espaço e pensamento para o meu "eu" aprofundar em literatura, fico sem inspiração, talvez neste momento, poderia estar em uma mata acompanhado de uma cachoeira dourada, ouvindo os belos cantares dos pássaros, ouvindo o uivar dos lobos.
A poesia é indefinida, imprevista..., ela é uma dádiva divina que Deus nos conduz para que possamos evangelizar a humanidade, começando pela renúncia aos bens materiais, o endurecimento do povo é a principal causa dos martírios que assolam o mundo infinito, pensem na criação divina, abandone o orgulho e o egoísmo.

19-Fase terminal

Em geral, acho que a morte não existe;
Nós estamos aqui na Terra para grandes evoluções;
Evoluções para o progresso de nosso espírito;
Porém, somos ainda pequenos e imperfeitos;
Relegados ao atraso de não preocuparmos com nosso irmão que tanto necessita de ajuda.
A Terra passa por uma fase de grande regeneração espiritual.
É momento de refletirmos em nossas mudanças de posições;
Momentos de começar a estudar a verdade e reconhecer que não há mais lugares para guerra, violência, fome e miséria em geral.
Devemos começar a reconhecer as leis divinas, sabendo que a Terra é uma cópia do plano espiritual.
O espírito não se finda com a morte, mas sim acordamos para a verdadeira vida eterna.
Quem somos nós para temer a Deus; quem a dizer que Deus nos castiga,
Não, seres humanos da Terra!!!
Se estamos ainda no início do milênio, não temos que temer a Deus mesmo que estejamos ainda imperfeitos como estamos.
Ainda não aprendemos a respeitar o nosso próximo, não aprendemos a servir sem perguntar até quando.
Moisés veio para mandar os dez mandamentos recebidos por Deus;
Porém, Deus nunca nos proibiu nada que fizéssemos, mas disse cada um segundo as suas obras.
Portanto, vamos mudar nossos pensamentos, abandonar os prazeres mundanos, enfim, somos capazes de renunciar o mal e somos sempre convidados para trabalhar no apostolado de Cristo, de acordo com a verdade eterna para que quando desencarnarmos possamos estar sempre conscientes de nossos deveres para que ganhemos a consolação espiritual nas leis abençoadas de Deus.

20- A Guerra, alimento da humanidade

Não é a primeira, nem a última das guerra que ocorre no mundo, há tantas guerras que não temos condições de podermos afirmar que estamos no planeta da paz, todavia, estamos caminhando para este objetivo.
A sociedade humana teve seu livre arbítrio de escolher uma sociedade comandada pelo orgulho, ódio, vingança, egoísmo e inveja, enfim, não há paz sem que possamos Ter confiança em Deus.
Sei que não haverá mais guerras quando aparecer a dor; a dor da desilusão, da amargura, dos sofrimentos físicos e morais.
Os povos estão, na sociedade moderna, criando a guerra do mundo informatizado, tenhamos a crença que quando os povos estiverem esclarecidos de que o perdão apaga uma multidão de pecados estaremos mais um passo acima em busca das leis abençoadas de Deus, pois Deus é a inteligência suprema causa primária de todas as coisas, observai o pai celestial pela sua criação, Deus fez o mundo para todos os servos, ele não nos pede que tenhamos rancor de nossos irmãos, a vida é uma chama de luz, que clareia-nos a todo momento de nossas ignorâncias.
Desejo apenas que os povos guerrilheiros possam observar a vida e ouvir os múltiplos chamamentos a obra do progresso geral.

21- Indefinição
Quem foi que chamou?
Deixa descansar o Chico Xavier coitadinho.
Almas evoluídas esperam por ele,
Continuamos vivendo grandes melancolias.
As ruas estão cheias de romeiros a sua espera, o sol vibrante consola seus corações.
Ouvem-se os sinos vibrantes, todos são envolvidos por uma grande sensação de paz espiritual.

22- Misérias
O meu coração não agüenta
Mais tantas misérias.
Não quero mais o orgulho em meu coração.
Como faço para alcançar a glória eterna?
Não sei, sei apenas que eu vivo uma vida infeliz, e a cada dia reconheço que estou afundando em uma grande lama escura.
Não sei se morro, ou se vivo,
Ou se planejo uma outra vida diferente desta que estou vivendo.

23-Ainda ontem

Ainda ontem eu estudava Deus em sua criação infinita.
Hoje reconheço que eu não sou nada que nosso criador chama de bom.
Sou apenas uma peça que serve para trabalhar de graça para os outros, estou cansado de tanta zombaria em cima de mim, quero a liberdade, que seja o descanso eterno.

2ª parte da obra

1-Ética social: um fator ligado à psicologia humana.

Primeiramente, a ética é um assunto relacionado com a atualidade. Apresenta uma relação profunda com a questão da estética. Esquecendo um pouco a estética, a ética geralmente vem apoiada aos problemas sociais, econômicos, políticos, religiosos e também, de acordo com nossa formação educacional. As sociedades, geralmente, usam os conceitos de ética ou moral, buscando recursos para a resolução de suas intempéries político- sociais ou então, seus problemas individuais. Outros procuram recursos práticos para solucionar seus desequilíbrios morais.
Este trabalho não apresenta como objetivo colocar um fim a este problema, não é este o objetivo. Pois a ética é um ponto de profunda reflexão. A ética será trabalhada a partir de um estudo filosófico, indicando até alguns caminhos por onde passa a ética, interligando o estudo com o campo educacional, mostrando, neste caso, que a ética direciona o destino dos seres humanos.
Sabemos que a imagem da própria pessoa já determina um pouco do caráter individual, porque a antropologia é um campo de estudo muito importante, porque explica muitos fatores ligados à ética, pois os fatores ligados a questão da cidadania também serão abordados em algumas condições necessárias, em resumo, os três objetivos a serem abordados neste trabalho, de acordo com as pesquisas feitas por mim será: Ter conhecimento de ética, levando-se em consideração a determinação da vida social das pessoas, estudar os fatores ligados a ética na política e mostrar a ética de acordo com a posição religiosa.
Enfim, nosso assunto a ser tratado será a ética sob a perspectiva histórica, levando- se em conta a realidade social que a sociedade mundial vive na atualidade, sabendo-se que existe uma grande diversidade de religiões existente na sociedade, a ética será abordada com o objetivo de mostrar que ela é responsável pela determinação do caráter psicológico humano, ela será abordada de acordo com as concepções filosóficas diversas de acordo com os filósofos e estudiosos da atualidade dando-se referência a alguns filósofos gregos como Sócrates e Aristóteles.
Destacaremos a importância da ética no campo da educação, mostrando que tudo na sociedade necessita de ética, o ser humano necessita de uma postura ética para Ter sucesso no campo social, desta forma, nosso trabalho tem como objetivo orientar as pessoas mostrando que o mundo ainda precisa de profundas reformas no campo moral, isto é, no campo ético, pois os desenvolvimento moral do ser humano nunca está completo, o estudo sobre ética é muito importante para a justificativa do sentido de nossa existência, podendo-se até fazer projeções sobre o futuro da sociedade humana.
Primeiramente, trataremos do assunto ligado à estética na manipulação da vida, da revista" Mundo Jovem"( Porto Alegre)- Ano XXIX- nº 322. Novembro-2001- página 7.
Esta reportagem nos mostra que o século XXI nos traz profundas incertezas e entusiasmo quanto aos fatores conseqüentes do estudo do genoma humano. O contato com este estudo científico pode trazer problemas relacionados às questões da manipulação da vida, fatores ligados ao dom divino.
A partir do momento em que os seres humanos conseguem transformar a natureza e os fatores científicos dos seres vivos, ele está transformando a vida das gerações vindouras. No entanto, antes dessas descobertas científicas, a ética não apresentava grande importância para uma grande discussão, em vários estabelecimentos, aparece oportunidades de discussão para que se leve em conta um grande processo de estudo científico sobre esta área. É necessário realizar o estudo da ética com muito cuidado, pois alguns pontos básicos podem trazer prejuízos morais aos seres humanos.
Na atualidade, os avanços dos estudos genéticos causa pelo menos duas conseqüências básicas: ocorre alteração do comportamento das pessoas com relação aos seres vivos não- humanos e os mamíferos.
A partir de um estudo antropocêntrico, a sociedade humana é vista muito presente entre nós.
Um fator que ocasiona profunda fonte de estudo nas pessoas é a questão da clonagem humana, que futuramente atenderá a dois objetivos básicos: realizar a produção da espécie e produzir tecidos com o intuito de realizar autotransplante, será que a clonagem humana é um fator que corresponde aos princípios éticos? O que se discute é saber se a clonagem própria ou de terceiros, através de recursos tecnológicos servem apenas para agradar suas necessidades ou se há o direito de ser concebido através de determinados mecanismos.
Um outro fator que esta reportagem nos aborda refere-se ao sacrifício de um ser humano para salvar o outro. É variada a ocasião e as circunstâncias em que se retira uma célula ou duas para que se realize uma biópsia embrionária retirando uma célula para se desenvolver um clone? Anterior ao estágio de 32 células, apresenta-se um número eficiente de embriões em potencial, sendo que estes embriões podem se recombinar com outros embriões viáveis.
A questão está em definir qual o momento em que se dá início a vida. A interpretação do código genético nos auxilia como compreender de forma mais eficaz como é o ser humano, permite-se que troque um gene defeituoso por outro perfeito, ou que se inclua, dentro da célula, uma proteína que será codificada pelo gene. O problema é estudar os mecanismos para que tenhamos acesso a esta tecnologia. Em um país como o Brasil, onde a maioria da população não possui saneamento básico, consequentemente sofre várias doenças que deveriam ser dizimadas, imaginar que essas tecnologias são mecanismos para beneficiar os seres humanos parece representar uma utopia.
Se os estudos forem feitos através deste pensamento, será possível um estudo mais aprofundado sobre os problemas ligados a ética, buscando soluções, o que "parece ser fácil", distanciando-se do fator tecnológico, que não permitirá o uso dessas soluções.
De acordo com Salzano(1999), é tarefa da sociedade, de forma geral, e de cada um de nós, em condições individuais, ficar atentos para que este conhecimento seja praticado pela maioria das pessoas. Desta forma, sendo cidadãos, crendo ou não no geneticismo, todos tem o dever de se informar sobre esses assuntos e cobrar da organizações governamentais para que se concretize esses objetivos.
SALZANO, Francisco M. Genética, ambiente e problemas sociais. In. SACHET, Ana Maria de Oliveira Freitas (org.) Genética para que te quero? Porto Alegre: Ed. Universidade UFR GS, 1999, p 75-81.
Temos que buscar razões para as diversas maneiras de nos comportarmos.
O fundamento principal da ética está na fé das pessoas, através dos ensinamentos da crença de cada um. O problema da ética é logo resolvido pelos cristão que se orientam pela bíblia, sendo meio caminho andado.
Algumas pessoas afirmam que o sentido da ética está na natureza. Estude a natureza. O importante a observar é que a natureza não serve de inspiração para qualquer coisa, não podemos resumir a ética somente segundo a natureza, de sua casa, de seu jardim, de você mesmo para ver as consequências das coisas.
Outras pessoas afirmam que o sentido da ética está na lei, lembre-se que durante o período da ditadura militar, a cada dia se estabelecia uma lei no Brasil, não podíamos afirmar que todas essas leis eram éticas. É importante o cumprimento das leis, mas é importante procurar quem criou essa determinada lei. A lei do salário mínimo é injusta porque muitos indivíduos da sociedade estão ganhando muito com isso, outros estão sofrendo devido à existência dessa lei.
Algumas pessoas afirmam como as coisas devem se proceder com referência às relações humanas, tudo é algo a ser desenvolvido, todas as coisas da vida estão sempre em desenvolvimento, nada está terminado.
Alguns afirmam que ética é um departamento crítico. Crítico significa afirmar que ética é algo que nunca está terminado, sempre em desenvolvimento, a cada instante deve ser discutida e aperfeiçoada.
O princípio básico para o aperfeiçoamento dos estudos de ética é o diálogo, o diálogo afirma- nos que todos nós sabemos alguma coisa, não se sabe as coisas mais ou menos; sabemos coisas variadas , mas nem todas possuem valor. Portanto, no diálogo é importante observar o que o outro fala, com muito respeito. Ninguém diz besteira por conveniência, no fundo sempre existe um sentido e uma razão para o que os outros dizem.
Através dos estudos de ética, pode-se compreender se podemos chegar a um determinado acordo sobre o modo de ser das coisas, do que será ética nesse instante, nessa ocasião, o fator mais importante é as pessoas estarem decididas a dialogar, alertas, sem querer colocar posições à força. Isso não significa que você não pode dizer o que pensa das coisas. Pode e deve, pois sabemos que seu ponto de vista é esse, colaborando para o enriquecimento da discussão. A partir de diversos pontos de vista, pode-se decidir pelo melhor para um determinado grupo.
É muito difícil falar em ética, mas é indispensável em nossa vida, pois todos os acontecimentos que ocorrem em nossa vida envolvem ética, a todo instante. Toda ação corresponde ética. Ética sempre significa "ética da relações". Durante a rotina diária, aproximamos da ética a partir do estabelecimento de um diálogo onde há respeito de todos, onde todos expressam livremente seus pensamentos, procurando o melhor para cada grupo social.
De acordo com a enciclopédia "Ensino médio e formação profissional"- Editora didática paulista, na página 292 até 297, inicia um estado de ética através de referências a alguns pensadores.
"Se eu soubesse algo que me fosse útil e que fosse prejudicial à minha família, expulsa-lo- ia de meu espírito. Se eu soubesse algo útil à minha pátria que não o fosse útil à Europa e prejudicial ao gênero humano, considerá-lo-ia um crime, pois sou necessariamente homem, ao passo que sou francês por mera casualidade."
(Montesquiel Ética:" O homem não é senão o seu projeto, e só existe na medida em que se realiza".
(Sartre)
Ética: " No sentido próprio, disciplina filosófica cujos objetos de estudo são os juízos de apreciação quando se aplicam a distinção do bem e do mal. Teoricamente vinculada a uma busca metafísica, distingue-se da moral aplicada."
(André Roussel, Dicionário de Filosofia, p. 171.)
A ética possui como objetivo analisar, explicar e investigar o comportamento moral humano, sendo um aglomerado de conhecimentos que controlam as relações humanas.

Os dez mandamentos determinam o primeiro código ético da antigüidade.
Não matarás.
Não roubarás.
Não cometerás adultério.
Não levantarás falso testemunho.
Não cobiçarás a casa do teu próximo.
Respeitarás teu pai e tua mãe, etc.
Não terás outros deuses diante de mim.
Não farás para ti imagem de escultura.
Não tomarás o nome de Deus em vão.
Guardarás um dia para o senhor.

A ética é muito ,mais complexa do que imaginamos, geral, universal e moralmente. A moral se restringe a determinados assuntos que correspondem a conduta humana: profissional, moral, sexual, etc. A moral é de acordo com a época, a ética caracteriza-se por transcender a época. Os valores morais, lealdade, justiça, honestidade, fidelidade estão incluídos na sociedade de maneira geral: Sem esses valores não seria possível a existência de uma vida social.
Alguns exemplos que põem à prova nossos valores morais são: chacina de seres humanos e animais, fome, infanticídios, linchamentos, genocídios, estupros, torturas, aborto, eutanásia, furtos, etc.
Nossos pensamentos e ações afirmam que praticamos o bem ou o mal, sempre com o intuito de satisfazermos nossas virtudes, para alcançarmos nossos objetivos, dessa forma, as nossas aspirações e sonhos surgem e existem como parte existente em nossa vida pessoal, pois, em muitos casos não podem ser concretizados da maneira como desejamos, pois estamos em uma sociedade, temos normas a cumprir.
O objetivo da moral é tornar normal a vida em sociedade. As normas morais sofrem variação de tempo e espaço, de acordo com as condições sociais.
Anterior ao processo de ocidentalização, os antigos esquimós sacrificavam todas as crianças do sexo feminino. Eles não julgavam esse ato imoral, devido ao fato das meninas não representarem força de trabalho e significarem um obstáculo à sociedade esquimó. Este exemplo nos mostra que as normas morais diversificam de uma comunidade para outra.
Há sociedades poligâmicas(o homem tem o direito de ter mais de uma esposa) e há sociedades monogâmicas( em que o homem só pode ter uma esposa).
Desta forma, as normas morais caracterizam-se por serem relativas, o que é certo para uma comunidade, pode não ser para outra. As normas morais são determinadas pelos grupos sociais de acordo com seus hábitos, necessidades e crenças.
A moral pode ser caracterizada de acordo com um conjunto de valores e normas que regulam e normalizam o sistema da vida dos indivíduos e de uma sociedade de forma geral. Aqueles que não seguem as regras sociais são excluídos.
"Nenhuma criança nasce boa ou má, os valores são aprendidos; a responsabilidade dos pais , professores na educação dos jovens é imensa."
(Paulo Afonso Ronca, A clara e a gema).
A ética significa a base da sociedade, quando ela se encontra ausente, o caos predomina. Os problemas sociais que vivenciamos nas ruas, nas escolas, nos bares, enfim, em todos os lugares humanos, determinam claramente que a vida necessita de uma ética, as consequências da falta de ética são sentidas em todos os espaços da sociedade humana.
Nós somos seres humanos livres, temos nosso livre-arbítrio para decidir os caminhos a serem tomados em nossa sociedade.
Podemos afirmar sim ou não a uma determinada ordem, sem preocuparmos com que os outros irão pensar de nós.
Diante de nós, vemos os variados tipos de comportamentos humanos.
No entanto, como a moral é desenvolvida em sociedade, é natural que ela seja o seu reflexo. Por isso, ela acaba provocando preconceitos, desigualdades, privilégios e interesses (individuais ou grupais) que beneficiam uma minoria e prejudicam o restante.
Não existe regras ou normas que nos determinem como bons seres humanos, pois as circunstâncias fazem com que se varie nossos comportamentos.
De acordo com a motivação, o momento, a conduta e com relação ao contato com outros seres humanos.
Muitos de nossos comportamentos são de natureza orgânica e outros culturais, surgidas do aprendizado, de acordo com a convivência humana.
Mesmo dentre os variados comportamentos culturais existem muitos que não surgiram de fora, mas sim, de nosso íntimo. São os chamados caprichos- que não possuem nenhum sentido positivo ou negativo, são assim determinados, porque ninguém interferia neles. Exemplo: assobiar no momento do banho, sonhar acordado, etc.
Para que possamos adquirir novas noções e valores relacionados com a moral é necessário que convivamos com outros humanos. Ninguém surge ético ou antiético; atravessamos várias fases de moralidade de acordo com as relações sociais e com a idade durante nosso estágio de desenvolvimento até alcançarmos a maturidade.
Durante os primeiros anos de infância(3 a 5 anos), as regras a serem obedecidas vêm de outros: avós, pais, irmãos, etc. Neste caso, a nossa moralidade é externa, não sendo nossa, daí afirmamos que é uma moralidade heterônoma.
Atendemos às regras para evitarmos castigos, pois encontramo-nos na fase egocêntrica, direcionados para nós mesmos sem a malícia dos interesses dos outros.
A partir do momento em que crescemos, notamos que outras pessoas também desejam coisas assim como nós e que devemos ceder em alguns pontos; tudo isso para agradarmos as pessoas, se quisermos alcançar determinados objetivos.
Levando-se em conta o individualismo, agimos de forma a ser oportunos ao criarmos relações de trocas acordos para que cada membro da sociedade possa ter seus interesses individuais atendidos.
Neste período, a moralidade existe juntamente com o convencional, pois descobrimos que nossas atitudes não podem se dar através de mecanismos individualistas, mas sim através de perspectivas sociais, aprendendo a atender às convenções que o grupo social estabelece como bons, certo.
Quando amadurecemos, descobrimos a necessidade de atender regras individuais ou grupais Quando adultos, descobrimos os princípios universais que não só tornam possível a vida em sociedade a partir do momento em que são priorizados, melhorando a vida para todos.
A partir de então, valorizamos a justiça, a liberdade, a vida e a dignidade humana como mecanismos fundamentais para nossa felicidade e para a felicidade dos outros, determinando os valores que irão comandar nossa conduta, de forma que cada ser humano seja visto com toda consideração à humanidade, de forma geral.
Quando agimos desta forma, significa que temos amor à vida, chegamos, então, a nossa autonomia moral.
Podemos dizer que tornamo-nos mais ou menos éticos praticando a capacidade de reflexão e análise, vontade, liberdade, juntamente com responsabilidade.
Para que possamos construir determinada moralidade, temos algumas dicas determinadas a seguir:
Tratar o outro como semelhante e respeitá-lo enquanto diferente.
Lembrar a todo instante que ele é semelhante porque também é ser humano, essas semelhanças estão na inteligência, poder de calcular e realizar projetos, ideais, sonhos, medos, fraquezas e paixões.
Saber que apesar de todas as diferenças que existem (de cor, sexo, condição social, nacionalidade, religião, preferência sexual, destino político, etc), as semelhanças são muito maiores do que pensamos, portanto, o que é bom ou mau para uma pessoa, é bom ou mau para outro integrante da sociedade.
Por trás de todos os detalhes ou aparências que nos tornam diferentes uns dos outros, existe algo que assemelha-nos como se fizéssemos parte de uma mesma massa.
Outro fator importante é tratar o semelhante com justiça, de acordo com suas expectativas de ser respeitado, de acordo com seus direitos, carências, possibilidades e necessidades.
A justiça é vista como uma boa qualidade, uma boa virtude.
Ela se resume em tratar o indivíduo de acordo com suas esperanças com relação à forma que ele deve ser tratado.
A partir do momento em que o outro deseja ser tratado com justiça, ele espera que no momento do relacionamento tenhamos as determinadas atitudes: reconheçamos que ele é igual a todos nós, em resumo, que tenhamos posições mais convenientes em nossas relações sociais.
É importante, também, relativizar os interesses em questão. Estudar nossos interesses e os dos outros, compreendendo quais os mais importantes para o bem- viver.
Interesse é uma palavra surgida do latim (inter esse ), que possui como significado ser ou estar entre vários.
Nossos interesses possuem existência de acordo com diversos entre os integrantes de uma determinada sociedade. Alguns se realizam e outros até se reforçam, outros se conflitam e se contrapõem. Precisamos considerá-los de um modo ou de outro, principalmente aqueles que se conflitam.
Quando não é possível a realização de todos, devido a existência de interesses conflituosos, é evidente que se prevaleça aqueles interesses que valorizem o bem estar do ser humano e valorização de vida.
" As coisas do interesse de todos quase sempre não interessam a ninguém".
(Millôr Fernandes, A bíblia do caos)

É importante considerar que em todos os meios da vida existem pessoas que são éticas e aquelas que não são, de maneira que todo o estudo, positivo ou negativo, fornece como conseqüência impropriedade ou injustiça em relação a muitos integrantes da sociedade.
Não podemos esquecer que vivemos no Brasil e que aqui, assim como vários países, existe crise de valores éticos, conseqüência do individualismo e da rivalidade levada a situações extremas, das desigualdades sociais e também do consumismo.
A história nos mostra que em todos os tempos houve fases com maior ou menor valorização dos fatores relacionados ao comportamento ético. A diferença a ser destacada é que, na atualidade, os meios de informação e comunicação fornecem a circulação mais rápida das notícias e sua informação por um número de indivíduos espalhados por todas as partes do mundo, e por algumas circunstâncias, algumas notícias mais propagadas são consideradas mais edificantes. Pelo menos, devido a falta de provas contrárias.
A partir do momento em que todo um grupo é julgado, tendo como referência uma parte de seus membros, e, nesta ocasião, referimo-nos àquela que é caracterizada como antiética, algumas explicações são: essa parte é muito expressiva em quantidade; apresenta maiores qualidades em relação ao resto do grupo, ou seja, representa a cúpula dirigente, o grupo mais destacável, a liderança; representa maior alvo de interesse por parte dos meios de comunicação.
Diante do exposto, temos uma responsabilidade muito grande de cuidar sempre nossos atos éticos individuais, observando aqueles do grupo social que nos compõe.
De acordo com a revista: "Mundo Jovem"- nº317- Junho- 2001- Ano XXXIX-Porto Alegre- página 9, temos um texto que trata da ética na política.
Primeiramente, ética existe nos dicionários como parte da Filosofia que estuda os valores morais, e os fundamentos relacionados a conduta humana. Representa uma ciência normativa que nos dá base para o estado da filosofia prática. Representa os princípios morais que estuda as maneiras de se proceder em uma determinada profissão. Ética social: representa a parte prática da filosofia social, que fornece-nos as normas para as adequações a serem feitas nas relações entre os integrantes da sociedade.
Esta definição sintetiza claramente a essência da palavra ética. E se utilizássemos o conceito que se desenvolveu através dos estudos de Aristóteles, em sua obra "Corpus" ou na obra de Spinoza "Prática política", certamente teríamos a certeza de que os princípios básicos que determinam o processo político teriam as ações a serem feitas através do interesse público, nunca por um desvio de conduta.
Os tempos evoluíram de forma assombrosa, a evolução que teria como objetivo a transformação moral dos homens e mulheres tem sido vista como uma ameaça. O capitalismo desenvolveu inúmeros consumidores ao invés de sujeitos. A partir disso, as relações sociais não estão especificadas nas relações com pessoas, mas sim com objetos.
Desta forma, tudo vale, a compra de votos de parlamentares com o intuito de segurar uma determinada proposta da emenda constitucional que permitiu a reeleição do presidente da República, favorecer uma determinada empresa americana, ao invés das nacionais, no estabelecimento do sistema de vigilância da Amazônia (Sivam), tirar 40 bilhões de reais dos cofres públicos com o intuito de salvar banqueiros falidos, desvalorizar a moeda nacional para favorecer a vários bancos, usar restos de campanha para construir patrimônios individuais, fazer de tudo para que os esquemas de corrupção não sejam averiguados e punidos.
Esta é a posição que o processo político, ou melhor, os integrantes do Executivo, Legislativo e Judiciário usam como molde para a população, em geral, sendo que a maioria é pobre, vivendo com poucas condições de dignidade.
E esta população ainda exige conduta ética adequada, não se aceita repressão, rebeldia ou ameaças. É muito complicado defender uma posição ética neste mundo em que vivemos, ainda acreditamos na utopia de que ainda é possível que se crie um novo mundo, confiando na juventude, mesmo que estes jovens estejam subordinados ao consumismo, eles ainda têm a capacidade de exigir uma posição por parte de seus membros de uma ação ou posições baseadas na ética. É a juventude que possui o poder de estudar e analisar suas atitudes, sua conduta de acordo com as relações sociais, de forma geral. É obrigação de todos acabar com a lógica do vale-tudo, que fragmenta, acentua desigualdades e afasta a sociedade, aos poucos, da noção de postura baseada na ética positiva e coletiva que direcione a sociedade para um mundo justo, igual e solidário para todos os integrantes humanos.
Problemas fundamentais segundo o livro "Filosofia Moral"- Jacques Maritain- página 82, afirma-nos que a ordem dos valores éticos, a ordem relacionada aos fatores morais, mostra-nos um exemplo de ordem individual autônoma e irredutível, que se finda a si mesmo. Igualmente como a ordem estética, tendo razões bastante diferentes, e de forma contrária, a ordem moral, a ordem ética, refere-se do homem: não considerando o homem como centro cognoscente, mas sim como sistema de referência individual no processo de determinação dos valores, o homem é um agente livre de acordo com uma seqüência individual de valores estabelecidos tendo como referência um centro, a razão.
Compete ao homem como parte integrante do universo da natureza e da criação, mas também a outro universo, acima do universo da natureza: o universo da liberdade, neste universo da liberdade a sociedade é vista como um todo em relação a Deus e ao mundo, e cada um pode ter sua iniciativa individual separando o bem e o mau.
É neste universo de liberdade que as ações humanas são vistas como boas ou más, nesta ordem, o homem pode ou não pode transgredir as regras que compõem a razão da existência.
Uma atitude livre ocasiona uma relação entre o agente livre e Deus, sendo uma relação de ordem diferente da do universo e criação.
De acordo com o universo dos valores morais, os seres humanos vivem de forma firme para Deus e para todo o conhecimento intelectual supremo.
Sabemos que muitas coisas que condenamos são vistas como inocentes e outras são vistas como más. De acordo com o intelecto supremo, nenhuma coisa é considerada mais ou menos boa. O que realiza a distinção entre o bem e o mal moral é a conformidade ou então a desconformidade com relação à razão. A falta moral contraria os propósitos de Deus. A diferença entre o mal moral e o mal físico é que o mal físico é real, não sendo pura aparência, sendo uma aparência relativa do homem como outro cognoscente. O mal moral é aquele em que um mal de um indivíduo representa os dos outros ao seu redor.
De acordo com o livro "Ética moral- Johannes Messener- página50 à 119, diz que a lei natural leva o homem da realidade potencial para a realidade plena. A ética de valores segue a tradição da ética antiga e medieval.
Qualquer sistema ético científico deve realizar-se de acordo com uma análise auto- crítica metodológica.
De acordo com o estudo de ética, ela deve basear-se em dois métodos: o indutivo e o dedutivo.
Quando estamos entrando no princípio da moralidade, não entramos diretamente no estudo dos conceitos metafísicos e teológicos, introduzimos o estudo através de um processo indutivo.
O âmbito da realidade interna e externa possuem contornos bastante amplos.
O principal objetivo de estudo da ética é o comportamento humano.
A partir do momento em que o homem estiver em condições de entender a realidade, ele compreenderá a ordem em toda a extensão da vida individual.
A ética da alta escolástica soube tratar de assuntos ligados a termos referentes a economia- política.
Segundo a "Enciclopédia Barsa", volume 6- 2000,da página115à 116, ela nos afirma que a moralidade subjetiva se revela no plano da intenção. E que a moralidade objetiva surge nas normas, leis e costumes da sociedade.
A metaética trata dos termos designados éticos, das espécies de raciocínios que determinam o princípio ético, ela se aproxima das ciências empíricas.
A sociologia, a medicina, a engenharia genética e outras ciências possuem vários problemas éticos.
Os conflitos éticos são constantes no progresso da ciência, principalmente nas sociedades industrializadas do século XX.
A relação entre moralidade e religião se acentuam no fato de que muitas pessoas acreditam que não há moral sem religião.
O objetivo de determinados códigos éticos é determinar a conduta de determinados membros da sociedade.
Protágoras dispensa os deuses para tentar explicar ética.
Sócrates defendeu uma moralidade autônoma, independente da religião, criada na razão da lógica.
De acordo com Aristóteles, a causa final de todas as ações era a felicidade.
Os estudos éticos ao longo dos séculos nos proporcionaram diversidades de idéias sobre a razão de nossa existência.
As culturas diversificam a ação(o agir). A Filosofia estuda o comportamento. Os critérios para que possamos agir bem são: Felicidade, Liberdade, dever, Vontade, Prazer, Espiritualidade. A ação humana é: racional, intencional, livre, consciente. Temos que perceber as coisas a partir de nossa realidade, em nosso caso, é a realidade Sul-americana sendo esta uma sociedade de exclusão. A sociedade Latino-americana é marginalizada e periférica. A educação é contínua (infinita) e também os conhecimentos. O rosto da pessoa mostra tudo o que o indivíduo possui, nós somos seres sociais e individuais.
É no horizonte do cotidiano que se confirma a ética da Práxis. Ética se aprende.
Não existe como definir ética, a partir do momento em que se coloca características.
Alguns estudos de ética baseados em alguns autores.
Frigotto: trabalha com a ética utilitarista.
Bosi: trabalha com a dialética da colonização.
Patto: Trabalha com a questão da evasão e repetência.
Freire: Trabalha com a pedagogia do oprimido.
Arroyo: Procura reletivizar a escola.
PCN:Trabalha com noções de valores, respeito e justiça.

De acordo com a " Enciclopédia Mirador Internacional-Enciclopaedia Britannica do Brasil Publicações- da página5317à 4323.
SP- Rio de Janeiro- Brasil,
A ética do bem faz com que a moral dependa de Deus.
A ética dos estóicos reconhece na virtude os únicos bens da vida.
Émile Durkhein afirma que cada pessoa vê as coisas sob sua própria vista.
A noção de dever, de viver de acordo com a razão foi introduzida pelos estóicos.
Nas éticas cristãs ocorre profundas alterações nos conceitos de ética, muitas idéias éticas do Cristianismo foram seqüência da filosofia Grega.
A doutrina de Aristóteles pode estar resumida na ética material dos bens.
Segundo os estudos de Platão e Sócrates, não é suficiente que um indivíduo seja somente eticamente bom, mas sim um bom cidadão.
O Renascimento dava a ética um novo valor: dualidade, virtude e vício.
De acordo com Augusto Comte, a máxima era viver para outrem.
Através dos estudos de Kant, muda-se toda a finalidade dos estudos de ética.
Os valores estão juntamente com as coisas e com as pessoas através de processos temporais.
A ética cristã procura estabelecer os padrões humanos de acordo com os preceitos evangélicos.
A maioria dos estudos éticos atuais se baseiam em correntes empíricas baseadas na origem da existência.
A ética cristã veio juntamente com a filosofia grega com relação à vida.
Spinoza afirmava que o homem se eleva da condição de escravidão à liberdade, a partir do momento em que possui consciência da necessidade que vive.
Segundo os estudos cristãos, a ética não é contextual, ela está condicionada pela história.
De acordo com a igreja, diz-se que as ações humanas possuem conseqüências eternas.
O amor e a liberdade dos seres humanos só são expressos a partir do momento em que a ansiedade pelos resultados é deixada para segundo plano.
O nosso comportamento se baseia no futuro e no passado.
O ser humano é determinado por alguns critérios, temos:
Critério Eudemonista: Segundo Aristóteles, o homem parece tender a felicidade como recurso primeiro de sua maneira de agir.
Critério do prazer: É fruto do epicurismo, sendo o contrário do estoicismo, afirmava que o homem vive com o objetivo de satisfazer seus desejos naturais. De acordo com Epicuro, o concreto, o homem é forçado a procurar constantemente o prazer sensível, sendo então, o prazer corporal, o mais alto grau de prazer que se resume em calma, harmonia. O estado de calma diminui qualquer grau de inquietação e insaciedade nas pessoas.
Critério do dever: Tu deves, porque deves, essa expressão apresenta relação com a vida moral e é Kant que sustenta esse critério como princípio de nossas ações, ele é altamente normativo. Neste caso a moral se restringe basicamente aos costumes. O conceito de dever em Kant exige a ação relacionada com a lei.
Critério da liberdade: Segundo Sartre, o homem é aquilo que ele faz, Sartre compreende que a liberdade não possui relações de dependência com outro critério.
Critério da espiritualidade: Considera Deus como ser absoluto de nossas ações, Spinoza é o filósofo que mais defende essa idéia, a livre crença em Deus apresenta um reflexo muito grande na vida moral.
Critério voluntarista: mostra que a essência da vida é a vontade. Querer é poder, representa uma idéia básica do senso comum. A interpretação da ética se baseia emdois pontos: o forte e o fraco.O homem fraco caracteriza-se por confundir virtude com humildade.
Critério da Alteridade: mostra as ações através do outro, muito defendido por Enrique Dussel e Emanuel Levinas. A vida das pessoas são determinadas por suas situações sócio- econômicas. O rosto representa a manifestação, a alteridade entre duas pessoas, a provocação, sendo, em resumo, a interpretação visual da personalidade das pessoas. O rosto determina a história do ser humano, repleta de fatos passados, presente com vista a um futuro mais promissor, o pedido de justiça, paz, amor e ternura. O principal desejo do rosto é a luta por justiça.
A ética pode ser definida como um comportamento. Atualmente o que está na moda é falar de estética. O ser humano quando vai agir, tenta trabalhar a ética, ela já está definida na produção do conhecimento. Enquanto seres humanos precisamos de estar definindo normas e regras. É dentro da perspectiva filosófica que iremos definir realmente a ética( discutir). Os filósofos irão tentar definir os conceitos e definições de ética, mas não a definição completa.
Abordagem conceitual: Na origem da palavra ética, a questão ética já era publicada. A Grécia, em sentido filosófico, era altamente aristocrática, existia existia uma grande aristocracia fatos filosóficos relacionados com a Matemática , Física. O comportamento é um caráter, e engloba a questão da personalidade. Os animais têm ética, está mecanizada. A ética é um pedaço de poder. O pouco que nós sabemos é porque temos que saber, e temos condição de discutir qualquer assunto com outra pessoa, temos que Ter segurança de vida, se temos uma posição para qualquer coisa, podemos definir qualquer assunto. O homem foge de todas as regras de segurança. Spinoza é espiritualista. Não se pode discutir ética sem falar em religião. A atividade de desenho do homem pré- histórico é uma atividade altamente religiosa. Estética é forma de conhecimento. Jesus deu uma grande lição de ética. Precisamos saber que o desequilíbrio faz parte de nossa existência, precisamos dele para nossa evolução.
De acordo com RUSS. Jaqueline- Os conceitos, os filósofos,1850 citações. Tradução: Alberto Alonso Munos. São Paulo: Scipione. 1994, A ética está ligada a normas e costumes, estamos em crise de valores, mas não crises de costumes. A moral está ligada aos costumes. O ser humano é residência, lar, e este lar está em crise de valores na atualidade. O ser humano é uma residência desequilibrada. Então, a ética é um comportamento moral, um costume. Existe coisas na vida que são incontestáveis. É incontestável dizer que não há a existência de Deus. O papel da Filosofia é fazer indagações. A filosofia se subdivide em consciência humana, consciência proposta e consciência filosófico/ social. Na consciência proposta temos a consciência educacional, política.
A consciência filosófica define o homem, segundo a idade média, segundo a Idade Média, o homem faz parte da natureza. Na sociologia, a ética define quem é o ser humano.

Dentro da sociologia, temos a: Pedagogia, Medicina e religião. A sociologia vai sistematizar a concepção de ética. O comportamento é o modo de agir, de conduzir o meio social, dentro da sociologia, o comportamento é individual( único). Dentro do comportamento individual temos: o ato humano e o ato do homem.
Ato humano: coletivo( universal).
Ato do homem: individual.
A cultura é regional, para entender ética é preciso entender a diversidade de culturas. A divisão de ética não é metafísica, mas sim, antropológica. É dentro da antropologia que iremos definir o outro( o próximo).
A antropologia é o estudo do outro que provém essencialmente do meu "eu". As mortes não estão na periferia, mas sim no centro, os indivíduos da periferia matam os do centro. Na ideologia religiosa, as pessoas sofrem por uma ética. Não somos superiores enquanto elementos éticos de comportamento. O que indica a ação de um animal ao não é a ação de seu cérebro. A produção desta ação é devido ao ato alimentar. Existe uma dependência muito grande entre os animais, não há uma morte intencional entre os animais, mas sim, por uma disputa. Na Filosofia, diz-se que o nosso ato é racional e é medido pela liberdade estudando-se os desequilíbrios individuais.
A ética tem uma linguagem harmônica perfeita sobre a natureza. O computador é capaz de detectar os pensamentos humanos. A ética mínima é a administração da vingança, o animal não administra a vingança. O indivíduo mais estranho é aquele que chama o outro de estranho. A pedagogia é um canteiro de disciplinas. A educação é uma instância mediadora dos processos sociais. Educar é auxiliar entre: o caos e a violência). A Pedagogia, Medicina e Religião determina o comportamento. A ética mínima aparece( no caos e violência). O ser humano precisa ter regras e critérios. A ética mínima é a administração da vingança. A moda humana é falar de estética. O comportamento inicia-se dentro da Pedagogia, da Medicina e da Religião. Dentro da sociologia temos algumas teorias que se aproxima da ética. Duas características da ética: ( tradição: sociedades tradicionais, tradição: sociedades modernas).
O comportamento se baseia em um projeto qualquer, as famílias vivem através da tradição. Na Grécia, era o chefe que impunha as éticas mínimas, porque o comportamento estava baseado no chefe. Na Grécia predominava-se a aristocracia, pois sabemos que fazemos as coisas por causa de Deus, sempre pensando em Deus. Nossas tradições são feitas por instintos de nossos projetos. A ética é marcada pela ciência, pela tecnologia, pelo trabalho competente. A religião católica tinha como fundo filosófico "Deus". O ser humano, em geral, não se liga pela tradição, mas sim pelo projeto.
A igreja católica vive de tradição, mas se acontecer um problema muito grande, a tradição não possui um sustentáculo para resolver os problemas, a igreja católica encontra-se em decadência,b ela não possui mais os princípios da Idade Média, ela tem procurado renovar-se, na Idade Média, as bruxas eram as mulheres que queriam mostra o seu valor.
Pespectiva Filosófica, de acordo Dom os estudos de (Dussel,1994:12), Dussel faz uma concepção de mundo marginalizado( realidade). A Grécia era altamente aristocrática, a maioria de seus filósofos vieram da periferia. A filosofia inicia-se com imperfeição de conhecimento. A nossa realidade pedagógica é marginalizada. O nosso comportamento é típico e distinto. O ser humano iniciou-se pelo Pathos. O ato político, econômico, social e cultural é racional, livre, mediado e intencional.

O comportamento é adequado para se adquirir um fim e uma meta. As guerras são de ordem cultural. A ética enquanto ciência humana, busca estudar a humanização e suas modificações sócio- culturais. A ética é a ciência da reação, mas tem modificações sócio- culturais, A ética é a ciência de reação mas tem a Praxis, que é uma reação contra a ação.
O homem é um feixe em estado de fazimento.
A Matemática estuda a lógica, a psicologia estuda a mente, a filosofia estuda quem é o ser. O homem tem consciência daquilo que faz, o homem é um ser culpado devido ao fato dele saber o que faz.
Na verdade, o ser humano não possui liberdade nem para nascer. Quando respondemos alguma ação, corremos o risco de receber um comportamento autoritário para nós mesmos. Existe um fim para nossa sociedade? Viver é vida. O amor enquanto ciência é o poder, o não julgar. O homem é um ser duplamente inteligente, ou então, duplamente demente. Os seres humanos tem que aceitar sua vida da forma como ela é. A nossa beleza não é física. Só podemos definir comportamento através de critérios, ninguém é feliz eternamente, existe apenas momentos felizes. Não podemos definir completamente que comportamento é o processo de refazimento, ou melhor, fazimento do homem. Felicidade é o homem realizar o seu máximo grau evolutivo na plenitude maior. Os seres humanos fazem as coisas porque fazem quando se trata de ação do ser humano por dever e não por felicidade. Dentro do inferno tem que haver uma responsabilidade. O ser humano pode Ter medo de tudo, mas não pode ter medo de sua existência, sua responsabilidade. Segundo Sartre, " A ação é determinada pela vontade existencial ".
Enfim, de acordo com minha concepção pessoal, a humanidade precisa reconhecer que não podemos continuar vivendo períodos de desavenças religiosas, pois todas as religiões possuem valores morais a serem ensinados à humanidade, o autoritarismo político não pode permanecer em nossa sociedade, pois ele reprime a capacidade de expressão das pessoas, porque todos nós somos responsáveis pela construção de um mundo soberano, onde todos possam ter valores sociais determinados, todas as pessoas tem um dever a cumprir no campo social , a sociedade necessita de disciplina moral, precisamos tomar providências rápidas para a resolução do problema relacionado ao fanatismo religioso, porque este fator é responsável pela queda da nacionalidade entre as nações, é preciso, também, que se resolva problemas relacionados ao campo econômico, sendo que este é o grande responsável pelas desigualdades sociais humanas, é preciso, então, que a sociedade tenha auto- estima, reconhecendo que a situação sócio- cultural humana, na atualidade, é representa um fator agravante que coloca em evidência a soberania entre as nações, ninguém sabe se teremos a terceira guerra mundial, em geral, minha opinião pessoal quanto à questão ética é que a sociedade atual encontra-se em crise de valores, isto é efeito do desenvolvimento tecnológico e científico, influenciado pelo sistema capitalista, que pouco se preocupa com o desenvolvimento dos valores sociais humanos.
Em termos gerais, não há como negar a elevada importância moral deste trabalho para o aprendizado moral dos homens. No entanto, percebo, ainda, a profunda ignorância moral das pessoas, pois este trabalho mostrou-nos o quanto o mundo possui condições eficazes de realizar sua reforma moral.
Percebemos a importância de passarmos a compreender que as religiões precisam se unir para formar uma só base para os estudos teóricos e práticos da ética, principalmente no campo social, onde a ética engloba questões ligadas à raças culturas e crenças diversas.
É preciso acabar com o fanatismo religioso, principalmente entre as nações árabes, pois as guerras religiosas só contribuem para a quebra do Estado democrático, pois sabemos que os países precisam de leis, estas são seguidas pela população.
O campo educacional é a raiz para se realizar um estudo aprofundado de ética com os alunos, o que não tem sido feito pelas escolas, que procuram trabalhar conteúdos que pouco contribuem com o desenvolvimento social dos alunos.
Devemos compreender que a ética está ligada à questão da interação humana, no estudo de ética deve-se levar em conta o caráter sócio- histórico e social da humanidade, sabendo que a linguagem é o principal mecanismo de interação humana.
Em nossa sociedade, temos várias regras a cumprir, pois reconhecemos por este estudo que a ética moral é o caminho fundamental para um destino mais digno e democrático da sociedade humana, pois ela nos fornece bases para compreendermos, através de estudos ligados à Filosofia e Psicologia, o sentido de nossa existência, de onde viemos?, o que somos enquanto seres sociais?, para onde vamos?, enfim, são perguntas que fornecem bases para um grande estudo científico com o intuito principal de tentar definir os principais caminhos a serem percorridos pela ética no universo individual das gerações vindouras.

Biografia do autor

Murilo Braga Silva, nascido no dia 10 de Maio de 1981, em Ribeirão Preto- SP, estudou no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora até os seu 14 anos, vindo posteriormente, juntamente com seus pais e irmãos para Jataí- GO, matriculando-se na 8ª série no Colégio Estadual Nestório Ribeiro em 1996, sendo este um ano bastante conturbado na vida do autor, pois ele percebia que seu futuro estava na literatura, acaba perdendo o ano por problemas ligados a sua necessidade de aprofundar-se na literatura, mas a partir de 1997 ele retorna às suas atividades escolares, termina o ensino fundamental e faz o 2ºgrau nesta mesma escola, em dezembro de 2000 presta o processo seletivo para o curso de Letras na Universidade Federal de Goiás, sendo aprovado, a partir de 2001 inicia algumas publicações no Jornal Folha do Sudoeste, em 2002 Murilo Termina o seu 1º livro e espera usar sua existência inteira para o trabalho espiritual, buscando trazer mais cultura a toda sociedade. Atualmente Murilo Braga escreve também para o Jornal "Comunique-se, cujo site é: www.comunique-se.com.br.

Foto de joão jacinto

Crescer

Não pretendo ser perfeito,
mas reparar as anomalias
dos dias cizentos,
em que tropecei e me feri,
magoei e cobardemente fugi.
Em que me esqueci de mim
ao incomodo do confronto,
no comodismo da conveniência,
na pobreza da satisfação,
em profunda carência.
Mergulhado na espera da coragem,
resguardado na sombra,
de quem apontando o dedo, acuso,
com a máscara da expressão inventada,
aos olhares de quem deseja de mim receber,
o que julga não ter,
o que pensa não possuir,
mas ilusoriamente sabe fingir.
Quero viver no conflito,
que me faça crescer,
que me desenhe o caminho,
que me tranforme em amor,
que me preencha de esperança
e eu vença os medos e a dor.
Que me mostre a luz do dia,
que me liberte da loucura das trevas,
mesmo que seja na hora,
de, eternamente e em paz,
feliz adormecer.

O que não vale é nunca!

Foto de Emerson Mattos

O Maior

Autor: Emerson
Data: 11/07/05

Paciência e retidão
Conveniência no perdão
Tolerância e calmaria.
Não se irrita
Nem de noite,
Nem de dia.
Num futuro deslumbrado
Amnésia do passado

Conformidade no que tem
Cegueira no de alguém
Da decência é marcada
Inveja não leva nada
Inocente não ofende
A pureza é presente

Dá cuidado e atenção
Isso sempre é a missão
Sofrimento não incomoda
Isso é eterna prova
Sua crença é certeira
Não alcança outra maneira.

Virtual intolerância,
Prepotência, arrogância
Declarada discordância.
A paixão te aturde
Ser maior, não ilude.

Sua vida é eterna
Sua elegância terna
Como espelho é refletido
Do olhar só vem despido

Foto de Senhora Morrison

Coração Tranquilo

Mais um gole
Enquanto observo lá fora
Do alto,
Desta janela...
Sentindo o ar frio em meu rosto
Encolhendo-me como a querer proteger...
Proteger do que?
Se minha vontade...
É saber voar
Ir pra onde nada pese...

Meu corpo frio,
Meu cérebro a mil...
Somos pensantes
Ha, Ha, Ha...
Nunca somos um todo
Inteiro, de verdade.
O que me falta, já não sei.
E essa melancolia
Essa gana de não sei o que
Essa precisão...
Essa lucidez saudosa
De tempos, atitudes, horizontes...
Que se foram? Existiram?

Se tem alma
Este corpo a aprisiona...
Este corpo que padece
As ações do tempo
Das irresponsabilidades
De noites mal dormidas
Sabe-se lá com quem...
Sabe-se lá por que...
Dos tragos e tragos a mais...
Das risadas por diplomacia...
Dos choros por conveniência...
...desde o berço...
Dos amores por necessidade...
...de um colo no fim da noite de gemidos e fingimentos...
É tudo irreal, superficial...

Sou sozinha,
Sou uma peça,
Sou o desfecho...
...fundamental
Essa subserviência desnecessária
Esse interesse proposital
Essas décimas quintas intenções...
Não quero mais isso
Isso tudo me acaba
Isso tudo me sufoca

Mas não mata
Nunca mata
Nunca morre
Nunca mata...
O dia seguinte sempre segue
E ainda abro meus olhos
E ainda respiro este ar fétido
De gananciosa poluição
Não vale mais
Nunca valeu
Não tenho mais credibilidade
As fichas acabaram

Os sorrisos sinceros são milimetrados
Esporádicos, anulados
Por bombas caseiras e de efeito moral
Não dá pra ser inteiro,
Sou parte disso
Meus fragmentos sofrem
Como sorrir
Sinto meu sangue pulsar
Do outro lado dos continentes...
Com os mesmos olhos...
Que vêem o que não querem

Calo-me
Mas ainda vejo meu reflexo
Neste maldito espelho
Que não refleti o que o mundo determina
Mas...
Transparece a límpida alma
Que pouco importa
Sempre consigo me anular
Vou à busca dos meus
Este mundo não me pertence
Mas continua a flagelar
Pobres mortais
Dignos da esperança...
De etnias impostas por outrem
A condenar sem motivos
Desencorajando sonhos
Cortando as garras
E começando tudo de novo
Sem um fim plausivo

Agora recosto minha cabeça ao travesseiro
Sem alardes e acontecimentos
Deixo a inércia tomar conta
Do corpo
Da mente
Permitindo...
Querendo mais uma vez
Acalmar minha fúria
Atravessando uma senhora no farol...
Contribuindo pra cola com uma moeda...

Quem irá mudar o prisma do mundo...

Senhora Morrison
28/05/2006

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