Coração

Foto de Poetando

Ser o teu namorado

Não sei como te hei-de dizer
O que meu coração por ti sente
Que a toda a hora só penso em ti
No meu pensamento estás presente
Que pena estares de mim tão distante
Não estares aqui a meu lado
Para te puder dizer ao ouvido
Como por ti estou apaixonado
Queria que estivesses ao meu lado
Dizer-te como meu coração te adora
Como amava ser teu namorado
Hoje e sempre a toda a hora
Não sei como te vou dizer
Que o coração por ti sente
Não me sais do pensamento
Que a toda a hora estás presente
Não sei como te vou eu dizer
Que queria ser por ti amado
Estar dentro do teu coração
Amava ser o teu namorado

De: António Candeias

Foto de Poetando

Posso ser a tua estrela

Posso ser a tua estrela
Para sempre te apoiar
Conta sempre comigo
Que eu contigo amo estar
Nas tuas horas tristes
Que precisas desabafar
Sabes bem que comigo
Tudo tu podes contar
Posso ser a tua estrela da guia
Para te poder encaminhar
Quero te ver sorrir e feliz
É esta assim a maneira de te amar
Vou iluminar-te o caminho
Para não mais tropeçares
Estarei sempre contigo
A amar-te e a mimar
Não te quero saber mais a cair
Nem nas quedas a pensar
Quero-te de cabeça erguida
Para ninguém ter que falar
Agora podes triste estar
Mais logo a sorrir irás ficar
Posso ser a tua estrela
Para sempre te apoiar
Porque contigo amo estar
Tudo sempre farei
Para te ver feliz e sorrir
Porque estás no coração
E como eu amo ver-te rir

De: António Candeias

Foto de Poetando

Não sou nenhum poeta

Sou apenas um aprendiz
Escrevo o que tenho na alma
O que o coração me diz
Para poder ser poeta
Tinha que saber escrever
Assim como não o sou escrevo
O que sinto dentro do meu ser
Sou simplesmente aprendiz
Umas letras vou rabiscando
Chamo-lhe os meus poemas
E assim eu os vou debitando
Não me chamem poeta
Porque poeta eu não sou
Escrevo o que estou sentido
O presente e o que passou
Sou simplesmente aprendiz
Que esta sempre a aprender
Escrevendo vou dizendo
O que foi todo o meu sofrer
De: António Candeias

Foto de Enide Santos

QUE TE CUSTAS AMOR?

Que te custas amor?
Dar-me um pouco as tuas mãos;
Para acariciar-me a face, os cabelos e o coração.

Que te custas, amor?
Deixar-me deitar em teu peito;
Fazer do teu colo um leito;
E roubar de te, um pouco de cheiro.

Que te custas, amor?
Acalmar um tiquinho minha vida;
Soprar um bocadinho as feridas;
Fazer fugir este choro, este som de consumação.

Que te custas, amor?
Deixar pesar em minha tua boca;
Deixa-me roçar em ti, como louca;
Para acalmar está minha paixão.

Enide Santos 27/05/14

Foto de Jardim

vivo recolhendo coisas pelas ruas,

vivo recolhendo coisas pelas ruas,
reunindo minhas humanas incertezas
abortadas de meu coração vazio
que não entende coisa alguma de nada.

na alma toca um blues
por aqueles que se foram
em infelizes destinos excomungados
nas encruzilhadas do tempo.

vejo a festa e o contentamento
que fugazes escaparam de minhas mãos
e se esvaneceram em olhares confusos,
em alegrias provisórias.

procuro o significado de estar vivo
somente para encontrar
absolutas verdades ocultas
em antros de mentiras declaradas.

nesta busca insana
encontro realidades concretas
que abstratas me sentenciam,
me deserdam.

de que me servem as certezas
paridas de em algum momento de lucidez?
sou apenas um peregrino mendigando
o alívio de retóricos venenos.

Poema do livro Diários do Desassossego
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Foto de Jardim

teu amor fala com as palavras de um idioma que desconheço

teu amor fala com as palavras
de um idioma que desconheço,
permanece preso em minha garganta,
fala ao meu coração que bate,
fala aos meus olhos que observam,
que descobrem mas não alcançam,
canta o silêncio dos apaixonados.

não desejes minha alma nua
sob esta atmosfera serena
neste fim de tarde.

o mundo é tão solitário,
um lugar de batalhas
e olhares frios,
ainda que hajam jardins.

esqueça-me.
sou ácido demais para os seus sorrisos,
cético demais para os seus objetivos,
incoerente ao extremo para os seus ânimos ,
extremamente áspero para os seus lábios.
não olhes para trás.

Poema do livro Diários do Desassossego
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Foto de Francisco Petrônio Ferreira de Oliveira

Abandono

Não bastasse
que se batesse
contra toda parede branca
que havia, avezinha tonta,
bateu asas
e deixou sozinho,
no ninho,
meu coração de passarinho.

Foto de carlos alberto soares

Paixão apimentada

Te olhei nos olhos
Como quem olha a presa
Me veio a certeza
Está nos meus sonhos

Foi a primeira sensação
Mas já se pode entender...
Desejo, querer...
Invadiu meu coração

Há um espaço entre eu e você
Os olhares que lança
O jeito que dança
E o que posso querer

E se não acontece
Se não vem para mim
Eu fico assim
Guardando o que merece...

Mas não pode ser pouco
Vai acontecer
Vai me conhecer
Me achar assim louco

Entre beijos ardentes
Gosto de pimenta
Desejo que esquenta
Me sinto demente

Eu e você
Um súbito encontro
Não sei o que apronto
Tentando te ter

Mas será assim quente...
Pimenta malagueta
Quero ver se aguenta
Meu desejo demente.

Foto de Siby

Mãos de poeta

O que mãos de poetas escrevem,
Nem sempre é apenas ficção,
São coisas que saem do coração,
Dele jorram sentimentos que não se retém.

Palavras que na poesia se unem,
E o poder de ação de cada mão,
Lideradas pelo coração e razão,
Revelam tudo o que a alma contém.

Mãos impulsionadas pela sua emoção,
Descrevem o tema que a poesia tem,
Com palavras que vem de sua inspiração.

Brotam as ideias e as palavras vem,
Entrega-se, escrever é a sua paixão,
Nascem as poesias nas mãos de alguém.
(Siby)

Foto de Moisés Oliveira

Decepção

Assim como o sempre esperado, lograste decepcionar.
Apelido carinhoso antes regalado, hoje é esbulho da mente ao pensar.

Proposta aquela uma vez proferida, já não a quero com tão frio ar.
De um coração que bombeia sangue, fizeste um poço de água polar.

Oportunidades estas, já não mas as tenho. Tal lindo presente dou em singular.
Se as tivesse qual a diferença? Te fascina o ato de desperdiçar.

Os olhos teus que me encantavam a alma, extraíram o brilho de te ver sorrir.
Se já não busco afirmação vazia, abra os braços e me deixe ir.

Diversas vezes por arbítrio o tentei. Contra a gravidade te busquei o céu,
Se hoje parto não é por cansaço, só não me encanta o sabor de fel.

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