Dança

Foto de Sonia Delsin

DANÇANDO O BALÉ DAS FOLHAS

DANÇANDO O BALÉ DAS FOLHAS

Folha, dança
Eu danço
O espírito da folha alcanço
Danço
Na calçada dou uma girada
Danço
Danço e fico na beirada
Vem uma brisa e me carrega mais um pouco
Acho o mundo louco
Danço
Rodopio
Caio na rua, o vento vem e me leva...
Leva...
Sou arremessada para um rio
E vou
Sacolejando a água me carrega
Carrega
Danço
Sou tão leve sobre as águas
E penso
Penso se devo me agarrar num toco que vem boiando
Ou se devo me deixar ir no balanço
Danço
Vou me soltando
Como folha vou bailando...
Bailando...
O que me espera mais adiante?
Uma cascata pode me afundar?
Será que vou alcançar o mar?
Ah, eu vou!
Esta é a minha meta
E vou dançando... cada vez mais vou relaxando
Sou folha que segue cantando
A música das águas...
Vou no chuá chuá das cachoeiras...
Vou nas corredeiras...
Não temo o que virá
Nada me destruirá
Vou alcançar o mar

Foto de jorgealbuquerque

A última dança [vídeo-poema com música original]

A última dança

Os olhos da morte fitaram os meus de tao perto...
Eu fiquei sem jeito...
Toquei nos lábios dela com o dedo do silêncio.
Ao toque de lábios tão frios
Bailamos pela noite adentro
E de tão perdido, no vazio,
eu esqueci do tempo
E dos resquícios de vida que ainda havia em mim. . .
havia em mim. . .
havia em mim. . .
havia em mim. . .

Bailando com a morte no salão do mundo
Eu perco a vida de vista e me Afundo. . .
E me Afundo. . .
E me Afundo. . .

Letras: Paulo Rocha
Música: Alex "Brasil"
Arranjo: Porque Neuma!
Disco: A pergunta que não quer calar (2001) [independente]

futhermore: http://aspienet.blogspot.com/

Foto de Dirceu Marcelino

CARÍCIAS

*
*
*

Eu já tenho uma vida assas vivida
Agradeço constantemente ao Senhor.
Deu-me a felicidade nesta vida:
De conhecer várias formas de amor.

Entre eles os prazeres do sexo
Gemi, urrei, quase gritei em suspiros
Na dança voluptuosa e cheia de nexo
Mas não canso e ainda quero, aspiro.

Ao gozo inesquecível desse momento
E minha língua e meus lábios trepidam
Nesse sonho de beijos e encantamento

Enquanto minhas mãos sem freios deslizam,
Minh’alma de paixão te extasia
E membros e boca te acariciam.

Foto de Lu Lena

A ENTREGA

Tu és meu mistério solto no ar
sou púdica libidinosa e fêmea
como uma serpente a se enroscar
em teu corpo em chamas que queima

Tu és meu prazer e a loucura sem nexo
que me ofusca entre gemidos e suspiros
na dança voluptuosa ritmada do sexo
teu gozo jorra em meu corpo em respingos

antevendo a entrega desse momento
tua língua atrevida brinca em meu seio
num torpor de êxtase e encantamento

tuas mãos percorrem meu corpo sem freio
em descargas elétricas de pura magia
o mundo vai parar pra nós dois nesse dia

Foto de Joaninhavoa

OLHAR DE PAIXÃO

Quando me olhas desse jeito
Que é só teu!
Eu fico sem jeito neste jeito
Que é só meu!

Provocaste-me com intenção...

É então que surge em mim
Uma força em ebulição…
Uma dança como fogo! De tesão
Aí sim! Sai suspiro do coração…

Tanto quanto é o brilho de brilhantes
Esse mesmo! Que resplandeces
Ofusca! Encanta e devora
Diamante de hora a hora…

Ousado! Gostoso! Arrojado!
És o aroma a excitação…
Atraís-me a ti! O desejo
E dás-me a chama da paixão.

JoaninhaVoa
(16/04/2008)

Foto de Carmen Lúcia

Tangível

Tangencias nos teus, meus lábios carmim,
Sentindo teu fogo ardendo em mim.
Apertas meu dorso no passo marcado,
Desnuda-me a pele, o vestido ousado.

Teu corpo no meu, a cúmplice entrega.
Tua mão, minhas costas, por elas trafega
As pernas transitam no grande salão,
O tango regendo a nossa paixão.

Sentimentos excedem, reduzem o espaço
Debalde consegue conter nossos passos
Cruzadas tangíveis, entremeios de ardor
Invadindo lugares de perfume e calor...

Performances sensuais e revelações
Tons avermelhados tangando emoções...
Tua alma na minha, na dança que incita
Bandolim que chora “La cumparsita”.

Carmen Lúcia & Cailiny Cunha

Foto de Carmen Lúcia

ETÉREO

“ Etéreo”

Dança...Faz de tua arte simbologia do amor,
Toca o chão, o ar, a emoção... acaricia a dor,
Tange o invisível, o inaudível, o irreprimível,
Languidamente , candidamente, sensivelmente,
Esparrama no palco da ilusão a tua fantasia
Que de tão real se transforme em verbo,
E em forma corpórea, materialize-se,
Realizando sonhos, antes mera utopia.

Dança...trepida corações impacientes
Esvoaça por entre corpos irreverentes
Suaviza com doçura os momentos...
Torna-os perenes, registra-os na alma
De quem permite por eles se enlevar
E com eles também dançar, flutuar, sonhar...

Dança...Recria gestos com toda maestria,
Desbrava o mundo a que já pertencia
Sacode-o, encara-o, envolve-o de tua magia
Levita, transcende, ascende, rodopia,
Relata tua vida ao som de melodia,
Performances que geras, bailando poesia,
Desenhando versos, arabesques e rimas,
Nos passos compassados da tênue bailarina.

Carmen Lúcia

Foto de Lu Lena

ENTREGA

Tu és meu mistério solto no ar
sou púdica libidinosa e fêmea
como uma serpente a se enroscar

em teu corpo em chamas que queima
Tu és meu prazer e a loucura sem nexo
que me ofusca entre gemidos e suspiros

na dança voluptuosa ritmada do sexo
teu gozo jorra em meu corpo em respingos
antevendo a entrega desse momento

tua língua atrevida brinca em meu seio
num torpor de êxtase e encantamento
tuas mãos percorrem meu corpo sem freio

em descargas elétricas de pura magia
o mundo vai parar
pra nós dois nesse dia

Foto de Sirlei Passolongo

Desenhos de menina

A menina
Dança nas nuvens
Nos sonhos que desenha.
Tece estrelas e lendas...
Princesas e dragões,
Fadas e duendes
Rabisca flores
Por toda a cena.
Faz da noite escura
Um iluminado véu de renda
Pincela na face da lua
Um sorriso... E a inocência
Transcende.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de Lou Poulit

A MONTANHA E O PINTASSILGO (CONTO)

A MONTANHA E O PINTASSILGO
(Parte 2)

Com o passar do tempo, a tal tempestade não viera e duvidando de que viesse, afinal a montanha apiedou-se do pintassilgo, que se mostrava irredutível. Pediu que cantasse alguma coisa, depois que voasse para outra fenda só para ver o colorido das suas penas, pediu até que fizesse ao menos alguns passos da sua dança nupcial, o que era capaz de despertar sincera inveja da montanha. Tudo em vão. O passarinho só conseguiu emitir um único pio, mesmo assim em um tom debochado. A montanha então se indignou: quem esse cara pensa que é ― perguntou a si própria ― qualquer um dos sóis que passaram por aqui nos últimos mil anos daria qualquer coisa para me ver pedindo algo a alguém! Qualquer estrela desceria do infinito para me salvar, como se eu fosse a sua dracma perdida particular! Que raio de motivo pode ter este ínfimo montículo de penas, para recusar os pedidos tão simples de uma montanha tão maior que ele?

Raio?! Onde, onde dona Montanha? ― O pintassilgo saiu subitamente da sua silenciosa meditação. Ora, Pintassilgo, não sabia que tu és capaz de ler pensamentos. Não o sou de fato, exceto quando podem ser um indício de tempestade. Verdade? É verdade sim... Eu estava aqui quietinho, quase zen, entrando em alfa. Sei... Um zero à esquerda. Não! Um zero não. Nem à esquerda nem à direita. Mas nesse estado, a minha mente poderosa é capaz de proezas que não podes imaginar... Ah, mas que bichinho mais pretensioso. Tuas explanações a respeito são desnecessárias. Esquecestes de que sou uma montanha? Eu já dominava estas técnicas muito antes dos teus ancestrais secarem as penas. Eles foram pegos por uma tempestade, foi? Que tempestade o quê, Pintassilgo, tu tens fobia de tempestade. Então por quê ficaram com as penas molhadas? Pintassilgo... Quis dizer-te que nós as montanhas passamos a vida a meditar. E que eu já houvera feito isso por uma pequena eternidade, quando os primeiros pintassilgos migraram do mar para a terra. Entendestes agora? Não sei bem, dona montanha. Penso que podes estar a me enrolar com esta tua sabedoria. Ora, por quê? Porque se meus ancestrais moravam no mar, deviam ter escamas e não penas molhadas.

A montanha aprumou-se nas suas profundezas e pôs-se a refletir por um instante: precisava concentrar-se mais, era muita arrogância para o seu gosto, contudo até que ele era bem esperto. E também teimoso como uma pedra... ― a montanha riu-se da própria piada. Depois, pensando bem, sentiu-se compelida a reconhecer que a tal tempestade, justo por não chegar, houvera lhe feito um bem. Deu-se então conta de que havia uma velada simbiose naquela relação aparentemente pouco útil. Mais que isso. A amizade de um passarinho não deveria ser importante para quem tenha a vida de uma montanha, muito menos os seus dejetos, que já lhe pareciam suportáveis. Sequer deveria tê-lo percebido, ele não viverá tempo bastante para ser importante. Entretanto, embora isso fosse difícil de explicar, já o era. Tanto que lhe preocupava. Conseguira despertar a piedade de uma montanha!

De repente o pintassilgo cantou, arrancando a montanha das suas reflexões. E logo ele ergueu-se, espreguiçou-se abrindo longamente as asas e depois sacudiu-se todo, da cabeça a ponta do rabinho. Mas a montanha ficou dividida. Em parte era o que ela queria antes: vê-lo menos triste. Por outro lado porém, ao vê-lo assim ela teve um pressentimento desagradável. A montanha dissimulou: Ora, ora, que bom vê-lo tão bem disposto, Pintassilgo! É mesmo, Montanha. Acho que a tempestade foi passear no mar... Talvez, mas, olhe aí bem ao teu lado, estas sementes fresquinhas, devem estar uma delícia e servirão para que reponhas as tuas forças. Nossa, Montanha, eu não estive doente. É, mas ficastes aí nesta fenda quentinha por horas, como se esperasses pelo fim do mundo, e não te alimentastes nem um pouco. Sei que tu estás todo doído. Não estou não, dona Montanha, e para que tenhas certeza disso, vou descer ao vale e comer as mais tenras lagartinhas, que não agüentam subir aqui. Sementes são comida para pintassilgo com auto-estima baixa. Mas Pintassilgo, não há necessidade ― ponderou ela ― então não sabes que sob as pedras também há insetos apetitosos? Claro que sei, mas estes têm sabor de terra. As lagartas que se empanturram de folhas têm um suculento e variado sabor, dependendo das folhas que estiverem comendo. Para um pintassilgo, o vale na verdade é uma colossal bandeja de salada, hum... É simplesmente irresistível!

O bichinho parecia mesmo decidido e a montanha já se sentia irritada com tanta teimosia. Mas como, para uma montanha, não é bonito que se exploda por um reles pintassilgo, somente porque ele não quer entender os seus tão bem intencionados motivos, ela optou por mudar a tática: Se tu te contentares com as larvas que te ofereço, antes de cair a noite te contarei um segredo que vais adorar. O pintassilgo franziu a testa e refletiu. Depois tentou negociar: Talvez... Se me contares logo. Ah, contando logo não terá graça nenhuma. Mas, ao cair a noite já estará na hora de dormir, e o que vou fazer de bom com este teu segredo? Que me importa? Azar o teu ― Ela dissimulou... Caramba, dona Montanha! Não eras tu que me aperreavas para que saísse a voar por aí? Estás a me esconder algo.

(Segue)

Páginas

Subscrever Dança

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma