Desengano

Foto de Paulo Gondim

Meu lado mulher

MEU LADO MULHER
Paulo Gondim
07/03/2008

Pensei com o meu lado mulher
Achou estranho? Você também tem!
Assim como seu lado certo na cama
E se você quer saber
Homem também morre de câncer de mama

Aí, como toda mulher moderna, no salto
Levantei cedo para o trabalho
Dentro de um ônibus lotado
E percebi meu sutiã furado
A meia-calça rasgada
Um sujeito roncando ao lado

Depois de alguns solavancos
De muitas filas nos bancos
Todo o dia foi um saco
Pensei naquele casaco
Que há tempos quero comprar
Mas vai ficando de lado
Pois é no supermercado
Que a grana vou deixar

E assim é todo dia
Passa mês e passa ano
E eu nesse desengano
Que não sei se vai parar
Eu vivo sempre cansada
Eita “vida desgraçada”
O que fui eu arranjar?

Aí, pensei como homem
É melhor não ser mulher
Mulher é coisa de louco
Olhem só o meu sufoco
Porque quis me comparar
Ou comparação maluca
Vejam só em que sinuca
Eu entrei só em pensar

Só mesmo mulher suporta
Essa vida atribulada
Homem não sabe é de nada
E quer ser superior
Quer saber? Não vale é nada!
Devia é tomar vergonha
E dizer sem cerimônia
E sem medo de errar
“Eu sou mesmo inferior
A mulher tem mais valor
Tenho mesmo é que aceitar”

Foto de Paulo Gondim

Meu lado mulher

MEU LADO MULHER
Paulo Gondim
07/03/2008

Pensei com o meu lado mulher
Achou estranho? Você também tem!
Assim como seu lado certo na cama
E se você quer saber
Homem também morre de câncer de mama

Aí, como toda mulher moderna, no salto
Levantei cedo para o trabalho
Dentro de um ônibus lotado
E percebi meu sutiã furado
A meia-calça rasgada
Um sujeito roncando ao lado

Depois de alguns solavancos
De muitas filas nos bancos
Todo o dia foi um saco
Pensei naquele casaco
Que há tempos quero comprar
Mas vai ficando de lado
Pois é no supermercado
Que a grana vou deixar

E assim é todo dia
Passa mês e passa ano
E eu nesse desengano
Que não sei se vai parar
Eu vivo sempre cansada
Eita “vida desgraçada”
O que fui eu arranjarr?

Aí, pensei como homem
É melhor não ser mulher
Mulher é coisa de louco
Olhem só o meu sufoco
Porque quis me comparar
Ou comparação maluca
Vejam só em que sinuca
Eu entrei só em pensar

Só mesmo mulher suporta
Essa vida atribulada
Homem não sabe é de nada
E quer ser superior
Quer saber? Não vale é nada!
Devia é tomar vergonha
E dizer sem cerimônia
E sem medo de errar
“Eu sou mesmo inferior
A mulher tem mais valor
Tenho mesmo é que aceitar”

Foto de Carmen Lúcia

Logo eu?

Eu que havia jurado
A Deus e a mim mesmo
Não mais me apaixonar a esmo!
Trazer o coração trancado,
Jogar as chaves do outro lado
Eu, que o havia esvaziado,
Deixei-me de novo enganar...

Volto a chorar, lamentar...
As velhas lamúrias do amor,
Que “Quando se vai, deixa a dor,”
Antigo bordão dos apaixonados,
Que exultam por serem logrados,
Masoquistas e conformados,
Que de sadismo velado,
Do desamor ultrapassado
Fazem seu itinerário...

Dissabor, dor, abandono,
Injúria e desengano,
Velhos clichês desgastados,
Deveriam ser superados,
Afogados no mar de lágrimas
Dos inocentes acerbados!

Logo eu?

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Teus olhos

Teus olhos...Ah! Esses teus olhos...
Feitos dois lumens, anunciando a paz,
Como um clarão na noite lhe arrancando o véu,
E embalando sonhos ante o portal do céu!

Teus olhos...Ah! Esses teus olhos...
São como os luzeiros de uma embarcação,
Que guiam, que norteiam pra qualquer direção,
Que também desnorteiam em meio à paixão.

Teus olhos...Esses teus olhos raros...
Gotas azuis do oceano, passíveis de engano,
Tornaram-se sombrios, dois castiçais vazios,
Veleiros naufragados no mar do desengano.

Foto de Carmen Vervloet

Protestando com Poesia


Protesto da Alma

No estalo do meu grito
Perdendo-se no infinito
O meu coração implora
Para que se comece nova história.
Uma história em outra dimensão
Onde honestidade, ética e liberdade,
Sejam de fato verdades
Num mundo onde tudo mudou
Onde só o poder tem valor
E nós só temos o que resta... Dor!
Os valores foram invertidos
Foram todos corrompidos
Pelo peso do vil metal.
O Poder se tornou canibal
Animal irracional
Perdeu a alma.
E nós a calma!
Está roubando a esperança
Dos jovens, velhos e crianças!
Diante de tanto desengano
Grito... Reclamo...
E proclamo para que se faça verdade
Esta ilusão
Neste Brasil sem dimensão
Onde a medida é o nosso amor.
Este Brasil de céu anil...
Este Brasil cheio de cor...
Este Brasil ensolarado...
Este Brasil tão amado...
Este Brasil gigante...
Destruído por ganância alucinante.
Quero de volta os reais valores
Guerra aos impostores.
Quero a honestidade, a ética, a verdade...
Quero para os corruptos, punição!
Quero paz e oração.
Quero homens exemplares...
Quero fartura nos lares...
Quero para todos, educação!
Quero o país em evolução...
Quero homens idealistas
E não meros alpinistas.
Quero voltar a ver o sorriso
Acendendo os rostos...
Quero os corações iluminados
Batendo de alegria, acelerados!
Quero voltar a ver em cada par de olhos,
A esperança!

Quero sentir das almas, a fragrância!
De rosas plenas, em exuberância!
Quero sentir no corpo, a aragem!
E do alto acariciar a folhagem...
E viver em paz
Num Brasil sem violência...
A Deus peço clemência!

Carmen Vervloet

Foto de Osmar Fernandes

É muito fácil ser bandido, difícil mesmo, é ser gente!

O planeta está repleto do que não presta.

Muito corpo sem cabeça virou lixo.

Afinal, o que nos resta?

Tornar-nos um ermitão?

Ficarmos à mercê do inimigo?

Ovacionarmos esse mundo de trevas?

Ou combatermos essa tribo do cão?

É muito fácil ser bandido,

Difícil mesmo, é ser gente!

Difícil, é ir e vir contente.

Fácil é tropeçar e cair no buraco

Negro do abismo maldito.

Onde achar a saída é esperança quase morta.

Onde esse destino é uma chave sem porta.

Eu não consigo entender o prazer bandido...

Onde matar ou morrer é apenas correr mais um risco.

Onde o sangue inocente não tem nenhum valor.

Não entendo esse mundo em vão!

Onde a falta de amor sufoca e sepulta um irmão.

Onde o homem torna-se um animal mesquinho.

Onde a falta de Igreja o transforma num deus de dor.

É sórdido não ter compromisso com a História.

Ficar esquecido numa cova como um cão sem dono.

Vegetar no mural do desengano.

Morrer sem deixar memória.

Anular sua alma e desistir de si mesmo.

Coisa de quem nunca teve carinho de berço...

É ter como selo na testa a digital da besta.

É fácil pôr a culpa dos seus fracassos em alguém.

Difícil é ter vergonha na cara e enfrentar o problema.

É muito fácil mergulhar na lama!

Difícil, é ter a vontade de livrar-se dessa sujeira.

De se libertar do inferno que é prisioneiro.

De impar a alma desse chiqueiro...

e acordar para sempre desse coma.

Foto de Paulo Gondim

As Águas do Rio São Francisco no Sertão

As águas do Rio São Francisco no Sertão (Cordel)
Paulo Gondim
05/05/2005

Quando o assunto é Nordeste
É só discriminação
Muita gente torce a cara
Com medo da solução
Para o problema da seca
Querendo que prevaleça
Na mesma situação

É assim há muito tempo
Mas já foi bem diferente
O Nordeste já foi rico
Produzindo imensamente
Cana-de-açúcar, cacau
Ouro, prata e muito sal
Riquezas de nossa gente

Há gente que desconhece
A nossa história real
Despreza nossos costumes
E só sabe falar mal
Acho até que nunca ouviu
Que Salvador, do Brasil,
Foi a primeira Capital.
1

Houve até uma proposta
Pro Brasil ser dividido
Do Sul, com sua arrogância
“Feito menino enxerido”
Querendo toda riqueza
Sem se importar com a pobreza
Desse povo tão sofrido

É isso que envergonha
Ser chamado de indigente
Mas é preciso mudar
A cabeça dessa gente
Pois se há uma só terra
Pra que fazer tanta guerra
E querer ser diferente ?

Mas o sertanejo sonha
Com a vida diferente
Se houver água na terra
Nada há que não enfrente
Quer ver seu filho crescer
E poder permanecer
No meio de sua gente
2

Voltemos ao nosso tema
A velha seca de sempre
Um problema do Nordeste
O ganho de muita gente
Por isso que nunca muda
Nessa roleta absurda
Remando contra a corrente

Trazer água pro Nordeste
Sempre foi uma questão
De tão difícil deslinde
E de muita oposição
Se há água em tantos rios
Eis os grandes desafios
Pra irrigar o sertão

Já queria Dom João Sexto
Fazer a transposição
Das águas do São Francisco
Para irrigar o sertão
Mas falta boa vontade
Política de qualidade
Pra resolver a questão
3

Sempre há uma desculpa
Pra seca ser combatida
A vazão do São Francisco
Não pode ser transferida
Pois fere o meio ambiente
Mesmo que toda essa gente
Continue desassistida

É coisa de “ECO CHATO”
Que não sabe o que é sofrer
Pois tem comida na mesa
E água para beber
Sem saber de onde vem
Acha só que ele tem
O direito de viver

É só conversa fiada
De falso intelectual
Quero ver quem é que diz
Fale bem ou fale mal
Que água aqui no Sertão
Pra molhar nosso torrão
Causa impacto ambiental
4

O nosso problema é água
E o São Francisco tem
Qualquer coisa a gente busca
No Tocantins, mais além
Ou até no Araguaia
De onde quer que a água saia
É pra aqui que ela vem

Nossa questão é de clima
Da Bahia ao Ceará
Não é região de chuva
Nunca foi e nem será
Mas temos lençol freático
Um bom subsolo aquático
Mas é preciso cavar

Pra resolver o problema
Da seca no meu sertão
Qualquer esforço é pequeno
Mas falta disposição
De fazer poço ou açude
Até que a política mude
Pra prender tanto ladrão
5

Se na indústria da seca
Muita gente se dá bem
Por outro lado o caboclo
Não ganha e perde o que tem
Nossa política é corrupta
Nela vale a força bruta
Sem ter pena de ninguém

Os poderosos não querem
Com a seca exterminar
Para eles ela é boa
Para o pequeno explorar
A seca é um bom negócio
Pra quem só vive do ócio
Sem precisar trabalhar

A questão é bem mais séria
É de ordem social
Água aqui no meu Nordeste
É ponto fundamental
Pra combater a pobreza
Para aflorar a beleza
Dessa gente tão leal
6

A seca sempre foi um tema
Pra se ganhar eleição
É grande a compra de votos
Afora nesse sertão
E o coitado do caboclo
Por um dinheiro tão pouco
Vota a mando do patrão

E a desculpa continua
Pra água não vir pra cá
Um “ecologista” aqui
Outro “estudioso” lá
Sempre com um mau palpite
Pra que a gente acredite
Que jeito mesmo não há

Mas o jeito aqui é água
Seja do rio ou do mar
Já que com água da chuva
Nunca se pode contar
Se num ano a falta faz
Em outro ano é demais
O jeito mesmo é irrigar
7
Já passou pelo governo
Muito doutor presidente
Poliglota, professor
Se dizendo inteligente
Disse ter a solução
Pra combater o verão
Mas nada fez novamente

É assim há muitos anos
Só promessa, só engano
O rico fica mais rico
E o pobre no desengano
Com a indústria da seca
Onde há água, tem cerca
Onde tem cerca, tem dono

Foi preciso no governo
Um presidente “peão”
Nascido aqui no Nordeste
Que muito dormiu no chão
Mas com coragem e bravura
Sem temor e sem frescura
Retomou essa questão
8

Assunto tão delicado
Essa tal transposição
Das águas do Velho Chico
Aqui pro nosso sertão
Tem que ter coragem rara
Muita vergonha na cara
Pra tomar a decisão

Mas o Presidente disse:
-“Recurso não vai faltar
As águas do São Francisco
Vão o Nordeste irrigar
Eu assumo o compromisso
Nem que tenha para isso
Na cabeça carregar”

O projeto foi mostrado
Em toda televisão
Logo despertou a ira
De toda oposição
Que não quer a melhoria
“Esses tais da ecologia”
“Eco chatos” de plantão
9

Mas o caboclo responde:
-Tenha a santa paciência
Não me venha com a excrescência
Dessa “tal ecologia”
Aqui, nós queremos água
Pra lavar a nossa cara
Pra encher pote e bacia

Está certo o Presidente
E o caboclo também
Errados são esses chatos
Que nem sei de onde vêm
Com tal conversa fiada
Se a água for desviada
Não servirá a ninguém

Também acho que é preciso
Proteger o natural
Mas é muito ecologista
Morador da Capital
Dando palpite infeliz
Metendo em tudo o nariz
Em nome do ambiental
10

Tudo isso tá errado
Povo em primeiro lugar
Não é por causa de um sapo
Que a água não vai passar
Pra irrigar o sertão
Pra ter muita produção
Até pro sapo cantar

Por isso que esse projeto
Deve sair do papel
Bote força, Presidente
Nós cremos no seu plantel
Traga água pro Nordeste
Mostre que é “cabra da peste”
Pro senhor, “tiro o chapéu”

Pra tocar esse projeto
Vai ter muita resistência
Vai ter muito oportunista
Com muita experiência
Com a cara e a coragem
Vai querer levar vantagem
Pousando de inocência
11

Vai ter muita gritaria
De Minas a Sobradinho
De tudo que é “eco chato”
De tudo que é ribeirinho
Com a velha posição
Ser contra a transposição
Que já está a caminho

Já tem morador da roça
Onde a água vai passar
Que pergunta presunçoso
Quem vai me indenizar ?
Mas na sua ignorância
Já desperta a ganância
De algum dinheiro arrancar

Por isso que há tanto tempo
Isso foi adormecido
De propósito ou intenção
Pra não causar alarido
Pois se um quer, outro não quer
Ou por bem ou por má-fé
Melhor deixar esquecido
12
Mas não é assim que penso
Nem a gente do sertão
Eu quero é água na terra
Irrigando a plantação
Eu quero ver a fartura
Nascida da água pura
Que vem lá do Fransicão

Quero ver o bem-te-vi
E ouvir o galo cantar
Ver o roçado crescer
E ver o gado pastar
Sentir o verde da serra
Com água molhando a terra
Que nunca mais faltará

Não quero ver nas cidades
Gente morando em favelas
Crianças abandonadas
Casas sem porta e janelas
Não quero ver minha gente
Infeliz e descontente
Sofrendo dessas mazelas
13
Quero ver o sertanejo
Na sua terra morar
Do seu pedaço de chão
Nunca ter que se afastar
Sem precisar ir embora
Sem destino, mundo afora
Pra longe de seu lugar

Quero ver o meu sertão
Produzindo sem parar
Pra alimentar nosso povo
E o restante exportar
Com faz em Petrolina
Que tem uva da mais fina
Só porque tem água lá

Vamos mostrar que é possível
Transformar nosso sertão
Com água do São Francisco
Sem cometer erosão
Sem modificar seu curso
Sem perder qualquer recurso
Que vem de sua vazão
14

Para proteger o rio
É só fazer “piscinão”
Ao longo de suas margens
Lá pra dentro do sertão
Quando a chuva do Sudeste
Correr aqui pro Nordeste
Ai eles se encherão

Pra tudo se tem um jeito
Só pra morte é que não tem
Quando o povo quer fazer
Não pede nada a ninguém
Vai na raça, vai no grito
Por isso que acredito
Que essa água logo vem

Acredito no meu povo
Na sua força e ação
Nas águas do São Francisco
Pra fazer a irrigação
De tanta terra perdida
Tão seca e adormecida
Mas que dará produção
15

Por isso que quero ver
Essa tal transposição
Das águas do São Francisco
Tão logo pro meu sertão
Pra que o sertanejo ria
Sentindo a doce alegria
De ver a água no chão

Sei que a luta vai ser dura
E muito que esperar
Vai ter muita “cara feia”
Mas é preciso cobrar
Vai ter muita resistência
Ma a nossa paciência
Em breve triunfará

O que não pode é a gente
Olhar o tempo passar
Se conformar com a vida
Sem nada querer mudar
E o São Francisco correndo
Suas águas se perdendo
Quando despejam no mar
16

Foto de Carmen Lúcia

Teus olhos

Teus olhos...Ah! Esses teus olhos...
Feitos dois lumens, anunciando a paz,
Como um clarão na noite lhe arrancando o véu,
E embalando sonhos ante o portal do céu!

Teus olhos...Ah! Esses teus olhos...
São como os luzeiros de uma embarcação,
Que guiam, que norteiam para qualquer direção,
Ou que desnorteiam a reluzir paixão.

Teus olhos...Esses teus olhos raros...
Gotas azuis do oceano, passíveis de engano,
Tornaram-se sombrios, dois castiçais vazios,
Veleiros naufragados no mar do desengano.

Foto de Sirlei Passolongo

A Saudade do Caipira

Seu moço
Eu vim da roça
Lá deixei minha palhoça
Esposa em estado de graça
E cinco filhos pra criá

Deixei uma vaca no pasto
Quase sem leite nas tetas
Uns pezinhos de mandioca
Que a seca não deixou vingá

Antes de sair de lá
Comprei sarilho pro poço
Esperança da água de novo
Quem sabe nele brotá.

Lá, deixei meu violão
Um papagaio espoleta
E tudo que pus na maleta
Foi à esperança de vortá

Aqui na cidade grande
A solidão me invade
Quase morro de saudade
Vendo ano a ano passá

Sem saber da minha terra
Se meus filhos já são homens
Ou se morreram de fome
E minha mulher como tá?

Não sou homem de leitura
Paguei pra escrever as linhas
E sem resposta alguma
Minha esperança definha.

Seu moço
Essa minha história
Já se foram vinte anos
e eu nesse desengano
Sem nunca vortá pra lá.
Mas a fé em Padrim Ciço
Não me deixa desanimá.
(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora.

Foto de M.Veríssimo

…Fim…

Vejo-te a olhar para mim
olhos amargos, secos, frios,
apercebo-me que chegámos ao fim
do vale onde desembocam os rios,
que são as nossa vidas unidas
amantes de lágrimas fingidas,
mentimos, enganamos e rimos
no desengano dos erros…e assim
teimosamente em frente seguimos
eu a olhar para ti, tu a olhares para mim…

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