Desespero

Foto de vânia frança flores

perdão

Perdoa-me pois na aflição da minha dor, acabei por te magoar e no desespero dos meus dias, te falei palavras desagradáveis, que não merecias ouvir.
Do fundo do meu coração te peço que me compreenda, e caso seja possível, me perdoa.
Porque de ti, só escuto palavras doces, meigas, que me fazem feliz...
Em ti, encontrei o resumo de todos os meus ideais.
E no teu amor, encontrei a razão da minha vida. A razão de tudo que sou, está em ti contida.
Quero-te. A cada dia que nasce, e a cada noite que chega, porque em ti descobri a essência de mim.
Quero-te homem, para que eu possa em ti, satisfazer os desejos do meu corpo e do meu amor.
Quero-te cúmplice, para que os nossos segredos, possam ser somente nossos.
Quero-te amigo, para que possas me escutar, aconselhar-me, mostrando-me o caminho.
Quero-te confidente, para que possas ouvir minhas queixas, e deixar que eu encontre em teu ombro, o abrigo seguro para guardar minhas lágrimas.
Enfim, quero-te na minha vida em todas as horas, porque já não sei viver sem ti.
Quero-te... Porque este meu coração batendo forte, não me deixa negar que te amo demais.

ddp

Foto de Paulo Master

Tortura Dissimulada

Ao entrar em cena, meu carrasco me aguarda, somos atração principal e compartilhamos dos mesmos sentimentos, porém, meu asco se derrama contra ele. No entanto, já me encontro ferido, machucado, açoitado e condenado. Mesmo sendo inocente, meu corpo foi marcado com caráter vil, meu sangue fenece jorrando na areia da arena em decorrência dos ferimentos causados pelas Bandarilhas, “alegremente” coloridas, disfarçam a ferragem que me causa dor e hemorragia mortal. Os poucos que torcem pela minha vida estão a protestar, como eu, pelo fim dessa terrível tradição: “arte tauromáquica”, denominam arte e cultura, o que não passa realmente de tortura dissimulada e sem precedentes. Contudo, estou certo do meu trágico fim. Meu grunhido de dor, angústia e lamento, está em ver meus últimos momentos de agonia nas mãos de um destino tão cruel. Àqueles que fomentam meu sofrimento e se divertem com minha dor, resta-me apenas lamentar a falta de sensibilidade e compaixão. Embora não seja humano, sinto as mesmas dores que eles, os mesmos medos e o temor ao deparar-me enfraquecido diante da figura do carrasco. No desespero em manter os sentidos, serei engolido pelo inconsciente através de um único golpe e agonizante, mergulharei na escuridão profunda.

Foto de Delusa

Não chorem por mim

Quando uma noite me arrepia
Com tempestade e ventania
Faz meu coração bater!
Mas sinto que bate mais forte,
Capaz de me trazer a morte,
Com saudades de te ver.

Cada noite é mais escura,
Porque a solidão me tortura,
Sem a tua companhia,
Sinto a ânsia do desespero,
Como um pobre passageiro,
No caminho da agonia.

Rogo que não chorem por mim!
Pois não sendo eu ruim,
Porque sou tão castigada?
Deixai-me chorar sozinha
As lágrimas de quem caminha
Como inocente condenada.

Os dias vão-se passando,
Em mim se vai apagando,
A tua recordação;
E não te tendo por companhia,
Travo uma luta fria,
Com angústia e solidão.

Delusa

Foto de DeusaII

E voltei a viver!

O mundo grita á minha volta...
Sinto dentro de mim
Uma ânsia quase descontrolada de o ouvir,
E no entanto, tapo os ouvidos
Para não ouvir seus gritos.

Sinto a cabeça zonza,
Tudo gira á minha volta
E caio não chão ... inanimada.

Sinto o frio a gelar meu corpo,
Meu sangue... e todo o meu ser.

Meus sentimentos passam a ser
Meras recordações de um passado...
Que quase já não existe.

Meus pensamentos vazios....
Dão lugar a um mundo frio e escuro.
Onde tudo é desprovido
De um nada atordoante...

Sinto-me presa, fraca... e sem vida.
Tudo em mim morre aos poucos..
Desaparece... entre um tempo que não vai surgir mais.

Fiquei presa... pelas grades do medo e da ignorância.
E neste estado...
Quase não dou pela tua presença.. suave...

Aproximas-te devagar... olho-te...
Sei quem és... mas minha alma não te reconhece...

Aproximas-te mais...
Quase sinto teu cheiro...
teu olhar em mim...
Teu toque em meu corpo...
Mas meus olhos e meus sentidos
Já perderam sua vitalidade!

Sinto a morte a se aproximar..
Tão perto que sinto o seu poder
Seguras então em meu corpo já desfalecido
E em desespero... chamas-me...

Meu coração reconhece então, tua alma....
Teu toque... e desperto...
Olho-te nos olhos...
Sinto tua respiração...
Quente... harmoniosa...

Toco-te... Desejo sentir tua pele
Teus lábios nos meus...
E dentro de mim...
Tudo renasce novamente!

Foto de Mitchell Pinheiro

O sorriso de Mel (especialmente para os Pais de plantão)

Hoje saí pra andar de bicicleta com minha linda filha
E o mundo se transformou numa pequena ilha
Não havia mais o urbanismo sem urbanidade
Bem como inexistia a velha civilização sem civilidade
Extinguiram-se as contas a pagar
E todo stress de trabalhos por realizar
Desapareceram os políticos corruptos e as doenças incuráveis
Pra onde foi a guerra, a violência e a fome dos miseráveis?
O tormento de um litígio conjugal?
E a devastação da degradação ambiental?
A depressão, o desespero, a desesperança...
Tudo ofuscado no sorriso de uma criança
Só sobrou o canto dos pássaros e o azul do céu
A magia envolvente do sorriso de Mel
O cheiro de mato verde temperando o ar
O balé das ondas, a brisa do mar
E a serena melodia de uma cachoeira
No sorriso puro e simples de minha pequena herdeira
Livrei-me de toda irracionalidade mundana
Do crescente desamor dessa rotina insana
Um sorriso que refletiu no pai que só quer se doar
Doar vacinas, mapas e toda bonança que puder ofertar
Doar o que quis e não me foi doado
Evitar os erros e imitar o que foi acertado
Plantar a felicidade da forma que for preciso
E colher o amor irradiado de seu sorriso.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

A Flor do Desespero

“Para dizer a verdade, não nasci nem do Caos, nem do Orco, nem de Saturno, nem de Japeto, nem de nenhum desses deuses rançosos e caducos. É Plutão, deus das riquezas, o meu pai. Sim, Plutão (sem que o leve a mal Hesíodo, Homero e o próprio Júpiter), pai dos deuses e dos homens; Plutão, que, no presente como no passado, a um simples gesto, cria, destrói, governa todas as coisas sagradas e profanas; Plutão, por cujo talento a guerra, a paz, os impérios, os conselhos, os juízes, os comícios, os matrimônios, os tratados, as confederações, as leis, as artes, o ridículo, o sério (ai! não posso mais! falta-me a respiração), concluamos, por cujo talento se regulam todos os negócios públicos e privados dos mortais; Plutão, sem cujo braço toda a turba das divindades poéticas, falemos com mais franqueza, os próprios deuses de primeira ordem não existiriam, ou pelo menos passariam muito mal; Plutão, finalmente, cujo desprezo é tão terrível que a própria Palas não seria capaz de proteger bastante os que o provocassem, mas cujo favor, ao contrário, é tão poderoso que quem o obtém pode rir-se de Júpiter e de suas setas. Pois bem, é justamente esse o meu pai, de quem tanto me orgulho, pois me gerou, não do cérebro, como fez Júpiter com a torva e feroz Minerva, mas de Neotetes, a mais bonita e alegre ninfa do mundo. Além disso, os meus progenitores não eram ligados pelo matrimônio, nem nasci como o defeituoso Vulcano, filho da fastidiosíssima ligação de Júpiter com Juno. Sou filha do prazer e o amor livre presidiu ao meu nascimento; para falar com nosso Homero, foi Plutão dominado por um transporte de ternura amorosa. Assim, para não incorrerdes em erro, declaro-vos que já não falo daquele decrépito Plutão que nos descreveu Aristófanes, agora caduco e cego, mas de Plutão ainda robusto, cheio de calor na flor da juventude, e não só moço, mas também exaltado como nunca pelo néctar, a ponto de, num jantar com os deuses, por extravagância, o ter bebido puro e aos grandes goles.”

- O Elogio da Loucura (Erasmo de Roterdã)

Louçã
A filha da morte
Mãe dos desencontrados
A Loucura, quente frieza
Tem a razão;
A Loucura assim em clareza
É pura escuridão

Esqueçam de cobra ou maçã
Pecados
De um raciocínio consorte
Falso cristão:
A simbiose, que é doce ilusão
O educar do prazer
A realidade do reproduzir
Não tem efeitos comprovados;
Se alguém tentar introduzir
O dever
Ou outra asneira em semelhança,
Se lembre de quando em criança
O mundo que nos parece acolher
Trai-nos em manso
Em lento avanço
De sermos adultos e suficientes
Sábios e clarividentes

Em ser injusto e imperfeito
O mundo que soa ideal
Passa longe de satisfeito;
Ou seja:
No final da vida é o final
Ao invés do que se almeja
Que se encontra ao natural;
Sem moral ou solução
Sem nexo de orientação;
Sendo a falha em seu ardor
A máquina em seu labor;
Eis o humano enfim descrito
Pequeno e frágil ao infinito;
Entregue
Ao destinar que lhe carregue;
Sendo insano por lutar
Por nadar em naufragar;
Pois isso explica a loucura
E o amor:
Nada mais que a abertura
O botão da semeadura
De um desespero em flor

Foto de josimar-almeida

Trágico janeiro

Trágico janeiro

Chegava-se o ano novo
Com uma passagem feliz e estonteante
Ao lado da pessoa que mais amava
Foi prazeroso, delirante.

Abraços e sorrisos iam e vinham
E facilmente consigo trazia a bondade
Oriundo da justiça e apaziguador de conflitos,
Eram marcas de sua personalidade.

O janeiro de 2011 abria-se
Trazendo rumores de prosperidades,
Planos eram desencavados de sua mente
Buscando harmonia e felicidade.

No meio deste trágico mês
Comemorou mais um aniversário,
Mal sabia do que estava por vir
Soaram-se as trombetas do imaginário.

Depois de um "um feliz ano novo"
E um belo "parabéns pra você",
O janeiro anunciou sua desgraça
Lhe brindando com um maldito AVC.

A notícia formigou rapidamente
Ecoando tristeza em nossos corações,
Mas suas esperanças eram tantas
Que nos transbordavam emoções.

Duas semanas se passaram
E o infeliz janeiro não se deixou findar
Era dia 27, quase fevereiro
Quando o meu chão veio a desabar.

Ao meio-dia o recado chegou,
Junto com ele o desespero e pranto rolou em mim
Era meu irmão anunciando
Que a vida do nosso amado pai teve fim.

E anos que eram de 12 meses
Para mim não existirão mais,
Eles começarão em fevereiro, porque...
O trágico janeiro não voltará jamais.

Foto de ThayresOliveira

se um dia eu te perder....

se um dia eu te perder
não saberei oq fazer
não sei se vou chorar ou se vou sofrer
mas vc eu quero é ter

me olho no espelho
vejo uma face la por dentro
que cai em desespero
a saber que estou sofrendo

sem ao menos ter uma chance
de estar novamente
em teus braços sorridente
para poder sonhar novamente

Foto de Fernanda Queiroz

Epílogo de Mulher

Epílogo de Mulher

Estou aqui
Trancada em minha existência
Sem pedir clemência
Coração estagnado
Momentos lembrados
Alma que chora
Lucidez que aflora
Se escondendo no medo
De não mais te encontrar
Estou aqui
Sem janela ou porta
No cárcere privado
Em minha calma morta
Onde o amor estocado
Não vive emoção
Alçapão conquistado
Sem estar a teu lado
Refém de meu coração
Lá fora
Minha dor se mistura a multidão
Perdida em meu desespero
De não te encontrar
Esperança vazia
Não acalma meus dias
Cravejado de amor
Intenso sangrar
Por onde quer que eu vá
Estarei aqui
Velando tua ausência
Aguardando com paciência
Que como um grito forte
Mudará minha sorte
Do náufrago a salvação
Tocarás em minha mão
Dirá que não fui esquecida.
Epílogo de minha vida

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Allan Dayvidson

O ÚLTIMO POEMA

"Sabe quando você parece ter andando uma vida inteira e ,então, se percebe não muito longe começou? Minha crise momentânea me levou a este poema equivocado, mas sincero..."

O ÚLTIMO POEMA
Por Allan Dayvidson

Segure minha mão,
antes que coloque minha impressão sobre o papel
e marque minhas digitais nessa estranha sensação.
Porque é como tentar carregar malas pesadas,
Então, as abrir e não encontrar quase nada.

Diga-me...
que este é meu último poema,
que não irei mais revirar o céu
em desespero atrás algo que valha a pena.
O último poema...
um resto de bobagem, minha última taça,
a última bagagem para que eu me desfaça...
de você.

Está claro que o caminho deve ser feito sozinho
e longe de sua porta.
Porque viver de suas lembranças tem sido a esperança
que ainda me ofereço.
Do fim para o começo, como da noite para o dia,
quero ser filho das cinzas.
Mas não importa o quanto o vento corta,
pareço preso a mesma doca esperando brisa.

Diga-me...
que este é meu ato final,
que não precisarei ficar neste lugar
fazendo círculos ao invés de minha espiral.
O último poema...
um resto de inspiração, mais uma taça,
a última respiração antes que eu me desfaça...
de você...

... o resto de você.

A sua marca está impressa na palma da minha mão
E todos os sentimentos ficam a salvo em meu peito.
Mas talvez eu não mais tente tocar seu coração
com esses versos há tanto tempo improvisados do meu jeito.
Então, diga-me...
Este é o último poema?
A última migalha, a última valsa,
Meu gran finale, a próxima taça,
O ponto em que tiro cada peça até que eu me despeça...
de você...

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