Direito

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro – Capítulo 7

Essa noite eu tive um sonho estranho. E esse sonho, por assim se dizer, foi muito complicado de se decifrar. Nele, os absurdos imperaram. Os seres, sem serem claramente separados como na nossa realidade, lutavam entre si. E os fracos subjugavam os fortes, os devoravam, sem que lhes sobrassem sequer os cadarços. Tremulavam estranhas bandeiras, de estranhas causas, e estranhos países. Crianças mandavam em adultos, que as obedeciam. Outros homens, rendidos, suicidavam-se, alegando merecer o falecimento. Hinos desconexos ecoavam nas paredes pelas ruas tumultuadas. Senti, se é que é possível sentir algo com um sonho, um desejo por uma inquieta tranqüilidade, uma tranqüilidade quase que inviável diante da necessidade das evoluções e modificações. Houve uma voz que conclamava, chamava os santos adormecidos para a fúria das incertezas e das discórdias. Carros aceleravam, carros indomáveis aceleravam com um sorriso irônico em sua parte dianteira. Ouviam-se sirenes, buzinas, caos. Não assimilei bem o que o sonho me passou. Também, não deve ser algo importante...
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O tempo se seguiu.

- A dona Clarisse é boa! A dona Clarisse passou para o nosso lado!

O burburinho tinha razão de o ser. Comentava-se, à boca pequena, que o nosso líder estava mancomunado com os seres dominantes. E o nosso líder não deixava por menos. Ele estava bem mais contido nos discursos de contrariedade aos nossos inimigos. Diferentemente da dona Clarisse. Ela, segura de si apesar das provações que lhe ocorreram, se colocava cada vez mais como uma liderança para toda a comunidade, e com o ponto positivo de se impor de maneira pacífica na resolução dos problemas do gueto em geral. Sendo mais específico, ela era a ponte entre a comunidade e o nosso líder. E esse, cada vez mais distante das necessidades, vinha perdendo a sensibilidade que o levou a ascender à branda influência que exercia aos seres de sangue quente.

- A dona Clarisse é a nossa esperança de vitória!

Tomava corpo uma nova representante do existir do gueto.
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A torta me olhava.

- Dimas...

Era a única que me chamava pelo nome.

- Dimas...

Novamente a ignorei.

- Dimas...

Eu me recolhi. Tinha nojo da torta. Engraçado sentir isso dela. O normal é os outros se enojarem comigo.

- Dimas, você pode até me ignorar, mas saiba que eu te amo e isso é uma verdade.

Senti muito medo de ela estar sempre comigo, em todos os momentos que eu precisasse.
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Parece que tudo me é mais sofrido.

- Inúteis! Ou trabalham direito ou não vão poder comer!

Os mais fracos no gueto são os responsáveis pela produção e preparação dos alimentos, pela limpeza de vias e aposentos, pelos reparos gerais e pelos afazeres menos aceitáveis. Já os mais fortes, por sua vez, garantem a segurança e a fiscalização do cumprimento das regras na comunidade, sendo sustentados para tal, e mantendo o equilíbrio da nossa calma convivência comparada ao tormento horrível da subjugação aos seres de sangue frio.

- Trabalhem seus inúteis, trabalhem!

Até eu subir de vida, será assim.
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- Justo, venha.

A voz de Clarisse era doce e acalentadora.

- Justo, beba.

Clarisse poderia seduzir qualquer homem que bem quisesse. Era uma bela mulher. Poderia seduzir apenas com o nome, que de tão belo fazia jus ao seu significado, de clareza, em meio à escuridão do nosso mundo, rochoso, opaco. E Clarisse, uma pessoa de bem, uma figura moldada para conseguir o melhor e sempre o melhor, não simplesmente seduzia ao homem que bem entendesse. Clarisse, ao invés disso, seduzia o homem do qual precisasse.

- Justo, dorme, dorme...

Ele obedeceu, como em poucas vezes em sua vida.

- Morre... Isto... Morre...!

E com presteza nosso líder foi a óbito.

Foto de fabricioadriel

Voltei no tempo

Voltei no tempo pra te dizer
que o tempo não pode voltar
mas que nossas atitudes
podemos mudar.

O final não é quando acaba
é quando deixamos de acreditar,
pois quando se faz algo em que acredita
os outros não tem direito de te julgar.

Se voce errou tem tempo de desfazer,
se lutou e não conseguiu
acredite em voce.

Nunca se compare
pois voce se perde em quem é,
acredite nos seus objetivos
e nunca perca a fé.

Se por acaso alguém te julgar
não se perca no julgamento
mas siga seu sentimento.

Seja sincero consigo
pois mentir pra si mesmo
é a pior injustiça que alguém pode cometer
e a pior maneira de sofrer.

A tristeza não pode ser considerado eterno
pois vai passar
mas isso só vai acontecer
se voce acreditar.

Tente verificar o que tem de errado
mas nunca lhe deixe de lado.

Não é facil superar o sofrimento
mas não deixe de acreditar
porque suas forças
nunca pode se acabar.

Veja que tem pessoas
que querem o seu bem,
mas essa força de superar
só voce que tem.

Foto de nelson de paula

NADA ME FALTARÁ (de "Vozes do Aquém")

Ambiciono ter,
para poder
repartir.

Sei que serei provido,
pois minha missão
é doar.

Estendo a mão
para pegar
o que é meu,
de direito,
mas, aproveito para puxar
até aqui
quem está um degrau
abaixo.

Não passa pela fome
a trilha do Paraíso.

Também não passa
pela doença.

Assim, ambas serão erradicadas,
já que têm origem
no erro,
e, portanto, cabe ao santo
corrigir.

Creio no humano,
pois é a casa da Alma,
muito além do mero arcabouço,
mas elemento constituinte
e integrador.

Afasto de mim não o cálice,
mas o conteúdo,
já que o vinho aquece
e consolida a transubstanciação.

Comungo da sensação de fazer parte,
mesmo quando tudo parece estranho
e muito mal contado.

Podem ser artifícios,
contudo tornam muito mais lenta
a aceitação
e a transposição.

Anárquico, o vento evoca
o milagre,
quase tardio,
porém conciliador,
parte de um trato,
retomado a cada vez
que dou um passo
adiante.

Foto de nelson de paula

NADA ME FALTARÁ (de "Vozes do Aquém")

Ambiciono ter,
para poder
repartir.

Sei que serei provido,
pois minha missão
é doar.

Estendo a mão
para pegar
o que é meu,
de direito,
mas, aproveito para puxar
até aqui
quem está um degrau
abaixo.

Não passa pela fome
a trilha do Paraíso.

Também não passa
pela doença.

Assim, ambas serão erradicadas,
já que têm origem
no erro,
e, portanto, cabe ao santo
corrigir.

Creio no humano,
pois é a casa da Alma,
muito além do mero arcabouço,
mas elemento constituinte
e integrador.

Afasto de mim não o cálice,
mas o conteúdo,
já que o vinho aquece
e consolida a transubstanciação.

Comungo da sensação de fazer parte,
mesmo quando tudo parece estranho
e muito mal contado.

Podem ser artifícios,
contudo tornam muito mais lenta
a aceitação
e a transposição.

Anárquico, o vento evoca
o milagre,
quase tardio,
porém conciliador,
parte de um trato,
retomado a cada vez
que dou um passo
adiante.

Foto de guiridhari

Discussão

Eu não adquiri minha liberdade
AH! Mas que mentira
Então como provas dizer a verdade?
Apenas lembra-se dos sonhos. PROVAS!

Ganhei a vida sem direito de controle
Ambos os sonhos não tem poder
Para que vive?
Devo esperá-los morrerem

Esperas a morte?
Apenas a paz
Sem remorso e sem vingança
Pobre ingênuo

Sem a morte não há vida
Com a vida esperamos a morte
Sem fim

Foto de guiridhari

Discussão

Eu não adquiri minha liberdade
AH! Mas que mentira
Então como provas dizer a verdade?
Apenas lembra-se dos sonhos. PROVAS!

Ganhei a vida sem direito de controle
Ambos os sonhos não tem poder
Para que vive?
Devo esperá-los morrerem

Esperas a morte?
Apenas a paz
Sem remorso e sem vingança
Pobre ingênuo

Sem a morte não há vida
Com a vida esperamos a morte
Sem fim

Foto de guiridhari

Discussão

Eu não adquiri minha liberdade
AH! Mas que mentira
Então como provas dizer a verdade?
Apenas lembra-se dos sonhos. PROVAS!

Ganhei a vida sem direito de controle
Ambos os sonhos não tem poder
Para que vive?
Devo esperá-los morrerem

Esperas a morte?
Apenas a paz
Sem remorso e sem vingança
Pobre ingênuo

Sem a morte não há vida
Com a vida esperamos a morte
Sem fim

Foto de guiridhari

Discussão

Eu não adquiri minha liberdade
AH! Mas que mentira
Então como provas dizer a verdade?
Apenas lembra-se dos sonhos. PROVAS!

Ganhei a vida sem direito de controle
Ambos os sonhos não tem poder
Para que vive?
Devo esperá-los morrerem

Esperas a morte?
Apenas a paz
Sem remorso e sem vingança
Pobre ingênuo

Sem a morte não há vida
Com a vida esperamos a morte
Sem fim

Foto de guiridhari

Discussão

Eu não adquiri minha liberdade
AH! Mas que mentira
Então como provas dizer a verdade?
Apenas lembra-se dos sonhos. PROVAS!

Ganhei a vida sem direito de controle
Ambos os sonhos não tem poder
Para que vive?
Devo esperá-los morrerem

Esperas a morte?
Apenas a paz
Sem remorso e sem vingança
Pobre ingênuo

Sem a morte não há vida
Com a vida esperamos a morte
Sem fim

Foto de guiridhari

Discussão

Eu não adquiri minha liberdade
AH! Mas que mentira
Então como provas dizer a verdade?
Apenas lembra-se dos sonhos. PROVAS!

Ganhei a vida sem direito de controle
Ambos os sonhos não tem poder
Para que vive?
Devo esperá-los morrerem

Esperas a morte?
Apenas a paz
Sem remorso e sem vingança
Pobre ingênuo

Sem a morte não há vida
Com a vida esperamos a morte
Sem fim

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