Escuro

Foto de José Oliveira de araújo

O AMOR NÃO FENECE, ADORMECE

A estação das flores vai nos deixando,
Com ela o ano também vai terminando,
Toda a cidade cuida dos preparativos,
Para os vindouros dias festivos.

Os corações se enchem de benevolência,
E proliferam as campanhas de benemerência,
A multidão sai à procura dos presentes,
Para agradar os seus queridos entes.

Como soe acontecer a cada ano repetido,
Muitos dos nossos sonhos foram destruídos,
Outros tantos tiveram êxitos garantidos,
Amores realizados e outros desiludidos.

Aproveito o momento para uma reflexão,
Podendo afirmar sem nenhuma hesitação,
Este ano foi realmente pra mim diferente,
Foi o que pude registrar na minha mente.

Logo no começo do ano, constato assustado,
Que o amor que julgava em mim aniquilado,
Do seu sono profundo foi despertado,
Por ela, a rainha de olhar cinza-azulado.

Ele aflorou com a força de um vulcão,
Mas, tão carente de materialização,
Buscando-a em vão, por caminhos diversos,
Derramou-se através dos meus versos.

Assim, me descobri, fazendo poesia,
Ela, que também dentro de mim jazia,
È minha parceira nesta tortuosa travessia,
Mitigando a dor da minha alma vazia,

Então! Num misto de alegria e tristeza,
Posso afirmar com toda a certeza
Que o amor é eterno, jamais fenece,
Ele, apenas adormece!

Agora! Vagueio qual um planeta errante,
Sigo em busca de outra estrela brilhante,
Que me leve para o seu universo,
Tirando-me do escuro em que estou imerso.

Concluindo, como a ocasião determina,
Quero deixar uma saudação natalina,
Para todos, mormente ela que não me quis,
Desejo um bom natal e um ano novo feliz.

Foto de Rodken

Ao vento

Versos inacabados de um amor não contado.
Frases soltas, rabiscos numa folha de jornal.
Traços de uma paixão.
Alta intensidade.
Mensagem de um bruto psicopata
Num quarto escuro de um hotel qualquer.
A visão distorcida por lágrimas torrenciais,
Canções de um momento enlouquecedor.
Na parede a sombra da violência,
No espelho o reflexo da desilusão.
Ele , o homem maltratado,
Coração surrado por traições, adultérios impensados.
A intenção de fazer o bem,
A vontade de morrer,
O clímax de uma derrota.

Foto de dido

a tua procura....

Sinto-me como um ambulante
Sem ter pra onde ir
Buscando teu amor
Se almenos me vise
Nem q tivesse sido uma única veiz
Mesmo por um minuto
Ou um misero segundo
Um olhar teu bastarias para meu dia ser mais feliz
Uma recordação sua
Um alento para minha esperança
Um refugio seria para mim nas noites sem fim
No escuro convivo
Sem vc por perto
Se almenos a lua me sorrise
Se almenos ela me visse
Pediria para lhe avisar q eu existo
E estou a tua procura......

Foto de Catarina Cathy

Compreende...

Tento afastar os monstros que me assombram,
Tento calar os espíritos sombrios de mim mesma…
Eles estão lá sempre, mas irei matá-los a todos!
Tiras-me do escuro… como és perfeito!
Na tua presença, os espectros de mim fogem…
Eles temem-te, têm medo da tua voz pura…
E eu deixo de me sentir insegura.

Tenho pesadelos, de noite,
Porque deixo de controlar o pensamento.
Até nessas horas os monstros atacam,
Esperando pelo mais frágil momento.
É que nesse tempo,
Tu não me estás a falar…
E eles vêm de novo, sombrios, tenebrosos…
O meu coração aperta-se e soltam-se lágrimas de angústia.
Mas tu voltas sempre para me acalmar…
E aí percebo que nunca nos iremos deixar.

Foto de Carlos Magno

Eu e você

Eu sou a sombra, você escuro
eu sou a seca, você dilúvio
eu sou feriado, você rotina
eu sou estrada, você esquina
eu sou a razão, você certeza
eu viro o joga, você vira a mesa.

Eu sou o tempo, você horizonte
eu sou o futuro, você o adiante
eu sou o vento, você a brisa
eu sou a derrota, você a conquista
eu sou o rascunho, você beleza
eu sou o pecado, você a pureza.

Eu sou fúria, você paciência
eu sou a saída, você permanência
eu sou algazarra, você silêncio
eu sou a lágrima, você o lenço
eu sou o inferno, você o fogo
eu sou o céu, você o gozo.

Eu sou poesia, você rima
eu sou seu, você é minha
eu sou o espelho, você o reflexo
eu sou o rumo, você o inverso
eu sou louco, você perspicaz
eu levo a gerra, você traz a paz.

Eu sou o amor, você o sexo
eu sou côncavo, você convexo
eu sou ilusão, você miragem
eu sou mentira, você verdade
eu sou a droga, você o vício
eu sou a morte, você o início.

Eu sou o pensamento, você raciocínio
eu sou a liberdade, você o domínio
Eu sou calor, você temperatura
eu sou temperamento, você a loucura
eu sou Adão, você é Eva
eu já fui, você já era

Eu sou a palavra, você oração
eu sou a calma, você preciptação
eu sou o espírito, você alma
eu sou o corte, você espada
eu sou igreja, você cemitério
eu sou segredo, você mistério.

Eu sou alegria, você sorriso
eu sou a sobra, você resquício
eu sou ingênuo, você tentação
eu sou o delírio, você o tesão
eu sou puro, você mistura
eu sou vários, você única

Eu sou a cura, você o remédio
eu sou o estresse, você o tédio
eu sou abstrato, você concreto
eu sou sertão, você deserto
eu sou fera, você bela
eu sou eu, você é ela

Eu sou medalha, você troféu
eu sou ator, você o papel
eu sou êfemero, você perecível
eu sou transparente, você invisível
eu sou a carta, você testamento
eu digo na lata, você em pensamento

Eu sou o ás, você a rainha
eu estou na sua, você está na minha
eu sou o beijo, você a boca
eu sou o outro, você é a outra
eu sou o pecado, você o perdão
eu sou real, você ilusão

Somos dois: eu e você
Somos opostos, duas metades
sou o que te completa,
você o que me faz falta.
Eu sou o teu homem,
você minha inspiração...

Foto de Junior A.

Homenagem a um poeta... (Carlos Magno)

Caro Carlos Magno

Sua última carta era dessas que ou se responde imediatamente, na paixão da leitura, ou não se respondem nunca. Creio que optei pela segunda decisão, ou antes, que fui levado a ela. O certo é que li sua carta com um interesse danado, que a vivi intensamente, que tornei a lê-la muitas vezes, e que, apesar da distância em tempo e espaço, me senti acompanhando você na terrível e dolorosa descoberta do poema "Um dia Eterno". Não sei se você meditou bem no que escreveu sobre isto, mas considero sua carta muito mais importante do que qualquer poética ou tentativa de explicação e interpretação de poesia, dessas que os eruditos escrevem, escrevem... friamente. Impressionou-me ver você tateando no escuro, apalpando, procurando, monologando, sofrendo e ao mesmo se observando tão lúcido, desdobrado e ao mesmo tempo uno, que poder! Me perdoe se achei sua confissão admirável, certamente você não quis se dar para mim como espetáculo, nem eu senti isso, mas não posso deixar de manifestar a espécie de susto iluminado, de terror feroz, não sei bem, todas estas palavras parecem bestas, diante do itinerário do poema que você traçou. E você me pede opinião! Como posso dar opinião sobre aquilo que resultou de uma experiência tão pessoal e tão direta de você, cada palavra tendo surgido de uma necessidade ou uma circunstância específica de você, o poema todo sendo tão propriedade sua que.. A verdade é que acabo não podendo escolher entre as variantes, aceito todas as variantes, e você me ensina que é possível fazer um poema com diversas redações, todas rigorosamente legítimas, coisa em que eu não acreditava. Já vê você que abandono toda atitude crítica e só lhe confesso a emoção grande que me provocou esse episódio poético do "Um dia Eterno". E não considero esta carta resposta da sua, porque o gênero de coisas que ela acordou em mim não encontra expressão idônea nestas palavras que estou escrevendo.
Devolvo esta folha de caderno, embora quisesse ficar com ela; mas deve voltar ao caderno. Agora fico desejando que você me mande sempre coisas novas... Pelo menos quando puder mandar, e isso não o chatear muito. Obrigado pelas boas palavras sobre minha situação pessoal. Mas não há nada de escuro no céu, e vai-se vivendo, às vezes com gosto, às vezes enfezado. E tudo dá certo, enquanto há força no braço, vontade e sentimento cá dentro... Me sinto capaz de viver. Não uma grande vida, nem uma vida cheia, mas o meu pouco de vida tímida e inconformada, com desejo de fazer alguma coisa que não sei o que seja, mas que seja bom para os outros, isso eu vivo. E é bom saber, no momento indeciso, que a amizade de alguns poucos como você está vigiando e solidária. Adeus, Carlos.Dê notícias suas. O abraço forte do seu velho

Junior

PS:Esta carta Carlos Drummond de Andrade escreveu ao seu grande amigo Mário de Andrade quanto ao poema Reis dos Reis,mas faço minhas as palavras aqui descritas em homenagem ao grande poeta que a pouco tempo conheço... Mas me encanto a cada dia com suas expressões. Carlos Magno

Foto de Anahí Raphael

Jones

E me deixa assim
Desassombrada, doida,
Sem medida
Oh, amado coração
No maior amor, já grita.
Perde-se por entre as Luas
Amando-te loucamente.
Teu nome pronuncio
Atenta, nas noites obscuras
Tentando não chorar, sinceramente.
Te desejo e não nego
Indo pela vida
Entre ramagens prateadas
Desejando-te como um cego
Sem poder ver a beleza
Onde o Amor, apesar de escuro
Na treva, ousado,
Perdendo a realeza
Amando vagamente perdido
Rogo-te
A ti, eu suplico
Torna-me sublime e intocável
Tenhas compaixão
imaginando esta pobre
Alma desejável.

Foto de Enomis

DOR DE DENTRO

A pior que existe
A mais dolorida que já provei
A dor de dentro do peito
A maldição dos espinhos que ferem
O gosto do fel navegando as veias
A deliciosa tortura das musicas de amor
As lagrimas de desespero
Crueldade e insanidade
andando num caminho único
Minha vida, curta linha do viver
Tua vida, meu sopro do querer
Destroçados meus órgãos estão
Minha vitalidade foi embora contigo
Sombra na noite dos mortos
Assim sou eu no escuro do quarto
Luz apagada do abajur
A noite que se esvai com o amanhecer
Resto de coração pulsando
Hemorragia de desamor
Poucos minutos me restam
Mas só consigo pensar em ti
Num frágil tocar de mãos
É tua foto q vejo sorrir
Visão esplendida do paraíso
Inferno do meu ser que se vai..

Foto de brgigas

Coisa sem nome

E porque nada nisto é uma escolha
Simplesmente é o que é
Coisa sem nome e sem razão
Segue assim sem compasso
Esperando por teu regaço
Esse repouso esse conforto
Que não existe mais
E se perdeu para sempre
E nessa angustia solitária
Escondesse num sorriso
Sem sentido e sem vida
É só mais uma mascara
Uma farsa nesta vida
E no escuro da noite
Nem luar me salva
Perco-me assim na rua
Sem sentido de tua alma
Nem norte nem rumo
Me ajudam aqui
Neste caminho que se fez
Longo e tortuoso
Sem consciência do teu ser
Segue assim na sombra
A alma sem amor do meu querer.

Foto de miguel fernandes

Naquela tarde

Neste momento olho para a janela e quando vejo a chuva a cair e a bater no vidro busco inspiração... tudo e nada me sai...parece-te estranho... confuso até... Creio estar naqueles dias...dias em que tudo parece turvo e cinzento, mesmo quando olho para as árvores do jardim que transbordam de tons de Outono, ora com folhas vermelhas de paixão ou amarelas como os girassóis num campo de Verão.

E assim...
procuro-te no vazio ...
na luz que me guia,
talvez me perca,
talvez escute a razão,
prefiro ignorar...

as palavras brotam...
numa insustentável leveza...
pairam no ar como partículas de átomos
somam-se as dúvidas e subtraem-se as certezas...
nada se conclui...
apenas o fogo que me atiça
me aquece a alma nesta tarde
gélida, nostálgica

ora ...
na cama, os beijos que saem da
tua língua descem em torno do meu
corpo que transpira de desejo...
loucura, mas doce, como o mel
das tuas palavras
que no escuro da noite
soam como flautas de vento
criam melodias... jamais escutadas
apenas por aqueles que ousam amar
sem destino ...correndo contra o tempo
contra tudo e todos...
enfim...
são os cheiros animalescos, feromonas,
dos gritos do interior, emanadas
numa imensidão .. num abismo
e perdidos soltamos um suspiro entre espasmos
orgásmicos... iguais aos teus...
quem me dera ver o mar contigo
escutar as ondas e sentir a espuma nas mãos
molhar os pés e deixar a areia escorrer
entre os meus dedos
entrelaçados nos teus
e agarrados aos laços do teu coração
e tu? queres ver o mar comigo?
vem... se te pedisse muito
escutavas o meu pedido?
por vontade?
chamo o teu nome
procuro criar algo...
num embalo ... surge isto

O poder dos teus lábios que libertam os beijos
o suor do teu corpo e o teu olahr ténue,
deslumbram-me e tu vens
perturbar o meu sono...

e eu como fico?
perdido, sem rumo
procurando o meu norte!

A ti...

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