Estado

Foto de JORMAR

Partida

Morrer não é o fim. A morte significa apenas mudança de plano de vida. Monteiro Lobato dizia: “quando morremos passamos do estado sólido para o gasoso, mas continuamos a ser os mesmos.”
A nossa essência é espiritual. Com a morte, abandonamos o corpo físico, mas o espírito continua sua jornada evolutiva em outra dimensão.
Morrer é inevitavel devemos encarar a morte com serenidade e confiança, pois ela é degrau para a ascensão espiritual de todos nós.
Depois da morte, continuaremos a ser o que já somos. A morte não nos fará nem melhores, nem piores do que realmente somos.
Os espíritos dos chamados mortos, continuam em todos os quadrantes de nosso orbe, demonstrando que realmente não morreram mas sim partiram mais cedo do que nós. Aparecem aos vivos, mandam mensagens escritas, aparecem em nossos sonhos, falam aos nossos ouvidos testemunhando a continuidade da vida após a morte. Viva como espíritos eternos e afaste definitivamente a idéia de que a morte é o fim, e nada tema porque sabemos que continuamos vivos para sempre e todos nos encontraremos um dia seja lá onde for. A dor é transitória, a doença também. Tudo está em processo de transformação. A vida eterna já está sendo vivida por nós, porque a morte não existe. E ainda digo mais penso que a morte é um premio e que o lugar em que as almas estão é o verdadeiro paraiso pois la nao existe, dor, fome ou qualquer tipo de sofrimento e sim uma energia maravilhosa, onde se pratica a caridade, a sensibilidae e o verdadeiro amor universal, pois finalmente estamos livre desse corpo tridimensional que nos prende, limita, nos enche de pre conceitos, atitudes desfavoraveis e sentimentos desnecessários pelo fato de convivermos nesse mundo material, onde chega-se a conclusao que o inferno é aqui mesmo parabéns para quem consegui superar isso aqui. Espero que vc se anime pois mesmo sua maezinha tendo partido ela continua ligada em vc torcendo para que vc viva o melhor possivel,sei que amor de mãe é insubtituível mas lembre-se que aqui na terra ainda existem muitas pessoas que te amam e uma delas sou eu.
(Marisa Cruz)

Foto de giogomes

O Tigre sem picadeiro

O que há tigre guerreiro ?
Estás sentindo falta do picadeiro ?

Não consegues ficar parado,
neste canto enjaulado ?

Sentes falta dos idos momentos,
dos aplausos, dos movimentos ?

Estás em um circo alheio.
Não há mais lugar para ti no picadeiro.

Neste local agora sem alegria,
sem desejo, sem poesia.

Há apenas um domador enciumado
que deseja que fiques confinado.

Terás apenas que observar,
este será o seu lugar.

Qual será teu papel neste show ?
Ficarás apenas pensando no que o tempo levou ?

Preso por grilhões,
rodeados por leões.

Será este o teu fim desonroso,
lutador vigoroso ?

Mas quando não havia esperança,
ela apareceu com a bonança.

Não suportava ver a ti animal imponente,
naquele estado tão deprimente.

Escondida do domador,
ela poderia demonstrar-te todo o seu amor.

Tua vida já não era massante,
ela estava ao teu lado, a cada instante.

Mesmo sem poder libertar-te de sua prisão,
todos os dias te dava atenção.

Dava-te esperança de que um dia,
a jaula se romperia.

O domador não mais o prenderia
e que ao lado dela, no picadeiro estaria.

Esperança !
Das opções da vida é o que te dá confiança.

Poderias viver de esperança,
da espera da bonança.

Quando a vida finalmente decidir,
estarás feliz com o que ela te infligir.

Saberás o quê da vida esperar, e agradecerás a Deus,
por algum dia ela ter estado lá.

Foto de William Contraponto

Sob o Céu de Fevereiro

Num dia desses no verão
Foi quando aconteceu
Eu vi aquele moleque passar
Banhado como em mel
Não consegui deixar de olhar

Seu corpo molhado
Derramava um estado
De altas vibrações
Fazendo o mundo inteiro parar
Sob o céu de fevereiro

Nem o poder, a fama ou o dinheiro
Nada disso tem comparação
Ao doce atrevimento
Daquela degustação de corpos
Rolada no seu apartamento

Lá onde o tempo parou
Nenhuma onda inundou
Ele esta ali novamente
Cavalheiro moleque, cavaleiro dos mares
Sob o mesmo céu de fevereiro
Atraindo todos meus olhares

Foto de juliana assis

Pensamentos ao Vento

SONHAR A CADA DIA SIGNIFICA RESPLANDECER E ACREDITAR QUE EXISTE O HORINZONTE
TÃO DISTANTE QUE NEM AO MENOS PODEMOS VER
APENAS SENTIR O PRAZER DE INALAR A ESSENCIA
QUE O BEM DA NATUREZA NOS TRAZ
COMO SOPRO DE UM VENTO
ENTOAMOS NUMA SINTONIA MUSICAS A QUAL NÃO SÃO OUVIDAS
E SIM SENTIDAS
FRIO, CALOR, ESTE É O CLIMA QUE NOS TRAZ O AMOR
OUTRAS QUENTES OUTRORA FRIO
SE DICERNIRMOS ISSO
QUEM DIRÁ QUE NUNCA SENTIU.
PENSAMENTOS NOS CERCAM DE ACORDO COM O NOSSO REDOR
AS NOSSAS ATITUDES DE HOJE SEMPRE SERÁ O QUE O DESTINO NOS RESERVARÁ AMANHÃ.
COMO É BOM APRECISAR OS DIAS DE SOL, EMBORA HAJA CHUVA
MUITAS VEZES UM BANHO EM MEIO A FERVURA NOS FAZ BEM,
POIS COM ESTE ESTADO DE CHOQUE TERMICO PODEMOS AVALIAR
QUE O QUE VALE DA VIDA É SABER APROVEITAR E APRECIAR SEM MEDO DE ERRAR.

Foto de giogomes

Meu caminho

Andei perdido, largado, sem notícias suas.
Como um meliante embriagado, perdido nas ruas.

Procurando uma via que me levasse a você.
Desejando te abraçar, beijar, querer te ver.

Quanto mais eu andava, cambaleava, mais me perdia.
A cada passo dado, trocado, deixava a alegria.

Apanhava da vida, nas esquinas nas quais caía.
Vivia triste, marcado, sem nenhuma fantasia.

Ao me ver naquele estado, dopado, em plena letargia.
Viu só uma sombra, um farrapo, de quem já fui um dia.

Não era a mim que olhava, odiava, era minha tristeza.
Querendo você de volta, inconcebível ato de avareza.

Em um estado lastimável, desagradável, de me ver.
Acho que pensava, olhava, mais a mim, do que a você.

Não que um dia, mês, a tenha deixado de amar.
Pois a falta de você, sem você, me deixava sem ar.

Não podia viver, sobreviver, daquela maneira.
O que eu realmente queria, desejava, era você por inteira.

Nem como amigo, querido, você me aguentava.
Um Tigre deprimido, com dó de si, coisa bizarra.

A Rosa que eu conheço, vejo, não gosta de pessoas assim.
Gosta de homens corajosos, alegres, enfim.

Com pena de mim mesmo, confuso, sem querer saber de nada.
Andava cada vez mais desviado, tropeçando na estrada.

Aos poucos, comecei a sentir medo, raiva.
Quando vi, não queria saber mais de mim, nem lembrava.

Quando a sua ausência, ida, me fez perceber a insanidade.
Voltei para a minha terra, lugar, a minha cidade.

Lugar no qual amava, lutava, e bem conhecia.
Olhando para mim, naquele estado, não me reconhecia.

Aos poucos fui voltando, andando, caminhando.
Enquanto melhorava, alegrava, voltava voando.

No caminho de volta, pessoas que gostavam de mim.
Me dando apoio, gritando, torcendo por mim.

Me fazendo pensar, raciocinar, como cuidaria de você ?
Se nem mesmo a mim, naquele momento, podia manter.

Hoje sei por onde vou, ando, qual estrada caminhar.
Tenho consciência do que sou, o que represento neste lugar.

Querendo te achar, mostrar, que estou bem de verdade.
Voltei a ser quem eu era, forte, sem auto-piedade.

Grito alto para que ouça, escute o que tenho a dizer.
Ainda não sei o caminho, o destino, que me leva a você.

Não sei se um dia verei, ou irei descobrir.
Pode ser que vá embora um dia, tenha que partir.

Talvez encontre comigo, esbarre em um cruzamento.
Me mostre um sorriso lindo, gostoso, como nos velhos tempos.

Estou curioso, intrigado, com que a vida vai me mostrar.
Nessa viela sem tamanho, que ela me faz trilhar.

Se um dia ler isso, e ainda se importar.
Saibe que voltei a andar, caminhar e até voar.

Por esse local emocionante, assustador, como uma grande avenida.
Que todos nós chamamos, pelo nome de VIDA.

Foto de fernandags

A SAUDADE EM VOCÊ

A saudade em você
É um estado constante em mim
É uma sensação
Que não da pra conter
Misturada ao sentimento de não te ter
Vira solidão
Vira a mais profunda tristeza
Hospedada em meu coração
Hoje chorrei
Não aguentei
Lembrei de você
E do amor
Que um dia te dei
Ao sentir a vontade
Do seu abraçar
Em planto fiquei
Tamanha a angustia
Em que mim ficou
E agora
O que fazer
Que só a lembrança
E a saudade
Ficou...

Foto de reginaldossjr

Quem sou?

Um ser erroneamente interpretado
Comum, assim como os outros, a meu ver.
No entanto, sou o que sou, e assim sou.
É,pois, por nunca ter sido explorado...
De dentro pra fora, sem um padrão como base
Sem as devidas expectativas, sem alarde.

Sou algumas milhares de linhas lidas,
Que passam por Camões, Machado de Assis,
Chico Xavier, Raul Pompéia e até o Van Vlack,
Sem esquecer de mencionar o Vicente Chaverini,
Oh! Desculpem-me! Também o Calister Jr.

Já podem perceber que sou alguém de ciências.
Um projeto, uma vibração,uma particula,
Ser, ser ou não ser, alguém que estar, amostra metalográfica.

Sou uma susseção de principios falidos,
Sendo assim, pouca coisa se sabe,
Ou, está(é), passivo de ser sabido.

Se querem me conhecer.... Que audácia minha!
Esquecam as ciências ( exatas ou as naturais),
Pois, existe alguém que sabe quem sou.
Tomem a ousadia e perguntem pra ela,
Quem é ela? Alguns dos meus amigos sabem.

E, quando tiverem a resposta,
Não se esqueçam de revelar-me,
Pois, o quanto eu estive com ela,
Vivia tão completamente que:
Só senti falta de mim mesmo,
Quando ela já não estava - ligada à mim,
Pelos laços da amizade! E que,
Para mim sempre foi muito mais.
Mas, desde que a perdi, tenho tentado,
Lembrar de mim, de quem fui,
Mas, meu estado não me cabe.

Atenciosamente: Reginaldo Sena de Souza.

Foto de MALENA41

O ÚLTIMO POR DO SOL ANTES DO ADEUS

Olhava meus dedos dos pés e chorava. Chorava por ele, por ele que logo partiria.
As malas estavam prontas...
Era a última noite que dormiríamos sob o mesmo teto. Na mesma cama já estava fazendo alguns meses que não dormíamos.
Eu já passava dos quarenta e cinco, porém, me sentia tão imatura.
A borboleta amarela e o beija-flor vieram me visitar. A tarde devagarzinho morria. Como eu, como eu.
Eu poderia chorar, desfazer as malas, me esgoelar. Ele desistiria da partida se eu implorasse.
Mas ficar com alguém desta forma? Como se ele estivesse me fazendo um favor?

A franja me caía nos olhos e eu a afastava, molhava suas pontinhas com as lágrimas que ensopavam meu rosto. Esfregava a boca e assoava o nariz. O lenço de papel estava ensopado. Precisava pegar outro. No entanto entrar na casa àquela hora?
Queria vê-lo chegar. Queria. Queria falar com ele.
Sofrer mais um pouquinho? ─ Diria minha sábia mãe.
Esticava a perna e recolhia, esticava de novo. Ela estava adormecendo de tanto tempo que ficara sentada ali. Uma hora, duas. O telefone cansou de tocar, o celular também. Não atendi.
Devia ser algum chato. “Poderia ser até meus filhos – mas eles ligariam outra hora”. Ou minha mãe. Ela também ligaria depois e faria milhares de perguntas. Sabia que não estávamos bem e estranharia meu silêncio. Conhecia meus hábitos e sabia que eu estava sempre em casa no final da tarde.
E se fosse ele? Ele não ligaria. Terminamos tudo e ele estava apenas aguardando que terminassem uns detalhes de pintura na casa que alugara. Levaria tão pouco, o indispensável eu diria.
Havia me dito que partiria bem cedinho.
Não brigamos desta vez. Só escutei e foi como se uma montanha de gelo despencasse sobre minha cabeça.
Nos últimos dois anos discutimos tanto que tudo se esgotou. O carinho morreu.
Houve um tempo que o medo de perdê-lo era maior e aí eu tentava reconquistá-lo. Depois fui me sentindo tão vazia e via que tudo era inútil.
Ele dizia coisas que me feriam fundo. Será que tinha noção do que estava fazendo? Não sei.
Acabei por feri-lo também. Não entendia ainda que estava agindo de forma errada.
Cada carro que passava fazia meu coração disparar, pois pensava que era Augusto que estava chegando.
De onde estava podia ver o sol descendo lentamente na linha do horizonte. Tínhamos uma vista privilegiada.
Quando compramos a casa comentamos que ninguém no mundo tinha uma vista igual. Até nosso ocaso era diferente, porque éramos muito especiais e nosso amor era exclusividade.
Nunca que terminaria um romance destes, nunca.

Um menino gritou na rua e fez meu coração pular e pensar nos meus filhos pequenos. Que pena que cresceram! Era tão bom tê-los sob a barra da saia.
De repente me via pensando no poema de Gibran: Vossos filhos não são vossos filhos.
Claro que não. Os filhos são do mundo. Só somos os escolhidos para colocá-los no mundo e orientá-los. E amá-los.
A menina se casara tão novinha e eu pensava que ela poderia ter esperado mais. Todavia havia o tal do livre arbítrio...
Meu filho estava cursando a universidade noutro estado. Foi o caminho que ele escolheu.
O menino continuava gritando e eu ficava ouvindo seus berros. Aquilo mexia com meus nervos que já andavam à flor da pele. O sol descia, descia.
Aí o carro estacionou. Era Augusto. Ele ainda tinha as chaves e o controle do portão. Foi abrindo e percebi que estava aborrecido.
Ele se mudaria no dia seguinte e nunca gostara de mudanças.
Na minha concepção meu esposo já tinha partido fazia bom tempo.
Olhei aquele belo homem estacionando na garagem e comecei a pensar quando nos conhecemos. Como ele era bonito!
Lógico que com os anos ganhara uma barriguinha, o cabelo diminuíra um pouco.
Mas num todo o corpo estava bem e o rosto sempre lindo.
Ele vinha em minha direção e meu coração disparava.
─ Você está bem?
─ Estou.
Minha voz saía rouca e eu pensava que precisava fazer aquele pedido, antes que nosso tempo se esgotasse.
─ Posso lhe pedir algo, Augusto?
─ Diga, Solange.
─ Não vai se aborrecer?
Que pergunta idiota! Eu o conhecia bem e sabia que estava arreliado.
─ Diga logo, que preciso tomar um banho. Tenho um compromisso daqui uma hora.
A frase veio como um balde de água fria me fazendo quase desistir de falar, Acontece que se não fizesse naquele instante não teria outra oportunidade e resolvi perguntar de uma vez.
─ Lembra-se quando ficávamos assistindo o sol se esconder de mãos dadas?
Ele pigarreou (andava fumando muito). Só que estava pigarreando neste momento para disfarçar.
E por fim falou baixinho:
─ Claro que lembro. Certas coisas não conseguimos esquecer por mais que tentemos.
─ Eu posso lhe pedir uma coisa?
─ Não se estenda, Solange. Já falei que estou apressado.
Outro balde.
─ Quero lhe pedir que sente aqui comigo para ver o sol se esconder. Falta pouco. ─ coloquei mais doçura na voz ─ Nem precisa segurar a minha mão.
Ele me olhou sem ternura no olhar, mas com pena.
Estaria eu fantasiando?
─ Augusto. Onde você vai morar dá para ver o sol se escondendo?
Ele virou o rosto na direção do horizonte e seu rosto parecia esculpido em pedra.
O telefone voltou a tocar e eu rezei baixinho:
─ Quieto, telefone. Fique quieto, por favor.
Por coincidência ou pela força de meu pedido depois do terceiro toque o telefone silenciou.
Em alguns instantes a magia daquele instante terminaria. Aquele corpo amado jamais estaria tão próximo ao meu.
Não resistindo eu busquei sua mão e ele estreitou a minha da forma que sempre fizera, apertando fortemente o mindinho.
Se eu chorasse naquela hora estragaria tudo. Ele havia me dito que não suportava a mulher chorona que eu me transformara.
Banquei a forte e nossos rostos estavam bem próximos. Os dois olhando o sol alaranjado e faltava apenas uma nesginha para o nosso astro rei se esconder.
Ele se levantaria em segundos e entraria no banheiro. Tomaria um banho e sairia. Chegaria tarde em casa e eu nem o veria chegar. Na manhã seguinte se mudaria e fim.
Um tremor percorreu meu corpo e de repente me vi estreitada em um abraço.
Aquilo não poderia estar acontecendo.
Sua boca sôfrega procurava a minha e eu me entregava inteira.
O sol acabava de desaparecer lá distante.
Eu já não via, mas sabia.
A língua dele tocava o céu da minha boca.
Estaria ficando louca?
Estaria sonhando?
Queria falar, mas o encanto se acabaria se falasse qualquer coisa.
Pressentia que não poderia me mexer, senão a poesia daquele instante se acabaria. Então fiquei bem quieta. Esperando. Esperando para saber se tinha escapado da realidade e entrado no sonho.
Eu não tomara absolutamente nada. Estava sóbria.
O corpo dele se estreitava ao meu.
Estreitava-se tanto que eu chegava a pensar que me quebraria algum osso.
Estava tão magra. Ossuda mesmo.
Ele é que rompeu o silêncio.
─ Desculpe.
─ Desculpar o quê?
Deus! Ainda era meu marido. Ainda era. Não tínhamos tratado da separação.
Augusto não sentia assim e provou isso pedindo desculpas.
─ Não tenho que desculpar nada, meu bem. Eu queria que acontecesse. E acho que você também.
Parecia que meu tom melodramático não o abalara em nada.
─ Foi um momento de fraqueza. Vou tomar um banho. Espero que você entenda que me deixei levar...
Eu o agarrei pelas costas e fiz com que se virasse e me olhasse nos olhos. Ainda haveria tempo de salvar nosso casamento?
─ E se eu mudar o meu comportamento?
─ Não há o que mudar. Tudo está resolvido. Amanhã cedo eu vou embora. Nossos filhos entenderão.
─ Será? Será que tudo é tão simples como diz?
─ Não vamos recomeçar.
E foi entrando porta adentro.
Eu fui seguindo-o. Se me beijara daquela forma ainda sentia amor e desejo. Ou estaria equivocada?
Ele colocou a chave do carro e a carteira sobre o rack e eu fui ao nosso quarto.
O que eu poderia fazer ainda? Jogar charme por cima dele não adiantaria de nada. Pedir? Implorar?
Deitei na cama e ele entrou no banheiro social e ligou o chuveiro.
Imaginei seu corpo nu e senti vontade de fazer amor com ele. Senti vontade de sentir de novo um abraço apertado, como o que acontecera há alguns minutos.
Que foi feito de nós? Fiquei me perguntando.
Em seguida desligou o chuveiro e fiquei pensando.
─ Ele nunca tomou um banho tão rápido.
A porta do quarto foi aberta abruptamente e molhado como estava ele me puxou para seus braços e me carregou para o nosso banheiro.
Usou a mão esquerda para ligar o chuveiro e com a destra livre foi me arrancando a roupa.
Será que em outras ocasiões fora tão impetuoso?
Era tudo tão espetacular e louco que eu custava a crer que estava sendo real.
Ele descia a boca para meus seios e mordiscava os mamilos.
Fizera isso milhares de vezes aqueles anos todos, mas estava sendo diferente, pois parecia haver uma raiva nele. Um desespero por me possuir.
Pensei se estava me violentando.
Acontece que eu estava querendo tudo aquilo e também o amei desesperadamente.
Também eu o mordi e o apertei.
Também eu quando tomei seu órgão genital nas mãos fui agressiva. Apertei mais do que devia.
Fazia-o não como uma fêmea no cio, mas como uma mulher desesperada.
Sabia que era a última vez e estava sendo maravilhoso e maluco.
Nunca nos amamos brutalmente antes e não estava sendo propriamente brutal. Era diferente. Era como se nós dois estivéssemos morrendo de sede e água nunca conseguisse nos saciar.
A relação sexual ocorria num ritmo alucinado. Bocas e mãos procuravam, deslizavam, corriam pelo corpo todo.
Palavras não existiam e antes falávamos tanto enquanto fazíamos amor.
Eu nem conseguia pensar direito tal a intensidade do que estava vivendo. Era como estar com um estranho. Aquele homem não era o Augusto de todos aqueles anos e aquela Solange exigente eu nunca fora.
Eu queria mais e mais e mais.
Antes nunca ocorrera comigo o orgasmo múltiplo e nem tinha conhecido que de repente pudesse senti-lo e sentia. O êxtase chegaria para nós? Ele aguentaria até quando?
Taxativamente eu desconhecia naquele homem meu companheiro de tantos anos e ele também devia estar me desconhecendo.
Prolongou-se ainda por meia hora o coito e quando por fim caímos exaustos na cama estávamos suados e arquejantes. Tão exaustos que não tínhamos forças para mexer um dedo.
Envergonhada pensava que não conseguiria mais encará-lo depois de tudo aquilo e foi ele que quebrou o silencio.
─ Estou desconhecendo-a, dona Solange.
─ E eu também não o reconheci ─ falei com débil voz.
Ele tinha se esquecido do compromisso?
Fiquei quietinha e nem queria pensar que ele pudesse se levantar e sair.
Augusto colocou o braço em volta do meu ombro e me puxou para seus braços.
Pensam que ele partiu no dia seguinte?
Está até hoje comigo e nossas noites costumam ser muito agitadas. Muitas vezes ele vem almoçar e esquecemos completamente da comida.
Ele perdeu a barriguinha e diz que eu acabo com suas forças, que sou a culpada.
Eu penso que sou a salvadora.

Foto de Amy Cris

Frases...

Aquilo que se vê por fora nem sempre é o que está se sentindo por dentro.

O amor nunca tem sentido, pois ilusões não precisam ser explicadas.

A beleza da vida está nos detalhes de cada emoção.

A palavra "nunca" só é real para aqueles que têm medo de viver.

A morte é um estado de espírito impossível de se mudar.

Foto de Joaninhavoa

Como é possível... (alguém gostaria de completar o poema?!)

*
Como é possível...
*

«Como é possível a abóbada se estilharçar
de repente e tão bruscamente
Pasmando até alma em estado de graça
e de bem estar...
A gente ouve o que não quer
e luta pelo que pensa que quer
Vive por ideais fatais
Ilusórios comuns demais
....

Joaninhavoa
(helenafarias)
2011/02/27

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