Estrelas

Foto de hanjo

O que fazer...(Hugo Christiano)



Uma reflexão sobre o amor.

Como pode uma coisa ser tão extremista quanto a paixão? Em um momento você se sente hipnotizado, diz coisas bonitas, que saem realmente do seu coração. Em outros sente que se comportou como um típico idiota. Não consegue comer, não consegue dormir, porém sente-se tão fraco que a cama se torna sua companhia. O que ontem te fazia divertir, o que te trazia conforto e o que não era importante, são as coisas que não te atraem, que te traz dor e que se tornaram sua vida. De uma hora para outra você se torna um vegetal, sem consciência da realidade, imóvel, viajando a mil lugares, imaginando mil situações, e pensando em uma só pessoa. Se pelo menos soubéssemos o que fazer, e como fazer. O cérebro cultiva um misto de auto-estima com insegurança verdadeiramente infernal. O que se passa pela mente dela? Será que em um ínfimo lugar nos seus pensamentos destina-se a mim? Será que ao menos sente um milionésimo do que há em um milionésimo do meu coração? Ah certamente que não, seria sentimento demais, suficiente para trazer lúcifer de volta a Deus, ou fazer com que este desça para beijar seu anjo outrora mais amado. Minha cabeça roda, roda, roda, e não consegue sequer saber o que expressar quando na presença dela. Quanto mais saber como ter a presença dela... É como se sentir um desarmador de bombas, um pequeno erro e tudo pode ir por água abaixo. E como eu erro, se pudesse refazer minhas palavras mil vezes, ainda acharia que a estupidez estaria do meu lado. Eis que surge em sua frente a solução. Veja-a ao seu lado, linda, efêmera, com os olhos de estrelas e o brilho do luar. Veja-a com sua pele de veludo, seu toque de pluma e jeito encantador. Veja-a com seu beijo que traz luz e salvação, traz esperança e principalmente amor. Veja-a e seus pensamentos se tornarão tão claros quanto a teoria da gravidade, você cairá de amor. A sua vida vai finalmente parecer ter um sentido, uma finalidade, a esperança inunda as expectativas de seus dias tristes, e a felicidade a comemoração de dias alegres. Mas por que eu escrevo isso? Por que não posso falar, ou não consigo. Como numa jogada de xadrez você não mais sente nada do mundo externo, suas emoções se interiorizam e se ganham uma magnitude fora de seu controle. Meu sistema nervoso é incontrolável perto dela. Suas mãos, seus pés, perdem seus lugares característicos. Meus olhos dizem o que não ouso dizer, e minha boca somente pronuncia palavras desgarradas sem sentido, e sem essa carta, não conseguiria me expressar. Amanhã? O amanhã a ela pertence, amanhã eu posso estar curado, ou em estado terminal, dessa doença que se chama amor. Mas convenhamos, como eu queria morrer de amor...

Hugo Christiano

Foto de LEOANDRADE

Deusa (Leonardo Andrade)

Você me apresentou o céu,

Me ensinou a voar;

Fizemos amor entre estrelas,

Dançamos nas luas de Saturno...

Mapeei seu corpo perfeito

Foto de quimnogueira

Poema do esquecimento

Um dia ? Dois ?
Um minuto apenas e tu partiste !
Partiste e eu fiquei só e triste !
E agora o tempo corre vertiginosamente

e atropela o meu coração sangrento,
despedaçando-o contra as pedras do caminho;


o sangue correndo abrasador

tortura-me numa infinda dor...

As árvores do além, no silêncio da noite,

gemem baixinho:

imploram, com ternura, um beijo, um carinho.

As estrelas do céu cantam melodias, lentas,

plangentes...

Os astros não brilham, a lua já não sorri...

E tudo porque te vi partir !

E eu no silêncio da noite escura,

imaculadamente pura,

rezo, recordo e estremeço...

Um tic-tac lento despertou-me...

As horas terríveis continuam a correr,

fazendo-me sofrer por não te ver...

Elas marcam a hora em que me deixaste !

Escuto o meu coração implacável,

como esse relógio malfadado,

e sinto-o gemer também.

Tic-tac...tic-tac...

Queria fugir, fugir ao tempo,

perder-me no mar do esquecimento...

E...chorar, penar...

Fugir, fugir, perder-me com a minha dor

no mar que fora sempre cheio de amor,

em vez de tanta e tanta dor...

Corro então, corro mais que o tempo,

mais que o relógio; e na minha corrida

desenfreada, louca, eu já não choro,

já não sofro...

Os espinhos cravam-se em mim,

rasgam-me a pele e o sangue corre...

Tic-tac...tic-tac... Paro assustado!

O tempo afinal corre a meu lado

e me ultrapassa; fico para trás,

perdido no esquecimento...

Olho

Foto de Carlos

Dormes... (Olavo Bilac )

Dormes... Mas que sussurro a umedecida

Terra desperta? Que rumor enleva

As estrelas, que no alto a Noite leva

Presas, luzindo,

Foto de Laksmi

Você me tem (Laksmi)

Você me inspira paz. Você me tem.

Ao acordar por um pesadelo assustada

Uma imagem sua ao meu lado se senta

E me acolhe com um afeto sem igual.

E faz com que eu me sinta amada

E essa terna lembrança me apacenta.

Recebo dos pássaros o canto matinal

E nesse instante, você me tem...


Você me inspira paz. Você me tem.

Eu sigo, mais uma vez, o caminho

Que costumo todas as manhãs traçar

Pensando no que gostaria de lhe dizer,

Pensando em como é triste ser sozinho

E não ter com quem dividir e conversar,

E pensando: "Que bom que conheci você!";

No meu trajeto, você me tem...

Você me inspira paz. Você me tem.

Observo atenciosamente o mundo,

O mesmo que nos cerca nesse momento,

E descubro dor, egoísmo e insensatez.

Mas em você, vejo um carinho profundo

Capaz de converter qualquer tormento

Num róseo estado de leve embriaguez.

Na minha alucinação, você me tem...

Você me inspira paz. Você me tem.

Muita gente num dia passa por mim

Mas eu desejo seus olhos o dia inteiro

E algo parece explodir em minha alma.

Se escuto sua voz, um pouquinho assim,

Mesmo que por um instante derradeiro,

Volta então ao meu coração a calma.

Nas horas de ausência, você me tem...

Você me inspira paz. Você me tem.

Procuro a saída desse vale perdido,

Labirinto obscuro de meu devir

Onde se camufla a minha inocência.

Tudo que há é um amor escondido

Que me faz chorar, que me faz sorrir,

Que me faz admirar sua inteligência.

Entre livros e saberes, você me tem...

Você me inspira paz. Você me tem.

Numa caixinha de estrelas flutuantes

Guardei meus sonhos mais angelicais

Para presenteá-los ao meu lobo amado

Numa noite de prazeres inebriantes

E no ar um perfume de notas musicais

Com versos de vaga-lume apaixonado.

No sono solitário, você me tem...

Você me inspira paz. Você me tem.

Não importa se eu me puser a negar,

Nem se meu refúgio secreto ruir

Porque ainda sentirei esse ardor

Da paixão que hesito em aceitar,

E por mais que eu pense em fugir,

Sempre ouvirei minha voz interior

A, subtil, sussurrar: Você me tem...

Laksmi (Quinta-feira, 10 de outubro de 2002 - 22:04)

Foto de LEOANDRADE

Abandono (Leonardo Andrade)

A tarde cai numa onda vermelha

Ao longe um solo de sax

lúgubre, triste, blues da tarde

O mar cor de chumbo parece resignado

Não tenta invadir a praia

Ondas arrastam-se preguiçosamente

Nunca transpondo o ponto anterior

cada vez a incidência é menor

a insistência desaparece ...

o cansaço impera...

Eu, mero reflexo da cena, ou vice-versa

não encontro mais forças para lutar

a noite que chega não me permitirá ver

para onde você foi.

a chuva que se anuncia

apagará todos os seus rastros

as nuvens impedirão as estrelas

de me guiar.

Você veio como uma brisa

de forma lenta e suave,

tomou-me por completo

e alojou-se no meu sangue

Agora se foi ... silenciosa,

último acto de quem já tinha partido,

não em palavras, mas em atitudes e sentimentos

que eu não quis enxergar...

Não adianta te procurar

se o que você quer é partir

se nossos caminhos são opostos

nosso encontro será numa trilha distante

em algum lugar do solo

desse planeta redondo

que nos suporta e nutre.

A música cessa

é hora de ir

Apenas caminhar e tentar seguir algum caminho,

qualquer caminho

que um dia cruzará o seu ...

Que nesse dia distante

mar e céu reflitam amor

não a dor e a solidão

desse momento ...

Leonardo Andrade

Foto de LEOANDRADE

Certeza (Leonardo Andrade)

Quando você souber que me ama

não diga mais nada

corra para os meus braços carentes de você

e acabe com essa distância absurda

Olhe para mim e deixe o amor fluir

sem necessidade de palavras

toque minhas mãos

e não as largue jamais

Beije-me sem pudor

abrace-me com desejo

aperte-me com tesão

e se abra para a paixão

Apague tudo que passou

nossas vidas começam agora

e nada mais importa lá fora

Saboreemos cada segundo ...

Feche a porta

ignore tudo além dessas paredes e desse teto de céu .. de lua ..de
estrelas

Ouça nossa música no ar

e ensine lentamente a como te amar ...

Misture todo amor e desejo

tempere com zilhões de beijos

e nos sirva sem censura

por toda essa longa noite escura ....

Deixe o dia amanhecer em seus olhos

e essa luz nos banhar

no primeiro dia do resto de nossas vidas

Neste sonho que começamos a realizar ....

Leonardo Andrade

Foto de LEOANDRADE

Liberdade (Leonardo Andrade)

NA LIBERDADE DAS ÁGUAS AZUIS,

SÓ O LIMITE DO CÉU QUANDO CINZA,

DELIMITA MEU ESPAÇO....

CORAÇÃO TROPICAL, PEITO DE AÇO

AS ONDAS ASSOLAM;

OS VENTOS AÇOITAM;

EU RESISTO, INSISTO;

NUNCA DESISTO.



SEI DESFRUTAR A CALMARIA,

SEI SEGURAR AS VELAS NA VENTANIA.

ME DELICIO COM A TEMPESTADE,

COM A NATUREZA E SUA VORACIDADE.

VELEJAR CONTRA A CORRENTEZA,

SER REBELDE, É A MINHA NATUREZA.

CRONOLOGIA DE ONDAS E MARÉS

SEM NUNCA FIXAR OS PÉS.

PERNOITAR EM ALGUM CAIS ERRANTE,

AO AMANHECER, VOLTAR A SER O VIAJANTE,

SEM MARCAS, CICATRIZES OU SINAIS,

SEM FICAR POUCO TEMPO, SEM FICAR DEMAIS.

CONTAR ESTRELAS SOZINHO NO INFINITO DO CÉU,

SER COBERTO PELA NOITE E SEU VÉU,

TER COMO CONFIDENTE O MAR E SEUS SEGREDOS,

DIVIDIR COM ELE MINHAS INCERTEZAS E MEUS MEDOS.

VELEJAR É PRECISO, É VITAL,

ETERNA BUSCA DO CAIS IDEAL,

ONDE A ÂNCORA SE FIXE DE FORMA PERFEITA,

E A DEPENDÊNCIA DO MAR ESTEJA DESFEITA.

ESQUECER MAPAS, ROTAS, PLANOS,

CONTABILIZAR ACERTOS E ENGANOS,

GUARDAR PRAIAS E ENSEADAS COM CARINHO,

ESQUECER ATALHOS, ME CONCENTRAR NO NOVO CAMINHO.

USAR O QUE APRENDI COM VENTOS, MARÉS E LUAS,

PARA À NOITE SOBRE AS SUAS COSTAS NUAS,

MAPEAR NOSSA EXISTÊNCIA DE FELICIDADE,

E APRENDER QUE SÓ COM VOCÊ ... ESTOU EM LIBERDADE.

VOCÊ QUER SER MEU ETERNO CAIS ???

DESTE, PROMETO, NÃO PARTIREI JAMAIS !!!

EU TE AMO DEMAIS,

MUITO MAIS QUE DEMAIS.....

ETERNAMENTE, ALÉM DE ERAS E VIDAS .....

SEMPRE SEU ....

Leonardo Andrade

Foto de Carlos

O Crescimento do Amor, ou a Primavera (John Donne)

Mal acredito que o meu amor seja tão puro

Como pensava que era,

Porque tem que suportar

Vicissitudes, e estações, como a erva.

Penso que menti todo o Inverno, quando jurava

Meu amor infinito, se a Primavera o aumentou.

Mas, se o amor, este remédio, que toda a mágoa cura

Com mais, não for qualquer quintessência, é mistura

De todas as matérias afligindo a alma. Ou dos sentidos,

E ao Sol rouba o seu vigor operativo.

O Amor não é tão puro e abstracto como costumam

dizer os que por amantes têm a sua Musa.

Mas como tudo o resto, sendo também elemental.

Por vezes será contemplativo, outras agirá.



Mas nem por isso maior, apenas mais eminente

Se tornou, com a Primavera

Como, no firmamento,

Com o Sol, as estrelas, se mostram mas não aumentam.

Como botões num ramo, ternos gestos amorosos,

Da despertada raiz do amor florescem agora.

Se, no agitar da água mais círculos procedem

De um, também assim o amor se acrescentará.

Esses iguais

Foto de Patrícia

Endechas a Bárbara Escrava (Luís de Camões)

Aquela cativa

Que me tem cativo,

Porque nela vivo

Já não quer que viva.

Eu nunca vi rosa

Em suaves molhos,

Que para meus olhos

Fosse mais formosa.



Nem no campo flores,

Nem no céu estrelas

Me parecem belas

Como os meus amores.

Rosto singular,

Olhos sossegados,

Pretos e cansados,

Mas não de matar.

Uma graça viva,

Que neles lhe mora,

Para ser senhora

De quem é cativa.

Pretos os cabelos,

Onde o povo vão

Perde opinião

Que os louros são belos.

Pretidão de Amor,

Tão doce a figura,

Que a neve lhe jura

Que trocara a cor.

Leda mansidão,

que o siso acompanha;

Bem parece estranha,

Mas bárbara não.

Presença serena

Que a tormenta amansa;

Nela, enfim, descansa

Toda a minha pena.

Esta é a cativa

Que me tem cativo,

E, pois nela vivo,

É força que viva.

Luís de Camões (1524-1580)

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