Família

Foto de Lou Poulit

Poulit em Versos

Quando eu era adolescente, meu pai incentivava os filhos a estudarem, para as provas finas, usando uma estratégia muito sedutora: Me diga o que quer ganhar no fim do ano, se for aprovado em lhe dou. Era um tal de estudar como nunca antes. Em certa ocasião meu irmão Aristeu, tratado por Teco, um ano mais novo que eu e hoje arquiteto, pediu um violão, de verdade, e se comprometeu a estudar para passar de ano. O Velho achou que ele poderia ter escolhido uma coisa mais apropriada a um garoto de 12 anos, mas não deixaria de cumprir sua parte no trato. Pois bem, o Teco passou de ano fácil.

Numa noite, chegando das minhas amadas peladas em rua de paralelepípedos, ou das caronas, pendurado nos estribos dos bondes, até hoje tradicionais do bairro Santa Teresa, morro contíguo ao centro do Rio de Janeiro, entrei em casa todo suado e sujo. Eu amava, mas minha mãe detestava isso: Direto pro banho, menino! Não encosta em nada! Como eu adorava esportes. Sentir o corpo suado, o corpo-a-corpo às vezes perigoso das peladas. Gostava de sentir o limite dos músculos, de ser íntimo da dor física controlada. Jogávamos mesmo à noite, a luz tênue dos postes distantes, ainda do tipo incandescente, refletindo nas pedras do calçamento. Que saudade da minha meninice... Bem, então voltando ao violão, entrei em casa e dei de frente com ele em cima da cama do meu irmão.

Fiquei fascinado. Era lindo e novinho em folha, brilhava demais. De boa marca e corpo grande, era até algo desproporcional para meu irmão. O velho não fizera por menos, mas era seu jeito. Era calado, emburrado em casa, gastava dinheiro nas farras, porém nunca foi sovina com os filhos. Não resisti à tentação e peguei o violão para experimentar. O som era bem mais alto do que o dos violões que conhecia, e chamou a atenção do Teco, que logo apareceu. Reconhecendo-me suado, devolvi o instrumento ao seu dono. Afinal de contas, eu também havia passado de ano.

Começaram as aulas de acompanhamento, os primeiros acordes, mas também logo vieram as primeiras bolhas na ponta dos dedos. Meu irmão não superou essa fase e em alguns poucos meses, o violão já havia ganho um lugar escondidinho para ficar, entre o guarda-roupas e a parede, no canto quarto. Ficou ali por vários meses. Um dia, vendo-o ali abandonado, tornei a pegá-lo e me assustei quando ouvi algo cair no chão. Despencado sobre os tacos de madeira clara, estava um livreto que me apressei em pegar do chão. Era um Método Prático Para Violão e Guitarra. Folheando-o compreendi que eram cifras para acompanhamento. Foi um momento mágico. Não pude naquele momento imaginar, que era apenas um pequeno instante, o despertar de um amor que me acompanharia, uma emoção que se repetiria pelo resto da vida.

Lendo o método, exercitando e, principalmente, observando alguns colegas que já sabiam tocar mais que eu, em pouco tempo já sabia o básico de acompanhamento e já me arriscava em solos iniciais. Gostava tanto que suportei as bolhas. Como bom aqüariano, não me contentava em tocar e cantar as músicas da moda. Com pouquíssimo tempo de aprendizado, já fazia minhas primeiras composições, ainda muito simples e com letras ingênuas. Mas era nisso que queria chegar desde o início desse texto: o violão me levou a começar a compor letras. Na escola, minhas notas em Português (na época se dizia Linguagem) eram sempre as mais baixas, detestava. Que ironia, hoje amo escrever.

Embora adolescente, muito novo e sem experiência de vida, quando escrevia letras para as minhas músicas (compunha ambas ao mesmo tempo) tinha a sensação plena de ter domínio sobre o que escrevia. E vivenciava aquelas emoções de verdade, sem tê-las jamais experimentado. Os adultos da família não entendiam bem. Mas nunca me senti inseguro. Era como se eu já soubesse fazer aquilo há muito tempo. Vejam como, com cerca de catorze anos ainda, eu me via “grande”, até pretensioso, nessa letra que pertence à minha primeira composição:

“Vida, vida minha
Não te perdoarei jamais
Por ter levado o molequinho...
Isso não se faz”.

Ora, eu me esqueci de que ainda não era mais que um moleque! Embora já andasse com mania de ralador, não tinha ainda tramas de amor para contar. Mas vejam o tipo de sentimento implícito nessa outra letra, da mesma época ou pouco mais:

“Vou partir
Pra bem longe
Vou-me embora
Deixo aqui meu coração
Minha casa, meu portão.

Ah, se um dia
Eu pudesse voltar
Eu iria ver de novo
Minha terra, meu lugar
E os meus tempos de criança
Poderia recordar”.

Alguns anos depois, pela primeira vez na vida senti a receptividade de pessoas que não eram familiares. Me inscrevi, por exigência de um grupo de amigos, num festival escolar de música. Escolhemos juntos quatro músicas minhas. Aquela que mais gostávamos foi apresentada pelo grupo todo, mas estávamos tremendo demais para tocar e cantar no palco improvisado. Os jurados não ouviram nada e “Santa Terra” foi desclassificada. Vendo minha tristeza, uma jurada, professora de inglês, veio me explicar o critério utilizado diante da dificuldade de julgar. E nesse dia aprendi a amar e odiar os critérios.

Porém, como reaprenderia em muitas outras ocasiões futuras, a tristeza dá sentido à alegria, assim como as sombras à luz. Com as três músicas restantes, que apresentei sozinho, voz e violão, consegui o segundo (Vou Partir), o terceiro e o quinto lugares do festival. Não obtive o primeiro lugar, mas os prêmios foram pagos em dinheiro e voltei pra casa rico, considerando a situação financeira da época. Mais rico do que o vencedor, que tinha uma música belíssima.

Os anos vieram e a vida mudou muitas vezes. Os campeonatos estaduais de vôlei, o trabalho, a faculdade, o casamento e o descasamento, a vida é uma sucessão de sonhos e pesadelos. Mas também uma grande escola e isso se reflete no produto do artista. A poesia seguinte na verdade é letra de uma música, composta no anos noventa. Sempre fui um apaixonado pelas manhãs. Em uma prosa cheguei a afirmar que elas também foram feitas à imagem e semelhança do criador. Tendo que recomeçar minha vida, tornei-me um amante ainda mais apaixonado pelas manhãs, a ponto de amalgamar as minhas amadas e as “Nossas Manhãs”:

“Porque são as manhãs
tão humildes manhãs
Saram o que as noites cortam
Lavam, abortam estrelas vãs
Vem, que me desperta
Essa rosa madura
Sob a renda flerta
Captura o meu instinto, vem
Me joga no orvalho do jardim.

Vem de mim por ruas dormidas
Que dores banidas
Não despertarão tão cedo
E ninguém contará a ninguém
Que ainda tenho medo
Porque são as manhãs
Tão humildes manhãs.

Porque são as manhãs
Tão lúcidas manhãs
No estreito vão da janela
Um corpo que foi meu se esfarela
Num rastro distante
Guardo os pássaros no peito claro
Ardo e perto me declaro amante
Vestindo as chamas
Que restam das velas
Dançando com elas beijo
Beijo e protejo o seu despertar.

São nossas primícias, nossas milícias
Cavalgadas e reconquistas
Quando o sol entrar pelas janelas
Jamais sairá nas revistas
Mas são nossas manhãs
As mais belas manhãs
As mais belas manhãs”.

Não considero que esse texto tenha esgotado o assunto. Gostei da idéia de mostrar poemas e letras de músicas como pedaços pedaçudos de uma sopa auto-biográfica. Creio que aqueles que tenham gostado poderão esperar mais.

Foto de Azahhy

Mudei por você!

Você foi a luz que iluminou minha vida...
Você foi tudo o que eu imaginei!
Fiz loucuras de amor por você...
Larguei meus amigos de lado...
Vivi só para você!
Não fui mais nos lugares onde eu freqüentava
Comecei a freqüentar os mesmo lugares que você...
Assim,
Comecei a deixar de viver minha vida e viver a sua...
Sem que eu pudesse perceber,
Eu já não tinha mais meus amigos, minha família...
Passei a depender de você para tudo!
Foi ai que o pesadelo começou...
Você passou a me deixar de lado,
Não mais te importava meu amor!
Tentei reaver minha vida anterior...
Mais tudo muda,
Eu já não estava mais a mesma.
Não conseguia mais conversar com meus amigos
Sem falar em você.
Eles logo se distanciaram.
Fiquei só!
Até que em um belo dia,
Encontrei uma outra pessoa... um novo amor!
Mais você não gostou,
Novamente entrou em minha vida.
Disse Ter mudado, nunca Ter me esquecido.
Fiquei dividida!
E então resolvi amor,
Não mais te querer...
Tudo o que muda, não é verdadeiro.
E eu quero uma pessoa que seja real,
Verdadeiro...
Vivo hoje um amor lindo...
Com muito amor e carinho e sendo eu mesma.
Sem cobranças, sem mudanças,
E sou muito feliz sendo eu mesma!

Foto de ADAMS

TRISTE E SOZINHO

Deixo São Paulo triste.
Deixo a minha família triste.
Deixo o meu grande amor triste.
Deixo o metrô sozinho.
Deixo o trólebus sozinho.
Deixo o meu grande amor sozinho.

Deixo São Paulo, triste.
Deixo a minha família, triste.
Deixo o meu grande amor, triste.
Deixo o metrô, sozinho.
Deixo o trólebus, sozinho.
Deixo o meu grande amor, sozinho.

Deixo São Paulo... triste.
Deixo a minha família... triste.
Deixo o meu grande amor... triste.
Deixo o metrô... sozinho.
Deixo o trólebus... sozinho.
Deixo o meu grande amor... sozinho.

Triste!
Sozinho!

Foto de Zedio Alvarez

MEU RAIO X

O HOMEM ZEDIO: Honesto e sincero
SÓ DURMO: Depois que rezo
AO ACORDAR: Contemplo um novo amanhecer
RELIGIÃO: Católico
PRATO PREFERIDO: Feijoada
O MELHOR GOSTO: Mel
O MELHOR CHEIRO: De minha mulher
O CUMULO DO DESAMOR: O desrespeito
O CUMULO DO DESPERDÍCIO: Os gastos públicos
O CUMULO DO DESCONFORTO: Não estar num lugar com a minha mulher
A VOZ: É o encantamento da alma
A PALAVRA: É a transformadora do mundo

A MELHOR NOTICIA: A queda do muro de Berlim
A PIOR NOTICIA: A reeleição de Bush
ATRIZ: Fernanda Montenegro
ATOR: Marcos Nanini
CANTOR: Geraldo Azevedo
CANTORA: Marisa Monte
FILME: Ao Mestre com carinho
POESIA: Todas que falam do amor
O POETA: É um dos mensageiros do amor universal.
PROGRAMA DE TV: Fantástico (nos moldes antigos)
INSANA OU FERNANDA: As duas
POEMAS OU RECANTO: Os dois
VASCO OU FLAMENGO: “Flamengo sempre eu hei de ser”.
PETROLINA OU JUAZEIRO: “Eu gosto de Juazeiro e adoro Petrolina”
XADREZ OU FUTEBOL: Xadrez. Gosto de jogar umas peladas.
A CANÇÃO QUE ME TRANSPORTA: Todo Azul – Cantada por 14 BIS
OS VERSOS DE: Mario Quintana, Castro Alves, Érico Veríssimo e Cecília Meireles
ORGULHO DE: Ter uma família
SE FOSSE PRESIDENTE: Criaria o ministério da poesia (Não é corporativismo, pois a educação vem junto)
O QUE FALTA NO MUNDO: Muita paz, amor e justiça social.
UMA VERGONHA: A corrupção
UMA FERIDA ABERTA: A guerra do Iraque
UM BLEFE: Fernando Collor
UM EXEMPLO: Minha Mãe
UM RECADO: Vamos cultivar a paz sempre.
UM CONSELHO: Não tempere a sua mentira com as sobras de uma verdade.

Foto de Zedio Alvarez

MEU RAIO X

O HOMEM ZÉDIO: Honesto e sincero
SÓ DURMO: Depois que rezo
AO ACORDAR: Contemplo um novo amanhecer
RELIGIÃO: Católico
PRATO PREFERIDO: Feijoada
O MELHOR GOSTO: Mel
O MELHOR CHEIRO: De minha mulher
O CUMULO DO DESAMOR: O desrespeito
O CUMULO DO DESPERDÍCIO: Os gastos públicos
O CUMULO DO DESCONFORTO: Não estar num lugar com a minha mulher
A VOZ: É o encantamento da alma
A PALAVRA: É a transformadora do mundo
A MELHOR NOTICIA: A queda do muro de Berlim
A PIOR NOTICIA: A reeleição de Bush
ATRIZ: Fernanda Montenegro
ATOR: Marcos Nanini
CANTOR: Geraldo Azevedo
CANTORA: Marisa Monte
FILME: Ao Mestre com carinho
POESIA: Todas que falam do amor
O POETA: É um dos mensageiros do amor universal.
PROGRAMA DE TV: Fantástico (nos moldes antigos)
POEMAS OU RECANTO: Os dois
VASCO OU FLAMENGO: “Flamengo sempre eu hei de ser”.
PETROLINA OU JUAZEIRO: “Eu gosto de Juazeiro e adoro Petrolina”
XADREZ OU FUTEBOL: Xadrez. Gosto de jogar umas peladas.
A CANÇÃO QUE ME TRANSPORTA: Todo Azul – Cantada por 14 BIS
OS VERSOS DE: Mario Quintana, Castro Alves, Érico Veríssimo e Cecília Meireles
ORGULHO DE: Ter uma família
SE FOSSE PRESIDENTE: Criaria o ministério da poesia (Não é corporativismo, pois a educação vem junto)
O QUE FALTA NO MUNDO: Muita paz, amor e justiça social.
UMA VERGONHA: A corrupção
UMA FERIDA ABERTA: A guerra do Iraque
UM BLEFE: Fernando Collor
UM EXEMPLO: Minha Mãe
UM RECADO: Vamos cultivar a paz sempre.
UM CONSELHO: Não tempere a sua mentira com as sobras de uma verdade.

Foto de fer.car

MULHER

Mulher, símbolo da fortaleza, da vida, da essência, da luz
Mulher, ventre que emana amor, cuidado e zelo para com o seu feto
Mulher, palavra de fibra, de dedicação desmedida e amor de mãe
Mulher que cala, que sente, que luta e se faz presente na vida de toda a família
Lágrimas derramadas no rosto de uma mulher, pois dela sai a vida e se reproduz
Mas acima de tudo mulher é um ser humano, é ser de muito valor, de muita garra
Mulher, você é a fonte de tudo, de ser e do existir
Parte do homem, e membro importante da sociedade
Mulher que se faz igual ao homem, pois este a completa e dela necessita
Mulher que zela pelos seus descentes, que ama incondicionalmente seus filhos
Mulher, símbolo de majestosa flor em beleza e magnitude
Mulher que não esmorece, aguenta as grandes fortes dores do parto
Os maiores tormentos buscando seu espaço neste mundo ainda fechado de valores
Mulher que nunca deixa de acreditar que ainda vale a pena lutar
Mulher que sonha, que vibra e acredita na vida, nas pessoas, nos homens...
Mulher, você é fonte de vida, de seu corpo dá luz a demais corpos
Mulher que em nove meses sente o palpitar de um novo ser em seu íntimo
E diante das atrocidades deste viver ainda não se envergonha de chorar e mostrar que é mulher
Mulher que chora, mas sabe sorrir e sua luta é incansável
Além de cuidar da casa, zela pela saúde de marido, namorado, irmão, familiares
Mulher, palavra que demonstra complexidade
Mulher que é mãe, que é esposa, que só quer ser amada e valorizada
Mulher que ergue-se das cinzas, que enxuga as lágrimas e ainda continua seu caminho
Porque mulher você é guerreira
É mulher...
Sentimento, luz, amor, vida....
Mulher, apenas por ser mulher....
Você é grande...

Autoria: FERNANDA CARNEIRO
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS

Foto de carlaerafaelcarinho

Presente

Há algum tempo atrás uma mãe puniu seu filho de 5 anos de idade por estragar um rolo de papel que ia, por fim, decorar uma caixa a ser colocada sob a Árvore de Natal. Na manhã seguinte à noite de Natal, o menino trouxe a caixa e entregou-a à mãe dizendo:
- "Isto é para você, mamãe".
A mãe ficou embaraçada por sua reação precipitada, mas sua raiva aflorou, novamente, quando viu que a caixa estava vazia, e falou rudemente com o menino:
- "Você não sabe que quando se presenteia alguém é esperado que haja alguma coisa dentro do pacote?"
O menino olhou-a em lágrimas e disse:
- "Oh, não está vazia, mamãe. Eu soprei dentro dela, até ficar cheia de beijos".
A mãe ficou arrasada. Ajoelhou e pedindo perdão por sua ira irracional, abraçou-o com ternura.
Um acidente tirou a vida do menino pouco tempo depois e é sabido que a mãe guardou aquela caixa dourada perto de sua cama por todos os anos de sua vida. Sempre que estava deprimida ou tinha de enfrentar problemas, ela abria a caixa e imaginariamente tirava um beijo e lembrava o amor que a criança colocou lá.

" Verdadeiramente, cada um de nós, seres humanos, temos recebido uma
caixa dourada repleta do amor de nossos filhos, família, amigos...
Não há maior tesouro a se possuir.

Foto de Lou Poulit

Poema do Ateliê Engenho do Mato

Minha arte não pode morar
Em nenhum lugar para sempre.
Mas ficaria eternamente por aqui...
Despertaria ouvindo cantos desconhecidos,
Bem cedo, sem velhos azedos,
E começaria o dia sem medos
Dos tempos futuros, ou dos idos.

Minha arte sempre parte... Para algum lugar
Que não posso imaginar de quem seja.
Mas logo volta e feito doida me beija
E molesta a minha preguiça
Tão ingênua, e me alvoroça.
E antes que pensar algo eu possa,
Ávido, cato o que esteja ao alcance
Do meu silêncio e da minha nudez...

E já nada mais importa
Senão a arte... E essa minha prenhez!
Minha alma... Como um largo portal
Escancarada para todos os lugares,
Não aprende mesmo a sentar-se
Como uma mocinha de boa família...
Mas na verdade o artista é um velho lobo.
Seu silêncio é um cosmo
E seu covil uma ilha.

Não duvidem do seu velho coração
Tão lúcido de abraços e beijos,
Nem subestimem os seus olhares
Baços de tantos lugares...
Porque o lobo sente e vê
Apenas com a alma e, por tanto exercê-la,
Não há estrela no seu manto antigo
Que não lhe trate pelo nome... Amigo.

Itaipú(Niterói)/RJ - 2006

O artista plástico carioca Lou Poulit, criador da série de pinturas sobre tela e esculturas "Element Ballet" (Bailarinos Elementais), dentre várias outras, com centenas de obras vendidas para quase todos os continentes nos últimos 7 anos, escreve poesias, contos e crônicas há 20 anos. Acabou de chegar nesse Site e nele pretende começar efetivamente o trabalho de tornar públicas suas letras. E espera fazer bons amigos nesse espaço.

Foto de Carla Trein

Já fui guerreiro

Já fui guerreiro,
Um bravo e habilidoso guerreiro.
Nunca perdi uma luta.
Sempre comemorei minhas vitórias.
A tribo se pintava e aguardava sempre
Minha esplendorosa chegada,
Cheias de aventuras.

Conquistei o mundo,
O meu mundo,
Da minha forma.
Conquistei o respeito
E a vontade de viver.
Alimentei meus filhos,
Minha família,
Minha tribo...

Mas, quando a noite chegava,
Eu tinha medo...
Sentia-me só.
Meu pajé,
Sempre me orientou:
Que o medo dava um sentido de alerta aos bravos guerreiros.

Mas eu, não tinha medo da noite,
Dos espíritos da floresta
Muito menos de outros guerreiros
Tinha medo da solidão
Do oposto, do sublime.
Tinha medo do sentimento,
Das emoções, do sofrimento.

Depois de tantas batalhas,
Exatamente uma batalha,
Perdi parte do meu coração.
Um guerreiro bravo e vistoso o cortou,
E carregou-o como um troféu.
Em sua aldeia todos comemoravam
Menos ela,
Com seu olhar parado
Em um perdido horizonte
Com sua pele queimada
E seus negros cabelos
Deixava rolar uma lágrima;
Apenas uma lágrima
No canto de seu olho esquerdo;
E apertava o seu peito
E seu ventre
Com tanto desespero
Que todos perceberam.
Então ela saiu correndo
Entranhou na profunda floresta
Clamando por meu nome
E eu, escutava
E me lembrava de nossas noites
Onde a mãe lua nos abençoava
E quando chovia
Era o suor de nossos corpos
Escorrendo para o rio.

Ela se perdeu,
Na imensidão da floresta,
Se perdeu.
E lá deixou
A metade de seu coração
Enterrada na mais profunda raiz de um carvalho
Onde muitas vezes foi o repouso de nossos corpos.
E se juntou,
Aos mais sublimes seres
Com sua tristeza.

Ainda hoje,
Várias vidas depois
Ainda sinto que ela está lá
E continua a derramar
Aquela única lágrima
Que escorre pela sua iluminada face
Que sempre foi radiante
Como o Deus sol.

Mas também, às vezes,
Vejo-a correndo por dentre as matas
Rindo, rindo, rindo
Como costumávamos a fazer
E quando ela chega à beira do rio
E fica nua como o mais encantador ser
Entra na água
E banha-se,
Só ela e a lua
E depois, desaparece,
Debaixo de uma imensa cachoeira.

Isso virou um ritual
E desde então,
Todas as noites são assim
Ela me ama...
E eu morro afogado nas águas cristalinas de um rio...
Debaixo de uma grande cachoeira.

Foto de Ricardo felipe

Loucura

Translúcida é água e nas ladeiras desse suave branda e leve que o vento leve que tudo se releve na relva desta selva vá e me tenha nos planos campos como nos meus sonhos mais estranhos e belos não trema pelo frio da noite não me tema pois nosso amor é meu tema e é pra ti que canto meu poema vá como a água leve qual pena meu amor nos encontraremos na próxima cena lava teus olhos roxos que meu peito seja teu encosto que lindo rosto as razões são canções de sentimento grita geme corre tome seu porre vai te desespera foge tudo você pode morde lambe o sangue do teu amante a morte é sorte pra quem nada pode salvação deste coração seja a visão as palavras a canção minha prece oração loucura ódio prazer raiva desejo fazer ensejo pra tirana vida vai fica minha querida vês que louco sou solto bicho do mato quase morto por dentro meu remédio seu alento vem meu alimento mãe avó e filha e tudo a família brilha nessa trilha do caminho companheiro desatino desespero perca sem eira nem beira de nada só a cascata indecifrável louvável e amável geme treme eu sou teu amor monstro bicho solto filho pai irmão e toldo segura meu rosto que eu estou ficando louco,
Sem você.

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