Ferida

Foto de Hugo_Cruz

Desilusão (Hugo Cruz)

Um beijo concreto

Um segredo abafado

Um aroma de um cedro

Um olhar encantado.

Um sentimento aleatório

Duas vidas que se encontravam

Um destino contraditório

Duas sombras que se amavam.


Nao compreendo o teu ser

Tento compreender e te ter

Se for possível te vou amar

Se for impossível te vou deixar.

Um olhar que brilhou

Um amor que fugiu

Um sentimento que ruiu

Quando uma estrela se apagou.

Uma noite inesquecível

Uma lágrima que se soltou

Um dia incrível

Quando uma porta se fechou.

Uma música que dançaste

Um palco que te viu actuar

Um amor que pisaste

Uma alma que nunca te viu dançar.

Uma mente aberta

Uma mão que te agarrou

Uma janela aberta

Um dia que a tua mão me largou.

Uma nuvem que se abriu,

Um anjo que gritou,

Mais um que caiu

Quando tudo terminou.

Um coração que amou

Um coraçao que se abriu

Uma memória que o vento levou

Mais uma que o tempo excluiu.

Um amor em chama

Que o vento apagou

Uma pessoa que não me ama

Uma recordação que o tempo nao curou.

Uma ferida que doi

Uma veia que se perdeu

Uma ferida que me destroi

E ainda ninguem se apercebeu.

Um dia iluminado

Nunca tais versos vi

Num sonho encantado

Fui eu que os escrevi.

Hugo Cruz

Dedico estes versos a Liliana, a pessoa que eu mais amei.

Foto de Raoni

O medo da perda (Raoni)

A certeza que tenho é de que um dia irei morrer

Mas até aí tudo bem eu não me preocupo

Isso não irá de alguma forma me corroer

De outras coisas eu me ocupo

Mas o meu maior medo mesmo é te perder

Isso é algo que a anos me atormenta

Fico imaginando como isso ira doer

Meu coração, isso ele não agüenta

Como seria minha vida sem ti

Minha vida não seria nada

Se soubesse que te perdi

Minha vida, o que seria dela agora

Minha vida não valeria nada

Se soubesse que você foi embora

Muita gente de mim duvida

Quando digo que só vivo

Por que sei que também está viva

És a única por quem trocaria minha vida

Caso contrário

Ninguém nunca fecharia essa ferida

É algo que não dá para reparar

É algo que o tempo não conseguiu apagar

Não haveria mais sentido

Se soubesse que não está mais comigo

Ao ir para o quarto e abrir aquela a porta

Que sentido haveria para eu ficar lá

Sabendo que você está morta

Que sentido haveria eu ir para o “nosso” lugar

Sabendo que mesmo assim

Você não irá voltar

Se soubesse a vontade que estou de chorar

Por que sei que isso um dia irá acontecer

Eu nunca terei a oportunidade de te amar

Nem pelo menos por um anoitecer

Eu te peço eu te imploro

Deixe – me ser seu amante ou seu amigo

Juro que então não choro

Se você ficar até o fim dos dias comigo

Raoni

Foto de Nuno

Sete Letras (Alexandre Bragga)

Desfolhei as sete letras

com que escrevi a saudade

dos momentos de alegria

em que sentia a verdade

de teus lábios melodia

A solidão traz a lágrima

e a mágoa da partida

o meu cântico de amor

é já ausência ferida

e um silêncio de dor

De Eurydice uma miragem

Cantava Orpheu na floresta

Eu canto com nostalgia

de ouvir o teu riso em festa

e um fogo que em ti havia

Saudade tem sete letras

sete pétalas de dor

ainda sinto o perfume

e do teu corpo o calor

da combustão do teu lume

Alexandre Bragga

Foto de Carlos

Queima o sangue um fogo de desejo (Alexander Puchkin)

Queima o sangue um fogo de desejo,

De desejo a alma e ferida,

Da-me os teus labios: o teu beijo

E o meu vinho e a minha mirra.

Reclina a cabeça

Ternamente, faz que eu durma

Sereno ate que sopre um dia alegre

E se dissipe a nevoa nocturna



Alexander Puchkin (1799-1837)

Foto de FERNANDO_JOSÉ

ROSA AUSENTE!! (Fernando José)

Para Ti ROSINHA

O AMOR

É SENTIMENTO QUE SE SENTE

É O CORAÇÃO QUE NÃO MENTE

É O DESEJO DE PRESENÇA

É A DOR DA TUA AUSENCIA

O AMOR

É FERIDA SEMPRE ABERTA

É UMA NOVA DESCOBERTA

É UM CONTÍNUO SUSPIRAR

É O DESEJO DE TE AMAR

O AMOR

É O SUOR DOS NOSSOS CORPOS

É O LANGUIDO GEMER

É O MEDO DE SOFRER

É UMA LÁGRIMA TEIMOSA

É UMA MÃO DESEJOSA

É O BEIJAR CONTINUADO

É UM MOSTEIRO ENGALANADO

É UMA NOITE FUGIDIA

É A HORA JÁ TARDIA

É UMA VIAGEM QUE NÃO QUERIA

É A ESPERANÇA DE UM DIA...

É UMA ROSA ORVALHADA

É SABER-TE MINHA AMADA

É UMA TRISTEZA MUITO TRISTE

É FICAR NOVAMENTE SOZINHO

É NÃO ACEITAR QUE PARTISTE...

Fernando José

Foto de Patrícia

Cantata de Dido (Correia Garção)

Já no roxo oriente branqueando,

As prenhes velas da troiana frota

Entre as vagas azuis do mar dourado

Sobre as asas dos ventos se escondiam.

A misérrima Dido,

Pelos paços reais vaga ululando,

C'os turvos olhos inda em vão procura

O fugitivo Eneias.


Só ermas ruas, só desertas praças

A recente Cartago lhe apresenta;

Com medonho fragor, na praia nua

Fremem de noite as solitárias ondas;

E nas douradas grimpas

Das cúpulas soberbas

Piam nocturnas, agoureiras aves.

Do marmóreo sepulcro

Atónita imagina

Que mil vezes ouviu as frias cinzas

De defunto Siqueu, com débeis vozes,

Suspirando, chamar: - Elisa! Elisa!

D'Orco aos tremendos numens

Sacrifício prepara;

Mas viu esmorecida

Em torno dos turícremos altares,

Negra escuma ferver nas ricas taças,

E o derramado vinho

Em pélagos de sangue converter-se.

Frenética, delira,

Pálido o rosto lindo

A madeixa subtil desentrançada;

Já com trémulo pé entra sem tino

No ditoso aposento,

Onde do infido amante

Ouviu, enternecida,

Magoados suspiros, brandas queixas.

Ali as cruéis Parcas lhe mostraram

As ilíacas roupas que, pendentes

Do tálamo dourado, descobriam

O lustroso pavês, a teucra espada.

Com a convulsa mão súbito arranca

A lâmina fulgente da bainha,

E sobre o duro ferro penetrante

Arroja o tenro, cristalino peito;

E em borbotões de espuma murmurando,

O quente sangue da ferida salta:

De roxas espadanas rociadas,

Tremem da sala as dóricas colunas.

Três vezes tenta erguer-se,

Três vezes desmaiada, sobre o leito

O corpo revolvendo, ao céu levanta

Os macerados olhos.

Depois, atenta na lustrosa malha

Do prófugo dardânio,

Estas últimas vozes repetia,

E os lastimosos, lúgubres acentos,

Pelas áureas abóbadas voando

Longo tempo depois gemer se ouviram:

«Doces despojos,

Tão bem logrados

Dos olhos meus,

Enquanto os fados,

Enquanto Deus

O consentiam,

Da triste Dido

A alma aceitai,

Destes cuidados

Me libertai.

«Dido infelice

Assaz viveu;

D'alta Cartago

O muro ergueu;

Agora, nua,

Já de Caronte,

A sombra sua

Na barca feia,

De Flegetonte

A negra veia

Surcando vai.

Correia Garção (1724-1772)

Foto de Patrícia

Amor é fogo que arde sem se ver (Luís de Camões)

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;


É um não querer mais que bem querer;

É solitário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões (1524-1580)

Páginas

Subscrever Ferida

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma