Força

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

" TOCA-ME!"





Toca-me!
Com seu olhar,
com tua força de amar.

Toca-me!
A pele com as pontas
Dos seus dedos sem medo.

Toca-me!
A alma essa que
Só você acalma.

Toca-me!
Com seus lábios.
Com beijos e afagos.

Toca-me!
Arrepia-me os pelos,
Dentre eles os cabelos.
Carimbe-me com teu selo.
Satisfaça meu apelo.

Toca-me!
No mais intimo de mim
Deslizando seu corpo em mim.

Toca-me!
Com toda devoção,
Devorando os sentidos
Do meu coração.

Toca-me!
Com ternura sem frescura.
Sem amargura, só com loucura
Ao sentir o toque de suas mãos.
Viveremos as loucuras,
Do nosso coração

*-*Anna A Flor DE Lis.

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Foto de DeusaII

Numa folha branca!....olhar de anjo sedutor! (dueto deusaii & Von)

Escrevo no papel minha vida.
Numa folha branca,
A caneta azul...
Escrevo sobre todos os meus medos,
meus anseios, meus sofrimentos.
Escrevo sobre outras vidas,
Sobre as alegrias e conquistas.
Escrevo, sobre ti...
Sobre um sentimento nobre que nasceu
Na minha alma,
E que já não se apaga.
Minha caneta, viaja pelo papel,
Fazendo desenhos curvilíneos,
Mostrando a sua força em cada letra.
Começo então a escrever,
A nossa história,
Que nasceu de um sorriso,
Cresceu de um beijo,
E nunca vai morrer...
Escrevo sobre nossos momentos únicos,
Sobre nossas memórias de tempos passados,
E à medida que vou escrevendo,
Vou relembrando todas as situações que vivemos,
Todos os nossos sonhos,
Todas as nossas ilusões.
A caneta desliza no papel,
E eu sorrio, perante tantas recordações.
Choro, perante as tristezas.
Como é bom, relembrar...
Sentir minha mão firme,
Meus sentimentos que vagueiam em minha mente,
E meu amor por ti,
Que cresce a cada dia que passa.
(Deusaii)

Teus versos que escreve nesta folha de papel me seduz...

Mas o teu olhar de anjo sedutor e profano,
bagunçou o meu coração

Me fez delirar e viajar em sonhos,
atiçou meus desejos e fantasias...
E me levou a teus braços !

Meu coração anseia teu olhar,
teus sentimentos, desejos, paixão e tesão...
Meu corpo pede teu corpo ,
dengoso,safado, ardente, sensual...
Meus lábios desejam tua boca
carnuda, molhada e excitante ,
com este gosto louco por se dar.

A cada dia que se passa fico mais apaixonado por você...
Sou um furacão impetuoso,
lutando contra tudo e todos para te ter.
Sou um vulcão ardente e inconseqüente,
a deslizar minhas lavas,
em teu corpo sedutor de menina mulher...

Meus sentimentos queimam em meu peito ,
clamando por teu ser!
Muitas vezes te procuro e espero em silêncio.
Sou um louco e apaixonado por teus carinhos,
Ah... O delicioso selar de teus lábios,
com tua língua atrevida e impetuosa,
que desliza através de meu corpo
que faz arder meu corpo e incendeiam meu coração.
Me envolvo no sedutor perfume de tua carne e
totalmente pelos teus delicados
e excitantes toques de sedução ...

Seduza-me com teu amor profano e
encha-me com teus desejos e fantasias.
Leva-me para o teu ninho
e me entregarei às tuas vontades e taras.
Com o teu olhar de anjo sedutor,
envolva-me em tua vida para um eterno amar.....
(Von)
Anjo esta ai o due resposta....
com muito amor e paixão...
bjs e mimos....

Foto de carlos alberto soares

MULHER

MULHER, COM SEU JEITO DE SEREIA
SUA VOZ QUE INCENDEIA,
CAPAZ DE FAZER JURAR AMOR
O MAIS DURO HOMEM.

MULHER PERFUME DAS FLORES,
FORÇA DIVINA QUE OUVE E QUE FALA,
QUE FAZ SEUS CARINHOS,
DEIXANDO ALEGRIA
POR TODOS OS CAMINHOS.

MULHER INSPIRADA NA NATUREZA,
COM SUAS CURVAS E FORMAS,
COM DETALHES TÃO CERTOS,
DE OLHOS ABERTOS.

MULHER DE NOVO ESPLENDOR,
INSPIRADA EM CADA COR,
DO VERDE AO AZUL DO VERMELHO DO AMOR.

MULHER, COM SEU JEITO INCERTO,
SEU SORRISO ESPERTO DE CADA AMANHECER.

MULHER, ME FAZENDO CRESCER,
COM CADA PALAVRA,
EM CADA CAMINHADA.

MULHER, COMPANHEIRA DO HOMEM,
QUE NÃO DOMINA NEM TEME.

MULHER, QUE ME FEZ CRESCER,
ME ENSINOU A VIVER,

MULHER DOS MEUS SONHOS E BEIJOS,
ABRAÇOS E DESEJOS.

MULHER FRUTO SUPREMO
DE AMOR E CARINHO,
QUE FAZ COM QUE AO SEU LADO,
EU SEJA UM ETERNO MENINO.

HOMENAGEM A TODAS AS POETISAS DO SITE.

Foto de von buchman

Minha eterna paixão (due ) Von & Lialins

Quem me dera poder te saciar...
Te encher de beijos e loucamente te amar...
Poder olhar nos teus olhos
falar de meu amor e ver teu realizar...
O que eu mais quero

é que você venha me saciar

Pois estou a te esperar..
nua sob a luz do luar
cheia de desejos querendo teus beijos
Sentir o calor de teu corpo,
escutar o palpitar de teu coração,
mui lentamente envolver-te nos meus braços
fazendo-te os carinhos que gostas
quando estamos a nos amar...
Em teus braços quero estar
meus desejos quero realizar

Quero ser amada sob a luz do luar
tua boca meu seio tocar
tuas mãos minha cintura apertar

no ato do nosso amar
Sugar tua boca carnuda em beijos mui deliciosos
que só você sabe proporcionar ...
Ouvir teus sussurros e gemidos,
me pedindo teus desejos ao ouvido
num gostoso se dar...

meu amado estou faminta como uma leoa
minhas garras em corpo fincarei

quero em teu gozar me realizar
não irei parar enquanto tua força
esgotar, quero teu corpo beijar
Quando em teu ouvido sussurrar

estarei pedindo para não parar
pois a noite toda terás que me amar
vem meu amor ...
beber do meu mel

provar do meu fel
És a minha eterna paixão,
te confesso, outra igual a você,
nunca vou encontrar....

Minha querida doce menina ....
Fiz este com muito carinho ...
Ficou mui gostoso este due...
Está cheio de amor e uma louca paixão ...
Tenhas meu carinho, meu eterno admirar,
mil e um beijos de mel, xeros e mimos de paixão ...
ICH LIEBE DICH ...
do Von Buchman

Foto de Civana

Montanhas no caminho...

Há dias que penso, "amanhã vai ser diferente", vou acordar e ir a luta, tentar recuperar o tempo perdido e buscar o que mereço!
Já sentiram a sensação de que é necessário seguir em frente, lutar, brigar com unhas e dentes pelo que deseja? Seguir, mesmo que uma força incrível o puxe para trás, que dê vontade de parar, desistir de tudo e voltar?
Pois é, estou assim, no meio do caminho. Uma vontade incrível de olhar para trás, mas uma sensação que devo seguir, caminhar passo a passo, acelerar, começar a correr, escalar a montanha, com força, cravar as unhas e dar o primeiro impulso, mesmo que sangre, continuar...
Continuar sempre, cada vez subindo mais alto, até alcançar o topo, a vitória, o amor, a liberdade que tanto sonhei!

(Civana)

Foto de Sonia Delsin

MENTIRAS

MENTIRAS

Ele mentia.
Ela sabia.
E fingia.
Fazia de conta que não via.
Ele sempre mentia.
Ela sofria.
Seu ser se contraía.
E buscava força lá no fundo.
Não conseguia entender o mundo.
Por que, se ela o amava tanto, ele lhe causava tanto pranto?
Mentiras.
Seu coração ficou em farrapos, em tiras.
E ela pensava.
Tantas mentiras.
Tantas...
Que sentido teve o seu viver?
Quanto sofrer!
Ela só queria... uma coisa... esquecer.

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

" NOSSA AMIZADE " (Dueto- Anna Flor de Lis.& Deusa )

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Há muito que minha vida anda perdida
Meus sonhos deixaram de ser sonhados
E a desilusão perseguía-me
Tu chegas-te e conquistas-te meu mundo
Fizeste com que tudo fosse harmonioso,
Mais leve de ser vivido.

Pensamos estar sozinhos abandonados
Quando alguém maravilhoso a quem
Menos esperamos, aparece para nos dar
Alegria e esperança, sorriso de criança.

Minha vida, tornou-se mais suave
Minha alma, mais nobre
Com tuas palavras sinceras.

Mesmo que seja uma amizade à distância
Esta cheia de exuberância.
Esplêndida, sincera que nos aproxima.

Uma amizade então nasceu
Leve, suave e duradoura
Que abriu caminhos
Para um destino outrora incerto.

E se findou como um baluarte,
Amizade forte conduzente que alegra a gente.
Nem o atlântico nos segura, amizade
Com carinho e ternura.

Nasceu um sentimento de respeito
De alegria e de paz...
Tudo ficou mais fácil de ser vivido...

Crescido sentido amizade como a nossa não tem igual
A principio logo nos ligamos com objetivos de escrever.
Criar harmonia escrevendo fantasia.

E as fantasias outrora inexistentes
Deram lugar a um novo sentimento de puro carinho
Deram lugar a uma esperança que já não morre

Esperança essa não morrerá, mesmo a distância
Não nos separará, temos força da amizade.
Que nos da força de verdade.

A nossa amizade,
Cresceu num conhecimento profundo
Num reconhecimento de nossas almas
E irá perdurar para além de todos os tempos,
E de todas as eras.

Nossa amizade é um presente nos deixa contente.
Somos iguais e não diferentes,
Por isso nossas almas são transparentes.
Nossa amizade longe ou perto é verdadeira.

*-* Anna A Flor de Lis. & Deusa
(Deusa minha amiga, agradeço mais um dueto junto a sua pessoa, que muito me encantou com sua
simplicidade e amizade-Obrigada por ser minha amiga Portuguesa)

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Foto de Serafina e Tatiana

Hoje não sei quem Sou!

Sinto que já não sou o que um dia fui
Toda a ternura, simpatia e vontade de viver se foram
Morreram no dia em que cai no abismo
Abismo esse que me arrastava para uma realidade
Triste, dura, desagradável...
Afinal não era um conto de fadas, mas sim um sonho que
Se transformou de repente em pesadelo e me assombra ate hoje

Foram dias, noites, semanas e mesmo anos...
Uma dor e angustia insuportável, ou pelo menos era o que me diziam...
Mas ali estava, impávida e aparentemente serena, sempre a teu lado....
Sempre pronta para aparar os mais duros golpes que a vida proporcionava...

E depois?
Depois chorava, chorava, chorava... ate não poder chorar mais...
Ate afogar o desespero que sentia, toda a dor... Que não passava apenas atenuava...

Mas reagia, e cada dia com mais força e convicção e dizia...
É hoje!!! É hoje!!! Hoje as coisas vão melhorar...

E tu partias... uma e outra e outra vez...
Sempre com a mesma promessa, sempre com a mesma mentira...
E eu?
Acreditava!!! Claro!!! Estávamos juntos!!!

Mas tu voltavas.... E nada mudava!
Voltava a dor, morria a esperança e morria um pouco de mim....

Tantas vezes partiste e tantas vezes voltaste que acabaste por levar tanto de mim
Que hoje já não sei quem sou...

Foto de Cretchu

AMANTES DA NOITE


As luzes da cidade lá embaixo contrastavam com a noite sem estrelas. Pousei suavemente na sacada, em frente à janela do apartamento dela, que veio me receber vestida apenas com uma camisola branca transparente, sem mais nada por baixo do lingerie. Ela abriu a janela de grandes vidraças, com seus longos braços, e me disse sorrindo:
- Entra, amor.
Aceitei o generoso convite, e nos abraçamos. Beijei seu pescoço macio. Ela me empurrou suavemente, sorrindo, e fechou a janela. Veio até mim, pegou-me pela mão e me sentou em uma poltrona. Sentou-se ao meu colo. Acariciei seus quadris.
- Obrigado pelo convite. eu disse, enquanto ela passava seus cabelos por meu rosto. – Não é sempre que isto me acontece.
Ela beijou meus lábios, mordiscando-os. Segurou minha cabeça entre suas mãos. Disse-me, baixinho:
- Eu quis você desde que te vi ontem à noite, na biblioteca.
Sorri, feliz. Peguei-a no colo e a levei para o quarto. Ela não resistiu quando a coloquei em sua cama. Seu rosto tinha um ar tímido. Despiu-se da camisola, enquanto eu também ficava nu. Depositei a capa sobre uma cadeira e o resto das roupas deixei no chão. Deitei-me ao seu lado e a abracei. Ela me retribuiu o abraço e nos beijamos. Minhas mãos percorreram todo seu corpo, e ela me acariciava o dorso, a barriga e o pênis. Chupei fortemente seus lábios, beijei seu pescoço. Estendi-me sobre seu corpo, beijei e chupei seus mamilos, sua barriga e lambi sua vagina. Puxei seu grelo com a língua, ele se adaptou aos meus lábios e foi chupado com sofreguidão. Ela gemia baixinho, segurando-me pelos cabelos. Um jorro molhou meus lábios. Beijei e mordisquei suas pernas, seus pés. Subi por todo seu corpo, lambendo-o em todas suas partes.
Segurei-a pelo queixo. Introduzi lentamente o pênis em sua vagina, que o recebeu lubrificada. Entre suas pernas, cavalguei-a devagar até que o pênis entrasse totalmente. Aumentei o ritmo, empurrando meu pênis até o fundo de sua vagina. Ela me abraçava fortemente, acariciava minhas nádegas e minhas coxas com seus pés. Retirei o pênis, virei-a de bruços e tornei a penetrar sua vagina, enquanto com meus quadris massageava seus glúteos. Meus braços e mãos percorriam o dorso daquela mulher, eu pegava seus seios e os apertava por baixo de seu corpo esguio.
Levantei-a com uma certa violência, mantendo meu pênis dentro de sua vagina, e sentei-a sobre mim. Puxei-a para mim, com toda a força que pude, penetrando-a completamente. Seu corpo transpirava. Esfreguei suas axilas com minhas mãos, tornei a apertar seus seios, enquanto a puxava freneticamente contra mim, tocando o fundo de sua vagina. Ela se curvou para a cama e me disse:
- Não goza tudo, não! Deixa eu beber um pouco!
Livrou-se de minha penetração, virou sua cabeça para o meu lado, seus cabelos tocaram minha barriga, e colocou meu pênis em sua boca. Deitei-me de costas na cama, enquanto ela subia e descia sua cabeça com meu pênis dentro da boca. Chupou-o em todas suas partes. Lambeu meus testículos pela frente e por trás. Voltou a colocar o pênis inteiro na boca. Meu pênis encontrava o céu de sua boca e sua garganta, sua saliva o molhava. Eu acariciava seus cabelos, agarrava-os com força, massageava sua cabeça. Assim, gozei dentro de sua boca. Parte do esperma jorrou para fora, e ela o lambeu com volúpia.
Ela se deitou de lado, eu me deitei abraçando-a por trás. Puxei seu corpo contra o meu. Meu pênis logo voltou a ficar ereto, e eu o esfreguei em seu rego, tentando atingir seu ânus. Os glúteos daquela mulher foram cedendo, a ponta de meu pênis encontrou seu ânus, tentando forçá-lo. Mas ela me empurrou pelos quadris, dizendo:
- Não! Isso dói!
Repliquei:
- Você acha que eu vou te machucar? Jamais faria uma coisa dessas.
Ela se levantou rapidamente e foi até o banheiro. Voltou com uma bisnaga contendo um creme. Deitou-se de bruços, após me dar o creme. Não era um creme adequado para penetração anal, mas iria funcionar sob o aspecto psicológico. A mulher queria evitar a dor. Passei um pouco do creme nos dedos, deixei a embalagem sobre o criado-mudo ao lado da cama. Introduzi os dedos indicador e anelar lambuzados de creme em seu ânus, lubrificando-os bastantes. Ela empinou a bunda e eu me deitei sobre ela, segurando-a pela cintura. Seu ânus se contraía e abria. Iniciei uma lenta penetração, e seu ânus engoliu todo meu pênis. Ela soltou um “ai” lamentoso. Novamente a puxei, sempre agarrando sua cintura, colocando-a de quatro, sem retirar o pênis. Meu pênis ia e vinha em movimentos rápidos, o ânus perfeitamente adaptado ao seu diâmetro, enquanto ela gritava “fode, fode”. Meu pênis percorreu toda a parede de seu ânus, que estava mais molhada que úmida. Quando percebi que iria gozar novamente, deitei-me sobre ela, que se estendeu sobre a cama. Agarrei-a com força e joguei meu gozo dentro de seu ânus. O esperma ficou todo em seu reto. Ainda mantive meu pênis lá dentro por algum tempo, e por fim o retirei.
Fiquei deitado sobre ela, descansando e alisando seus cabelos, passando a mão por seu corpo. Depois deitei na cama. Ela se virou para mim e pousou sua cabeça sobre meu peito. Brinquei suavemente com seus cabelos, alisei seus quadris e suas costas, dizendo-lhe palavras doces ao ouvido. Aos poucos ela foi adormecendo, e por fim, dormiu suavemente, com sua respiração leve balançando os pelos de meu peito. Beijei sua cabeça e a deitei na cama.
Levantei-me e fui até o banheiro, onde tomei um banho. Voltei para o quarto, ela ainda dormia. Observei-a por um momento. Ronronava tranqüila em seu sono. Suas pernas levemente abertas me mostravam seu grelo inchado e úmido. Vesti as roupas, joguei a capa sobre meu corpo. Fui até a cama onde ela dormia virada de lado, e lhe dei um beijo nas pernas, outro nas nádegas, nas costas e no rosto. Beijei delicadamente seus lábios. Saí do quarto, abri a vidraça da mesma janela por onde havia entrado. Passei para a sacada e fechei a janela por fora. Subi no gradil da sacada. Não havia movimento de transeuntes naquele horário noturno. Desci lentamente, com os braços abertos, a capa esvoaçando, e pousei na rua.
Caminhei um pouco e fiz o que nunca tinha feito em todos estes séculos. Virei-me para trás, olhando em direção ao apartamento onde eu havia sido amado. Ela acordara e me olhava pela grande janela, com os braços em cruz sobre a vidraça. Vestia a mesma camisola transparente. Levei a mão aos lábios que ela beijara e que se molhara de sua saliva e seu mel. Não tive coragem de jogar o beijo, mas ela entendeu.
Sim, ela entendeu quando virei as costas e olhei a noite à minha frente. Eu não poderia voltar. Nem ficar. Sou um ser da noite. Devo ficar com a noite, e não com esta mulher que vai viver sua vida. Ela vai ter amores e rompimentos, talvez filhos, marido. Talvez se separe, volte a casar. Quem conhece os rumos do trágico destino humano? Mas estarei sempre a proteger esta mulher que me amou. Não vou deixar que se machuque. Velarei por ela durante seu sono, quando estiver em perigo, quando a noite chegar. No momento em que ela morrer, deixarei uma flor em seu túmulo. Será mais uma perda nesta eternidade à qual arrasto minha maldição.
Suspirei profundamente, sorvi o ar noturno. Segui meu caminho, deixando para trás o apartamento e a mulher que me amou. “Adeus, minha querida!, pensei”. “Mas eu vou te ver sempre”. E, caminhando lentamente, entrei no corpo escuro e sagrado da noite à qual pertenço.

Foto de Carmen Lúcia

A acompanhante

(texto inspirado no conto “O enfermeiro”, de Machado de Assis, em homenagem ao centenário de sua morte.)

Lembranças me vêm à mente. Ano de 1968. Meus pais já haviam falecido e me restara apenas uma irmã, Ana.
Foi preciso parar com meus estudos, 3º ano do Magistério, para prestar serviços de babá, a fim de sobrevivência.
Morava em Queluz, cidade pequena, no estado de São Paulo, quando, ao chegar do trabalho, bastante cansada, recebi a carta de uma amiga, Beth, que morava em Caçapava, para ser acompanhante de uma senhora idosa, muito doente. A viúva Cândida. O salário era bom.
Ficaria lá por uns bons tempos, guardaria o dinheiro, só gastando no que fosse extremamente necessário.Depois, voltaria para minha cidade e poderia viver tranqüilamente, com minha irmã.
Não pensei duas vezes. Arrumei a mala, colocando nela o pouco de roupa que possuía e me despedi de Ana.
Peguei o trem de aço na estação e cheguei ao meu destino no prazo de uma hora, mais ou menos.
Lá chegando, fui ter com minha amiga Beth, que morava perto da Praça da Bandeira e estudava numa escola grande, próxima de sua casa. Ela me relatou dados mais detalhados sobre a viúva, que, não fosse pela grande dificuldade financeira que atravessava, eu teria desistido na mesma hora.
Soube que dezenas de pessoas trabalharam para ela, mas não conseguiram ficar nem uma semana, devido aos maus tratos e péssimo gênio da Sra Cândida.
Procurei refletir e atribuir tudo isso a sua saúde debilitada, devido às várias moléstias que a acometiam.
Os médicos previram-lhe pouco tempo de vida. Seu coração batia muito fraco e além disso, tinha esclerose, artrite, bicos-de-papagaio que a impossibilitavam de andar e outras afecções mais leves.
Depois de várias recomendações de paciência, espírito de caridade, solidariedade por parte de minha amiga e seus familiares, chamei um táxi e fui para a fazenda, onde morava a viúva, na estrada de Caçapava Velha.
A casa era de estilo colonial e lembrava o passado, de coronéis e escravos.
Ela me esperava, numa cadeira de rodas, na varanda enorme e mal cuidada, onde vasos de plantas sucumbiam por falta de água.
Percebi a solidão em que vivia, pois apenas uma empregada doméstica, já velha e com aspecto de cansada, a acompanhava.
Apresentei-me:-Alice de Moura, às suas ordens!Gostou de mim.Pareceu-me!
Por alguns dias vivemos um mar de rosas.Contou-me de outras acompanhantes que dormiam, não lhe davam seus remédios e que a roubavam.
Procurei tratá-la com muito carinho e ouvia atentamente suas histórias.
Porém, pouco durou essa amistosa convivência. Na segunda semana de minha estadia lá, passei a pertencer à lista de minhas precursoras.
Maltratava-me, injuriava-me, não me deixava dormir, comparando-me às outras serviçais.Procurei não me exaltar, devido a sua idade e doença.Ficaria ali por mais algum tempo. Sujeitei-me a isso pela necessidade de conseguir algum dinheiro.
Mas, a Sra Cândida, mesmo sendo totalmente dependente, não se compadecia de ninguém.Era má, sádica, comprazia-se com a humilhação e sofrimento alheios.
Já me havia atirado objetos, bengala, talheres, enfeites da casa.Alguns me feriram, mas a dor maior estava em minh’alma.Chorava, às escondidas, para não ver a satisfação esboçada em seu rosto e amargurava o dia em que pusera os pés naquela casa.
Passaram-se quatro meses.Eu estava exausta, tanto fisicamente, quanto emocionalmente.Resolvi que voltaria à Queluz.Só esperaria a próxima rabugisse dela.Foi quando, de sua cadeira de rodas, ela atirou-me fortemente a bengala, sem razão alguma, pelo simples prazer de satisfazer seu sadismo.
Então eu explodi. Revidei, com mais força ainda.Mantive-me estática, por alguns minutos, procurando equilibrar minhas fortes emoções e recuperar a razão.
Foi quando levei o maior susto de minha vida. Deparei-me com a viúva, debruçada sobre suas pernas e uma secreção leitosa escorrendo de sua boca.Estava imóvel.
Já havia visto essa cena, quando meu pai morrera de ataque cardíaco.
Aos poucos, fui chegando mais perto, até que com um esforço sobre-humano, consegui colocá-la sentada na cadeira e com o xale que havia caído ao chão, esconder o hematoma no pescoço, causado pela minha bengalada.
Pronto!Tornara-me uma assassina!Como fui capaz de tal ato?
Bem, fora uma reação repentina, em minha legítima defesa.Ou quem sabe, a morte tenha sido uma coincidência, justamente no momento em que revidei ao golpe da bengala.
Comecei a gritar e a velha empregada apareceu. Ajudou-me a levar o corpo até o quarto.Chamei Dr. Guedinho, médico da Sra Cândida e padre Monteiro, que lhe deu extrema unção.
Pelo que percebi, o médico achou que ela fora vítima de seu coração, um ataque fulminante.E eu tentei acreditar que teria sido mesmo, para aliviar a minha culpa.
Após os funerais, missa de corpo presente na igreja Matriz de São João Batista, recebi os abraços de algumas poucas pessoas que lá estavam, ouvindo os comentários:
-Agora você está livre!Cândida era uma serpente!Nem sei como agüentou tanto tempo!Você foi a única!
E, para disfarçar minha culpa, eu retrucava:
-Era por causa da doença!Que Deus a tenha!Que ela descanse em paz!
Esperei o mesmo trem que me trouxera à Caçapava e embarquei para minha cidade.Aquelas últimas cenas não saíam de minha mente. Perseguiam-me dia e noite.
Os dias foram se passando e o sentimento de culpa aumentando.
-Uma carta para você!gritara minha irmã.-E é de Caçapava!
Senti um calafrio dos pés à cabeça. Peguei a carta e fui lê-la trancada em meu quarto.
Que ironia do destino!Eu era a herdeira universal da fortuna da viúva Cândida!Logo eu, que lhe antecipara a morte.Ou teria sido coincidência?
Pensei em recusar, mas esse fato poderia levantar suspeita.
Voltei para Caçapava e fui ter com o tabelião, que leu para mim o testamento, longo e cansativo.
Realmente, era eu, Alice de Moura, a única herdeira.Após cumprir algumas obrigações do inventário, tomei posse da herança, à qual já havia traçado um destino.
Doaria a instituições de caridade, às igrejas, aos pobres e assim iria me livrando, aos poucos, do fardo que pesava em minha consciência.
Cheguei a doar um pouco do dinheiro, mas, comecei a não me achar tão culpada assim e passei a usá-lo em meu benefício próprio. Enfim, coincidência ou não, a velha iria morrer logo mesmo e quem sabe se era naquele momento.
Ainda tive um último gesto de compaixão à morta:Mandei fazer-lhe uma sepultura de mármore, digna de uma pessoa do bem.
Peço a quem ler essa história, que após a minha morte, que é inevitável para todos, deixem incrustada em meu epitáfio, essa emenda que fiz, no sermão da montanha:
_”Bem aventurados os herdeiros universais, pois eles serão respeitados e consolados!”

(Carmen Lúcia)

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