Frio

Foto de Joao Fernando

Só deixaria de ser poeta...

Quando toda essa paixão em mim contida esvair pela tua indiferença.
Quando finalmente olhar teu rosto e nada ver,
Além de uma face fria e implacável.
Quando passares por mim e ignorar até a minha sombra
(Que um dia te protegeu do sol).

Só deixaria de ser poeta...

Quando não tiver mais a força pra aclamar a sua atenção.
Quando perceber em seus passos a tua declarada pressa pra se afastar...
Quando perceber em seus olhos que não é eu que eles enxergam.
Quando finalmente a dor em meu peito não tiver mais cura.
Quando perceber que lá você estava e mandou dizer que havia saído.

Só deixaria de ser poeta...

Quando no frio do meu leito eu perceber que nunca vou ter o seu calor.
Que tudo o que um dia podia acontecer, jamais sairá dos meus sonhos.
Que tudo que me dissestes foram palavras tolas, jogadas ao vento.
Palavras temperadas na mentira e na maldade.
E que o tempo que investi em você faliu e, me deixou miserável.

Só deixaria de ser poeta...

Se tudo que é fel em sua alma escarnasse pelas minhas entranhas.
Adentrá-se em meu peito e lá fizesse estragos.
Se de tua boca ouvisse só fiadas palavras de desprezo e de ingratidão.
Se tudo que era vida... Agora, tornar-se-ia morte!

Ah! Como lamento!...

Deixaria de ser poeta pra ser miserável!
Viveria na rua da solidão e dela seria pedinte de afeto.

Ou então seria poeta para sempre!

Amarrar-me-ia por vez, nas palavras que confortam as almas tristes.
Faria da poesia minha vida e vice-versa.
Procuraria novamente o amor, mas, dessa vez seria mais cauteloso.
Teria a ferida que um dia há de cicatrizar-se e, dela apenas recordações irão ficar.

Sim, seria poeta até morrer... É a minha sina!

Foto de Anjinhainlove

Felicidade arrancada

Se pudesse voltar atrás nada teria sido assim. Infelizmente, aconteceu, e terei de carregar com a minha sina até que o meu coração deixe de bater.
Perder um amor é sempre difícil, mas, e quando esse amor jamais voltará? E quando uma simples briga se transforma num castigo eterno? Então passo a contar.
Era Inverno, nevava intensamente, mas no meio de tanto frio, algo ainda mais frio estava para acontecer…
Era só mais uma briga, parte da rotina de um casal funcional, tinha chegado mais tarde do trabalho e deixado ela à minha espera. Mas estava cansado. Cansado do trabalho, cansado das brigas que, ultimamente, se estavam a tornar mais frequentes, cansado de tudo, e não queria ter de suportar mais uma briga por uma razão que não podia controlar, então virei as costas, abri a porta e saí. Encaminhei-me para o meu futuro. Ai se soubesse o que me esperava teria voltado atrás e beijado aquela mulher com todas as forças que me restassem. Mas não sabia.
Fui a caminho daquele novo bar que tinha aberto, gastar os meus últimos lucros. Embebedei-me tanto que posso jurar que não me lembro realmente do que aconteceu, só mais tarde soube pela nova pessoa que entraria na minha vida.
Ao embebedar-me perdi a consciência de tudo, até de que amava uma pessoa que me esperava em casa, num sofrimento calado, e entreguei-me aos braços de uma mulher. Não a conhecia nem tinha amor por ela, mas no estado em que me encontrava não podia lutar, apenas entregar-me.
Não é muito difícil adivinhar o que aconteceu. Fomos para o apartamento dessa mulher e entreguei uma noite a uma desconhecida completa, mas, claro, não me lembro de pensar, não me lembro de mais ninguém.
Voltei para casa com aquele nó na garganta… Tinha traído a pessoa que eu amava e que me amava, tudo por uma briga sem razão. Dava tudo para voltar atrás, mas não podia, era tarde demais. Mas sei que contar a verdade ia ser demasiado doloroso para ela e seria um acto egoísta meu aliviar a minha dor para ela e deixei passar o tempo, mas o pior ainda estava para vir.
Meses mais tarde aquela mulher apareceu em minha casa. Tinha uma cara angustiada e muito diferente da que tinha quando a conheci. Senti um aperto no coração quando a vi, se tivesse um buraco no chão entrava lá e não voltava mais, mas tinha de enfrentar, mesmo sabendo que a visita dela não era casual. A notícia finalmente chegou. Produto daquela noite, uma vida estava dentro dela. Uma vida inocente, mas que, mesmo assim, iria provocar uma volta na minha vida. Aquela que eu amava deixou-se cair no chão e só me lembro de a ouvir dizer “Porquê?”, deixando-se cair em lágrimas, prantos e gritos desesperados. O coração daquela mulher estava despedaçado, completamente partido em pedaços que nunca voltariam a ser colados.
Não sabia que fazer, só sabia que tinha errado profundamente e acabado com 3 vidas.
Ela mudou, decidiu que perdoar-me-ia, mas eu sabia que lá no fundo eu não estava perdoado. Os seus lindos olhos castanhos e grandes tinham-se tornado em abismos negros, sem expressão, sem felicidade. Tinha-se tornado numa caixa… uma caixa que segurava os bocadinhos do seu coração. A sua alma tinha-se ido mas eu sabia que ela me amava, agora mais que nunca, e sabia que vivia num profundo desespero. Eu não tinha esse direito. Sentia-me uma pessoa sem coração, mas que, mesmo assim, amava aquela mulher tanto que estaria disposto a morrer por ela, mas não foi assim.
O bebé nasceu. Era um ser que eu amava, mesmo sendo produto de uma noite fria e sem amor, mas era meu filho. Seria uma criança feliz, foi uma promessa que eu fiz a mim mesmo. Mas a pessoa mais importante da minha vida vivia infeliz e isso estragava qualquer oportunidade que eu teria de ser feliz eu próprio.
Mais tarde, num dia como qualquer outro, em que as negras e pesadas nuvens se abatiam sobre a minha cabeça, tive a pior notícia da minha vida. Ela desaparecera. Sem um único bilhete, sem um único adeus, sem um único rasto. Desaparecera da minha vida, tal como a felicidade tinha desaparecido naquela noite fatal. Vinte e quatro anos já se passaram e nunca mais ouvi falar dela.
Sou um ser vazio de amor, tudo me foi retirado. O meu filho era feliz, mas passados os dezoito anos tinha seguido a sua vida para longe e já há dois anos que não me tenta contactar.
Limito-me a colher a vida que eu próprio plantei. Vivo dia após dia em arrependimento. Nunca deixei de amar aquela mulher que sofreu por mim. Desejo todos os dias que ela seja feliz e que tenha encontrado uma pessoa que lhe dê a felicidade que eu não consegui dar. Até lá espero… e desespero… coberto pela eterna infelicidade de saber que podia ter sido feliz, mas uma noite fria de Inverno roubou-ma.
Se pudesse voltar atrás nada teria sido assim. Infelizmente, aconteceu, e terei de carregar com a minha sina até que o meu coração deixe de bater.

Foto de Sirlei Passolongo

Quero falar que te amo!

Cada vez que se aproxima
Sinto meu chão sumir,
Um frio percorre minha espinha.
Minhas mãos estremecem,
Meu coração acelera;
Minha voz treme.
Cada vez que se aproxima.
As palavras que tanto ensaiei dizer-te
vão se embora, fogem para longe,
os gestos que imaginei fazer,
são atropelados, desajeitados;
quase desastrosos.
Ah! o momento tão esperado,
tão imaginado parece me sufocar.
É como se o seu perfume me enlouquecesse,
e por um instante esquecesse tudo que eu
einha a dizer-te
É como se a sua voz cantasse ao meu ouvido me
fazendo flutuar, vagando num sonho distante
quase dançando em seus braços...
Cada vez que se aproxima
penso que vou ter coragem
falar desse amor, sair desse sufoco
falar dessa paixão que me mata aos poucos
Mais uma vez...
Vejo você partir
E cada vez que se vai
Fico a imaginar como será quando novamente
Você de mim de aproximar.
(Sirlei L. Passolongo)

Foto de Jéssynha

Você me perdeu

Talvez amanhã quando você pensar em me querer, eu já tenha encontrado quem me queira!
Talvez quando precisar de mim eu já tenha desistido de te ajudar.
Quem sabe quando você lembrar que eu existo, eu já tenha desaparecido. E se por acaso algum dia você quiser me amar, eu transformarei esse amor em amizade.
Quando seus olhos sentir a falta de uma luz, e você quiser me ver, talvez eu já tenha ido a procura de alguém que me queira o tanto que eu te quero! No meu coração você sempre vai ficar. E mesmo assim vai ser bom te ver!
Quando você cair na real e ver que me teve em seu alcance e não quis me amar, peço a deus que você chore cada lagrima que eu derramei por sua causa. Não seja bobo em pensar que ainda choro por você, pois esse dia já veio e já se foi embora a algum tempo.
E se por obra do destino eu passar com outro, saiba que esse outro me amou e me valorizou. E quando descobrir que está amando, sorria, pois neste dia eu deixarei de pensar que você é frio e calculista.
Se algum dia você sentir que está sofrendo por um amor não correspondido, controlasse, pois um dia eu sofri muito por um amor : O SEU!!!
Se depois de tudo isso que você leu, você ainda não entendeu que sofro porque ainda te amo, esqueça de tudo o que leu e enquadre-se nessas três palavras:
“ Você me perdeu”

Foto de julhiana.fuschi

Tua luz, Teu amor

A luz do seu amor iluminou minha alma
E com um simples sorriso você me encanta
Como uma manta você me projete
Do frio da alma da escuridão que espanta

Como um nobre cavalheiro
Você se mostra
Vem em seu cavalo e sua mão me estende
Querendo mostrar – me que ainda existe amor verdadeiro

Sua energia vem como um lindo buquê de flores
Trazendo-me alegrias
Deixando minhas noites radiantes
E perfumando os meus dias

E quando por maus momentos eu tiver que passar
Como se tirasse suas vestes
E jogando ao chão para que eu passe por cima
Assim você o fará para poder me ajudar

Como um fiel servidor
Servirá para mim em bandeja de ouro
O seu eterno amor...

Foto de Benny Franklin

O amor não precisa razão!

- não!... Por Deus!... Não!...

- não posso deixar a mãe de vocês sozinha

Nesta casa de tratamento!...

- meu coração não resistiria vê-la sozinha!...

- não!... Por Deus!... Não posso ir!...

Declaração de paixão eterna...? Sim...!

Magnífica prova de amor essa do velho Noah,

Que se internara na clínica psiquiátrica

Para ficar ao lado de sua grande paixão,

E de lá, não arredava o pé, por nada neste mundo.

Entre o sonho e a realidade,

Noah acabara de receber a visita de seus filhos,

E de prima facie, de súbito fora indagado por eles,

Do porquê dele não querer mais retornar para casa.

Dado o estado de total letargia em que Allie se encontrara,

E relembrando cenas passadas de um amor eterno,

Noah, subitamente, respondeu-lhes:

- não, meus filhos! Eu não voltarei para casa!...

- minha casa agora é aqui ao lado da mãe de vocês!...

- Ela é o meu lar!...

- O nosso amor não permite separação!...

Lembram de “Diário de uma Paixão”,

Inesquecível filme americano que narra história

De um grande amor

Vivido por dois jovens de diferentes classes sociais?

Pois é, assisti esta pérola cinematográfica em Teresina.

Emocionei-me com a história.

Aprendi o enredo do amor e agora já sei a lição de cor.

Filme como este deveria ser assistido por todo mundo

Em face de pura lição de vida que ele nos intui.

Extasiado, conclui que “o amor não precisa Razão”.

Não pede esmola. Não usa favor. Não engendra passagem.

Não anima circos de desamores, nem antros de libertinagens.

Lembrar que para ter o amor verdadeiro junto de si,

Aquele, que, movido pela ânsia de ter para sempre

O calor dos corpos, o afago do beijo,

O entrelaçar das mãos nervosas da mulher amada

Até chegar à conquista da vida a dois,

Noah e Allie: atravessaram guerras,

Terminaram romances, beberam cicuta,

Mergulharam na força da felicidade,

Em busca da verdadeira face do amor...

Já que é ao lado de quem se ama,

Que se vive a vida.

O amor é assim... Cheio de segredos,

De caminhos tortuosos, de lagos contaminados,

De dores redivivas, de lágrimas sentidas.

O amor, se amado à exaustão,

Remove montanhas, recobre vales, assopra nuvens,

Bebe oceanos e mares, comove o seu executor.

O amor, não precisa sabedoria, pois já é pós-graduado.

Não precisa arrebatamento, pois já é alado.

Não precisa ciúme, pois já é sincero.

Não precisa paga, pois já está de graça.

Não precisa ser três, pois dois, é-lhe o bastante.

O amor, quando tem a alma comprometida,

Transcende a energia desconhecida do infinito.

Quando temos amor e vivemos somente para ele,

A cor do coração torna-se incolor,

O sentimento torna-se alimento coletivo,

A água da chuva sacia almas semi-áridas,

O frio torna-se manta quente,

O quente torna-se brisa dos mares,

A montanha caminha até o outro lado do rio.

O amor não oferta dívida já que por ser idôneo

É ao mesmo tempo patrão e inquilino.

O amor não distribui riqueza já que por ser honesto

É ao mesmo tempo devedor e tesoureiro.

O amor não submerge na dúvida já que por ser oceânico

É ao mesmo tempo náufrago e timoneiro.

O amor não expele ódio já que por ser amor

É ao mesmo tempo criador e criatura.

Plagiando o bom Neruda,

Eu abro um sol, e canto aos amantes:

“... Oh amor! Quando eu morrer

Quero as tuas mãos em meus olhos:

Quero a luz e o trigo de tuas mãos amadas

Passar uma vez mais sobre mim seu viço:

Sentir a suavidade que mudou meu destino... “.

Todas às vezes em cujo mirante eu relembro esse filme,

Uma lágrima cai sentida, e um grito ecoa bem alto:

Oh amor, amor,

As orações ao castelo do céu

Ascenderam como triunfantes parreiras

E tudo inflamou em céu, foi tudo estrela:

O navio, a nave, o dia se expatriaram juntos.

Oh amor, amor,

O ódio de quem não ama alguém,

Está associado ao rancor.

O ódio e o rancor são inseparáveis com as duas

Faces de uma moeda.

Abandonando o ódio e o rancor,

As pessoas conseguem ser felizes.

Oh amor, amor,

O desejo de amar,

É anseio latente no âmago de nosso ser;

Trata-se de algo inato, transcendente,

E não algo que se adquire pela existência.

Nossa existência é a vida,

E a vida é uma energia que deve ser manifestada.

Por isso, é inerente em todos,

O desejo de amar.

Oh amor, amor,

O verdadeiro amor existe e perpassa a violência

Transformando-a em pétalas copuladas,

Perpassa a guerra salvando-a das lágrimas maculadas,

Ignora a fome desmedida, e na medida certa,

Desvia-se do precipício...

E como sendo dono de sua onipresença,

O amor está sempre presente e constante

No âmago de quem lhe anseia.

Oh amor, amor,

Por ser infinito, o amar não abriga defeito,

Já se basta inteiro, é suficientemente comparte,

É cálice absoluto, senhor de si, consorte:

E sua dor,

Não precisa razão.

Foto de Gilbertojúnior

SOLIDÃO

No frio da solidão
Me busco em cada flor
Mendigo por teu amor
Mas as pétalas voam ao chão
Arrasta meu coração
Sobrando saudades e dor

Você me deu esperança
Afagou os meus cabelos
Me enchendo de desejos
Me fazendo de criança
Esperei ate teus beijos
O que restou foi lembranças

Caminhei no teu olhar
Fui na mesma direção
Encontrei teu coração
Vagando a esperar
Esse amor, essa paixão
Um carinho, um lugar

Mas sobrou a solidão
O coração apertado
Mais uma vez machucado
Chorando na imensidão
Morreu a pobre ilusão
De ter amor, ser amado!

Foto de Emerson Mattos

Será?

Autor: Emerson
Data: 25/07/05

O amor é cego?
O que sinto não nego
Será um amor deslumbrado?
Ou um sentimento enganado?

Às vezes tremores
Tremores de frio?
Às vezes palpitações
Arritmia causada ou instalada?
Seria amor?
Seria paixão?
Ou, apenas uma atração?

Se falam teu nome
Sou teu cognome
Mexendo comigo
Se falam contigo
Sou poucos amigos
Estou ressentido

Tudo em você me fascina
Teu jeito de andar
Teu modo de olhar
As tuas palavras,
Teu palavrear
A tua maneira até de sentar
Pois, tudo é lindo em você!

Se contigo estou
Tudo se apagou
Tudo se acabou
Cadê o amor?
Cadê a paixão?
Apenas um pouco daquela atração?

Será que estou enleado?
Será um amor abismado?
Ou um sentimento assombrado?
Um sentimento de posse?
A satisfação da conquista?
Porque o frio na barriga?

Não sei dum detalhe
Porque não me bate?
Aquela vontade
De amar de verdade

Foto de Emerson Mattos

História Infinita

Autor: Emerson
Data: 25/07/05

Todo dia nasce gente:
Somos nós.

Todo dia morre gente:
Nossos avós, nossos pais
Também nós.

Todo dia a vida continua
As famílias se formam
Os filhos, os parentes:
Somos nós.
Todos personagens
Duma história infinita

Nasce o Sol; Entardece
O Sol se põe; Anoitece
Lua vem e vai; Amanhece
Nos cenários
Duma história infinita

Todos os anos
Na primavera, as flores
No verão, o calor e as chuvas
No outono, os frutos
No inverno, o frio
Dias e noites
São, assim, os efeitos
Duma história infinita

E tudo se repete:
Os efeitos e os cenários
Sofrem pequenas alterações
Mudam-se apenas
Os personagens
Dessa história infinita

Foto de elcio josé de moraes

UM DIA DE CHUVA

Neste dia de palavras contidas,
Dentro da boca, quase sumidas,
Trago no peito um pouco de vida,
De frio, de medo, de tudo querida.

Neste dia de palavras incertas,
Que se chocam, quase violentas,
Trago o elo desta hora fria,
Que se faz da minha agonia!

Trago ainda em meu rosto
A marca da lágrima caida
De dor, amargura e desgosto.
Lembro daquela chuva fria
E daquela minha dor infinda
De despedida, me lembro ainda...

Escrito por Elcio Moraes

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