Homens

Foto de poetisando

Porque se entra na solidão?

Ninguém entra na solidão porque quer ou deseja, embora haja excepções. Quem entra na solidão muitas das vezes é porque foram rejeitados, ou pelos próprios pais que os despejaram ainda em bebés e deixaram de os acompanhar, fosse a ir visitá-los, a ir buscá-los para passarem uns dias com os pais, essa criança ficará sempre com magoas por ver os outros meninos a serem visitados pelos pais ou levados a fim de passarem umas ferias com eles, quem já passou por isso sabe o que dói ver isso, e vai acompanhar-nos pela vida inteira, é certo que também varia de pessoa para pessoa, mas estas crianças despejadas em instituições são mais vulneráveis, não é fácil esquecer. Temos também namoros ou mesmo casamentos interrompidos ao fim de por vezes anos de relacionamento, aqui a pessoa entra normalmente 1º numa tristeza digo eu “quase profunda” que lhe é difícil sair dela sozinha, precisa de amigos, amigos de verdade que a ajudem a atravessar essa fase, que a ouçam que estejam ao seu lado, que a incentivem a seguir em frente. Esta última que me refiro fica a maior parte das vezes sozinha, os que ela pensava serem amigos afastam-se, e quando não dizem coitada/o ficou maluco/a por ter perdido o marido, ou o namorado caso namorasse, como se não houvesse por aí mais mulheres ou homens, nestas alturas a pessoa prefere isolar-se a falar seja com quem for a desabafar, o que a pode até levar á depressão. Dou um conselho a todas/os que estão a atravessar uma situação destas, gritem chorem mas nas suas casas, o gritar e chorar também nos faz bem mas não se isolem não chorem ao pé dos outros, porque afinal quando vocês precisaram desapareceu toda agente que vocês tinham como amigos/as esses/as, se vos verem a chorar, são as/os 1º a dizerem que vocês são malucos, ou na “melhor” das hipótese, começam a ver-vos como umas coitadinhas/os. Não tem companhia para sair? E quem disse que precisamos de uma companhia que vai com agente só para fazer frete? Saiam se puderem viajar, viajem, se gostam da natureza porque não ir descobrir a natureza? Ou se morarem perto de praias, vão até á praia escolham sítios na praia que dê para vocês desabafarem, vão ver que o mar faz muito bem, aqui falo por experiência própria faço-o até muita vez. Sei bem que não é fácil ultrapassar essa fase, são dores muito fortes que só quem as viveu é que sabe o que custa ultrapassá-las, e fica sempre a cicatriz, como eu digo a uma amiga muito especial, eu coloco pedras em cima, mas de vez em quando as pedras caem, mas já consigo viver com as mágoas, com as dores do passado.
De: António Candeias

Foto de Paulo Gondim

O mensageiro

O MENSAGEIRO
Paulo Gondim
09/12/2012

Nuvens negras num mundo de trevas
Ganância de uns e, de outros, a submissão
Os homens não se entendiam
Dúvida, guerras, intriga, desolação...

Era o tempo de uma longa vigília
Noites longas, frias e dias indecisos
Legiões de pobres há tempo esquecidos
Andavam sem rumo, por caminhos imprecisos

Uma promessa de longa espera
Que já se fazia desconfiança
Mas toda a crença haveria de ser real
No nascimento de uma criança

E Ele veio, na simplicidade do pobre
Como vento que surge para mudar tudo
Quebrar amarras, antigas crenças, velhos preconceitos
Num novo pacto, dar luz ao cego, e voz ao mudo

Sua proposta é simples, clara e possível
Amor ao próximo e um mundo de paz
Sem domínio, sem fome, sem miséria
É a mensagem que o Deus Menino traz

Foto de poetisando

Primavera

Fica o céu todo de azul
Que é também a cor do mar
Trás as aves e as flores
Os pássaros e o seu cantar
Na primavera que lindos ficam os jardins
Fica a natureza mais colorida
As flores do campo florescem
A primavera é mais vida
Com a chegada da primavera
A natureza fica toda mais colorida
Que paisagens mais bonitas
Trazes tu primavera querida
Não há outra estação
Que traga tanta alegria
Que lindas são as flores
As aves e as suas cantorias
Só a primavera nos trás
A esperança e harmonia
Traz-nos as cores mais lindas
O canto das aves em sinfonia
Outra estação assim não há
Com tanto encanto e beleza
Digam o que disserem
É o encanto da natureza
Primavera podia ser mais bonita
Não fosse o homem estragar
Podia haver mais aves e flores
Não fossem os homens queimar
É a estação que cobre os campos
De verde da cor do mar
Porque é que nos homens
Não a sabemos preservar
Como és linda primavera
Com todo o teu esplendor
Cobres os campos de verde
Vem contigo a esperança e o amor

De: António Candeias

Foto de Bruno Silvano

Uma noite na Califórnia

Não era uma noite qualquer, as estrelas pareciam se aproximar da terra, seu brilho era de uma magnitude esplendida, era calor a temperatura passava dos 30º em pleno luar, era noite de lua cheia, e aquela lua estava espetacular, diferente de todas as que já havia visto em Criciúma. Estava em San Diego, segunda maior cidade do estado da Califórnia.
A noite mal tinha começado, não imaginava o que poderia encontrar por lá, era a minha primeira noite naquela enorme cidade a qual tinha ido por engano, teria vindo eu de um lugar significativamente menor tanto em tamanho quanto em população. O agito não era intenso, mas estava sozinho naquela praia, não dominava muito bem a língua inglesa, nunca me senti tão só, tudo parecia maior que o normal. Estava com minhas malas perdido com a camiseta do Criciúma em uma praia.
Os minutos passavam rápido, ao mesmo tempo que me sentia sozinho, sentia um sentimento de liberdade, de indiferença com as pessoas do lugar, de estar realizando um sonho, sim seria um desafio achar algo por lá, mas era um sonho.
Estava como sempre admirando a praia, as estrelas, o vento começava a suar suavemente, as estrelas me hipnotizavam, não sei se estava sonhando ou se a ficha não tinha caído ainda, a vista era de admirar, mas acabei adormecendo em um banquinho da praça por ali mesmo.
Acordei não eram nem meia noite ao som de gritos e homens encapuzados a o meu redor, não entendia o que diziam mas logo botaram uma arma na minha cabeça e saquei do que se tratava. Levaram tudo que tinha, meu dinheiro, meus documentos, meu passaporte, e agora sim, era um carvoeiro desconhecido perdido em plena Califórnia.
Fui acudido por alguns cidadões que estavam passando pelo local que por sua vez também tinham sido vitimas dos assaltantes, e chamaram a policia para fazer o BO. Não esperava pelo pior, não conseguia me comunicar com os militares, que por muitas vezes ficaram estressados comigo, e me deteram, na hora não entendi o porque, mais tarde descobri que tinha xingado a mãe de um deles.
Sim a viagem tinha começado mal, mas poderia estar pior. Não fiquei nem dez minutos preso até que uma desconhecida pagou a minha fiança e eu pude sair, ela não havia se identificado, nem dado referencias, apenas pagou e foi embora, queria encontra-la pra agradecer, mas ela sumiu na escuridão.
Novamente havia ficado perdido , sem rumo, na escuridão. Tentava desesperadamente voltar para aquela praia, mas não tinha a mínima noção para onde ir, resolvi seguir os meus instintos, continuei caminhando em frente.. Passava em frente a uma boate gay, quando me lembrei que ainda estava sem meus documentos, para a piorar a situação a viatura da policia federal estava passando por ali, ou eu entrava na boate ou era preso novamente. Sim eu entrei na boate, fui confundido com um dançarino e fui obrigada a dançar, passei por maus momentos, nunca havia sido tão bulinado em toda minha vida, mas ao menos havia me livrado de ser preso, até que os policias invadem a boate e prende todo mundo que estava lá, sim era uma casa noturna clandestina, tava la eu denovo, por engano, preso mais uma vez.

Passei a noite na cadeia até ser solto, já tinha perdido as esperanças, e já havia me decepcionado o suficiente com aquele lugar. Estava com fome mas todo o dinheiro que eu tinha havia ficado com os assaltantes. Eis que de algum lugar surge uma criança ao manda de uma moça misteriosa, me trazer um coquetel de frutas.
Procurei desesperadamente pela moça, corri atrás dela, segurei-a pelo braço fortemente, mas a única coisa que consegui foi ficar com aqueles lindos olhares gravado em minha mente, fui facilmente vencido por seu sorriso, larguei-a e ela se foi meio a multidão. Um pedaço do meu coração havia ido junto. Voltei ao banquinho pra comer o coquetel de frutas, mas um cachorro já tinha devorado ele. De qualquer forma a fome já tinha passado.
Passei o resto do dia tentando encontrar informações sobre aquela moça, não encontrei muita coisa. Por onde eu passava chamava a atenção, o sol radiante batia na camisa do Criciúma e ela brilhava radiantemente, encantando a todos que olhavam.
O Dia passou rápido, mas não havia sido nada produtivo, não encontrei nada a mais sobre a dona daqueles sorrisos, parei pra descansar naquela mesma praia, escureceu, e fiquei vidrado naquelas estrelas, nessa noite pareciam estar ainda mais brilhante, e alguma coisa me prendiam a aquela vista, não piscava. Não tinha me dado conta ainda, mas estava vendo toda a imensidão por meio de um olhar fascinante de uma mulher, cabelos preto, mais ou menos 1,60m de altura, dona do mais belo sorriso que já vi na vida.
Ela se aproximou não lembro se lenta ou rapidamente, havia me fixado no seu olhar, me beijou, senti o gosto doce da sua boa, o calor do seu corpo, deitamos na areia, ela em meu colo, jamais senti tamanha alegria. Logo depois ela me acolheu em seus braços, cuidou de alguns ferimentos, fez-me adormecer.
Quando acordei estava em avião, voltando pra casa, ela havia me entregado aos policias para me deportarem, sobre ela não descobri mais muitas coisas, apenas que era um intercambista carvoeira. Até hoje cada vez que vou no estádio sinto meu corpo colado no dela, nossos corações no mesmo compasse.

Foto de poetisando

Alentejo

Lindos campos de trigais
Em tempos que já lá vão
Época em que até diziam
Que eras o celeiro da Nação
Tempos que já não voltam
Às paisagens dos teus trigais
Salpicados de lindas papoilas
Com o esvoaçar dos pardais
E quando chegava a época
De o trigo ter que se mondar
Era ver ranchos de gente
Homens e mulheres a cantar
Como era lindos os teus campos
Até na cor das suas papoilas
Como era o trigo mondado
Por rapazes e por moçoilas
Logo cedo pela madrugada
Era ver tanta gente a se juntar
Homens e mulheres faziam coro
Para com alegria irem mondar
Alentejo que tanto pão produziste
Desses tempos só recordações
Deixaste de ser o que eras
Só se vê a tua gente triste
Lindos eram os teus campos
Cobertos com teus lindos trigais
Hoje estas a ficar deserto
Tempos que não voltam mais
Que saudades têm a tua gente
Desses tempos que já la vão
Davas trabalho á tua gente
E que produzias tanto pão
Que lindos eram os teus trigais
Salpicados de lindas papoilas
Ouvir o teu cante alentejano
Cantado também por moçoilas
O que fizeram de ti Alentejo
Que deixaste de ter trigais
Fizeram de ti um deserto
Que já nem sustenta pardais
De: António Candeias

Foto de vânia frança flores

Hagar no Deserto

Hagar no Deserto
Gênesis 21: 8 a 21.

Meus amados, vejamos que Deus maravilhoso. Podemos ver que versículo 19 Deus abriu os olhos de Hagar e viu um poço de água. Acontece que não havia um poço de água alí. Mas o nosso Deus faz brotar a fonte no Deserto . Se você está num deserto e não vê futuro nem esperança. Deus quando ouvir a tua oração, as tuas lágrimas ele já deixou preparada a benção para tua vida, abra os teus olhos que você irá ver. Deus esta mandando você olhar com olhos espirituais e verás a benção que Deus preparou para tua vida. Deus está mandando você olhar.

Hagar abriu os olhos e viu a fonte. Encheu de água o odre e deu de beber ao rapaz que estava delirando.

O profeta Isaias no cap. 12:3 está escrito assim: Vós com alegria tirareis águas da fonte da salvação. Sabe o que significa isto? Hagar estava alí jogando água no menino,dando água para ele beber e se alegrando e gorificando a Deus e dizendo: Ismael Deus ouviu você mais uma vez, Deus ouviu a tua oração, Deus enviou um anjo.

Apareceu uma fonte aqui no meio do Deserto eu estou jogando esta água no teu rosto te dando para você beber porque esta água de salvação foi enviada pelo Deus de Abraão, foi enviada pelo teu pai, o Deus do teu pai. Ismael recobrou a vida, foi salvo naquela hora, e veja que Deus não agiu mal com Ismael nem com Hagar, ainda que eles dois tudo parecia um abandono, mas Deus continuava no controle. Amém? Ainda que em muitos momentos da tua vida pareceu que Deus te abandonou, eu te digo Deus continua no controle, está no controle e por isso esta lhe permitindo ler esta ministração e abrir a fonte de salvação diante de você e lhe dar água viva para beber, para te salvar, para te recuperar deste estado de fraqueza em que você se encontra.

Olha que coisa tremenda. Deus estava com o rapaz, que cresceu habitou no deserto, e se tornou flecheiro. Habitou no deserto de Parã: e sua mãe o casou com uma mulher da terra do Egito. Deus tinha prometido que iria fazer deste menino aqui, um rei e que a sua descendência seria numerosa.

Amados quero lhes mostrar no capítulo 16 e ver se Deus agiu bem ou não com Hagar e Ismael. Voltando agora a 16 anos também, na vida de Hagar e Ismael quando Hagar ainda estava grávida de Ismael, aquela primeira vez que hagar fugiu, (hagar quer dizer fuga) podemos ver que a vida de Hagar era uma vida marcada mesmo.

A mulher tinha no nome um princípio de vida. Ela vivia fugindo, o destino dela era fugir. Até de Deus ela fugiu, mas mesmo fugindo no deserto Deus a achou. E aqui no capítulo 16 quando o Anjo do Senhor lhe apareceu pela primeira vez no verso 9 está escrito: Então disse o Anjo do Senhor: Volta para a tua senhora, e humilha-te sob suas mãos. Disse-lhe mais o Anjo do Senhor: Multiplicarei sobremodo a tua descendência, de maneira que, por numerosa, não será contada. Hagar tenho um plano na tua vida, não fuja de mim não. Disse-lhe ainda o anjo do Senhor. Concebeste, e darás a luz um filho, a quem chamarás Ismael, porque o Senhor te acudiu na tua aflição. Ele será, entre os homens, como um jumento selvagem; a sua mão será contra todos, e a mão de todos será contra ele; e habitará fronteiro a todos os seus irmãos. Ismael vai ser o pao dos Àrabes.Quando diz aqui ele serás como um junto, quer dizer homem bravo. (Voces já viram os árabes conversando?). O árabe quando esta sendo gentil ou mesmo quando ele esta dizendo EU TE AMO, parece que ele esta xingando ou brigando. (é uma atrapalhada de falar alto). Porque árabe fala bravo. E ele será bravo, Deus falou para Hagar. O menino que va nascer será bravo. Não que ele seria bravo, mas o jeito de falar que parecia ser bravo. E Deus prometeu que sua descendência seria numerosa. Deus disse para Hagar: Ergue-te levanta o rapaz, segura-o pela mão, porque eu farei dele um grande povo. Deus vai cumprir isto ou não? Vamos ver? Tem que cumprir, pois ele disse que sempre cumpriria as suas promessas em nossas vidas. Vamos ver quem são os descendêntes de Ismael: São estas as gerações de Ismael, filho de Abraão, que Hagar egípicia, serva de Sara lhe deu à luz.

Estes os filhos de Ismael, pelos seus nomes, segundo o seu nascimento: o primogênito de Ismael foi Nebaiote, depois Quedar, Adbeel, Mibsão, Misma, Duma, Massa, Gadade, Tema, Jetur, Nafis e Quedemá> Doze principes de seus povos.

Os anos de vida de Ismael foram cento e trinta e sete;e morreu, e foi reunido ao seu povo.

Amados creia que os planos de Deus jamais serão frutados em suas vidas, se Ele prometeu irá cumprir. Não adianta vir pessoas enviadas por satanás para tentar te tirar da presença de Deus ou alguem rogar qualquer praga para a tua vida, porque voce é lavado e remido no sangue do Cordeiro, raça eleita, escolhido e de ti sairá uma grande nação. Deus não vai te desamparar, mesmo que você esteja triste com sua família, um filho(a). Deus vai ter grandes alegrias coma tua parentela, com a tua casa, você vai ver a obra de Deus na tua família. Ainda que você pense que Deus te abandonou, eu te digo, Deus vai cumprir todas as promessas na tua vida, tudo que Deus tem prometido em fazer ele vai fazer.

Agora Deus quer que você se erga, levante desta prostração. Beba da água da vida. Voce estava num deserto, agora você esta num ponto em que Deus esta enviando um Anjo para te dizer. Venha meu filho, venha beber da água. Eu sou o teu pastor.Quero matar a tua sêde e dar vida e vida de verdade, quero te colocar em um lugar seguro, quero te abençoar. Para que seja preciso, precisa que você dê um passo de fé, se você não erguer, e tomar uma posição agora. Deixa a vida errada, ou quem sabe você já conhece as minhas palavras, mas se desviou. Retorne faça a renovação da tua aliança comigo, pois eu sou o teu Deus.

Medite: Uma conciência tranquila, é um travesseiro macio.

Foto de Rosamares da Maia

Oração da Manhã

ORAÇÃO DA MANHÃ

Senhor,
Obrigado por meus olhos descortinando o horizonte,
Vendo belezas que nem todos conseguem perceber.
Obrigado pelas janelas que permitem a claridade do sol,
E o azul deste céu, que tinta alguma imitará.
Obrigado também, pela chuva, por estender as mãos,
E com elas lavar o rosto, somente para brincar.
Obrigado senhor pela alegria inexplicável das crianças,
Que perseguem uma simples folha arrancada pelo vento.
Porque ela, ainda me habita o peito adulto, pacificamente.
Obrigado Senhor,
Pelos meus ouvidos, que ouvem a música dos Homens,
Como uma manifestação da Divindade na Terra,
Por fechar os meus olhos e ouvir a melodia dos anjos.
Obrigado pelo olfato, que capta o cheiro das manhãs,
E pelo paladar Senhor, obrigado.
E o gosto das nuvens, como montanhas doces e belas.
E pela mão que faz o café, de sabor inigualável.
Pelo sentido do tato, que recebe o afago e aquece a alma,
Que repele as asperezas da vida, como primeira defesa.
Obrigado Senhor,
Pelo sentido da vida, que encontro em uma manhã clara,
Pois percebo os Vossos olhos bondosos sobre nós.

Rosamares da Maia

08/06/2010.

Foto de Rosamares da Maia

DECÁLOGO DE UM AMOR NO DESERTO

DECÁLOGO DE UM AMOR NO DESERTO
Um amor que sobreviveu as diferenças e contradições.

I

Vivemos como o vento errante do deserto
Construindo, revolvendo e desfazendo as dunas.
O ar é quente, sufocante, irrequieto e apaixonante.
Desperta a minha emoção, tomando os meus sentidos.
Tocando-me por inteiro, arrebatou-me a alma,
Virou-me do avesso e colocou-me em sua palma.
Mas, era vento e partiu. Invadiu-me a solidão.
Eu, deserta e plena de ti, embora antítese do teu ser,
Das incertezas do desejo e medo de amar.
Pacifiquei meu ser, pois meu amor amava ao vento.

II

Um perfume vem do deserto, está por todo o ar,
Nas dunas escaldantes por onde andas e transpiras,
Está o teu cheiro - o cheiro do meu homem.
No sussurrar do vento posso ouvir a tua voz.
Lembro o encontro da minha boca com a tua, de sonhar,
E a vida real? Somente promessas em território hostil.
Negando evidências, vivemos o que desejamos sentir.
Ignorando a verdade, tornamos surreal nossa vida.
Lembro a dor e da saudade, de sussurrar em oração.
Preces, solidão e areia quente - preces da tua boca ausente.

III

O vento trás de volta meu ar – o meu Califa.
O vento que em sua companhia fora guerrear,
Agora trás meu homem, mais moreno e magoado...
Vem curar suas feridas, recuperar o brilho do olhar.
Sonho e creio que finalmente voltou, agora é meu.
Amamos na areia quente, também em sua tenda,
Entre as almofadas, luxuria em panos de seda.
Inebriados pelo ópio, essências de mirra e benjoim,
Entre pétalas de rosas, tesouros em jóias pilhadas.
Serei eu somente mais uma entre suas as prendas?

IV

Soçobrou outra vez o vento do deserto – ele se foi.
No meio da noite, d’entre almofadas e sedas, roubou-me.
Dos meus braços partiu – Não podia! Era meu, só meu.
Amaldiçoei suas batalhas sem compreender as razões.
Neguei meu desejo, maldizendo a vida. Fiquei deserta.
Minh’alma não é mais minha, também parte, se esvai,
Galopa no dorso do seu árabe a minha vida - ao vento.
Deixo-a para morrer com ele, se tombar em batalha.
Não mais me pertence. Submeto à sua barbárie milenar
Meu frágil e multifacetado mundo ocidental, desmoronado.

V

Tudo que vivemos foge ao meu entendimento.
Seus cuidados, suas ordens, mesmo os seus carinhos,
De certo me quer cativa dentre os seus tesouros.
Como se cativa espontânea não fosse. Amo-o sem pudor.
Novamente ouço o vento que traz o odor das batalhas.
No espelho, vejo seus olhos negros, a mão brandindo a espada,
O semblante altivo de comando o torna cruel.
Seu mundo não é o meu, tudo nos confronta e agride.
Sinto frio e dor. Meu corpo tem o sangue das suas mãos.
Agasalhada em sua tenda, sufoco entre lagrimas e incensos.

VI

Pela manhã fujo, vago errante entre as dunas,
Quero sucumbir nas areias da tempestade anunciada
O sol é escaldante. Quem sabe uma serpente? – Deliro.
E delirando sinto o vento. É sua voz – quente.
Sinto a sua boca que me beija e chama – agonizo,
Na febre ultrapassei o portal de Alah - quero morrer.
Vejo-te em vestes ocidentais – como uma luva.
Olhando por uma janela, de horizonte perdido.
Não há delírio, não é morte – Desperto no Ocidente.
Reconheço-me neste ambiente – a mão para a luva.

VII

Aqui o vento é frio, sem motivos é inconseqüente.
À areia banha-se por mar fértil, de sol brando e casual.
Não brota a tâmara nos oásis, para colher a altura da mão.
Será fácil esquecer a claridade das dunas quentes?
Mirra e benjoim exalando, almofadas e panos de seda?
Não fazemos amor nas tendas, no sussurro do vento quente.
No Ocidente fazemos sexo em camas formais, monogâmicas.
Homens possuem concubinas ilícitas e, não é bom amar a todas.
Sempre há cheiro de sangue no ar, sem batalhas declaradas.
Não nos orientamos pelo sol ou estrelas – estamos perdidos.

VIII

Eis meu mundo que corre de encontro ao teu,
Desdenha das diferenças, da antítese de nossas culturas.
De Oriente e Ocidente, da brisa do mar e do vento do deserto
Teu amor violentou as tradições para devolver-me a vida.
Aqui também estas ao sol, mas tua pele morena é contradição.
Há perfumes sofisticados, frutas, panos e almofadas de seda.
Não há o trotar do teu árabe, vigoroso, mas a ti cativo,
A mirra e o beijoim não cheiram como em tua tenda.
As tâmaras são secas e raras. Não está a altura da mão nos oásis
Meu amor violentou tuas tradições – em ti, a vida se esvai.

IX

Teus olhos vivem em busca de um horizonte distante,
Perdem o brilho do guerreiro que fazia amor nas areias.
Ama-me com um amor ocidental, sem paixão, comedido e frio,
Não há paladar da fruta madura em tua boca, ou o frescor da seda,
Tua alma quer o vento quente do deserto, escaramuças e batalhas.
Muitas esposas entre almofadas e sedas - o mercado das caravanas.
Aqui existem muitos desertos de concreto, janelas inexpugnáveis,
Batalhas invisíveis e diárias, nem sempre com armas nas mãos.
Mas a língua dá golpes certeiros, tiros de preconceitos mortais.
Meu amor em ti morre, sucumbe ao vento frio da tua solidão.

X

Teu amor ensinou-me a ser livre. Como negar o vento do deserto?
Aprendi a ter a companhia das dunas, sempre mudando de lugar,
O deserto deu-me um homem para amar nas tendas nômades,
Mostrou-me a lógica das batalhas e como perguntar por e ele ao vento.
Ensinou-me a sorrir com o brilho dos seus olhos simples e negros,
Meu corpo está acostumado com o toque quente da sua pele morena.
Novamente fugi - do meu deserto. Temi tempestades e serpentes,
Supliquei a Alah, para que em sua misericórdia houvesse vida,
No ar, um doce perfume de benjoim, na pele, o delicado toque da seda,
Meu Califa ama-me com o gosto das tâmaras maduras – e vai guerrear.

Rosamares da Maia
2005/ JAN/2006

Foto de ushihaxandre

O CASAMENTO DE ADÃO E EVA

"Existem certas pessoas carentes de entendimento
Que acham que não foi Deus que criou o casamento
A principio lhes parece que não foi conveniente
Unir dois seres avessos, de fato bem diferentes
Mas nós que somos cristãos e temos boa memória
Conhecemos muito bem como surgiu essa história
Adão andava ocupado trabalhando com capricho
Se esforçando o dia inteiro pensando em nome de bicho
Era tigre, porco, tatu, macaco, alce, leão
Adão andava inspirado e foi mesmo abençoado com tanta imaginação
E é possível que o sujeito também tenha reparado
Que todo animal macho tinha uma fêmea do lado
E o Senhor demais atento sondando-lhe o coração
Sentiu que era preciso dar um fim a solidão e disse:
'Adão, filho querido, não quero te ver tão só. Far-lhe-ei uma companheira,
uma jóia de primeira, da costela e não do pó.'
E pondo Deus em ação aquilo que pretendia
Nocauteou o nosso Adão dando ínicio a cirugia
E Deus cerrou-lhe a costela pondo carne no lugar
E assim fez a princesa esperando ele acordar
Quando o varão despertou daquele sono pesado
O corte da cirurgia já tinha cicatrizado
Então, Deus trouxe a varoa e entregando a Adão
Ouviu um brado de glória e a seguinte exclamação:
'Ela é a carne da minha carne, ela é osso do meu osso'
E Adão foi prá galera e fez aquele alvoroço
A partir daquele dia o homem bem mais ocupado
Deixou pra trás muito bicho sem nome catalogado
E até hoje rola um papo machista e bem corriqueiro
Que o homem é mais importante porque foi feito primeiro
Algumas mulheres se irritam e afimam de arma em punho
Que a vida da obra prima vem sempre após o rascunho
Mas há também homens que falem e há quem acredite
Que Deus fez Adão primeiro para Eva não dar palpite
Mas isso é irrelevante para o sucesso da vida a dois
Para ser feliz não importa quem veio antes ou depois
Porque Deus fez tudo perfeito e discorde quem quiser
Mas o melhor da mulher é o homem e o melhor do homem a mulher.

AUTOR Pastor Claudio Duarte
ALEXANDRE FERNANDES

Foto de Rosamares da Maia

Só as Mães Deveriam Ir à Guerra

SÓ AS MÃES DEVERIAM IR À GUERRA

A guerra é uma invenção dos homens.
Também eles não têm útero!
E sem parir, como saber ou sentir?
São como lobos, urinam demarcando o território.
Lei de balas e bombas que estabelecem o poder.
Na guerra somente as mães deveriam combater.
Depois é claro, de uma metamorfose,
Onde o ventre contrariando a lógica da natureza,
inverte a determinação da vida, e por osmose,
torna a agasalhar os filhos que teve, também,
preventivamente, os que estão por nascer.
Assim, guardados na forma primitiva da semente,
esperam por tempos de paz, onde florescerão.
Nas frentes de batalhas, mães lutam bravamente,
trazendo o seu amor guarnecido no ventre.
Defendem o direito de não doar filhos à pátria,
de não oferecer em holocausto a sua cria.
— As pátrias sempre deserdam as mães.
Que sejam elas então, filhas degredadas,
Mas, de ventres intactos, livres.
Pereçam combatentes, mas, rosas perpétuas,
mães meninas, guerreiras de viço permanente.
Derramem filhos nos novos campos da paz.
E neste chão cultivado de amor, sejam sempre
e somente, sementes de vida,
Pulsantes, pungentes, brotando de gente.

Rosamares de Maia

Dedico:
Às mães deserdadas das pátrias do Oriente, também as mães da Pátria da gente, atingidas em seus filhos, pela fome, pela droga, nas ruas, pelas balas perdidas, na violência cotidiana, que mata tanto ou mais que as guerras do Oriente.
(Exposição com David Queiroz - Traços e Versos / Niterói - 2010)

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